Resumo
As leitoas consistem em um grupo de risco na transmissão vertical de Mycoplasma hyopneumoniae dentro do sistema de produção de suínos. Dessa forma, a segregação de partos poderia ser utilizada como alternativa para controlar as infecções por M. hyopneumoniae. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da segregação de partos sobre a dinâmica de infecção de M. hyopneumoniae e a ocorrência e severidade das lesões pulmonares ao abate. Para isso três sistemas de produção de suínos com três sítios cada foram incluídos no estudo. A granja A consistia da unidade onde as leitoas tem o primeiro parto, ou seja, alojava somente de fêmeas de ordem de parto 1 (Granja OP1). Após o primeiro parto as fêmeas OP1 foram transferidas para a granja B (Granja OP2-6), ou seja, consistia de fêmeas de ordem de parto 2 a 6, e a granja C consistiu em uma granja convencional com reposição de leitoas (Granja OP1-6), com fêmeas de ordem de parto 1 a 6. Os leitões nascidos de cada granja foram transferidos e criados em creches e terminações segregadas. As matrizes de todas as granjas do estudo foram amostradas previamente ao parto e os leitões foram amostrados longitudinalmente aos 21, 63, 100 e 140 dias de idade e ao abate. Em todos os momentos de coleta, as amostras foram avaliadas por PCR para detecção de M. hyopneumoniae. As lesões pulmonares foram avaliadas e escores de lesão foram atribuídos ao abate. A prevalência de matrizes positivas para M. hyopneumoniae não diferiu entre as granjas (p > 0,05). A prevalência ao desmame foi maior na granja A (OP1) (p < 0,05). No entanto, dos 100 dias de idade até o abate a prevalência de leitões positivos para M. hyopneumoniae foi maior na granja B (OP2-6) (p < 0,05), onde também se observou maior ocorrência e severidade de lesões pulmonares quando comparada às outras duas granjas (p < 0,05). Apesar de os resultados sugerirem que não exista um benefício da segregação de partos no controle da infecção por M. hyopneumoniae, é possível que a associação da aclimatação de leitoas previamente à entrada nas granjas de destino e o uso da segregação de partos poderia ser vantajosa.
Gilts are a group risk for Mycoplasma hyopneumoniae vertical transmission in swine herds. Therefore, parity segregation could be used as an alternative to control M. hyopneumoniae infection. The aim of the study was to evaluate the effect of parity segregation on M. hyopneumoniae infection dynamics and occurrence and severity of lung lesions at slaughter. For that three herds with three sites each were included in the study. Herd A consisted of the herd where gilts would have their first farrowing (PO1 herd). After the first farrowing PO1 sows were transferred to herd B (PO2-6 herd). Herd C was a conventional herd with gilt replacement (PO1-6 herd). Piglets born in each herd were raised in separate nursery and finishing units. Sows in all herds were sampled prior to farrowing and piglets were sampled longitudinally at 21, 63, 100, 140 days of age and at slaughter. At all sampling events, samples were evaluated for M. hyopneumoniae detection by PCR. Lung lesions were observed and scored at slaughter. Prevalence in sows did not differ among herds. Prevalence at weaning was higher in piglets in herd A (PO1) (p < 0.05). However, from 100 days of age to slaughter age prevalence was higher in herd B (PO2-6) (p < 0.05) where lung lesion occurrence and severity was also higher in comparison to the other herds. Although result suggest no benefit of parity segregation in controlling M. hyopneumoniae infections, it is possible that gilt acclimation prior to the entry in the breeding herd associated with parity segregation could be advantageous.