Resumo
Microbiological examination was carried out in 6,315 milk samples collected from all mammary quarters of 1,609 lactating cows from 48 herds, located in the regions of Zona da Mata and Campo das Vertentes, Minas Gerais State, Brazil. At sampling time, the udders were clinically examined and milk from all mammary quarters were evaluated by California Mastitis Test (CMT). A total of 3,919 agents were isolated, being 3,637 from quarters with single infection and 283 from mixed infection with two types of microorganisms. The mastitis agents found and the percentages of isolations were: Staphylococcus aureus, 19.2%, coagulase negative Staphylococcus sp. (SCN), 12.4%, Streptococcus agalactiae, 6.9%, esculin-positive Streptococcus sp. (ESCPOS), 4.0%, esculin-negative Streptococcus sp. (ESCNEG), 2.1%, Corynebacterium sp., 55.2%, yeast, 0.1% e Pseudomonas sp., 0.1%. Negative cultures were found in 2,463 (39%) samples and 216 samples were contaminated. Corynebacterium sp. was present in all 48 herds, with mammary quarters infection levels between 1.5% and 58.6%. S. aureus was isolated from 47 herds; in 37 of these there were up to 20% of infected mammary quarters. S. agalactiae was recovered from 29 herds (60%) and in 24 out of these the average of infected quarters was 2.7%. S. aureus, S. agalactiae, SCN, ESCPOS, ESCNEG and Corynebacterium sp. were isolated from mammary quarters with and without signs of inflammatory reaction (positive and negative scores on CMT, respectively). Comparing with minor pathogens (SCN and Corynebacterium sp.), the isolation frequency of major pathogens was significantly higher from quarters with positive scores on CMT (P 0.001). The results indicated that mammary quarters negative on CMT should also be considered when selecting samples for microbiological examination and that negative cows, infected with major pathogens, can be a source of infection for the others animals in the herd. The high prevalence of S. aureus, S. agalactiae and Corynebacterium sp. suggests that current control measures for contagious mastitis were not correctly practised in most of the herds.
Foram realizados exames microbiológicos de 6315 amostras de leite, obtidas de todos os quartos mamários de 1609 vacas em lactação, originárias de 48 rebanhos localizados na Zona da Mata e Campo das Vertentes do Estado de Minas Gerais. No momento da coleta das amostras foram realizados exames clínicos dos úberes e o Califórnia Mastite Teste (CMT) do leite. Isolaram-se 3919 microrganismos, sendo 3637 de quartos mamários com infecção por um único agente e 283 de infecção mista. As porcentagens dos agentes isolados foram: Staphylococcus aureus, 19,2%, Staphylococcus sp. coagulase negativos (SCN), 12,4%, Streptococcus agalactiae, 6,9%, Streptococcus sp. esculina positivos (ESCPOS), 4,0%, Streptococcus sp. esculina negativos (ESCNEG), 2,1%, Corynebacterium sp., 55,2%, leveduras, 0,1% e Pseudomonas sp., 0,1%. Em 2463 amostras (39% do total) não houve isolamento no exame microbiológico e 216 (3,4%) estavam contaminadas. Corynebacterium sp. foi o microrganismo mais freqüentemente isolado, presente em todos os rebanhos, com porcentagens de quartos mamários infectados que variaram entre 1% e 58,6%. S. aureus foi isolado de 47 rebanhos, 37 deles com até 20% de quartos infectados. S. agalactiae foi isolado em 29 rebanhos (60%) e em 24 deles a média de quartos infectados foi 2,7%. S. aureus, S. agalactiae, SCN, ESCNEG, ESCPOS e Corynebacterium sp. foram isolados de quartos mamários com e sem reação inflamatória (escores positivo e negativo no CMT, respectivamente). O número de isolamentos dos patógenos primários da mastite foi significativamente maior de quartos com escores positivos no CMT, enquanto o número de isolamentos dos patógenos secundários (Corynebacterium sp. e SCN) foi maior em quartos mamários com escore negativo no CMT (P 0,001). Há necessidade de se considerarem quartos mamários com escore negativo no CMT quando forem selecionadas amostras para exames microbiológicos, e vacas negativas no CMT e infectadas por patógenos primários da mastite podem servir de fonte de infecção para outros animais no rebanho. A alta prevalência de S. aureus, S. agalactiae e Corynebacterium sp. sugere que medidas de controle para as mastites contagiosas não estão sendo corretamente aplicadas nos rebanhos estudados.