Resumo
A ocratoxina é um dos maiores grupos de micotoxinas; são metabólitos secundários produzidos principalmente por fungos dos gêneros Aspergillus e Penicillium. Possui propriedades tóxicas e nefrotóxicas, está relacionada à nefropatia endêmica dos Bálcãs, a tumores do trato urinário e foi classificada pela Agência Internacional de Pesquisa do Câncer (IARC) como pertencente ao grupo 2B, por ser possivelmente carcinogênica para humanos. O objetivo do presente estudo foi avaliar os efeitos da ocratoxina A (OTA) no desempenho do camarão-branco-do-pacífico (Litopenaues vannamei). O experimento foi feito simulando o manejo produtivo de uma fazenda de camarão marinho do litoral localizada em Luís Correia, Piauí. Foram utilizados cinco tratamentos com diferentes níveis de micotoxinas: T1- 100µg/kg de OTA; T2- 500µg/kg de OTA; T3- 1000µg/kg de OTA; T4- 100µg/kg de OTA e 500µg/kg afatoxina B1 e T5 - 0,0µg/kg de OTA. A produção de OTA foi realizada por meio da fermentação do milho, utilizando-se a cepa de Aspergillus ochraceus. Rações comerciais foram contaminadas com os núcleos de milho. A detecção e a quantificação de OTA dos núcleos, das rações comerciais e dos tecidos do camarão (cefalotórax e abdome) foram realizadas por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE). Para simular o sistema de criação da fazenda, os animais foram cultivados por um período de oito semanas, sendo 20 animais por caixa, recebendo alimentação duas vezes por dia. O menor ganho de peso observado foi no T2 e no T4 e os maiores ganhos de peso foram obtidos no T1 e no T5, que também apresentaram a melhor conversão alimentar. Após 56 dias de experimento, foi detectada OTA residual nas amostras de abdome apenas nos camarões do T1. Logo, camarões alimentados com rações contaminadas com OTA têm seu desempenho produtivo comprometido, o que gera impactos econômicos negativos para a indústria carcinicultora, além de ser um risco à saúde do consumidor, devido aos resíduos em sua musculatura.(AU)
Ochratoxin A is the second largest group of mycotoxins. It is a secondary metabolite produced mainly by fungi of the genera Aspergillus and Penicillium, and has toxic and nephrotoxic properties that are associated with the Balkan endemic nephropathy and urinary tract tumors. The International Agency for Research on Cancer (IARC) classifies it as group 2B: possibly carcinogenic to humans. The aim of this study was to evaluate the effects of ochratoxin A (OTA) on the performance of the Pacific white shrimp (Litopenaues vannamei). The experiment simulated the productive management of a shrimp farm located on the marine coast of Luis Correia, Piauí State. Five treatments with different levels of mycotoxins were used: T1- 100µg/kg of OTA; T2- 500µg/kg of OTA; T3 - 1000µg/kg of OTA; T4- 100µg/kg of OTA and 500µg/kg afatoxina B1 and T5 - 0.0µg/kg of OTA. OTA was produced by fermenting corn, using the Aspergillus ochraceus strain. Commercial feeds were contaminated with the corn kernels. OTA in the kernels, commercial feeds and shrimp tissues (cephalothorax and abdomen) were detected and quantified via high performance liquid chromatography (HPLC). To simulate the farming system, totaling 20 animals per box. The animals were fed twice a day and raised under these conditions for eight weeks. The shrimp gained weight during the weeks of the test, when subjected to different OTA treatments. The lowest weight gain was observed in T2 and T4 and the highest weight gains were in T1 and T5, which also presented the best feed conversion ratio. After 56 days, residual OTA was detected in samples of shrimp abdomen only in T1. Therefore, the productive performance of shrimp that are fed with OTA-contaminated feed is compromised, which has a negative economic impact on the shrimp industry, and is a health risk to consumers due to residues in the muscles.(AU)
Assuntos
Animais , Ração Animal/efeitos adversos , Ocratoxinas/administração & dosagem , Penaeidae , Aumento de Peso , Cromatografia Líquida de Alta Pressão , MicotoxinasResumo
A ocratoxina é um dos maiores grupos de micotoxinas; são metabólitos secundários produzidos principalmente por fungos dos gêneros Aspergillus e Penicillium. Possui propriedades tóxicas e nefrotóxicas, está relacionada à nefropatia endêmica dos Bálcãs, a tumores do trato urinário e foi classificada pela Agência Internacional de Pesquisa do Câncer (IARC) como pertencente ao grupo 2B, por ser possivelmente carcinogênica para humanos. O objetivo do presente estudo foi avaliar os efeitos da ocratoxina A (OTA) no desempenho do camarão-branco-do-pacífico (Litopenaues vannamei). O experimento foi feito simulando o manejo produtivo de uma fazenda de camarão marinho do litoral localizada em Luís Correia, Piauí. Foram utilizados cinco tratamentos com diferentes níveis de micotoxinas: T1- 100µg/kg de OTA; T2- 500µg/kg de OTA; T3- 1000µg/kg de OTA; T4- 100µg/kg de OTA e 500µg/kg afatoxina B1 e T5 - 0,0µg/kg de OTA. A produção de OTA foi realizada por meio da fermentação do milho, utilizando-se a cepa de Aspergillus ochraceus. Rações comerciais foram contaminadas com os núcleos de milho. A detecção e a quantificação de OTA dos núcleos, das rações comerciais e dos tecidos do camarão (cefalotórax e abdome) foram realizadas por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE). Para simular o sistema de criação da fazenda, os animais foram cultivados por um período de oito semanas, sendo 20 animais por caixa, recebendo alimentação duas vezes por dia. O menor ganho de peso observado foi no T2 e no T4 e os maiores ganhos de peso foram obtidos no T1 e no T5, que também apresentaram a melhor conversão alimentar. Após 56 dias de experimento, foi detectada OTA residual nas amostras de abdome apenas nos camarões do T1. Logo, camarões alimentados com rações contaminadas com OTA têm seu desempenho produtivo comprometido, o que gera impactos econômicos negativos para a indústria carcinicultora, além de ser um risco à saúde do consumidor, devido aos resíduos em sua musculatura.(AU)
Ochratoxin A is the second largest group of mycotoxins. It is a secondary metabolite produced mainly by fungi of the genera Aspergillus and Penicillium, and has toxic and nephrotoxic properties that are associated with the Balkan endemic nephropathy and urinary tract tumors. The International Agency for Research on Cancer (IARC) classifies it as group 2B: possibly carcinogenic to humans. The aim of this study was to evaluate the effects of ochratoxin A (OTA) on the performance of the Pacific white shrimp (Litopenaues vannamei). The experiment simulated the productive management of a shrimp farm located on the marine coast of Luis Correia, Piauí State. Five treatments with different levels of mycotoxins were used: T1- 100µg/kg of OTA; T2- 500µg/kg of OTA; T3 - 1000µg/kg of OTA; T4- 100µg/kg of OTA and 500µg/kg afatoxina B1 and T5 - 0.0µg/kg of OTA. OTA was produced by fermenting corn, using the Aspergillus ochraceus strain. Commercial feeds were contaminated with the corn kernels. OTA in the kernels, commercial feeds and shrimp tissues (cephalothorax and abdomen) were detected and quantified via high performance liquid chromatography (HPLC). To simulate the farming system, totaling 20 animals per box. The animals were fed twice a day and raised under these conditions for eight weeks. The shrimp gained weight during the weeks of the test, when subjected to different OTA treatments. The lowest weight gain was observed in T2 and T4 and the highest weight gains were in T1 and T5, which also presented the best feed conversion ratio. After 56 days, residual OTA was detected in samples of shrimp abdomen only in T1. Therefore, the productive performance of shrimp that are fed with OTA-contaminated feed is compromised, which has a negative economic impact on the shrimp industry, and is a health risk to consumers due to residues in the muscles.(AU)