Resumo
Red-footed Tortoises (Chelonoidis carbonariaSpix, 1824) raised as pets and voluntarily handed over to environmental officers by their owners or apprehended by officers represent a large contingent of animals that overfill triage centres in Brazil. There is no consensus on the fate of these animals, and their numbers continue growing. In this study, we evaluated the movement patterns of C. carbonaria originating from triage centres in areas of cocoa plantations and forest remnants to define their home range and dispersion. After 120 days of quarantine and acclimatisation, eight C. carbonaria adults were released and monitored via radio telemetry for 10 months. The radio transmitters of two individuals presented problems, and consequently, it was not possible to track these individuals. Five individuals remained in an area of 7.75 ha 10 months after release, avoiding contact with humans after the first three months. The greatest problems were the proximity of individuals to inhabited areas in the first three months after release, the death of two individuals, and the escape of one individual. After the experiment, the animals were sent back to the triage centre. Our results suggest that a proportion of the animals in the triage centres are able to survive in natural conditions. Considering their survival and fidelity to the release site, the translocation of animals described herein should be considered partially successful. However, if this measure is adopted, it must be preceded by studies of the animals' origins and by a rigorous genetic, sanitary and behavioural analysis of each individual.
Jabutis criados como animais de estimação entregues voluntariamente por seus donos ou apreendidos pelos agentes ambientais formam um grande contingente de animais que lotam os centros de triagem nas diversas regiões do Brasil. Não existe um consenso sobre o destino destes animais e os seus números continuam a crescer. Neste estudo avaliamos os deslocamentos de Chelonoidis carbonaria oriundos de centros de triagem em áreas de plantio de cacau e de remanescentes florestais buscando levantar a área de vida e a dispersão dos indivíduos. Após um período de quarentena e aclimatação de 120 dias 10 indivíduos adultos de C. carbonaria foram soltos e monitorados por radiotelemetria durante 10 meses. Os radiotransmissores de dois indivíduos apresentaram problemas não sendo possível acompanha-los. Cinco indivíduos permaneceram na área após 10 meses de soltura evitando, após os três meses iniciais, o contato com os humanos e vivendo em uma área de até 7,75 ha. Os principais problemas verificados foram a aproximação dos indivíduos das áreas habitadas nos três primeiros meses após a soltura, a morte de dois indivíduos e a dispersão de outro. Ao final do experimento os animais foram devolvidos ao centro de triagem de origem. Nossos resultados sugerem que uma parcela dos animais dos centros de triagem apresenta condições sobreviver em condições naturais. Considerando a sobrevivência e a fidelidade à área de soltura uma possível translocação poderia apresentar um sucesso parcial. Esta medida, entretanto, caso seja adotada, deve ser precedida de estudos sobre a origem dos animais e de uma rigorosa análise genética, sanitária e comportamental de cada indivíduo.