Resumo
Nos últimos anos, grandes perdas de colônias de abelhas melíferas vêm sendo registradas em várias regiões do mundo. Contudo, os motivos desse acontecimento permanecem obscuros. O ácaro ectoparasita Varroa destructor Anderson e Trueman (Acari: Varroidae) pode ser um dos responsáveis por esse fato, principalmente como vetor de vírus. Neste estudo, avaliaram-se as taxas de infestação (TIs) do ácaro V. destructor em abelhas africanizadas Apis mellifera L. (Hymenoptera: Apidae) e correlacionaram-se os dados com as médias de temperatura de 16 municípios das regiões do Vale do Paraíba e da Serra da Mantiqueira (São Paulo, Brasil), onde a apicultura comercial atua de maneira significativa. Em cada município, um apiário comercial foi selecionado para coleta de amostras de três colônias populosas (padrão Langstroth), totalizando 48 colônias amostradas. Aproximadamente 300 abelhas adultas localizadas na área de cria foram coletadas em cada colônia. As TIs variaram de 0.0 a 5.5%, níveis considerados baixos para causar danos significativos às colônias. As TIs mais baixas foram encontradas em municípios com clima mais ameno durante a estação avaliada (verão). Adicionalmente, cofatores como variações na disponibilidade de alimento entre os municípios e a variabilidade genética das abelhas podem interagir na interação entre parasita e hospedeiro. A variação nas TIs entre os municípios indica que, mesmo presente, a tolerância das abelhas africanizadas ao varroa pode variar drasticamente em uma pequena região, devido à dinâmica multifatorial de infestação do ácaro.(AU)
Assuntos
Humanos , Abelhas/parasitologia , Varroidae , Criação de Abelhas , Infestações por Ácaros/veterinária , Brasil , Fatores AbióticosResumo
Nos últimos anos, grandes perdas de colônias de abelhas melíferas vêm sendo registradas em várias regiões do mundo. Contudo, os motivos desse acontecimento permanecem obscuros. O ácaro ectoparasita Varroa destructor Anderson e Trueman (Acari: Varroidae) pode ser um dos responsáveis por esse fato, principalmente como vetor de vírus. Neste estudo, avaliaram-se as taxas de infestação (TIs) do ácaro V. destructor em abelhas africanizadas Apis mellifera L. (Hymenoptera: Apidae) e correlacionaram-se os dados com as médias de temperatura de 16 municípios das regiões do Vale do Paraíba e da Serra da Mantiqueira (São Paulo, Brasil), onde a apicultura comercial atua de maneira significativa. Em cada município, um apiário comercial foi selecionado para coleta de amostras de três colônias populosas (padrão Langstroth), totalizando 48 colônias amostradas. Aproximadamente 300 abelhas adultas localizadas na área de cria foram coletadas em cada colônia. As TIs variaram de 0.0 a 5.5%, níveis considerados baixos para causar danos significativos às colônias. As TIs mais baixas foram encontradas em municípios com clima mais ameno durante a estação avaliada (verão). Adicionalmente, cofatores como variações na disponibilidade de alimento entre os municípios e a variabilidade genética das abelhas podem interagir na interação entre parasita e hospedeiro. A variação nas TIs entre os municípios indica que, mesmo presente, a tolerância das abelhas africanizadas ao varroa pode variar drasticamente em uma pequena região, devido à dinâmica multifatorial de infestação do ácaro.(AU)
Assuntos
Humanos , Abelhas/parasitologia , Varroidae , Criação de Abelhas , Infestações por Ácaros/veterinária , Brasil , Fatores AbióticosResumo
In Brazil, the ectoparasitic mite of bees Varroa destructor Anderson and Trueman (Acari: Varroidae) remains at low levels of infestation causing no major damage. However, with the introduction and possible dominance of a new haplotype (K) of the mite, usually found in areas with high infestation rates (IR), it is necessary to monitor and select beehives that are resistant to the pest in order to avoid future problems. Several factors are listed as potentially being responsible for the dynamics of mite infestation, among which hygienic behavior (HB) stands out. In this context we sought to evaluate the HB of Africanized honey bees Apis mellifera L. (Hymenoptera: Apidae) compared with the mite IR in apiaries of two municipalities of southeastern Brazil (Taubaté and Viçosa). For the municipality of Taubaté, the average IR was 4.9% (3.4 to 5.8%), while the HB averaged 98.6% (96 to 100%). In Viçosa, the average mite IR was found to be 10.0% (5.4 to 21.0%) with an average value for HB of 57.7% (0 to 79.0%). Results from this research show that IR and HB were negatively correlated (R = -0.9627, P<0.01), suggesting that hives with higher HB have lower IR.(AU)
No Brasil, o ácaro ectoparasita de abelhas Varroa destructor Anderson e Trueman (Acari: Varroidae) se mantém em índices de infestação baixos, não causando grandes prejuízos. Todavia com a introdução e possível predominância de um novo haplótipo (K) do ácaro, geralmente encontrado em regiões com altas taxas de infestação (TI), faz-se necessário o monitoramento e seleção de colônias resistentes à praga, evitando problemas futuros. Vários fatores são relacionados como possíveis responsáveis pela dinâmica de infestação do ácaro, dentre os quais se destaca o comportamento higiênico (CH). Nesse contexto buscamos avaliar o CH de abelhas africanizadas Apis mellifera L. (Hymenoptera: Apidae) correlacionando com as TI do ácaro em apiários de dois municípios do sudeste brasileiro (Taubaté e Viçosa). Em Taubaté, o valor médio da TI foi de 4,9% (3,4 a 5,8%), enquanto que o CH foi em média 98,6% (96 a 100%). Já em Viçosa, a TI média do ácaro foi de 10,0% (5,4 a 21,0%) com valor médio de CH de 57,7% (0 a 77,0%). Resultados dessa pesquisa demonstraram que as variáveis TI e CH foram negativamente correlacionadas (R= -0,9627; P<0,01), sugerindo que colônias que possuem CH mais elevado possuem menores TI.(AU)