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Pesqui. vet. bras ; 42: e06940, 2022. tab, ilus
Artigo em Inglês | VETINDEX | ID: biblio-1386829

Resumo

Domestic dogs (Canis lupus familiaris) can be considered an invasive species as they have been introduced by humans in different parts of the world and represent a risk to wildlife conservation. Large extensions of agroforestry systems, where cocoa is grown under the shade of native trees, contribute to wildlife conservation in southern Bahia, Brazil. However, this system can increase contact between species of the native fauna and domestic dogs, which are frequently taken to the fields by rural workers. The aims of this study were to investigate the presence of domestic dogs inside cocoa agroforestry systems and the occurrence of helminths in dogs from cocoa farms near two protected areas: the Una Biological Reserve (REBIO-Una) and the Serra das Lontras National Park in Una, Bahia. We also investigated general characteristics of the dogs such as age, sex, breed, feeding frequency, vaccination, deworming and others, and evaluated possible risks of wildlife and human contamination by the domestic dog parasites. Camera traps were set up on eight cocoa agroforestry systems and three adjacent forest fragments. For parasitological investigation, fecal samples were collected from domestic dogs that lived on the eight cocoa farms. A total of 539 photos of 12 mammals were registered, of which 15% were of domestic dogs. The parasitological research was carried out with fecal samples from 32 of the 39 dogs that lived in the cocoa farms. We found one genus of cestode, Dipylidium sp. (7.7%), and five genera of nematodes, Ancylostoma sp. (80.7%), Strongyloides sp. (38.4%), Toxocara sp. (30.7%), Spirocerca sp. (15.4%) and Trichuris sp. (11.5%). Regarding animal care, all dogs were in poor body condition, 49% were fed twice a day, 90% defecated in the forest or cocoa agroforestry systems, only 33% were periodically dewormed, 64% were vaccinated against rabies in less than 12 months, and only one dog was vaccinated against other viruses. The results showed that domestic dogs share the same environment as wild animals yet lack some basic health care, increasing the possibility of parasitic transmission between domestic dogs, wildlife and humans from environmental contamination. We highlight the need for responsible pet ownership and the monitoring the health of wild animals and the human population living in this region.


Cães domésticos (Canis lupus familiaris) podem ser considerados espécies invasoras introduzidas pelo ser humano em diversos lugares do mundo, representando risco para a conservação da fauna. Grandes extensões de sistemas agroflorestais, onde o cacau é cultivado sob a sombra de árvores nativas, contribuem para a conservação da vida selvagem no sul da Bahia, Brasil. Entretanto, esse sistema pode aumentar o contato entre espécies da fauna nativa e cães domésticos, frequentemente levados para o campo por trabalhadores rurais. Os objetivos deste estudo foram investigar a presença de cães domésticos em sistemas agroflorestais de cacau e a ocorrência de helmintos em cães de fazendas de cacau nas proximidades de duas áreas protegidas: a Reserva Biológica de Una (REBIO-Una) e o Parque Nacional da Serra das Lontras, em Una, Bahia. Também foram investigadas as características gerais dos cães como idade, sexo, raça, frequência de alimentação, vacinação, vermifugação e outros, e avaliados os possíveis riscos de contaminação da vida selvagem e seres humanos por parasitas de cães domésticos. Armadilhas fotográficas foram instaladas em oito sistemas agroflorestais de cacau e três fragmentos florestais adjacentes. Para investigação parasitológica, foram coletadas amostras fecais de cães domésticos que viviam nas oito fazendas de cacau. Foram registradas 539 fotos de 12 mamíferos, onde 15% das fotos pertenciam à cães domésticos. A pesquisa parasitológica foi realizada com amostras fecais de 32 dos 39 cães que viviam nas fazendas de cacau. Encontramos um gênero de cestóide: Dipylidium sp. (7,7%), e cinco gêneros de nematóides: Ancylostoma sp. (80,7%), Strongyloides sp. (38,4%), Toxocara sp. (30,7%), Spirocerca sp. (15,4%) e Trichuris sp. (11,5%). Em relação aos cuidados com os animais, todos estavam com score corporal baixo, 49% dos cães eram alimentados duas vezes ao dia, 90% defecam na floresta ou em sistemas agroflorestais de cacau, apenas 33% foram vermifugados periodicamente, 64% vacinados contra a raiva em menos de 12 meses e apenas um cão foi vacinado contra outros vírus. Os resultados mostram que os cães domésticos compartilham o mesmo ambiente que os animais silvestres e carecem de alguns cuidados básicos de saúde, aumentando a possibilidade de trânsito parasitário entre cães domésticos, animais silvestres e humanos por contaminação ambiental. Destaca-se a necessidade de atividades de posse responsável de animais de estimação e o monitoramento da saúde dos animais silvestres e da população humana que vive nesta região.


Assuntos
Cacau , 24444 , Cães/parasitologia , Helmintíase Animal , Agricultura Sustentável , Animais Selvagens
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