Resumo
Avaliou-se a influência do protocolo de sincronização de estro na execução da técnica de inseminação artificial por tração cervical (ITC) e subsequente perfil sérico de progesterona em ovelhas Santa Inês. Um grupo foi submetido a duas aplicações de cloprostenol com sete dias de intervalo (PGF2α, n=43), outro grupo foi sincronizado com MAP-eCG (P4-eCG, n=40) e ovelhas ao estro natural (EN, n=10) formaram grupo controle. Com as ovelhas contidas em estação, foi realizada a técnica ITC utilizando um aplicador metálico e mandril. Foram avaliadas a profundidade de penetração e intensidade de reação da ovelha ao manejo da técnica. Dosagens de estradiol e progesterona foram feitas antes e depois da ITC/estro natural, respectivamente. Os níveis de estradiol foram superiores com P4-eCG vs PGF2α (P < 0,05), mas não houve influência do protocolo na execução da técnica. Ocorreram 83,5% de deposição intrauterina do sêmen, o tempo médio foi de 32 segundos e 90,7% das ovelhas apresentaram reação fraca ou moderada durante o manejo. Os níveis de progesterona foram semelhantes entre ITC e estro natural. Independente do protocolo hormonal, a técnica ITC em ovelhas Santa Inês mantidas em estação mostrou-se viável no tempo de penetração da cérvice e deposição intrauterina do sêmen, não comprometendo a função luteal subsequente.(AU)
The influence of estrus synchronization protocol was evaluated on the artificial insemination technique by cervical traction (ICT) and subsequent progesterone serum profile in Santa Inês ewes. One group was submitted to two applications of cloprostenol seven days apart (PGF2α, n=43), another group was synchronized with MAP-eCG (P4-eCG, n=40) and ewes at natural estrus (NE, n=10) formed a control group. With the ewe contained in the stand position, the ICT technique was performed using a metal applicator and mandrel. Depth of penetration and reaction intensity of the ewe to the handling of the technique were evaluated. Dosages of estradiol and progesterone were performed before and after ICT / natural estrus, respectively. Estradiol levels were higher with P4-eCG vs PGF2α(AU)
Assuntos
Animais , Feminino , Ovinos/embriologia , Ovinos/fisiologia , Inseminação Artificial , Fase Luteal , Sincronização do Estro , Cloprostenol , ProgestinasResumo
Avaliou-se a influência do protocolo de sincronização de estro na execução da técnica de inseminação artificial por tração cervical (ITC) e subsequente perfil sérico de progesterona em ovelhas Santa Inês. Um grupo foi submetido a duas aplicações de cloprostenol com sete dias de intervalo (PGF2α, n=43), outro grupo foi sincronizado com MAP-eCG (P4-eCG, n=40) e ovelhas ao estro natural (EN, n=10) formaram grupo controle. Com as ovelhas contidas em estação, foi realizada a técnica ITC utilizando um aplicador metálico e mandril. Foram avaliadas a profundidade de penetração e intensidade de reação da ovelha ao manejo da técnica. Dosagens de estradiol e progesterona foram feitas antes e depois da ITC/estro natural, respectivamente. Os níveis de estradiol foram superiores com P4-eCG vs PGF2α (P < 0,05), mas não houve influência do protocolo na execução da técnica. Ocorreram 83,5% de deposição intrauterina do sêmen, o tempo médio foi de 32 segundos e 90,7% das ovelhas apresentaram reação fraca ou moderada durante o manejo. Os níveis de progesterona foram semelhantes entre ITC e estro natural. Independente do protocolo hormonal, a técnica ITC em ovelhas Santa Inês mantidas em estação mostrou-se viável no tempo de penetração da cérvice e deposição intrauterina do sêmen, não comprometendo a função luteal subsequente.
The influence of estrus synchronization protocol was evaluated on the artificial insemination technique by cervical traction (ICT) and subsequent progesterone serum profile in Santa Inês ewes. One group was submitted to two applications of cloprostenol seven days apart (PGF2α, n=43), another group was synchronized with MAP-eCG (P4-eCG, n=40) and ewes at natural estrus (NE, n=10) formed a control group. With the ewe contained in the stand position, the ICT technique was performed using a metal applicator and mandrel. Depth of penetration and reaction intensity of the ewe to the handling of the technique were evaluated. Dosages of estradiol and progesterone were performed before and after ICT / natural estrus, respectively. Estradiol levels were higher with P4-eCG vs PGF2α
Assuntos
Feminino , Animais , Fase Luteal , Inseminação Artificial , Ovinos/embriologia , Ovinos/fisiologia , Sincronização do Estro , Cloprostenol , ProgestinasResumo
The artificial insemination (AI) by cervical retraction using fresh or commercially available frozen semen was evaluated. Santa Inês ewes (n=151) were assigned in five groups. Natural mating (NM) composed the control group. Four groups were submitted to hormonal treatment and timed insemination by cervical retraction (CRI) or laparoscopy (LAI), using fresh or frozen semen. To perform CRI, the ewes were kept in standing position. The time required to penetrate the cervical canal and to perform CRI were recorded; local deposition of semen and the reaction intensity of the ewe (weak, moderate or strong) were measured. Blood samples were collected to perform the progesterone dosage at days 0, 3, 5, 12 and 17 (day 0 = AI/NM). Non-return to estrus rate (NRE), pregnancy (at D35) and fertility (birth / mated ewes) were evaluated. Mean time for cervical penetration and CRI were 52.8 ± 21.2s and 3:26min ± 47s, respectively. Reaction intensity to CRI was weak or moderate in 92.3% of the ewes. Serum levels of progesterone after CRI, LAI or NM were similar. NRE of the inseminated ewes were similar, except for CRI with frozen semen, which was lower (P<0.05). Fertility rates were similar between CRI and LAI (35.4% and 42.2%, respectively). Artificial insemination by cervical retraction with ewes in a standing position is practical, and does not change the progesterone profile, providing reproductive rates similar to laparoscopy. However, the use of this technique along with commercial frozen semen presents low fertility rate.(AU)
Avaliou-se a inseminação artificial por retração cervical usando sêmen fresco ou congelado disponível comercialmente. Ovelhas Santa Inês foram divididas em cinco grupos. A monta natural (MN) correspondeu ao grupo controle. Quatro grupos foram submetidos a um tratamento hormonal e inseminação artificial por retração cervical (CRI) ou laparoscopia (LAI) usando sêmen fresco ou congelado. Para a CRI, ovelhas foram mantidas em estação. O tempo para penetrar o canal cervical e realizar a CRI foi mensurado, bem como o local de deposição do sêmen e intensidade de reação da ovelha (fraca, moderada, forte). Amostras de sangue foram coletadas para dosagem de progesterona aos dias 0, 3, 5, 12 e 17 (dia 0 = inseminação ou monta). Foram avaliadas as taxas de não retorno ao estro (NRE), gestação (ao dia 35) e fertilidade (nascimento / ovelhas acasaladas). O tempo médio para penetração cervical foi de 52,8 ± 21,2s e para a CRI foi de 3:26min ± 47s. A intensidade de reação à CRI foi fraca ou moderada em 92,3% das ovelhas. Os níveis séricos de progesterona após CRI, LAI e MN foram similares. NRE das ovelhas inseminadas foi similar, exceto em ovelhas com CRI e sêmen congelado, que foi inferior (P<0,05). As taxas de fertilidade foram semelhantes entre CRI e LAI (35,4% e 42,2%, respectivamente). A inseminação artificial por retração cervical com ovelhas em estação se mostrou prática e não alterou o perfil de progesterona, possibilitando índices reprodutivos similares à laparoscopia. No entanto, o uso desta técnica com sêmen disponível comercialmente apresentou baixa taxa de fertilidade.(AU)
Assuntos
Animais , Feminino , Ovinos , Corpo Lúteo , Inseminação Artificial/métodos , Inseminação Artificial/veterinária , Preservação do Sêmen , Laparoscopia/veterinária , ProgesteronaResumo
The artificial insemination (AI) by cervical retraction using fresh or commercially available frozen semen was evaluated. Santa Inês ewes (n=151) were assigned in five groups. Natural mating (NM) composed the control group. Four groups were submitted to hormonal treatment and timed insemination by cervical retraction (CRI) or laparoscopy (LAI), using fresh or frozen semen. To perform CRI, the ewes were kept in standing position. The time required to penetrate the cervical canal and to perform CRI were recorded; local deposition of semen and the reaction intensity of the ewe (weak, moderate or strong) were measured. Blood samples were collected to perform the progesterone dosage at days 0, 3, 5, 12 and 17 (day 0 = AI/NM). Non-return to estrus rate (NRE), pregnancy (at D35) and fertility (birth / mated ewes) were evaluated. Mean time for cervical penetration and CRI were 52.8 ± 21.2s and 3:26min ± 47s, respectively. Reaction intensity to CRI was weak or moderate in 92.3% of the ewes. Serum levels of progesterone after CRI, LAI or NM were similar. NRE of the inseminated ewes were similar, except for CRI with frozen semen, which was lower (P<0.05). Fertility rates were similar between CRI and LAI (35.4% and 42.2%, respectively). Artificial insemination by cervical retraction with ewes in a standing position is practical, and does not change the progesterone profile, providing reproductive rates similar to laparoscopy. However, the use of this technique along with commercial frozen semen presents low fertility rate.
Avaliou-se a inseminação artificial por retração cervical usando sêmen fresco ou congelado disponível comercialmente. Ovelhas Santa Inês foram divididas em cinco grupos. A monta natural (MN) correspondeu ao grupo controle. Quatro grupos foram submetidos a um tratamento hormonal e inseminação artificial por retração cervical (CRI) ou laparoscopia (LAI) usando sêmen fresco ou congelado. Para a CRI, ovelhas foram mantidas em estação. O tempo para penetrar o canal cervical e realizar a CRI foi mensurado, bem como o local de deposição do sêmen e intensidade de reação da ovelha (fraca, moderada, forte). Amostras de sangue foram coletadas para dosagem de progesterona aos dias 0, 3, 5, 12 e 17 (dia 0 = inseminação ou monta). Foram avaliadas as taxas de não retorno ao estro (NRE), gestação (ao dia 35) e fertilidade (nascimento / ovelhas acasaladas). O tempo médio para penetração cervical foi de 52,8 ± 21,2s e para a CRI foi de 3:26min ± 47s. A intensidade de reação à CRI foi fraca ou moderada em 92,3% das ovelhas. Os níveis séricos de progesterona após CRI, LAI e MN foram similares. NRE das ovelhas inseminadas foi similar, exceto em ovelhas com CRI e sêmen congelado, que foi inferior (P<0,05). As taxas de fertilidade foram semelhantes entre CRI e LAI (35,4% e 42,2%, respectivamente). A inseminação artificial por retração cervical com ovelhas em estação se mostrou prática e não alterou o perfil de progesterona, possibilitando índices reprodutivos similares à laparoscopia. No entanto, o uso desta técnica com sêmen disponível comercialmente apresentou baixa taxa de fertilidade.
Assuntos
Feminino , Animais , Corpo Lúteo , Inseminação Artificial/métodos , Inseminação Artificial/veterinária , Ovinos , Preservação do Sêmen , Laparoscopia/veterinária , ProgesteronaResumo
Cytokines act as protein mediators of the immune system and exert pleiotropic effects on the source cells and/or on target cells. Cytokines are formed in a cascade, bind to specific receptors, and influence the activity, differentiation, proliferation, and survival of immune cells of both T helper 1 (Th1) type (which has proinflammatory properties) and Th2 type (with an anti-inflammatory function). The female reproductive system is regulated by the immune system via cytokines at various physiological stages: during the ovarian cycle, maternal recognition, embryo implantation, gestation, and birth, participating in homeostasis and protection from pathogens. These processes interact under the hormonal influence of the hypothalamicpituitarygonadal axis. This review is aimed at addressing the involvement of some cytokines in female reproductive physiology, highlighting the maternal recognition of the embryo and implantation as immunologically important steps for fetal survival. The scientific knowledge on the role of cytokines in female reproduction processes, such as the Th1/Th2 balance and immune tolerance should advance the research in various fields of assisted reproduction in humans and animals, such as artificial insemination, embryo transfer, and in vitro fertilization. The same is true for the development of contraceptive methods and understanding of pathological processes such as uterine infections and autoimmune diseases.(AU)
Citocinas funcionam como mediadores proteicos do sistema imunológico, que exercem efeitos pleiotrópicos nas próprias células e/ou em células-alvo; formadas em cascata e ligando-se a receptores específicos, influenciam a atividade, diferenciação, proliferação e sobrevida da célula imunológica, tanto tipo Th1 (Thelper1), de ação pró-inflamatória, quanto tipo Th2 (Thelper2), de ação anti-inflamatória. O sistema reprodutivo das fêmeas é imunorregulado pelas citocinas em seus diversos estágios fisiológicos: ciclos ovarianos, reconhecimento materno e implantação do embrião, avanço da gestação e parto, auxiliando na homeostase e prevenção contra patógenos, interagindo sob influência hormonal do eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal. Esta revisão tem como objetivo abordar o envolvimento de algumas citocinas na fisiologia reprodutiva feminina, destacando o reconhecimento materno do embrião e a implantação como etapas imunologicamente importantes à sobrevida fetal. É possível constatar que o conhecimento científico sobre as citocinas na reprodução de fêmeas, como o balanço Th1/Th2 e a imunotolerância, permite um sólido avanço de pesquisas nas áreas de Reprodução Assistida em humanos e animais, a exemplo da inseminação artificial, transferência de embriões e fertilização in vitro, bem como no desenvolvimento de métodos contraceptivos e compreensão de processos patológicos, como infecções uterinas e doenças auto-imunes.(AU)