Resumo
Este estudo foi conduzido com o objetivo de avaliar o potencial do uso de componentes da fibra como marcadores internos e alcanos na estimativa do fluxo duodenal em bovinos. Para tanto foi avaliada a degradabilidade intestinal das frações fibrosas de diferentes alimentos. Foram utilizados quatro bovinos da raça holandesa dotados de cânula tipo T simples no duodeno e um bovino dotado de fistula ruminal, com dieta a base de Aveia Preta e concentrados (60:40). Foram conduzidos ensaios com sete diferentes alimentos, estes sendo submetidos a diferentes tempos de incubação ruminal, (12, 24, 36 e 48 horas). Por meio da técnica dos saquinhos móveis, foi avaliada a degradação intestinal dos alimentos. As médias das frações fibrosas obtidas pós-ruminalmente e recuperadas nas fezes diferiram significativamente de FDN, FDA e LDA (P<0,05). O desaparecimento em percentual da MS foi de 6,44, 2,07 e 0,90%, para FDN, FDA e LDA, respectivamente. No entanto a análise de regressão linear indicou altos coeficientes de determinação para todos os tempos de incubação. O desaparecimento em proporção de FDA e LDA foram estatisticamente iguais em todos os tempos de incubação (P>0,05), indicando perda de partículas pelos poros dos saquinhos. A correção dos teores de FDA, pela perda de LDA não afetou os coeficientes de determinação que permaneceram elevados. A estimativa do fluxo de duodenal de MS com a FDA e a LDA foram similares, 2,025 e 2,135 kgMS/dia, respectivamente. Os n-alcanos apresentaram baixa recuperação fecal (C31= 63,3%; C32=46,7% e C33=75,6%),o que pode ter contribuído para alta variabilidade dos resultados. O C32 superestimou os valores de fluxo duodenal de MS, sendo que fluxo médio obtido pelo C32, corrigido pela excreção fecal do alcano, foi de 3,855 kgMS/dia, enquanto o observado com o FDA foi de 2,065kgMS/dia e 2,135 kgMS/dia com base no LDA. O FDA foi eficiente para medir o fluxo duodenal de MS, , diferentemente do n-alcano dosado, o C32, que superestimou este parâmetro e, como C31 e C33, apresentou resultados com alta variabilidade
The use of ADF as internal Marker of duodenal digesta flow was evaluated, for this the intestinal degradability of fiber was studied. Four Holstein calves (156 33 kg), fitted with duodenal cannula T simple, and one calve fitted on the rumen, fed diet base with black oat and supplement, was used. Seven feeds were weighted on the polyester bags (7x5,5cm; 25μm) and treated at different ruminal incubation times (12, 24, 36 and 48 hours). After the respective incubations times, the bags were introduced in the duodenum of animals, recovered on the faeces and analyzed. The means of fiber fraction obtained posruminally and on the samples recovered on the faeces, were significantly different (P<0,05). The percent difference was 6,44, 2,07 e 0,90% on DM basis, for NDF, ADF and ADL, respectively. The disappearance of ADL indicated loss of particles through the pores of the bags, thereby the means were corrected for the loss of ADL, improving the regression coefficients and intercept of the regression equations, demonstrating the potential of using the ADF as an internal marker of digesta flow in ruminants. Additionally, was evaluated the duodenal digesta flow on cattle, with different markers. The means obtained from the ADF and ADL were similar, 2,025 and 2,135 kgDM/day, respectively. The n-alkanes presented low fecal recovery (C31= 63,3%; C32=46,7% e C33=75,6%), this may have contributed to the high variability of the results obtained from the n-alkanes. The n-alkane C32 overestimated the duodenal flow of DM, 3,855 kgDM/day. The ADF was useful for to measure the duodenal digesta flow, even small loss was detected, this did not prejudice the assessment. The ADF was efficient for measure digesta flow of DM, differently of the n-alkanes that overestimated (C32) and presented high variability (C31, C32 and C33)