Resumo
Rabies is a zoonotic disease that affects all mammals and leads to more than 55,000 human deaths every year, caused by rabies virus (RABV) (Mononegavirales: Rhabdoviridae: Lyssavirus). Currently, human rabies treatment is based on the Milwaukee Protocol which consists on the induction of coma and massive antiviral therapy. The aim of this study was to assess the decrease in the titer of rabies virus both in vitro and in vivo using short-interfering RNAs. To this end, three siRNAs were used with antisense strands complementary to rabies virus nucleoprotein (N) mRNA. BHK-21 cells monolayers were infected with 1000 to 0.1 TCID50 of PV and after 2 hours the cells were transfected with each of tree RNAs in separate using Lipofectamine-2000. All three siRNAs reduced the titer of PV strain in a least 0.72 logTCID50/mL and no cytotoxic effect was observed in the monolayers treated with Lipofectamine-2000. Swiss albino mice infected with 10.000 to 1 LD of PV strain by the intracerebral route were also transfected after two hours of infection with a pool 3 siRNAs with Lipofectamine-2000 by the intracerebral route, resulting in a survival rate of 30% in mice inoculated with 100 LD50, while the same dose led to 100% mortality in untreated animals. Lipofectamine-2000 showed no toxic effect in control mice. These results suggest that intracerebral administration of siRNAs might be an effective antiviral strategy for rabies.(AU)
Assuntos
Interferência de RNA , Vírus da Raiva , RNA Interferente Pequeno , Replicação Viral , BioensaioResumo
Rabies is a neurological disease, but the rabies virus spread to several organs outside the central nervous system (CNS). The rabies virus antigen or RNA has been identified from the salivary glands, the lungs, the kidneys, the heart and the liver. This work aimed to identify the presence of the rabies virus in non-neuronal organs from naturally-infected vampire bats and to study the rabies virus in the salivary glands of healthy vampire bats. Out of the five bats that were positive for rabies in the CNS, by fluorescent antibody test (FAT), viral isolation in N2A cells and reverse transcription - polymerase chain reaction (RT-PCR), 100 percent (5/5) were positive for rabies in samples of the tongue and the heart, 80 percent (4/5) in the kidneys, 40 percent (2/5) in samples of the salivary glands and the lungs, and 20 percent (1/5) in the liver by RT-PCR test. All the nine bats that were negative for rabies in the CNS, by FAT, viral isolation and RT-PCR were negative for rabies in the salivary glands by RT-PCR test. Possible consequences for rabies epidemiology and pathogenesis are discussed in this work.(AU)
A raiva é uma doença neurológica, mas o vírus da raiva se dispersa para diversos órgãos fora do sistema nervoso central (SNC). Antígeno ou RNA do vírus da raiva já foram detectados em vários órgãos, tais como glândula salivar, pulmão, rim, coração e fígado. O presente trabalho teve como objetivo identificar a presença do vírus da raiva em órgãos não neuronais de morcegos hematófagos infectados naturalmente, e pesquisar a presença do vírus na glândula salivar de morcegos hematófagos sadios. Dos cinco morcegos positivos para a raiva no SNC pelas técnicas de imunofluorescência direta e isolamento viral em células N2A, 100 por cento (5/5) foram positivos para a raiva nas amostras de língua e coração, 80 por cento (4/5) no rim, 40 por cento (2/5) nas amostras de glândula salivar e pulmão, e 20 por cento (4/5) no fígado pe la técnica de RT-PCR. Todos os nove morcegos negativos no SNC, pela imunofluorescência e isolamento viral, foram negativos na glândula salivar pela RT-PCR. Possíveis consequências para a epidemiologia e patogênese da raiva são discutidas.(AU)
Assuntos
Animais , Nucleoproteínas/análise , Vírus da Raiva/ultraestrutura , Quirópteros/virologia , Sistema Nervoso Central/virologia , HematologiaResumo
A raiva é uma zoonose viral que acomete o sistema nervoso central (SNC) de mamíferos, considerada um grave problema de saúde pública. Herbívoros (bovinos e equinos) são frequentemente acometidos pela in-fecção após serem atacados por morcegos hematófagos (Desmodus rotundus). A técnica de imunofluorescência direta (IFD) realizada em tecidos frescos, recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), é utilizada para o diagnóstico da raiva. A técnica de imuno-histoquímica (IHQ) é utilizada para detectar antígenos em tecidos fixados, pelo uso de anticorpos monoclonais/policlonais. O objetivo deste trabalho foi avaliar a sensibilidade da IHQ na detecção de antígenos do vírus da raiva em amostras de SNC de herbívoros fixadas em formol, analisando a distribuição antigênica em diferentes fragmentos do SNC. Os resultados demonstraram concordância das técnicas de IFD e IHQ. A IHQ mostrou maior sensibilidade em amostras de bovinos em relação às de equinos, especialmente quando realizada em fragmentos de cerebelo e tronco encefálico. A detecção de antígeno nestes fragmentos foi mais consistente para ambas as técnicas, nas duas espécies. Estes resultados demonstram que a IHQ pode ser empregada para a vigilância epidemiológica da raiva, entretanto, recomenda-se cautela ao se empregar a IHQ para diagnóstico de doença em herbívoros, especialmente quando o fragmento encaminhado ao laboratório for apenas o hipocampo.(AU)
Rabies is a viral zoonosis that causes disease in the central nervous system (CNS) of mammals and it is considered a serious problem of public health. Herbivorous (bovines and equines) are often infected after being attacked by vampire bats (Desmodus rotundus). The direct fluorescent antibody technique is used as a diagnostic test to detect viral antigens in fresh tissues and is recommended by the World Health Organization. The immunohistochemistry technique (IHC) is used to detect the viral antigen through the use of monoclonal/policlonal antibodies in formalin-fixed tissues. The aim of this work was to evaluate the sensitivity of the IHC in samples of CNS of herbivorous fixed in formol, analyzing the antigenic distribution in different fragments of the CNS. The results demonstrated good agreement between the two techniques for the rabies diagnosis. The IHC presented higher sensitivity in samples of cattle comparing to horse samples, especially in fragments of cerebellum and brain stem. These fragments demonstrated to be more suitable for antigen detection by both techniques in the two species. These data demonstrate that the IHC is suitable for rabies vigilance yet cautions should be taken in examining cattle and horses samples, when the submitted specimen is only the hippocampus.(AU)
Assuntos
Animais , Bovinos , Vírus da Raiva/patogenicidade , Sistema Nervoso Central/patologia , Imuno-Histoquímica/métodos , Imuno-Histoquímica/veterinária , Imunofluorescência/métodos , Imunofluorescência/veterinária , Testes de Sensibilidade Microbiana/veterinária , Encefalite Viral/transmissão , Encefalite Viral/veterinária , Coleta de Tecidos e Órgãos/métodos , CavalosResumo
An experimental inactivated, oil assisted Aujeszky"s disease virus vaccine was tested for its ability to induce immunity, clinical protection level and reduction of viral infection after challenge by the nasal route. Groups of 6 pigs, 45 days-old, were vaccinated once or twice, by either intramuscular or subcutaneous routes. A group of unvaccinated animals was used as control. All the vaccinated pigs developed neutralizing antibodies, detected by serum-neutralization test. In pigs vaccinated twice the levels of neutralizing antibodies were higher than in pigs vaccinated once, and this difference was statistically significant. In vaccinated animals, the severity of clinical signs decreased with increasing antibodies titres. Aujeszky"s disease virus was detected in tonsils of vaccinated and unvaccinated pigs by immunofluorescence method. However, the rate of positive tonsils in pigs vaccinated twice was reduced when compared with unvaccinated pigs on the 2nd and 7th days post-infection. The level of infection was statistically reduced in twice vaccinated pigs by subcutaneous route as compared with vaccinated once and unvaccinated animals.
Uma vacina experimental contra a doença de Aujeszky (DA), inativada e adsorvida em adjuvante oleoso, foi testada em relação à indução de imunidade, grau de proteção clínica e capacidade de reduzir a infecção, após desafio pela via intranasal. Grupos de 6 suínos, com 45 dias de idade, foram vacinados com uma ou duas doses de vacina, pelas vias intramuscular ou subcutânea, sendo mantido um grupo-testemunha, sem vacinação. Todos os suínos vacinados apresentaram títulos de anticorpos neutralizantes, detectáveis através da prova de soroneutralização, sendo estatisticamente superiores nos animais que receberam duas doses de vacina. A vacinação preveniu as manifestações clínicas da doença, após desafio, principalmente nos animais que receberam duas doses de vacina quando comparado com os que receberam 1 dose. Em todos os animais, vacinados e não-vacinados, foi possível a detecção do vírus da doença de Aujeszky (VDA) nas amígdalas, através da técnica de imunofluorescência direta. A porcentagem de amígdalas positivas nos suínos vacinados com duas doses foi inferior quando comparada àquela de suínos não-vacinados, no 2º e 7º dias pós-infecção. Em suínos vacinados com duas doses de vacina, pela via subcutânea, a taxa de infecção foi estatisticamente menor que naqueles vacinados com uma dose, pelas vias intramuscular ou subcutânea, e não-vacinados.
Resumo
Rabies laboratory diagnosis is performed by using microscopic examination for Negri bodies (MEN), fluorescent-antibody test (FAT) and mouse inoculation test (MIT). In the majority of cases, when specimens are properly collected and conserved and the laboratory worker has good experience, agreement among employed techniques is verified. Comparing the sensitivity of these three diagnosis techniques in 3,713 samples (hippocampus and brain stem) received during 1981-1994 period, being 3,010 from bovine (983 positives) and 703 from equine (111 positives) species, it was observed that in equine rabid samples, this agreement was not maintained. For the latter specie, only in few opportunities the Negri bodies could be observed. With respect to FAT, the test detected a lower porcentage of positive equine samples compared to bovine species. Statistical analysis demonstrated that the difference was significative. Mouse inoculation test proved to be more sensitive. However, a significant difference in mice incubation period was observed for samples from both species. The absence of inclusion bodies and the longer incubation period for equine samples suggest that rabies pathogenesis studies for equine species have to be intensified.
O diagnóstico laboratorial da raiva é realizado através de métodos de pesquisa do corpúsculo de Negri, imunofluorescência direta e inoculação em camundongos. Na maioria dos casos, quando a amostra é bem coletada, bem conservada e o profissional responsável possui experiência, verifica-se concordância entre as técnicas utilizadas. A Seção de Raiva e Encefalomielite do Instituto Biológico ao comparar a sensibilidade das três técnicas diagnósticas, em 3713 amostras (córtex cerebral, cerebelo e hipocampo) recebidas no período de 1980-1994, sendo 3010 da espécie bovina (983 positivas) e 703 da espécie eqüina (111 positivas), observou que, no caso da raiva eqüina, esta concordância não é mantida. Verificou-se, nesta espécie, que somente em algumas oportunidades foi possível identificar, pelo método histopatológico, o corpúsculo de Negri. Em relação à prova de imunofluorescência pode-se afirmar que a mesma detectou uma porcentagem menor de amostras positivas, provenientes da espécie equina, em compração com as da espécie bovina, sendo esta diferença estatisticamente significativa. A prova biológica foi a mais sensível, porém houve uma diferença, também significativa, entre o período de incubação em camundongos das amostras de origem bovina e das de origem eqüina. A presença pouco frequente de corpúsculos de Negri e o período de incubação em camundongos mais prolongado, das amostras de origem eqüina, sugerem que devem ser intensificados os estudos da patogenia da raiva nesta espécie.