Resumo
A osteoporose é uma doença metabólica que acomete os ossos promovendo fragilidade. É um problema mundial de saúde que afeta uma em cada três mulheres e um em cada cinco homens. Os Bifosfonatos são o grupo farmacológico mais utilizado no tratamento desta doença, mas após um longo período de utilização sua ação é revertida, deixando os ossos susceptíveis a fratura. Desta forma faz se necessário pesquisas que elucidem a fragilidade óssea devido a osteoporose bem como após longos tempo de tratamento. Sendo assim, objetivamos desenvolver novas estratégias para estudar ossos osteoporóticos através de modelos de osteoporose em camundongos e ratos, sendo uma nova técnica para avaliar a qualidade óssea em escala nanométrica in vivo, estratégias para realizar análises biomecânicas, um modelo de osteopenia e um modelo experimental de camundongos para estudar o efeito deletério do Bifosfonato a longo prazo. Foram realizados quatro estudos. Primeiro, o osso osteoporótico foi avaliado através da Espectroscopia Raman in vivo aonde os camundongos controle (N = 7) foram comparados com os ovariectomizados (n = 7) para avaliação da qualidade óssea. Segundo, para avaliar a fragilidade óssea através de parâmetros biomecânicos em modelos de osteoporose induzida em roedores utilizou-se um grupo de camundongos controle (n = 7) e outro ovariectomizados (n = 7); e um grupo de ratos controle (n = 5) e ovariectomizados (n = 6) que tiveram os fêmures dissecados após eutanásia para que o colo do fêmur recebesse um teste de carga até a deformação permanente, de maneira fisiológica, restrita ou irrestrita. E a influência do ganho de peso nos resultados foi discutida através de duas maneiras de normalizar os mesmo. Terceiro, foi realizado um modelo de osteopenia por desuso para avaliar como os compartimento da tíbia (cortical, trabécula e geometria) se comportam após 5 (n = 5), 35 (n = 4), 65 (n = 5) e 95 (n = 3) dias de desuso por neurectomia do ciático. Por último, buscando o efeito deletério do Bifosfonato ovariectomizados (n = 7) e ovariectomizados seguida da administração de Ibandronato. Após eutanásia os fêmures foram coletados para testes biomecânicos no colo femoral a as tíbias foram utilizadas para análise de arquitetura, massa e geometria. Conclusões: Primeira, a espectroscopia Raman mostrou uma diminuição na qualidade óssea dos animais osteoporóticos através da diminuição da quantidade de cálcio, glicosaminoglicanos e aumento do conteudo de lipídios. Segunda, é possível realizar testes de carga em fêmures de camundongos e ratos de maneira fisiológica para encontrar a fragilidade promovida pela osteoporose, porem isto depende da sensibilidade do teste (restrita e irrestrita) e é necessária uma normalização dos resultados através da massa corporal. Terceira, os ossos osteopenicos reabsorveram cada compartimento de uma maneira diferente, aonde a trabécula se deteriora primeiro, mas exige mais tempo para atingir um platô do que a cortical. E por último, a ovariectomia combinada com Bifosfonato a longo prazo em um grupo de camundongos controle (n = 7) e outro três grupos camundongos foram formados: controle (n = 7),camundongos promove um padrão diferente de fratura no colo do fêmur e um efeito deletério na geometria da tíbia.
Osteoporosis is a metabolic bone disease that promotes bone weakens. It is a world health problem affecting one in three women and one in five men. Bisphosphonates are the drug most used to treat this disease, although after a long period the action reverses prompting bones to fracture. There is research required to solve this osteoporosis and long-term treatment fragility. On this basis we aim to develop a new strategy to study osteoporotic bones through murine osteoporosis models, in a new technique to evaluate bone quality in nanoscale, strategies to perform biomechanical analyses, an osteopenia model and a mice model to study the deleterious effect of bisphosphonate delivered for long-term. It was performed in four studies. First, a group of sham-operated (N=7) mice was compared to ovariectomized mice (n=7) to evaluate osteoporotic bone through Raman Spectroscopic in vivo. Secondly, to find bone fragility through biomechanical parameters in murine models ex vivo a group of mice sham-operated (n=7) and ovariectomized (n=7); rats sham-operated (n=5) and ovariectomized (n=6) had the femurs loaded to fail in a physiological approach and in a constrained and unconstrained manner. The influence of the weight gain on results were discussed through two ways to normalize it. Third, an osteopenia model through disuse was performed to evaluate how the tibia compartments (cortical, trabecula and shape) behave after 5 (n=5), 35 (n=4), 65 (n=5) and 95 (n=3) days of disuse due to sciatic neurectomy. Finally, seeking for the deleterious effect of Bisphosphonate, three groups of mice were formed: control (n = 7), ovariectomized (n = 7) and ovariectomized add to the administration of Ibandronate. After euthanasia, the femurs were collected for biomechanical tests on the femoral neck and the tibiae were used for analysis of architecture, mass and geometry. In conclusion, first, Raman Spectroscopic showed a diminishment in bone quality of osteoporotic bones as a result of decrease calcium and glycosaminoglycans and increase lipids content. Secondly, it is possible to load to fail murine bones to find osteoporosis weakens, but it depends on test sensibility (constrained and unconstrained) and a normalization of the results through body mass is required. Third, bones with osteopenia reabsorbed each compartment in a different way where trabecula starts first but required more time to reach a plateau than cortical. And finally, ovariectomy combined with bisphosphonate for long term promote a different fracture padrone on femora neck and a deleterious effect on tibia shape.
Resumo
Este trabalho objetivou avaliar e comparar a influência do bolus e da infusão contínua de fentanil, lidocaína, cetamina ou a associação destes sobre a indução e manutenção da anestesia total intravenosa com propofol, no que se referem os parâmetros cardiorrespiratórios, a analgesia transoperatória e residual, a recuperação anestésica e a ocorrência de efeitos adversos de cadelas submetidas à ovariossalpingohisterectomia eletiva. Foram utilizadas 32 cadelas hígidas, pré-medicadas com 0,03 mg/kg de acepromazina pela via intramuscular e após trinta minutos distribuídas em quatro grupos, com tratamentos analgésicos diferentes: grupo F recebeu bolus de 0,0036 mg/kg de fentanil, seguido de infusão contínua de 0,0036 mg/kg/h; o grupo L: bolus de 3 mg/kg de lidocaína, seguido de 3 mg/kg/h; grupo K, bolus de 0,6 mg/kg de cetamina, seguido de 0,6 mg/kg/h e grupo FLK bolus e infusão contínua dos três fármacos nas doses citadas anteriormente para bolus e infusão contínua. Foi administrado um bolus do tratamento analgésico, seguido da indução com propofol e início da infusão contínua do tratamento analgésico e do propofol. Após foi realizada a intubação orotraqueal, o animal foi posicionado em decúbito dorsal, conectado ao oxigênio 100% e mantido sob ventilação espontânea. A dose de manutenção do propofol foi ajustada de acordo com plano anestésico e os parâmetros cardiovasculares. No transoperatório foram monitoradas a frequência cardíaca e respiratória, dióxido de carbono expirado, pressão arterial sistólica, diastólica e média, temperatura corporal e a dose do propofol. As avaliações foram realizadas 5, 15, 20, 30, 40, 50, 60, 70 e 80 minutos após a indução. A infusão dos fármacos foi encerrada concomitante ao término da cirurgia. Para avaliação da recuperação anestésica foram considerados os tempos de extubação, decúbito esternal e posição quadrupedal, que foram mensurados em minutos a partir do término das infusões. Para a analgesia residual, os animais foram avaliados por dois observadores, cegos aos tratamentos, através da escala visual analógica, da escala modificada de Glasgow e do grau de sedação de Dobbis que foram aferidas uma hora antes da cirurgia e de hora em hora após a extubação, em um período máximo de seis horas ou até o animal atingir a pontuação igual ou maior a 3,3 pontos na escala modificada de Glasgow, em um avaliador. Após, foi realizado resgate analgésico com 25 mg/kg de dipirona intravenosa e 0,2 mg/kg de meloxicam subcutâneo. Também foram observados os efeitos adversos presentes no período de recuperação. Todos os grupos apresentaram estabilidade cardiovascular, analgesia e recuperação anestésica adequada para o procedimento de ovariossalpingohisterectomia. A depressão respiratória ocorreu em todos os grupos, sendo mais acentuada nos grupos que continham cetamina. Não houve diferença estatística ente os grupos nos tempos da recuperação anestésica. Durante a avaliação 50% dos animais do grupo L e 25% do grupo K apresentaram vômito; 37,5% do grupo F e 25% do grupo L e K tiveram sialorréia; 12,5% do grupo F e L e 37,5% do grupo FLK apresentaram tremores musculares. A associação fentanil-lidocaína-cetamina produziu maior analgesia transoperatória e residual por seis horas. Em decorrência da depressão respiratória recomenda-se ventilação artificial.
The aim of this study was to evaluate and to compare the influence of the bolus and of the continuous infusion of fentanyl, lidocaine, ketamine or association of these under the induction and maintenance of total intravenous anesthesia with propofol, cardiorespiratory parameters, the intraoperative and residual analgesia, anesthetic recovery and the incidence of adverse effects in bitches submitted to the elective ovariohysterectomy. 32 bitches were used, premedicated intramuscularly with 0,03 mg/kg of acepromazine and after 30 minutes distributed in four groups, with different analgesic treatments administered by the intravenous mode: the group F received bolus of 0.0036 mg/kg of fentanyl, followed by continuous infusion of 0.0036 mg/kg/h; the group L: bolus of 3 mg/kg of lidocaine, followed by 3 mg/kg/h; group K, bolus of 0.6 mg/kg of ketamine, following by 0.6 mg/kg/h and group FLK bolus and continuous infusion of the three drugs in the doses mentioned previously. Was administered as a bolus of analgesic treatment, followed by induction with propofol and started of continuous infusion and analgesic treatment and propofol. After intubation endotracheal was performed, the animal was positioned sternal, connected to 100% oxygen and kept spontaneously breathing. The maintenance dose was adjusted according to the anesthetic plan and cardiovascular parameters. Intraoperative period was monitored heart and respiratory rate, end tidal carbon dioxide, systolic, diastolic and mean blood pressure, body temperature and the propofol infusion rate. The evaluations were performed 5, 15, 20, 30, 40, 50, 60, 70 and 80 minutes after induction. The infusion of drugs was finished concurrent with the end of the surgery. For evaluation of the anesthetic recovery the times of extubation, decubitus sternal and position quadrupedal were considered, that were measured in minutes starting from the end of the infusions. For the residual analgesia, the animals were appraised for two observers, blind to the treatments, through the analogical visual scale, of the modified scale of Glasgow and of degree sedation of Dobbis that were checked one hour before the surgery and hourly after the extubation, up to a maximum of six hours or until the animal reached the punctuation of 3.3 points or more in scale of Glasgow, by one appraiser. After, analgesic rescue was performed with 25 mg/kg dipyrone intravenous, 0.2 mg/kg meloxicam subcutaneous. It was also observed adverse effects present in the recovery period. All groups produced cardiovascular stability, adequate analgesia and anesthesia recovery to ovariohysterectomy procedure. Respiratory depression was observed in all groups, being most pronounced in the groups containing ketamine. There was no statistical difference being the groups in anesthetic recovery. During the evaluation 50% of the animals of the group L and 25% of the group K presented vomit; 37.5% of the group F and 25% of the group L and K had excessive salivation; 12.5% of the group F and L and 37.5% of the group FLK presented muscular tremors. The fentanyl-lidocaine-ketamine produced greater analgesia intraoperative and residual for six hours. As a result of respiratory depression is recommended to artificial ventilation.