Resumo
Anesthetic protocols have been developed to obtain the most effective and safe association in wildlife. This study compared the anesthetic effects and cardiorespiratory parameters of ketamine-S (+) (10 mg/kg)/dexmedetomidine (0.020 mg/kg) (KD ) and ketamine-S (+) (10 mg/kg)/midazolam (0.5 mg/kg)/methadone (1.0 mg/kg) (KMM ) in capuchin monkeys (Sapajus apella). Eight capuchin monkeys were randomly assigned to KD (n = 4) or KMM (n = 4) to evaluate induction, immobilization, and recovery scores, heart and respiratory rate parameters, besides systolic, mean, diastolic arterial pressure and arterial blood gas. There was no difference (P = 0.56) in the quality of induction, immobilization, and anesthetic recovery between the protocols. The time for anesthetic induction was 4 ± 1 min in the KD group and 5 ± 1 min in the KMM group, and these values were statistically equal (P = 0.28). The mean immobilization time in the KD and KMM groups were 35 ± 13 and 33 ± 15 min, respectively. Heart rate was lower in animals in the KD group (P < 0.001), while respiratory rate (P = 0.03), and mean blood pressure (P = 0.046) were higher than that of the animals in the KMM group. Respiratory acidosis occurred in the KMM group, with lower pH (7.25±0.047; P = 0.0055) and higher pCO2 (51 ± 6;mmHg; P = 0.008). Both protocols exhibited good induction quality, immobilization, and anesthetic recovery, despite cardiorespiratory and blood gas alterations observed, which warrants monitoring of cardiorespiratory variables during KD or KMM chemical restraint.
Protocolos anestésicos foram desenvolvidos para obter a associação mais eficaz e segura em animais selvagens. O objetivo deste estudo foi comparar os efeitos anestésicos e os parâmetros cardiorrespiratórios de cetamina-S (+) (10 mg / kg) / dexmedetomidina (0,020 mg / kg) (KD) e cetamina-S (+) (10 mg / kg) / midazolam (0,5 mg / kg) / metadona (1,0 mg / kg) (KMM) em macacos-prego (Sapajus apella). Oito macacos-prego foram distribuídos aleatoriamente em KD (n = 4) ou KMM (n = 4) para avaliar os escores de indução, imobilização e recuperação, parâmetros de frequência cardíaca e respiratória, além da pressão arterial sistólica, média, diastólica e gasometria arterial. Não houve diferença (P = 0,56) na qualidade da indução, imobilização e recuperação anestésica entre os protocolos. O tempo de indução anestésica foi de 4 ± 1 min no grupo KD e 5 ± 1 min no grupo KMM, sendo esses valores estatisticamente iguais (P = 0,28). O tempo médio de imobilização nos grupos KD e KMM foram 35 ± 13min e 33 ± 15 min, respectivamente. A frequência cardíaca foi menor nos animais do grupo KD (P < 0,001), enquanto a frequência respiratória (P = 0,03) e a pressão arterial média (P = 0,046) foram maiores do que nos animais do grupo KMM. Acidose respiratória ocorreu no grupo KMM, com menor pH (7,25 ± 0,047; P = 0,0055) e maior pCO2 (51 ± 6; mmHg; P = 0,008). Ambos os protocolos apresentaram boa qualidade de indução, imobilização e recuperação anestésica, apesar das alterações cardiorrespiratórias e gasométricas observadas, o que justifica o monitoramento das variáveis cardiorrespiratórias durante a contenção química com KD ou KMM.
Assuntos
Animais , Agonistas de Receptores Adrenérgicos alfa 2/uso terapêutico , Sapajus apella , Analgésicos Opioides/administração & dosagem , Ketamina/administração & dosagemResumo
Objetivou-se com este estudo comparar a associação de detomidina e cetamina ou dextrocetamina, por via intravenosa contínua, em oito cadelas submetidas a dois protocolos: GCD - indução anestésica com 5mg/kg e infusão intravenosa contínua de 20mg/kg/h de cetamina; e GDD - indução com 3,5mg/kg e infusão de 14mg/kg/h de dextrocetamina. Associou-se detomidina, 30µg/kg/h, em ambos os grupos. Registraram-se frequência cardíaca (FC), pressão arterial (PA), frequência respiratória (f), temperatura (TC), miorrelaxamento, analgesia, hemogasometria e eletrocardiograma, antes e 15 minutos após a MPA (Mbasal e Mmpa); após o início da infusão (Mic); a cada 10 minutos até 90 minutos (M10, M20, M30, M40, M50, M60, M70, M80 e M90); e 30 minutos após o fim da infusão (M120). Foi observada bradicardia em Mmpa no GCD e de Mmpa a M10 no GDD. Ocorreu hipotensão em Mmpa e hipertensão a partir de Mic. A f diminuiu de M10 a M30. Foram observados: onda T de alta amplitude, bloqueios atrioventriculares e parada sinusal. Ocorreu acidose respiratória. O período de recuperação foi de 219,6±72,3 minutos no GCD e de 234,1±96,8 minutos no GDD. A cetamina e a dextrocetamina, associadas à detomidina por infusão contínua, causam efeitos cardiorrespiratórios e anestésicos similares.(AU)
The combination of detomidine and ketamine or dextrocetamine for continuous intravenous infusion was compared in eight female dogs submitted to two protocols: GCD - 5mg/kg of anesthetic induction and continuous intravenous infusion of ketamine 20mg/kg/h; and GDD - induction with 3.5mg/kg and infusion of 14mg/kg/h of dextrocetamine. Detomidine, 30µg/kg/h was associated in both groups. Heart rate (HR), blood pressure (BP), respiratory rate (RR), temperature (CT), myorelaxation, analgesia, blood gas analysis and electrocardiogram were recorded before and 15 minutes after MPA (Mbasal and Mmpa); after the start of infusion (Mic); every 10 minutes to 90 minutes (M10, M20, M30, M40, M50, M60, M70, M80 and M90); and 30 minutes after the end of infusion (M120). Bradycardia was observed in Mmpa in GCD and from Mmpa to M10 in GDD. There was hypotension in Mmpa and hypertension from Mic. The RR decreased from M10 to M30. High amplitude T wave, atrioventricular blocks and sinus arrest were observed. Respiratory acidosis occurred. The recovery period was 219.6±72.3 minutes in GCD and 234.1±96.8 minutes in GDD. Ketamine and S+ ketamine associated with detomidine for continuous infusion cause cardiorespiratory and similar anesthetic effects.(AU)
Assuntos
Animais , Feminino , Cães , N-Metilaspartato/agonistas , Agonistas alfa-Adrenérgicos/análise , Anestésicos Combinados/análise , Ketamina/uso terapêutico , Acidose Respiratória/veterinária , Taxa Respiratória , Frequência Cardíaca , Anestesia Intravenosa/veterináriaResumo
Background: The use of injectable anesthetics to induce and maintain anesthesia has been the subject of extensive research.Ketamine induces dissociative anesthesia, which is characterized by sensory loss, analgesia and amnesia without loss of consciousness. The levorotatory isomer of ketamine is dextroketamine. Detomidine, a potent myorelaxant that acts as a sedative andanalgesic, is commonly used on horses but rarely tested in dogs. The purpose of this study was to evaluate the cardiorespiratoryand anesthetic effects promoted by a combination of detomidine and dextroketamine applied via continuous intravenous infusionin bitches premedicated with midazolam and morphine.Materials, Methods & Results:Eight bitches treated at the veterinary hospital of the Federal University of Campina Grande werereferred for elective ovariohysterectomy (OHE). The animals were premedicated with 0.3 mg/kg of midazolam and 0.1 mg/kgof morphine intramuscular (IM) followed, after 15 min, with 0.02 mg/kg of detomidine IM. Fifteen min after the administration of detomidine, 3.5 mg/kg of dextroketamine was administered intravenously (IV), followed by continuous IV infusion of14 mg/kg/h of dextroketamine and 30 μg/kg/h of detomidine. Heart rate (HR), respiratory rate (RR), body temperature (BT),mean arterial pressure (MAP), myorelaxation and electrocardiogram were recorded before and 15 min after the administrationof midazolam and morphine (M0 and M1), 15 min after detomidine (M2), immediately after starting the infusion (M3), at 10min intervals up to 60 min (M4, M5, M6, M7, M8 and M9) and 30 min after the end of the infusion (M10). Blood gas variableswere analyzed at M0, M1, M2, M6, M9 and M10. Analgesia was evaluated by measuring cortisol and glucose levels at M0, threemin after dermotomy, three min after clamping the ovarian pedicle, and three min after dermorrhaphy. The quality and durationof recovery were evaluated. HR dropped significantly from...
Assuntos
Feminino , Animais , Cães , Anestesia Intravenosa/veterinária , Midazolam , Morfina , Histerectomia/veterinária , Ovariectomia/veterináriaResumo
Background: The use of injectable anesthetics to induce and maintain anesthesia has been the subject of extensive research.Ketamine induces dissociative anesthesia, which is characterized by sensory loss, analgesia and amnesia without loss of consciousness. The levorotatory isomer of ketamine is dextroketamine. Detomidine, a potent myorelaxant that acts as a sedative andanalgesic, is commonly used on horses but rarely tested in dogs. The purpose of this study was to evaluate the cardiorespiratoryand anesthetic effects promoted by a combination of detomidine and dextroketamine applied via continuous intravenous infusionin bitches premedicated with midazolam and morphine.Materials, Methods & Results:Eight bitches treated at the veterinary hospital of the Federal University of Campina Grande werereferred for elective ovariohysterectomy (OHE). The animals were premedicated with 0.3 mg/kg of midazolam and 0.1 mg/kgof morphine intramuscular (IM) followed, after 15 min, with 0.02 mg/kg of detomidine IM. Fifteen min after the administration of detomidine, 3.5 mg/kg of dextroketamine was administered intravenously (IV), followed by continuous IV infusion of14 mg/kg/h of dextroketamine and 30 μg/kg/h of detomidine. Heart rate (HR), respiratory rate (RR), body temperature (BT),mean arterial pressure (MAP), myorelaxation and electrocardiogram were recorded before and 15 min after the administrationof midazolam and morphine (M0 and M1), 15 min after detomidine (M2), immediately after starting the infusion (M3), at 10min intervals up to 60 min (M4, M5, M6, M7, M8 and M9) and 30 min after the end of the infusion (M10). Blood gas variableswere analyzed at M0, M1, M2, M6, M9 and M10. Analgesia was evaluated by measuring cortisol and glucose levels at M0, threemin after dermotomy, three min after clamping the ovarian pedicle, and three min after dermorrhaphy. The quality and durationof recovery were evaluated. HR dropped significantly from...(AU)
Assuntos
Animais , Feminino , Cães , Anestesia Intravenosa/veterinária , Midazolam , Morfina , Agonistas de Receptores Adrenérgicos alfa 2 , Ovariectomia/veterinária , Histerectomia/veterináriaResumo
Os fármacos agonistas opioides totais e agonistas 2 -adrenérgicos podem ser utilizados para promover analgesia perioperatória na espécie ovina. O presente estudo, prospectivo, aleatório e cego, visou comparar a eficácia analgésica da morfina e da dexmedetomidina, além de avaliar seus efeitos cardiorrespiratórios, em ovinos submetidos à cirurgia de ovariectomia por videolaparoscopia. Onze ovelhas receberam, por via IM, dez minutos antes do início da cirurgia, 0,2 mg/kg de morfina (MOR, n=6) ou 5 g/kg de dexmedetomidina (DEX, n=5). Os animais foram pré-medicados com diazepam e anestesiados com infusão contínua de propofol. Os efeitos cardiorrespiratórios, hemogasométricos e sedativos foram registrados no período trans-operatório. Caso observado aumento na PAM acima de 20%, 2,5 g/kg de fentanil foi administrado por via IV. No período pós-operatório, as ovelhas foram avaliadas remotamente, durante 24 horas, quanto aos graus de sedação e de dor e, se necessário, resgates analgésicos foram administrados com morfina em doses crescentes (0,2 e 0,5 mg/kg, IM) e, por fim, meloxicam (0,5 mg/kg, IM). O grupo DEX apresentou tendência a maiores escores de sedação nas primeiras seis horas de pós-operatório. O número de resgates transoperatórios foi significativamente maior no grupo DEX. Um animal do grupo MOR não necessitou resgate em nenhum momento. Houve tendência a um maior número de resgates analgésicos no grupo MOR nas primeiras 24 horas de pós-operatório. A FC foi significativamente menor no grupo DEX nos últimos 60 e 75 minutos de anestesia. Houve aumento significativo da PaO 2 dentro dos grupos no decorrer da anestesia. Não houve diferença significativa entre os grupos com relação a PAS, PAM, PAD, , ETCO 2 , SpO 2 , T°C e parâmetros hemogasométricos. Não foram observados efeitos adversos com ambos os protocolos. Em conclusão, o uso isolado da morfina não é adequado para fornecer analgesia para ovariectomia por videolaparoscopia. A dexmedetomidina, se associada ao uso transoperatório de fentanil, foi considerada aceitável para promover analgesia perioperatória para este procedimento cirúrgico
Total opioid agonists and 2 -adrenergic agonists can be used to promote perioperative analgesia in sheep. This prospective, randomized, blinded study aimed to compare the analgesic efficacy of morphine and dexmedetomidine, and also to evaluate their cardiorespiratory effects, in sheep undergoing videolaparoscopic ovariectomy. Eleven sheep received, IM, ten minutes before the start of surgery, 0,2 mg/kg of morphine (MOR, n=6) or 5 g/kg of dexmedetomidine (DEX, n=5). The animals were premedicated with diazepam and anesthetized with a propofol continuous rate infusion. Cardiorespiratory, hemogasometric and sedative effects were recorded in the transoperative period. If an increase in MAP above 20% was observed, 2,5 g/kg of fentanyl was administered IV. In the postoperative period, sheep were remotely evaluated for 24 hours for degrees of sedation and pain, and, if necessary, analgesic rescues were administered with morphine in increasing doses (0,2 and 0,5 mg/kg, IM) and, at last, meloxicam (0,5 mg/kg, IM). The DEX group had a tendency of higher sedation scores in the first six hours after surgery. The number of intraoperative rescues was significantly greater in the DEX group. One animal from the MOR group did not need rescue at any time. The number of analgesic rescues in the first 24 hours after surgery tended to be higher in the MOR group. HR was significantly lower in the DEX group in the last 60 and 75 minutes of anesthesia. There was a significant increase in PaO 2 within groups during anesthesia. There was no significant difference between groups regarding SAP, MAP, DAP, , ETCO 2 , SpO 2 , T°C and blood gas parameters. No adverse effects were observed with both protocols. In conclusion, the use of morphine alone is not adequate to provide analgesia for videolaparoscopic ovariectomy. Dexmedetomidine, if associated with the intraoperative use of fentanyl, was considered acceptable to promote perioperative analgesia for this surgical procedure.
Resumo
Objetivou-se determinar a taxa mínima de infusão intravenosa contínua de dexmedetomidina em caprinos Moxotó e seus efeitos analgésico, sedativo e sobre parâmetros fisiológicos, hemogasométricos, hematológicos, bioquímicos e eletrocardiográficos, essa tese foi dividida em três capítulos. No prelúdio realizou-se uma revisão sistemática e meta-análise a fim de detalhar as alterações cardiorrespiratórias de pequenos ruminantes sob ação da dexmedetomidina. Para tanto, dois avaliadores independentes executaram ampla pesquisa nos bancos de dados: Pubmed, Science-direct, Scielo, Google Scholar e PLOS One, usando a combinação de palavras-chave: dexmedetomidine AND effect AND (goat OR sheep OR cow OR ruminant). Os resultados evidenciaram que a dexmedetomidina reduz a frequência cardíaca, a pressão arterial média, o débito cardíaco e a pressão arterial de oxigênio, além de aumentar a de dióxido de carbono, considerando o efeito agregado. No segundo capítulo, determinaram-se a intensidade média de estímulo elétrico necessária para elicitar reação dolorosa em caprinos da raça Moxotó e a taxa mínima de infusão intravenosa de dexmedetomidina que aboliu a reação ao estímulo nocivo. Para determinar a intensidade mínima do estímulo elétrico, dois eletrodos foram posicionados no flanco esquerdo do animal e iniciou-se o estímulo em 10,0 mA. A intensidade foi elevada em incrementos de 5,0 mA, até o momento em que uma resposta positiva ao estímulo foi elicitada. A intensidade média gatilho foi obtida pela média aritmética das intensidades mínimas que cada animal reagiu. A taxa mínima de infusão de dexmedetomidina que aboliu a reação ao estímulo gatilho foi determinada pela média aritmética entre a maior taxa de infusão que não aboliu o movimento voluntário ao estímulo doloroso e aquela que aboliu este movimento, em cada animal e por fim obteve-se a média aritmética de todos os animais. A infusão intravenosa contínua de dexmedetomidina, na dose de 2,1 g/kg/h, sem bolus prévio, foi capaz de abolir a resposta voluntária ao estímulo elétrico de 21 mA, considerado gatilho em caprinos não sedados. No terceiro capítulo avaliaram-se os efeitos da infusão intravenosa contínua de dexmedetomidina, na dose de 2,1 g/kg/h, durante 90 minutos, em 10 caprinos não suplementados com oxigênio. Registraram-se frequência cardíaca (FC), frequência respiratória (), pressão arterial sistólica, diastólica e média (PAS, PAD e PAM, respectivamente), temperatura retal (TR), saturação parcial de oxihemoglobina (SpO2), motilidade ruminal (MR), escores de sedação, relaxamento muscular e analgesia, parâmetros hemogasométricos, hematológicos, bioquímicos e eletrocardiográficos. Houve redução significativa nos parâmetros FC, PAD, TR, , SpO2, hematócrito, hemoglobina e número de hemácias, e elevação no pH, na glicemia e nas durações do complexo QRS e do intervalo QT. Apenas a bradicardia representou significância clínica, mas sem repercussão nos demais parâmetros. Os níveis de sedação, analgesia e miorrelaxamento obtidos foram satisfatórios, embora com período de latência prolongado. Não houve relevância clínica nas alterações hematológicas e bioquímicas avaliadas. Pode-se concluir que a infusão contínua de dexmedetomidina em caprinos na taxa de 2,1 g/kg/h sem bolus prévio promoveu níveis de sedação, relaxamento muscular e analgesia adequados para procedimentos realizados em condição de campo, desde que associada a outros analgésicos ou anestésicos locais. Não houve depressão respiratória nem alterações hematológicas e bioquímicas, contudo a bradicardia observada implica contraindicação em paciente não hígido, principalmente com comprometimento hemodinâmico. Dessa forma, a dexmedetomidina pode ser indicada para procedimentos cirúrgicos, desde que se considere o período prolongado de latência, seu impacto na FC e a necessidade de complementação analgésica.
In order to determine the minimum rate of continuous intravenous infusion of dexmedetomidine in goats and its analgesic and sedative effects and on physiologic, hemogasometric, hematological, biochemical and electrocardiographic parameters, this thesis was divided into three chapters. In the prelude, a systematic review and meta-analysis was carried out in order to detail the cardiorespiratory alterations of ruminants under the action of dexmedetomidine. To this do so, two independent evaluators performed a broad research in the databases: Pubmed, Science-Direct, Scielo, Google Scholar and PLOS One, using the combination of keywords: dexmedetomidine AND effect AND (goat OR sheep OR cow OR ruminant). The results showed that there are evidences that dexmedetomidine reduces heart rate, mean blood pressure, cardiac output and arterial oxygen tension in addition to increasing arterial carbon dioxide tension, considering pooled effect. In the second chapter, the average intensity of electrical stimulus required to elicit painful reaction in Moxotó breed goats and the minimum rate of intravenous infusion of dexmedetomidine that abolished the reaction to the harmful stimulus were determined. To determine the minimum intensity of the electrical stimulus, two electrodes were positioned on the right flank of the animal and the stimulus was started at 10 mA. The intensity was high in increments of 5 mA, until the moment a positive response to the stimulus was elicited. The mean trigger intensity was obtained by the arithmetic mean of the minimum intensities in which each animal reacted. The minimum infusion rate of dexmedetomidine that abolished the response to the trigger stimulus was determined by the arithmetic mean between the highest infusion rate that did not abolish the voluntary movement to the painful stimulus and that which abolished this movement in each animal, and finally, the arithmetic mean of all animals was obtained. Continuous intravenous infusion of dexmedetomidine at a dose of 2,1 g/kg/h, without prior bolus, was able to abolish the voluntary response to the 21 mA electrical stimulus considered trigger in non-sedated goats. In the third chapter, the effects of intravenous continuous infusion of dexmedetomidine were evaluated at a dose of 2,1 g/kg/h for 90 minutes in 10 goats, with no oxygen supply. Heart rate (HR), respiratory rate (), systolic, diastolic and mean blood pressure (SAP, DAP and MAP, respectively), rectal temperature (RT), partial oxyhemoglobin saturation (SpO2), ruminal motility (RM), sedation scores, muscle relaxation and analgesia, hemogasometric, hematological, biochemical and electrocardiographic parameters were recorded. There was a significant reduction in the following parameters: HR, DAP, RT, , SpO2, hematocrit, hemoglobin and red blood cells, and an increase in pH, in glycemia and QRS complex and QT interval durations. Only bradycardia represented clinical significance, but without repercussion in the other parameters. Sedation, analgesia and myorelaxation scores were satisfactory, although with prolonged latency period. There was no clinical relevance in the hematological and biochemical alterations evaluated. It can be concluded that the continuous infusion of dexmedetomidine in goats at the rate of 2,1 g/kg/h without previous bolus promoted levels of sedation, muscle relaxation and analgesia appropriate to procedures performed in field condition, since associated with other analgesics or local anesthetics. There was no respiratory depression or hematological and biochemical impact; however the bradycardia observed implies contraindication in a non-healthy patient, especially with hemodynamic instability. Thus, dexmedetomidine could be useful for surgical procedures, provided that the prolonged latency period, its impact on HR and the need for analgesic complementation are considered
Resumo
A sedação para procedimentos odontológicos em equinos requer que o paciente em posição quadrupedal, não incremente os riscos de complicações gastrointestinais pós-anestésicas das associações farmacológicas, viabilizando o procedimento. Desse modo, objetivou-se comparar a viabilidade e qualidade da sedação, bem como efeitos cardiorrespiratórios e comportamentais de 15 equinos (10 machos castrados e 5 éguas) pesando entre 300 e 500 kg, submetidos a dois protocolos experimentais diferindo no regime de administração do tratamento: grupo bólus (GB, n=7), detomidina 0,02 mg/kg/IV, e grupo infusão (GI, n=8), detomidina 0,02 mg/kg/IV seguido de infusão contínua de 0,02 mg/kg/h, ambos pré-medicados com acepromazina (0,05 mg/kg/IV), associado ou não ao butorfanol (0,007 mg/kg/IV) para a realização de odontoplastia. Quando a sedação fosse insuficiente, nas avaliações comportamentais (movimento de mastigação, movimento de língua e reposta ao estímulo oral com água), complementou-se a neuroleptoanalgesia com butorfanol (0,007 mg/kg/IV) no regime de tratamento proposto, sendo administrado em bólus no GB e bólus seguido de infusão contínua (0,007 mg/kg/h/IV) para o GI. Nas suplementações de sedação subsequentes, foram administrados detomidina (0,007 mg/kg/IV) e butorfanol (0,007 mg/kg/IV). Avaliou-se coloração de mucosas oral e ocular, TPC, FC, FR, motilidade gastrointestinal, temperatura retal, pressão arterial não invasiva, ataxia, altura de cabeça, movimentação de língua, movimentos mastigatórios e de cabeça, reposta ao estímulo oral com água e qualidade de sedação antes e aos 5, 15, 30, 45, 60, 75 e 90 minutos de odontoplastia e 15 e 30 minutos após o término do procedimento. No GB, 100% dos animais necessitaram de suplementação da sedação para a exequibilidade do procedimento, enquanto o GI necessitou em 76,7% dos animais. Observou-se para a FC, no GI, redução em T15, T45, T75 e 30-Pós comparado ao T0 (p<0,05), além de menores valores em GI comparado ao GB em T30, T45, T60, T75, T90 e 15-Pós (p<0,05). A FR, A altura de cabeça, reduziu em todos os momentos comparado ao T0, em ambos os grupos, reduzindo até 56% em T5, no GB, e 70% em T60, no GI. Ataxia moderada foi observada em ambos os grupos a partir de T5 até T75 para o GB e T90 para o GI. Não houve diferença para movimento de língua, movimento de mastigação e reposta ao estímulo oral com água. A infusão contínua de detomidina associado ao butorfanol reduziu a necessidade de suplementação na sedação comparado ao tratamento em bólus em equinos submetidos à odontoplastia. A associação detomidina/butorfanol em ambos regimes de administração não resultou em alterações gastrointestinais.
Procedural sedation for dental procedures in horses requires the patient to remain in a standing position, does not increasing the risk of post-anesthetic gastrointestinal complications of drug combinations, associated with the feasibility of the procedure. The objective of this study was to compare the viability, quality of sedation and evaluate the cardiorespiratory and behavioral effects in horses. Fifteen horses (10 geldings and 5 mares), aged between 4-15 years, weighing 350-503 kg were used in this study. They were allocated in two groups, (GB) bolus and (GI) infusion. The GB was treated with detomidine 0.02 mg/kg/IV and GI with detomidine 0.02 mg/kg/IV followed by continuous infusion of 0,02 mg/kg/h, both groups were premedicated with acepromazine (0.05 mg/kg/IV), with or without butorphanol (0.007 mg/kg/IV) to perform odontoplasty. When the sedation score was classified as insufficient, through behavioral assessments (chewing, tongue movement and response to oral stimulation with water), neuroleptoanalgesia was supplemented with butorphanol (0.007 mg/kg/IV) in the proposed treatment regimen, being administered as a bolus in the GB and a bolus followed by infusion (0.007 mg/kg/h/IV) in the GI. If subsequent sedation supplements were necessary, were administered detomidine (0.007 mg/kg/IV) with butorphanol (0.007 mg/kg/IV). Mucous membranes, Capillary refil time, HR, RR, intestinal motility, rectal temperature, non-invasive blood pressure, ataxia, head height, tongue movement, Chewing and head movements, response to oral stimulation with water and quality of sedation were evaluated before and at 5, 15, 30, 45, 60, 75 and 90 minutes of odontoplasty and 15 and 30 minutes after the end of the procedure. In GB, 100% of the animals required sedation supplementation to make the procedure feasible, while in the GI only 76.7% of the animals. It was observed for HR, in GI, reduction in T15, T45, T75 and 30-Post in relation to T0 (p <0.05), in addition to lower values in GI in relation to GB in T30, T45, T60, T75, T90 and 15-Post (p<0.05). RF, head height, decreased at all times compared to T0, in both groups, decreasing up to 56% in T5, in GB, and 70% in T60, in GI. Moderate ataxia were observed in both groups from T5 to T75 for GB and T90 for GI. There was no statistical difference for tongue movement, chewing and response to oral water stimulus. Continuous infusion of detomidine plus butorphanol reduced the need for supplemental sedation compared to bolus treatment in horses undergoing odontoplasty. The combination of detomidine/butorphanol in both administration regimens did not result in gastrointestinal disturbances
Resumo
CORDEIRO, J. F. Protocolos reversíveis de contenção química e impacto da suplementação de oxigênio em capivaras (Hydrochoerus hydrochaeris) de vida livre. 2020, 101p. Tese (doutorado) Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos, Universidade de São Paulo, Pirassununga, 2020. A capivara (Hydrochoerus hydrochaeris) é considerada uma importante amplificadora da febre maculosa na natureza, o que torna necessário seu controle populacional. Para tanto, eventualmente devem ser contidas quimicamente. O presente estudo visou comparar diferentes protocolos de contenção química, o efeito de diferentes fluxos de suplementação de oxigênio e a sua reversão total ou parcial em capivaras de vida livre. Foram utilizados 36 animais, contidos quimicamente com 5 g/kg de dexmedetomidina, 0,1 mg/kg de midazolam e 0,2 mg/kg de butorfanol (DMB) ou 0,1 mg/kg de metadona (DMM), via IM. Após 30 minutos, 1/3 dos animais permaneceu respirando ar ambiente (DMB-Ar e DMM-Ar), 1/3 foi suplementado com fluxo de 2L/min de O2 100% com uma sonda intrasal (DMB-2L e DMM-2L) e 1/3 com fluxo de 5L/min (DMB-5L e DMM-5L). Após 60 minutos da aplicação, 1/2 dos animais receberam 2 g/kg de flumazenil 5 g/kg de atipamezole e a outra 1/2 o mesmo protocolo associado a 4 g/kg de naloxona. Assim, obteve-se 12 grupos (n=3). A latência e a recuperação foram avaliadas através de uma escala comportamental. Durante a contenção, os parâmetros clínicos e os reflexos foram monitorados a cada 10 minutos após aplicação inicial e os gases, íons, glicose e lactato arterial analisados aos 30 e 60 minutos após aplicação inicial. Os protocolos promoveram uma contenção excelente, sem quedas ou excitação. Os animais permitiram a manipulação após 9,3 ± 3 minutos, sem diferença na duração e qualidade da latência entre DMB e DMM. Uma vez contidos, todos apresentaram excelente relaxamento muscular e permitiram o manuseio e coleta de sangue. Apesar do DMM apresentar valores maiores do que o DMB em FC (80 [66; 104] e 75 [54; 92] bpm, respectivamente) e f (36 [18;56] e 28 [15; 53] mpm), não foram observadas grandes diferenças entre os opioides durante a contenção. Aos 30 minutos, todos os animais apresentaram hipoxemia considerável (PaO2 = 44 [30; 73] mmHg, SaO2 = 81 [62; 93] %), revertida apenas no grupo 5L (PaO2 = 188 [146; 414] mmHg, SaO2 = 100 [99; 100] %). O tempo de duração da recuperação (8,3 [3,5; 21,2] minutos) não diferiu entre os grupos e, apesar dos animais que receberam metadona apresentarem pontuação um melhor do que os que receberam butorfanol, não foi observada diferença clínica. Não houve diferença na recuperação dos grupos com suplementação ou não de O2, bem como entre os grupos de reversão total ou parcial. Conclui-se que os protocolos proporcionaram uma excelente contenção química e tranquila recuperação das capivaras, mas por promoverem hipoxemia, devem ser suplementadas com 5L/min de O2 100%.
CORDEIRO, J. F. Reversible protocols of chemical containment and impact of oxygen supplementation on free-living capybaras (Hydrochoerus hydrochaeris). 2020, 101p. Thesis (Doctorate) Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos, Universidade de São Paulo, Pirassununga, 2020. Capybara (Hydrochoerus hydrochaeris) is considered an important amplifier of spotted fever in the wild, making its population control necessary. Therefore, they should generally be chemically contained. The present study aimed to compare different chemical containment protocols, the impact on lung capacity and other arterial parameters, the effect of different oxygen supplementation flows and the total or partial reversal of the protocols on free-living capybaras. Thirty-six animals were chemically contained with 5 g/kg dexmedetomidine, 0.1 mg/kg midazolam and 0.2 mg/kg butorphanol (DMB) or 0.1 mg/kg methadone (DMM), IM. After 30 minutes, 1/3 of the animals remained breathing ambient air (DMB-Air and DMM-Air), 1/3 was supplemented with 2L / min flow of 100% O2 with an intrasal probe (DMB-2L and DMM-2L) and 1/3 with 5L/min flow (DMB-5L and DMM-5L After 60 minutes of application, 1/2 of the animals received 2 g / kg of flumazenil 5 g / kg of atipamezole and the other 1/2 the same protocol associated with 4 g / kg of naloxone. Thus, 12 groups were obtained (n = 3). Latency and recovery were assessed using a behavioral scale. During containment, clinical parameters and reflexes were monitored every 10 minutes after initial application and the gases, ions, glucose and arterial lactate were analyzed at 30 and 60 minutes after initial application. The protocols promoted excellent restraint, without falls or excitement. The animals allowed manipulation after 9.3 ± 3 minutes, with no difference in duration and quality of latency between DMB and DMM. Once contained, all showed excellent muscle relaxation and allowed the handling and collection of blood. Although DMM has higher values than DMB in FC (80 [66; 104] and 75 [54; 92] hr, respectively) and f (36 [18; 56] and 28 [15; 53] rr), they were not great differences were observed between opioids during containment. At 30 minutes, all animals showed considerable hypoxemia (PaO2 = 44 [30; 73] mmHg, SaO2 = 81 [62; 93]%), reversed only in the 5L group (PaO2 = 188 [146; 414] mmHg, SaO2 = 100 [99; 100]%). The recovery time (8.3 [3.5; 21.2] minutes) did not differ between groups and, despite the animals that received methadone score better than those that received butorphanol, no clinical difference was observed. There was no difference in the recovery of the groups with or without O2 supplementation, as well as between the groups of total or partial reversion. It is concluded that the protocols provided excellent chemical containment and smooth recovery of capybaras, but because they promote hypoxemia, they should be supplemented with 5L / min of 100% O2.
Resumo
SANCHES, M. C. Dexmedetomidina como adjuvante na anestesia total intravenosa com propofol em gatas submetidas à ovariohisterectomia. 2020, 72 p. Dissertação (mestrado) Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos, Universidade de São Paulo, Pirassununga, 2020. O uso de adjuvantes na anestesia total intravenosa (AIT) possibilita a redução da dose de propofol para manutenção anestésica, reduzindo assim seus efeitos indesejáveis, além da possibilidade de promover analgesia. O presente estudo objetivou avaliar a dexmedetomidina, em diferentes taxas de infusão, como adjuvante na AIT com propofol em gatas. Foram utilizadas 28 gatas hígidas alocadas em quatro grupos: Prop, Dex1, Dex3 e Dex5. Os animais de Dex1, Dex3 e Dex5 receberam como medicação pré-anestésica (MPA) 5 g/kg de dexmedetomidina, via intramuscular e os animais de Prop, receberam 0,1 mL de NaCl 0,9%. A indução anestésica de todos os grupos foi realizada por meio da administração, dose-efeito, de propofol (1 mg/kg a cada 10 segundos). Para a manutenção anestésica o grupo Prop recebeu 0,3 mg/kg/min de propofol e 3 mL/kg/hora de NaCl 0,9%; os grupos Dex1, Dex3 e Dex5 receberam 0,2 mg/kg/minuto de propofol e respectivamente 1 g/kg/hora, 3 g/kg/hora e 5 g/kg/hora de dexmedetomidina, diluída em NaCl 0,9% (3 mL/kg/hora). Os animais foram mantidos em anestesia por 100 minutos, sendo que os primeiros 60 minutos foram utilizados para ajustar as doses necessárias para manutenção anestésica e após, as gatas foram submetidas à ovariohisterectomia, padronizada em 40 minutos. Durante o período transanestésico os parâmetros cardiorrespiratórios, plano anestésico, doses necessárias para a realização da manutenção anestésica e necessidade de suplementação analgésica foram avaliados em intervalos de 10 minutos, enquanto que os gases sanguíneos e eletrólitos foram avaliados aos 5 e 60 minutos após a indução. No período pós-operatório foram avaliados o tempo e qualidade de recuperação anestésica, escore de sedação e analgesia. As adições de dexmedetomidina, nas doses de 1, 3 e 5 g/kg/hora, reduziram o consumo de propofol em 72,8%, 71,1% e 74,6% respectivamente. O uso concomitante da dexmedetomidina promoveu bradicardia e maiores valores de pressão arterial média quando comparado ao uso isolado de propofol. O grupo Prop apresentou mais eventos classificados como hipotensão que os demais grupos. A quantidade de suplementação analgésica transoperatória dos grupos Dex1, Dex3 e Dex5 foi consideravelmente menor do que do grupo Prop (Dex1 3 [2;4], Dex3 3 [2;4], Dex5 3 [2;4] e Prop 5 [4;7]). O tempo de recuperação anestésica foi menor nos grupos Dex1 (129 minutos [122;134]) e Dex3 (127 minutos [70;139]), quando comparados aos grupos Dex5 (130 minutos [88;155]) e Prop (165 minutos [135;180]). O Prop apresentou pior escore de recuperação anestésica quando comparado aos grupos Dex1 e Dex5 (Dex1 4 [4;5], Dex3 3 [3;4], Dex5 4 [3;5] e Prop 1 [1;3]). Conclui-se que a adição de dexmedetomidina na AIT reduz a necessidade de propofol para a manutenção anestésica e promove certo grau de analgesia transoperatória, reduz o tempo de recuperação anestésica e melhora a qualidade desta. A dose de 1 g/kg/hora de dexmedetomidina apresentou menores alterações nos valores da pressão arterial média, sendo considerada a melhor opção para animais normo e hipertensos.
SANCHES, M. C. Dexmedetomidine as an adjuvant in total intravenous anesthesia with propofol in cats submitted to ovariohysterectomy. 2020. 72 p. M.Sc. Tesis - Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos, Universidade de Sao Paulo, Pirassununga, 2020. The use of adjuvants agents in total intravenous anesthesia (TIVA) reduces the rate of propofol required for anesthetic maintenance, thus reducing its undesirable side effects, besides the possibility of promoting analgesia. The present study aimed to evaluate dexmedetomidine in different infusions rates as an adjuvant to TIVA with propofol, in cats. Twenty-eight heathy cats were divided into four groups: Prop, Dex1, Dex3 and Dex5. The animals from Dex1, Dex3 and Dex5 received 5 g/kg of dexmedetomidine as premedication and the from the Prop group received 0.1 mL of NaCl 0,9%. Induction in all groups was achieved through the dose-effect administration of propofol (1 mg/kg every 10 seconds). For anesthetic maintenance, the Prop group received 0.3 mg/kg/minute of propofol and 3 mL/kg/hour of NaCl 0.9%; the groups Dex1, Dex3 and Dex5 received 0.2 mg/kg/minute of propofol and 1 g/kg/hour, 3 g/kg/hour and 5 g/kg/hour of dexmedetomidine, respectively, diluted in NaCl 0.9% (3 mL/kg/hour). The animals were kept under anesthesia for 100 minutes, being the first 60 minutes used for the adjustment of the infusion rates required for anesthetic maintenance. Afterwards, the cats were submitted to ovariohysterectomy, the duration of the surgery standardized to 40 minutes. During the anaesthesia, cardiorespiratory parameters, drug rates and the need for rescue analgesia were evaluated at 10-minute intervals, while blood gases and electrolytes were assessed at 5 and 60 minutes after induction. In the postoperative period, the length and quality of anesthetic recovery, sedation scores and analgesia were evaluated. The addition of dexmedetomidine at the doses of 1, 3 and 5 g/kg/hour reduced propofol consumption by 72.8%, 71.1% and 74.6% respectively. The concomitant use of dexmedetomidine promoted bradycardia and an increase in the mean arterial pressure values when compared to propofol alone. The Prop group had more events classified as hypotension than the other groups. Rescue analgesia in the Dex1, Dex3 and Dex5 groups was considerably less frequent than in the Prop group (Dex1 3 [2;4], Dex3 3 [2;4], Dex5 3 [2;4] and Prop 5 [4;7]). The recovery length was shorter in the Dex1 (129 minutes [122;134]) and Dex3 (127 minutes [70;139]) groups when compared to the Dex5 (130 minutes [88;155]) and Prop (165 minutes [135;180]) groups. The Prop group had the worst anesthetic recovery score when compared to the Dex1 and Dex5 groups (Dex1 4 [4;5], Dex3 3 [3;4], Dex5 4 [3;5] and Prop 1 [1;3]). It is possible to conclude that the addition of dexmedetomidine in TIVA reduces the need for propofol during anesthetic maintenance and promotes transoperative analgesia, reduces the time of anesthetic recovery and improves its quality. The dose of 1 g/kg/hour of dexmedetomidine had less impact over the mean arterial pressure values, being considered the best option for both healthy and hypertensive animals.
Resumo
O tratamento da dor pós-operatória vem ganhando novo enfoque, principalmente no que se refere à administração de analgésicos pela via epidural, visto que esta modalidade resulta em uma analgesia mais duradoura, com a utilização de doses menores em relação às doses sistêmicas, resultando em mínimos efeitos colaterais. Dentre os analgésicos utilizados, os agentes agonistas alfa-2 de receptores adrenérgicos tem sido uma opção para o tratamento da dor devido a sua potente característica analgésica, sedativa e miorrelaxante. Os fármacos pertencentes a esta classe incluem a xilazina, clonidina, detomidina, romifidina, medetomidina e dexmedetomidina. Objetiva-se com esta revisão de literatura abordar informações sobre o uso dos agonistas alfa-2 pela via epidural em cães e gatos, abrangendo a técnica e os fármacos utilizados na Medicina Veterinária.
The treatment of postoperative pain has made a new focus, especially in regard to epidural injection of analgesic drugs, because it results in a longer lasting analgesia with smaller doses when compare to systemic doses, with minimum collateral effects. Among the used of analgesic drugs, the alpha-2 agonists agents of adrenergic receptors have been an option to the pain treatment due their potent sedative, analgesics and muscle relaxation properties. Xylazine, clonidine, detomidine, romifidine, medetomidine and dexmedetomidine are some drugs of this class. The goal of this review is focuses some information about the use of enidural olnho 2 agonists in dogs and cats, including the techniques and the agents used in the Veterinary Medicine.
El tratamiento del dolor postoperatorio ha cobrado nuevo enfoque, especialmente en lo que se refere a la administración de analgesicos epidurales. Esta se ha distinguido, pues da lugar a una analgesia de mayor duración con el uso de dosis más bajas en comparación con dosis sistémicas, con efectos secundarios mínimos. Entre los analgésicos utilizados, los agentes agonistas alfa-2 adrenérgico ha sido una opción para el tratamiento del dolor debido a sus, analgésicos, sedantes y relajantes musculares. Los medicamentos en este grupo incluyen xilazina, clonidina, detomidina, romifidina, medetomidina y dexmedetomidina. Objetivo con esta revisión de la literatura a la información sobre el uso de alfa-2 agonistas por la vía epidural en perros y gatos, incluso su técnica y las drogas utilizadas en medicina veterinaria.
Assuntos
Animais , Gatos , Cães , Agonistas de Receptores Adrenérgicos alfa 2/análise , Analgésicos/análise , Anestesia Epidural/veterináriaResumo
As informações obtidas sobre a biologia e biotecnologia reprodutiva do gato doméstico permitem uma correlação e aplicação em espécies silvestres. O estudo das características físicas e a sua associação com parâmetros reprodutivos permite ampliar os critérios de seleção de indivíduos para reprodução de espécies em risco de extinção. A criopreservação do sêmen é etapa fundamental para os programas de reprodução assistida em felídeos silvestres. O objetivo desse trabalho foi avaliar a correlação das mensurações biométricas com as características morfocinéticas pré e pós-congelação do sêmen do Felis catus e de felídeos silvestres, obtido pela cateterização uretral meio de dois diferentes fármacos e processados com três crioprotetores seminais. Para este estudo foram utilizados 13 machos felinos (Felis catus), selecionados e separados em grupos, de acordo com o indutor químico da ejaculação testado (Experimento 1). No primeiro grupo experimental (G1D), foi utilizada a associação de cloridrato de medetomidina (0,1mg/kg) e cetamina (5mg/kg) IM e no segundo grupo (G2D) foi utilizada a associação de cloridrato de dexmedetomidina (0,1mg/kg) e cetamina (5mg/kg). Depois de alcançada a anestesia satisfatória, os animais foram submetidos à sondagem com um cateter uretral sem janela lateral, tendo o sêmen colhido e transportado ao laboratório para análise. Foram avaliadas as características de qualidade do sêmen fresco e depois do processo de congelação-descongelação: volume, motilidade e progressiva subjetiva, porcentagem de espermatozoides com integridade funcional (choque osmótico) e estrutural da membrana plasmática (com corante eosina), concentração espermática e patologias espermáticas. Não foi encontrada diferença nos parâmetros espermáticos (P>0.05). As amostras foram criopreservadas em três grupos de crioprotetores (Experimento 2), GC1 com de 6% de glicerol (GLI), GC2 com 3% de dimetilacetamida (DMA) e GC3 com 3% de dimetilformamida (DMF). Para o sêmen congelado-descongelado foram avaliados adicionalmente os parâmetros cinéticos em equipamento de análise seminal automatizado (CASA) e fluorescência em citometria de fluxo, quando também não se verificaram diferenças (P>0,05) para os parâmetros avaliados, entre os grupos estudados. O estudo de subpopulações espermáticas, identificou quatro subpopulacões com comportamentos definidos independentes do crioprotetor. Posteriormente às mensurações e colheita do sêmen, os animais foram submetidos à orquiectomia. Nos animais foram realizadas as mensurações corporais e testiculares de: comprimento de cabeça, circunferência da cabeça, comprimento de cabeça mais xi corpo, diâmetros torácicos, comprimento de cauda e comprimento total, largura, comprimento, espessura de cada testículo, e peso corporal (Experimento 3). Além disso, os testículos dos animais foram mensurados com ultrassonografia. Os testículos pós-orquiectomia também foram mensurados e pesados. Os parâmetros testiculares estimados foram área testicular, volume testicular, peso testicular e índice gonadossomático. Foram comparados os métodos de mensurações testiculares e estimadas correlações lineares de Pearson e Spearman entre a biometria corporal, testicular e parâmetros espermáticos. Não houve diferenças entre as medidas obtidas com os dois métodos de mensuração dos testículos (P>0.05). Foram observadas correlações positivas (P<0,05) entre o comprimento total e os parâmetros testiculares, assim como entre a concentração espermática e os parâmetros testiculares. Para o estudo com os felídeos silvestres foram utilizados um Leopardus wiedii, um Puma yagouaroundi e uma Panthera onca. Os animais foram submetidos à ejaculação química com a associação de cloridrato de medetomidina (0,1mg/kg) e cetamina (5mg/kg) IM. As amostras seminais colhidas por cateterização uretral foram cripreservadas com os mesmos crioprotetores e concentrações do Experimento 2. As avaliações do sêmen fresco e pós-descongelação foram às mesmas descritas para o Experimento 1 e 2, cuja comparação entre os diferentes grupos resultou no Experimento 4. Para este último estudo também não foram encontradas diferenças para o tipo de crioprotetor utilizado (P>0,05). Conclui-se que não existiram diferenças entre a qualidade espermática do sêmen fresco e entre os grupos pós-descongelação, para as duas associações de fármacos testadas, nem entre os crioprotetores testados. Entretanto, a biometria testicular exerce importante influência sobre a concentração espermática de reprodutores, sendo um adequado parâmetro a ser considerado em reprodutores felídeos.
Information obtained on the biology and reproductive biotechnology of the domestic cat allows a correlation and application in feline wild species. The study of the physical characteristics and their association with reproductive parameters allows increasing the selection criteria of individuals for reproduction of endangered species. Semen cryopreservation is a fundamental component for assisted reproduction programs in wild felids. Objective of this study was to evaluate the association between the biometric measurements and the previous and post freezing morphokinetic characteristics of feline domestic and wild species sperm, obtained by urethral catheterization using two different drugs and processed with three seminal extenders. For this study, 13 feline males (Felis catus), selected and separated into groups, according to the drug tested (Experiment 1). In the first experimental group (GD1), the combination of medetomidine hydrochloride (0.1mg/kg) and ketamine (5mg/kg) was used and in the second group (GD2) the combination of dexmedetomidine hydrochloride (0.025mg/kg) and ketamine (5mg/kg). After the required anesthetic level was reached, the animals were submitted to probing with urethral catheter, and the semen was collected and transported to the laboratory for analysis. We evaluated the semen quality characteristics of fresh and frozen-thawed sperm with conventional microscopy: volume, total motility and progressive motility, percentage of spermatozoa with membrane functional integrity (osmotic shock) and membrane structural integrity (eosin stain), sperm concentration and sperm morphology. There was no difference in sperm parameters (P> 0.05) into groups GD1 and GD2. The samples were cryopreserved in three groups of cryoprotectants (Experiment 2), GC1 with 6% glycerol (GLI), GC2 with 3% dimethylacetamide (DMA) GC3 with 3% dimethylformamide (DMF). For frozen-thawed semen, kinetic parameters in computerized analysis equipment (CASA) and fluorescence in flow cytometry were also evaluated, when there were also no differences (P> 0.05) for the parameters evaluated between the groups studied. The study of spermatic subpopulations identified four subpopulations with independent behaviors defined between them. After the semen collection and obtainment of its parameters, the animals were submitted to orchidectomy. In the animals, corporal and testicular measurements were performed: head length, head circumference, head +body length, thoracic diameters, tail length and total length, width, length, thickness of each testicle, and body weight (Experiment 3). In addition, the testicles of the animals were measured with ultrasonography. Post-orchiectomy testicles were also measured and weighed. The estimated testicular parameters were testicular area, testicular volume, testicular weight and gonadosomatic index. We compared the methods of testicular measurements and estimated linear Pearson correlations between body biometry, testicular and sperm parameters. There were no differences between the measurements obtained with the two measurement methods of the testicles (P> 0.05). Positive correlations xiii (P <0.05) were observed between total length and testicular parameters, as well as between sperm concentration and testicular parameters. For the study with the wild felids, a Leopardus wiedii, a Puma yagouaroundi and a Panthera onca ounce were included. The animals were submitted to chemical ejaculation with the combination of medetomidine hydrochloride (0.1mg/kg) and ketamine (5mg/kg) IM. Seminal samples were collected by urethral catheterization were frozen with the same cryoprotectants and concentrations of Experiment 2. For the latter study, no differences were found for the extender used (P> 0.05). It was concluded that there are no differences in sperm quality in fresh and post-thawing. However, testicular biometry exerts an important influence on the sperm concentration of the breeders, being an adequate parameter to be considered in felid breeding.
Resumo
O bugio-ruivo (Alouatta guariba clamitans) é uma das espécies de primatas mais encontradas no sul do país. Atualmente os centros de triagem e mantenedores de fauna se encontram em uma situação de super população em cativeiro, sendo necessárias medidas de controle populacional que não descaracterize o comportamento da espécie, como a vasectomia. O objetivo deste estudo foi avaliar e comparar os parâmetros cardiorrespiratórios e hemogasométricos, além da qualidade, tempos de sedação e recuperação de dois protocolos com as seguintes doses estimadas: cetamina (10 mg.kg-1) ou dexmedetomidina (10 µg.kg-1), associados ao midazolam (0,5 mg.kg-1) e ao butorfanol (0,3 mg.kg-1) administrados pela via intramuscular (CBM e DBM, respectivamente). Doze bugios foram selecionados aleatoriamente em dois grupos (n = 6 por grupo) e avaliados para os parâmetros FC, f, PAS, PAD, PAM, SpO2, EtCO2, TR e escala de sedação, a partir de 5 minutos após o período de latência até 30 minutos após a latência. Também foram coletados amostras de sangue arterial para hemogasometria e lactato nos tempos 5 e 30 minutos. E ao término avaliado o tempo total de sedação e recuperação. Foi realizado ANOVA seguida de teste t pareado (paramétricos) e teste de Mann Whitney Rank Sum Test (não paramétricos) com p <0,05. Não houve diferença entre protocolos no tempo de latência sendo DBM 7,6±1,6 min e CBM 5,83±1,6 min. A frequência cardíaca no grupo DBM foi significativamente menor em todos os tempos (em média 34% menor). A Frequência respiratória (f) ,Saturação periférica de oxigênio (SpO2), lactato arterial, pressão arterial e temperatura, diminuíram ao longo do tempo, em ambos os grupos. Os parâmetros hemogasométricos não diferiram entre grupos ou ao longo do tempo observado. O escore total de sedação foi maior nos tempos 5, 10 e 15 minutos no grupo DBM. A recuperação no grupo dexmedetomina foi significativamente mais rápida em relação a cetamina (25,6 ±9 min). Todos os animais apresentaram hipoxemia moderada (PaO2 <70 mmHg). Conclui-se que ambos os protoclos produzem sedação e analgesia satisfatória, porém a dexmedetomidina proporciona uma sedação mais intensa com recuperação mais rápida e menor frequência cardíaca. Ambos os protocolos causaram depressão respiratória e hipoxemia moderada, por este motivo, recomenda-se suplementação de oxigênio.
The howler monkey (Alouatta Guariba Clamitans) is one of the most common primates species found in the south of Brazil. Nowadays, the rescue centers and fauna maintainers are in a situation of superpopulation, therefore methods of population control that does not discharacterize the species natural behavior, like the vasectomy. The aim of this study was to evaluate and compare cardiorespiratory and hemogasometric parameters, as well as quality of sedation, time and recovery of two protocols with the following estimated doses: ketamine (10 mg.kg-1) or dexmedetomidine (10 g.kg-1) associated with midazolam 0.5 mg.kg-1) and butorphanol (0.3 mg.kg-1) administered intramuscularly (CBM and DBM, respectively). Twelve howler monkeys were randomly selected in 2 groups (n = 6 per group) and evaluated for the parameters HR, RR, SAP, DAP, MAP, SpO2, EtCO2, RT and sedation scale, from 5 minutes after the latency period up to 30 minutes after latency. Arterial blood gas and lactate were also collected at 5 and 30 minutes. And also the duration of sedation and time to recovery. ANOVA followed by paired t-test (parametric) and Mann Whitney Rank Sum Test (non-parametric) with p <0.05 were performed. There was no difference between protocols in the latency time being DBM 7.6 ± 1.6 min and CBM 5.83 ± 1.6 min. The heart rate in the DBM group was significantly lower at all times (on average 34% lower). RR, SpO2, arterial lactate, blood pressure and temperature decreased over time. Hemogasometric parameters did not differ between groups or over the observed time. The total sedation score was greater at times 5, 10 and 15 minutes in the DBM group. Recovery time in the dexmedetomine group was significantly faster in relation to ketamine (25.6 ± 9 min). All animals had moderate hypoxemia (PaO2 <70 mmHg). It is concluded that both protocols produce satisfactory sedation and analgesia, but dexmedetomidine provides deeper sedation with faster recovery, with lower heart rate. Both protocols presented moderate hypoxemia, supplementation of oxygen is recommended when they are used.
Resumo
Avaliaram-se a anestesia promovida pela associação de detomidina e cetamina ou dextrocetamina, por via intravenosa (IV) contínua na espécie canina, e a aplicabilidade dessa anestesia ou da utilização de detomidina associada a outros fármacos na cirurgia de ovário-histerectomia (OH) em cadelas, sendo a tese dividida em três capítulos. No primeiro foi avaliada a contenção farmacológica e os efeitos sobre parâmetros fisiológicos promovidos pelas associações detomidina-midazolam-petidina ou xilazina-cetamina, em cadelas submetidas à OH. Foram utilizadas 16 cadelas distribuídas em dois grupos: detomidina, midazolam e petidina (GDMP), 0,04 mg/kg, 0,3 mg/kg e 3 mg/kg, respectivamente, via intramuscular (IM); xilazina e cetamina (GXC), 1 mg/kg e 20 mg/kg, respectivamente, IM. Realizou-se anestesia epidural em ambos os grupos. Avaliaram-se: frequências cardíaca e respiratória, eletrocardiografia, temperatura, pressão arterial sistólica, períodos de latência e hábil, miorrelaxamento, recuperação e contenção farmacológica. Não ocorreu hipotensão, bradicardia ou hipotermia severa, embora tenha sido observado bloqueio atrioventricular em ambos os grupos. A recuperação foi excelente, sendo os protocolos adequados para a contenção farmacológica em cadelas. No segundo capítulo, compararam-se os efeitos cardiorrespiratórios e anestésicos promovidos pela associação de detomidina e cetamina racêmica ou dextrocetamina, por via intravenosa contínua, em oito cadelas submetidas a dois protocolos: GCD (cetamina racêmica + detomidina) indução e manutenção anestésica com cetamina racêmica, nas doses de 5 mg/kg, IV, e 20 mg/kg/h, respectivamente; e GDD (dextrocetamina + detomidina) - indução e manutenção anestésica com dextrocetamina, nas doses de 3,5 mg/kg, IV, e 14 mg/kg/h, respectivamente. A medicação pré-anestésica foi realizada com detomidina, 0,02 mg/kg, IM, e a infusão foi associada à de detomidina, na dose de 30 g/kg/h, IV. Registraram-se frequência cardíaca, pressão arterial média, frequência respiratória, temperatura, miorrelaxamento, eletrocardiograma, hemogasometria, analgesia, qualidade e duração da recuperação. Foi observada bradicardia, hipotensão, hipertensão, alterações eletrocardiográficas, arritmias e acidose respiratória. Concluiu-se que a cetamina racêmica e a dextrocetamina, utilizadas numa proporção de 1,5:1, e associadas à detomidina por infusão intravenosa contínua, causam efeitos cardiorrespiratórios e anestésicos similares em cães. No terceiro capítulo, avaliaram-se os efeitos cardiorrespiratórios e anestésicos promovidos pela associação de detomidina e dextrocetamina, por via intravenosa contínua, em oito cadelas pré-medicadas com midazolam e morfina e submetidas à OH, sendo avaliados os mesmos parâmetros que no capítulo dois. Foram dosados os níveis de cortisol e glicose. Houve bradicardia, bradipneia, hipotensão, alterações eletrocardiográficas, arritmias e acidose respiratória com hipoxemia. Os níveis de cortisol aumentaram significativamente após o pinçamento dos pedículos ovarianos e após a dermorrafia. Os níveis de glicose aumentaram significativamente após a dermorrafia, concluindo-se que a anestesia intravenosa contínua com dextrocetamina e detomidina causa depressão respiratória e alterações cardiovasculares e não é suficiente para abolir a dor causada pela OH. Pôde-se concluir que a utilização de detomidina em cães pode ser considerada uma opção, desde que haja monitoração eletrocardiográfica. Quando associada ao midazolam, à petidina e à anestesia epidural, a detomidina pode ser utilizada na contenção farmacológica de cadelas submetidas à OH. A anestesia intravenosa contínua com a cetamina racêmica ou dextrocetamina e detomidina, deve ser acompanhada por suplementação de oxigênio e por complementação da analgesia.
Anesthesia promoted by the association of detomidine and ketamine or dextroketamine by continuous intravenous route in the canine species, and the applicability of this anesthesia or the use of detomidine associated with other drugs in ovarian-hysterectomy (OH) surgery were evaluated and the thesis being divided into three chapters. In the first, the pharmacological restraint and the effects on physiological parameters promoted by detomidine-midazolam-pethidine or xylazine-ketamine combinations were evaluated in female dogs submitted to OH. Sixteen dogs were used in two groups: detomidine, midazolam and pethidine (GDMP), 0.04 mg/kg, 0.3 mg/kg and 3 mg/kg, respectively, intramuscularly (IM); xylazine and ketamine (GXC), 1 mg/kg and 20 mg/kg, respectively, IM. Epidural anesthesia was performed in both groups. Heart and respiratory rates, electrocardiography, temperature, systolic arterial pressure, latency and anesthetic periods, myorelaxation, recovery and pharmacological restraint were evaluated. There was no hypotension, bradycardia or severe hypothermia, although atrioventricular block was observed in both groups. The recovery was excellent, with adequate protocols for pharmacological containment in female dogs. In the second chapter, we compared the cardiorespiratory and anesthetic effects promoted by the association of detomidine and ketamine or dextroketamine in continuous intravenous administration in eight female dogs submitted to two protocols: GCD (racemic ketamine + detomidine) - induction and anesthetic maintenance with ketamine racemic at doses of 5 mg/kg, IV, and 20 mg/kg/h, respectively; and GDD (dextroketamine + detomidine) - induction and anesthetic maintenance with dextroketamine, at doses of 3.5 mg/kg, IV, and 14 mg/kg/h, respectively. The preanesthetic medication was performed with detomidine, 0.02 mg/kg, IM, and the infusion was associated with that of detomidine, at a dose of 30 g/kg/h, IV. Heart rate, mean arterial pressure, respiratory rate, temperature, myorelaxation, electrocardiogram, hemogasometry, analgesia, quality and duration of recovery were recorded. Bradycardia, hypotension, hypertension, electrocardiographic abnormalities, arrhythmias and respiratory acidosis were observed. It was concluded that racemic ketamine and dextrocetamine, used in a ratio of 1.5: 1, and associated with detomidine by continuous intravenous infusion, cause similar cardiorespiratory and anesthetic effects in dogs. In the third chapter, we evaluated the cardiorespiratory and anesthetic effects promoted by the combination of detomidine and dextroketamine, by continuous intravenous route, in eight female dogs premedicated with midazolam and morphine and submitted to OH, and the same parameters were evaluated as in chapter two. Cortisol and glucose levels were measured. There was bradycardia, bradypnoea, hypotension, electrocardiographic alterations, arrhythmias and respiratory acidosis with hypoxemia. Cortisol levels increased significantly after pinching the ovarian pedicles and after dermorrhaphy. Glucose levels increased significantly after dermorrhaphy, concluding that continuous intravenous anesthesia with dextrocetamine and detomidine causes respiratory depression and cardiovascular changes and is not sufficient to abolish pain caused by OH. It could be concluded that the use of detomidine in dogs can be considered an option, as long as there is electrocardiographic monitoring. When associated with midazolam, pethidine and epidural anesthesia, detomidine can be used in the pharmacological restraint of female dogs submitted to OH. Continuous intravenous anesthesia with racemic ketamine or dextroketamine and detomidine should be accompanied by supplementation of oxygen and by complementation of analgesia.