Resumo

A mastite é a doença de maior importância econômica na atividade leiteira, muito freqüente em vacas adultas e em lactação. Entretanto, recentemente tem sido identificado elevada freqüência também em novilhas. A infecção intramamária tem sido descrita em até 97% em novilhas, com alta contagem de células somáticas no leite. O tratamento preventivo no pré-parto destas novilhas com infusão de antibiótico, nos esquemas do tratamento de vaca seca, em quartos mamários mostra-se de grande eficácia. Visando avaliar estes procedimentos aliado a vacinação com vacinas contra mastite ambiental, 33 novilhas holandesas divididas em 4 grupos: tratadas com antibiótico Albadry plus? e vacinadas com vacina contra mastite ambiental – Enviracor J5? (G1); somente tratadas - Albadry plus? (G2); somente vacinadas – Enviracor J5? (G3) e grupo controle – sem tratamento e sem vacinação (G4), foram tratadas 60 dias antes do parto e vacinadas, 60 e 30 dias antes e 15 dias depois do parto. No dia do parto foram coletadas amostras para análises microbiológicas dos quartos, resultando em uma freqüência de 21,0% (G1); 37,0% (G3); 37,0% (G4) e 50,0% (G2). Staphylococcus coagulase negativo (SCN) foi o microrganismo mais isolado (14,06%). No final do experimento, os índices foram de apenas 12,5% no G1 e G3, 25% no G4 e 44% no G2. Foram avaliadas também a CCS, CBT e a composição do leite (teores de gordura, proteína, lactose e extrato seco total). Em relação à composição, verificou-se diferença estatisticamente significativa (p<0,001) apenas para gordura, sendo mais elevada no leite dos animais do G1 e G3. Os demais constituintes não foram diferentes (p>0,05). A CCS foi igual entre os grupos na primeira coleta (p>0,05), porém na média das 12 coletas, foi estatisticamente inferior no leite de G2 (p<0,05). A CBT também não diferiu no leite dos animais dos grupos experimentais (p>0,05). Contudo, o índice de mastite clínica nos animais do G4 foi altamente significativo (p<0,001), sendo de 3,98% contra 0,99%; 1,01% e 1,04% nas primíparas de G1, G2 e G3, respectivamente. A média de produção foi de 30,75 kg de leite/dia no G1; de 29,61 kg/dia no G2; de 27,61 kg no G3 e de 26,57 no G4. O ganho financeiro em função do maior número de casos clínicos no G4 e a maior produção de leite no G1 resultou em um ganho de R$3.092,67 no G1 comparado ao (G4), que teve um custo com a mastite clínica de R$ 1.318,34. Conclui-se que a maior produção de leite observada nos animais tratados com Albadry plus? e vacinados com Enviracor J5?, bem como o menor índice de mastite clínica podem ser considerados mais importantes e confirmam a eficácia dos protocolos propostos, originando um ganho financeiro altamente significativo