Resumo
CONSONI, Wagner. Efeito do transporte prolongado de leitões desmamados, transferidos para a fase de creche, sobre o peso e indicadores de bem-estar animal. 2019. 58p. Tese (Doutorado em Ciência Animal Área de Concentração: Saúde Animal). Universidade do Estado de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal. Lages, 2019. O bem-estar animal é um dos grandes desafios dentro da área da suinocultura, associado com questões sanitárias, segurança alimentar e meio-ambiente. As pesquisas já realizadas trabalharam basicamente com o bem-estar dos suínos durante o transporte das granjas de terminação para frigoríficos, não havendo muitos dados disponíveis sobre o transporte em outras fases de produção. Este trabalho estudou o impacto do transporte de leitões transferidos da maternidade para a fase de creche sobre o bem-estar animal e a perda de peso após o transporte, em duas épocas diferentes do ano (inverno e verão) levando em consideração diferentes densidades nos caminhões e modelos de carroceria. Os experimentos foram realizados com suínos aos 28 dias de idade. Os animais foram avaliados quanto ao bem-estar através de dosagem salivar de cortisol, dosagens séricas de creatina fosfoquinase (CPK), aspartato aminotransferase (AST) e lactato, e através do desempenho produtivo (diferença de peso antes e após o transporte). Os leitões foram transportados por aproximadamente 14 horas e alocados nas carrocerias em seis diferentes densidades. No estudo 1, realizado no inverno, formaram-se seis grupos contendo 80 leitões cada: Grupo A 0,091m2/animal; Grupo B - 0,077m2/animal; Grupo C 0,064m2/animal; Grupo D 0,057m2/animal; Grupo E 0,052m2/animal; e Grupo F 0,047m2/animal. O grupo de menor densidade (0,091m2/animal) apresentou a maior perda de peso, de 0,469kg por animal, e os demais grupos não diferiram significativamente entre si. Não houve diferença significativa para os parâmetros fisiológicos de bem-estar animal entre os grupos. Observou-se um aumento de cortisol salivar após o transporte, com decréscimo após alguns dias de alojamento. No estudo 2, realizado do verão, foram comparados dois modelos de carrocerias e seis diferentes densidades. O caminhão 1 possuía carroceria contendo exaustores, aspersão de água e isopor nas paredes laterais para auxiliar no isolamento térmico, com altura de 0,5 metros em cada pavimento, e o caminhão 2, com a carroceria sem as mesmas estruturas, e altura de 0,9 metros em cada pavimento. Os leitões foram separados formando grupos de 120 animais cada. No caminhão 1 foram alocados os grupos: A 0,091m2/animal; B - 0,077m2/animal e C 0,064m2/animal; e no caminhão 2 os grupos: D 0,069m2/animal; E 0,057m2/animal; e F 0,047m2/animal. Os grupos apresentaram poucas variações entre si em relação a diferença de peso, e não houve diferença nos parâmetros fisiológicos de bem-estar, com aumento de todos os indicadores nos diferentes grupos, inclusive a AST após o transporte. Estes estudos demostraram que o transporte é um manejo estressante para os leitões e que, no inverno, a densidade de transporte não foi capaz de influenciar o nível de estresse do animal, mas capaz de influenciar o seu peso, pois leitões submetidos a baixa densidade tiveram maior perda de peso. Trabalhar com maiores densidades durante o transporte no inverno pode auxiliar na termorregulação quando comparado as menores densidades, além de ser vantajoso no aspecto econômico por transportar um número maior de leitões. No verão, densidades mais elevadas também podem ser utilizadas, bem como o uso de caminhão com menor altura das baias, sendo estes dois aspectos importantes do ponto de vista econômico, porém, é necessário que a ventilação nas baias esteja adequada, pois isto impacta diretamente na termorregulação e no estresse dos leitões, prejudicando o seu bem-estar.
CONSONI, Wagner. Effect of prolonged transport of weaned piglets, transferred to the nursery phase, on the weight and animal welfare indicators. 2019. 58p. Thesis (Doctorate in Animal Science Area: Animal Health). Santa Catarina State University. Post Graduate Program in Animal Science. Lages, 2019. Animal welfare is one of the great challenges in pig farming, associated with sanitary issues, food safety and the environment. The research already carried out basically worked with the welfare of the pigs during the transport of the termination farms to slaughter, not having much data available on the transportation in other stages of production. This work investigated the impact of transport of piglets transferred from the maternity to the nursery phase on animal welfare and weight loss after the transport, considering different densities in the trucks, two truck body models (with and without cooling) in two evaluations according to period of the year (winter and summer). Six groups of animals were formed at each evaluation, weaned at 28 days of age. The animals were evaluated for welfare through salivary cortisol dosages, and serum creatine phosphokinase (CPK), aspartate aminotransferase (AST) and lactate levels, and through the productive performance (weight difference before and after transport). The piglets were transported for approximately 14 hours and allocated to the trucks in six different densities. In work 1, performed in the winter, six groups were formed containing 80 piglets each: Group A 0,091m2/animal; Group B 0,077m2/animal; Group C 0,064m2/animal; Group D 0,057m2/animal; Group E 0,052m2/animal; and Group F 0,047m2/animal. The lowest density group (0,091m2/animal) presented the highest weight loss, of 0,469kg per animal, and the other groups did not differ significantly among themselves, and there was no significant difference for the physiological parameters of animal welfare among the groups. An increase in salivary cortisol was observed after transport, with decrease after a few days of housing. In work 2, carried out in the summer, two models of truck body and six different densities were compared. The truck 1 had a body containing exhaust fans, water spray and styrofoam on the side walls to aid in thermal insulation, with a height of 0,5 meters on each floor, and truck 2, with the body without the same structures, and height of 0,9 meters on each floor. The piglets were separated into groups of 120 animals each. In truck 1 the groups were: A - 0.091m2/animal; B - 0.077m2/animal and C - 0.064m2/animal. In the truck 2 the groups: D - 0,069m2/animal; E - 0.057m2/animal; and F - 0.047m2/animal. The groups had few variations among them in relation to the weight difference, and there was no difference in the physiological parameters of welfare, with increase of all the indicators in the different groups, including AST after transport. These studies showed that transport is a stressful management for piglets and that in winter transport density was not able to influence the stress level of the animal, but it could influence its weight, since piglets submitted to low density had greater weight loss. Working with higher densities during winter transport may help thermoregulation when compared to lower densities, besides being advantageous in the economic aspect because it transports a larger number of piglets. In summer, higher densities can also be used, as well as the use of truck with lower pen height, being these aspects important from the economic point of view, however, it is necessary the adequate ventilation in the pens, since this impacts directly in the thermoregulation and in the stress of the piglets, damaging their welfare.