Resumo
Os fatores de risco para mastite subclínica (CCS > 200.000 células/ml) foram estudados em 2.657 vacas, de 24 rebanhos de Minas Gerais. Cada rebanho foi visitado três vezes entre novembro de 2005 e junho de 2006. Amostras de leite (n=3.987) de vacas em lactação foram examinadas para contagem de células somáticas (CCS), e um questionário foi aplicado para obtenção de dados dos animais e do manejo do rebanho. Os valores para a média, mediana e desvio-padrão da CCS foram 608.000, 219.000 e 967.000 células/ml, respectivamente. Os fatores de risco para mastite subclínica foram: animais com a base do úbere junto ou abaixo do jarrete, rachaduras ou fissuras nas partes de borracha do equipamento de ordenha, inadequação das teteiras, deficiência de limpeza dos pulsadores, falta de treinamento dos ordenhadores, não-utilização de diagnóstico microbiológico para mastite, imersão do conjunto de teteiras em solução desinfetante entre a ordenha de animais distintos, e inserção total da cânula de antibiótico nos tetos na secagem da vaca. A alta variação da CCS (608.000± 967.000 células/ml) sugere que outros fatores, como o número de quartos mamários infectados e os patógenos envolvidos, podem ter influenciado os resultados. A metodologia utilizada não permitiu identificar todos os fatores que poderiam aumentar a CCS. Contudo, os resultados são úteis para aprimorar os programas de controle da mastite.(AU)
This study was carried out to identify risk factors for subclinical mastitis (SCC > 200,000 cells/ml). A total of 2,657 lactating cows from 24 herds in the State of Minas Gerais, Brazil, were included in the study. Each farm was visited three times in an 8-month period from November 2005 to June 2006. At each visit, all milking cows were examined for clinical mastitis by a single observer. A total of 3,987 milk samples were examined for somatic cell counts (SCC). The mean, median, and standard deviation values for SCC were, respectively, 608,000, 219,000, and 967,000 cells/ml. Risk factors for subclinical mastitis were: udder positioned at the same height or below the hock, presence of cracks or fissures in the rubber parts of the milking machine, inadequacy of teat cups, infrequent and unsuitable scheme for cleaning the pulsators, milkers unable to operate the milking equipments, no information about the mastitis pathogens present in the herd, immersion of teat cups in disinfectant solution between milkings, and total insertion of cannula in teats during antibiotic treatment. The high variation of the SCC values (608,000± 967,000 cells/ml) suggests that other factors such as number of infected mammary quarters and pathogens involved could have influenced the results. The used methodology did not allow to identify all risk factors that increase SCC. Therefore, the results can also be used to improve the currently mastitis control programs adopted by those herds.(AU)