Resumo
Mycobacterium sp. induz inflamação granuloma-tosa em diferentes espécies animais. Mycobacterium bovis e o complexo Mycobacterium avium são importantes patógenos de bovinos e suínos e podem causar infecção em humanos, principalmente imunossuprimidos. Perdas na produção, barreiras comerciais e prejuízos por condenação de carcaças em abatedouro/frigorífico estão atrelados à ocorrência dessas infecções, com prejuízos econômicos significativos. Foi realizado um estudo de casos diagnosticados como tuberculose em bovinos e linfadenite granulomatosa em suínos no Setor de Patologia Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (SPV-UFRGS) no período de janeiro de 2007 a dezembro de 2011. Dados referentes à raça, ao sexo, à idade e ao histórico clínico foram compilados dos livros de registro e analisados. As características histológicas das lesões em linfonodos e pulmões foram avaliadas em Hematoxilina-Eosina, com predomínio de células gigantes nas lesões de tuberculose bovina e de macrófagos epitelioides em suínos. As técnicas histoquímicas de Ziehl-Neelsen e Tricrômico de Masson foram utilizadas para evidenciar, respectivamente, bacilos álcool-ácido resistentes e tecido conjuntivo fibroso nas lesões. A técnica de imuno-histoquímica foi utilizada em aproximadamente 30% dos casos estudados de cada espécie, selecionados aleatoriamente, para a caracterização do infiltrado linfocítico. Foram utilizados os anticorpos anti-CD3 para a marcação de linfócitos T e anti-CD79cy para a marcação de linfócitos B. Linfócitos T predominaram nas lesões em ambas as espécies, com diferença estatisticamente significativa entre as médias dos linfócitos T e linfócitos B. Foi usado o teste t pareado, com t=5,501 (p<0,001) nas lesões dos bovinos e t=5,826 (p<0,001) para as lesões de linfadenite dos suínos. Adicionalmente foram marcados macrófagos com o uso do anticorpo anti-CD68 para bovinos e anti-Lisozima para suínos. Além desses, o anticorpo policlonal anti-Mycobacterium tuberculosis foi utilizado para a detecção de bactérias do gênero Mycobacterium, com imunomarcação positiva em todos os casos e, nos casos dos suínos, houve marcação anti-Mycobacterium avium.(AU)
Mycobacterium sp. induces granulomatous inflammation in different animal species. Mycobacterium bovis and the Mycobacterium avium complex are important cattle and swine pathogens that can also infect humans, especially those immunosuppressed. Losses in production, commercial barriers and carcasses condemnations in slaughtering are related to this infection, which implies in large economic losses. It was carried out a study on bovine tuberculosis lesions and granulomatous lymphadenitis in pigs, diagnosed by the Setor de Patologia Veterinária from the Universidade Federal do Rio Grande do Sul (SPV-UFRGS), Brazil, between January 2007 and December 2011. Data concerning breed, sex, age and clinical history were retrieved from the files and analyzed. Histological features of the lesions in lymph nodes and lungs were evaluated in Hematoxylin-Eosin staining. Multinucleated giant cells were predominant in bovine tuberculosis lesions and epithelioid macrophages were abundant in swine. Ziehl-Neelsen and Masson's trichrome techniques were used respectively to demonstrate the alcohol-acid resistant bacillus and fibrous connective tissue in the lesions. The immunohistochemistry technique was performed to characterize the lymphocytic infiltrate. Anti-CD3 antibodies were utilized to immunolabeling lymphocytes T, and anti-CD79cy to lymphocytes B. Lymphocytes T were predominant in both species lesions, confirmed statistically by paired t test, which showed significantly differ means of T and B lymphocytes, with t=5,501 (p<0.001) for the bovines tuberculosis lesions, and t=5.826 (p<0.001), for the cases of pigs lymphadenitis. In addition, macrophages were immunolabeled by antibody anti-CD68 to bovine, and lysozyme to swine, and polyclonal anti-Mycobacterium tuberculosis antibody were used successfully to detect Mycobacterium sp. in bovine and swine lesions, apart from in the swine samples there was also anti-Mycobacterium avium immunolabelling.(AU)
Assuntos
Animais , Bovinos , Bovinos/lesões , Mycobacterium tuberculosis/isolamento & purificação , Suínos/microbiologia , Mycobacterium avium/isolamento & purificação , Linfadenite/veterinária , Imuno-Histoquímica/veterinária , Doenças Transmissíveis/diagnósticoResumo
A retrospective study of 24 cases of papillomas in dogs was performed from January 2001 to March 2011. Additionally, immunohistochemistry (IHC) was used to characterize and evaluate the samples. We found that disease was observed more in mixed breed dogs, ages ranging from 6 months to 10 years (mean 3.1 years), and there was no gender predilection. The main lesion sites were the skin (75%), lips (16.7%), and eyelids (8.3%). Upon histological evaluation, we observed papillary exophytic proliferation of squamous epithelium and papillary endophytic proliferation (inverted) in 87.5% and 12.5% of cases, respectively. The tumors were characterized by spinous layer hyperplasia (87.5%) with koilocytes (70.8%) and intranuclear pale basophilic inclusions bodies (8.3%), prominent granular layer with large amounts of keratohyalin granules (95.8%), and hyperkeratosis in the stratum corneum (100%). Positive immunostaining for Papillomavirus was found in 83.3% of cases, which were distributed between the granular layer and the stratum corneum. These findings indicate the following: that papillomas in dogs are caused by Papillomavirus, the viral cytopathic effect induces epithelial lesions, viral particles are found inside the cell nuclei, and inclusions bodies are rare.(AU)
Foi realizado um estudo retrospectivo de 24 casos de papilomas em cães diagnosticados no período de janeiro 2001 a março de 2011, bem como a sua caracterização imuno-histoquímica (IHQ). Cães sem raça definida foram os mais afetados, a idade média foi de 3,1 anos, com variação de 6 meses a 10 anos e não houve predileção sexual. Quanto à localização das lesões, 75,0% estavam na pele, 16,7% no lábio e 8,3% em pálpebra. Na avaliação histológica havia proliferação papilar exofítica do epitélio escamoso em 87,5% e papilar endofítica (invertido) em 12,5%. O tumor era caracterizado por hiperplasia do estrato espinhoso (87,5%) com coilócitos (70,8%) e inclusões intranucleares basofílicas pálidas (8,3%); o estrato granular estava proeminente com grande quantidade de grânulos de querato-hialina (95,8%); e havia hiperqueratose do estrato córneo (100%). Na avaliação IHQ para Papillomavirus houve marcação nos estratos granuloso e córneo em 83,3%. Estes achados indicam que os papilomas em cães são causados por Papillomavirus, as lesões epiteliais são decorrentes do efeito citopático viral, as partículas virais estão no núcleo das células e corpúsculos de inclusão são raros.(AU)