Resumo
Dentre as doenças que podem causar problemas reprodutivos em bovinos, está a leptospirose. A prevalência desta doença pode ser diferente entre os estados do Brasil e até mesmo entre regiões e mesorregiões de um mesmo estado. O presente trabalho foi realizado utilizando 443 vacas com mais de 24 meses de idade oriundas de nove propriedades. Foram coletadas amostras de sangue para análise e elaborado um questionário epidemiológico que abordava ocorrências de falhas reprodutivas no rebanho (morte embrionária - ME, abortamentos entre outros). Foi realizado, acompanhamento reprodutivo mensal com exame ultrassonográfico e levantamento do histórico reprodutivo dos animais por um período de pelo menos 12 meses. A sorologia para leptospirose foi realizada em 216 animais, sendo que 75 (16,5%) foram considerados reativos, com uma titulação maior ou igual a 1:100. O percentual de animais reativos dentro de cada amostragem dos rebanhos variou de 16,0% a 52,8% sem considerar o sorogrupo predominante. Do total de rebanhos estudados, 5 (55,0%) rebanhos apresentaram sorogrupo predominante Sejroe e em 4 (45,0%) rebanhos soro grupo predominante Icterohaemorrhagiae. Os dois problemas reprodutivos identificados com maior frequência foram ME e abortamento. Todos os rebanhos tiveram animais que apresentaram ME, totalizando 147 animais (33,2%), foi observado abortamento em 3 (33,3%) dos rebanhos. Rebanhos com predominância do sorogrupo Sejroe foram associados a ME. Enquanto aqueles com predominância do sorogrupo Icterohaemorrhagiae foram associados a episódios de abortamento. Um rebanho apresentou elevada taxa de abortamento (27,4%) acompanhado da maior taxa de animais reativos para o soro grupo Icterohaemorrhagiae (52,0%). Este estudo concluiu que os rebanhos estudados, apresentaram alta prevalência de animais soro reativos para leptospirose. ME foi o problema reprodutivo mais frequentemente observado no estudo e associado ao sorogrupo Sejroe. Os abortamentos foram associados ao sorogrupo Icterohaemorrhagiae e os principais fatores de risco observados foram relacionados a presença de animais (gatos, suínos e aves) e características de manejo da propriedade que permitem os animais terem acesso a áreas alagadiças e ao piquete pré-parto.
Leptospirosis is among the diseases that can cause reproductive failures in bovine. Prevalence of this disease can differ between Brazils states and regions of the same state. The present work was performed using 443 cows with more than 24 month old from nine herds. Blood samples were collected to analysis and was elaborated an epidemiologic questionnaire that approached reproductive failures of the herd (embryonic death (ED), abortion). Monthly, reproductive following and ultrasound exam was performed in each participant cow. Reproductive history was raised during a period of 12 months. Leptospirosis sorology was performed in serum from 216 animals, from that, 75 (16.5%) were considered reactive, with titres equal or above 1:100. The percentual of reactive animals in each herd sampling ranged from 16.0% to 52.8%, without considering the predominant serogroup. From all herds studied, five (55.0%) presented Sejroe as the predominant serogroup, and four herds (45.0%) had Icterohaemorrhagiae as major serogroup. The two reproductive failures identified with major frequency were ED and abortion. All herds had animals that presented ED, totalizing 147 animals (33.2%). Abortion was observed in three herds (33.3%). Those with predominance of Sejroe were associated do ED (P<0.05), while those with Icterohaemorrhagiae were associated to abortion. One of these herds presented high rate of abortion (27.4%) followed by a high percentage of reactive animals to serogroup Icterohaemorrhagiae (52.0%). This study concluded that herds presented high prevalence of animals seroreactive to leptospirosis. ED was the reproductive problem more frequently observed in this study. Abortions were associated to positive to serogroup Icterohaemorrhagiae, and the major risk factors observed were related to the presence of other species (cats, pigs and birds) and property management that allows acess flooded areas.
Resumo
Para determinar a teratogenicidade de Mimosa tenuiflora, 15 ovelhas, distribuídas em dois grupos, foram introduzidos em área invadida pela planta. O Grupo 1, com seis ovelhas prenhes, foi introduzido na área experimental 20 dias após o acasalamento. O Grupo 2, formado por nove ovelhas não prenhes e um carneiro, foi introduzido na área experimental no início do experimento. O experimento começou no mês de outubro de 2009, período de estiagem, quando M. tenuiflora estava sementando. Nesse período as plantas foram rebaixadas a 40 cm de altura e os galhos com folhas e sementes foram disponibilizados para os ovinos na mesma área onde M. tenuiflora foi rebaixada. M. tenuiflora começou a rebrotar ainda na estação seca antes do período de chuvas. No período de rebrota, as ovelhas ficavam livres para pastar M. tenuiflora e recebiam concentrado em quantidade equivalente a 1% do peso vivo. Após as primeiras chuvas, em meados de janeiro do ano seguinte, quando o estrato herbáceo apareceu, essas ovelhas foram confinadas em baias, onde M. tenuiflora foi fornecida até o fim do experimento. A cada 15 dias eram realizados exames ultrassonográficos para acompanhamento da gestação. No Grupo 1, três ovelhas abortaram, cada uma um feto sem malformações. Outra ovelha pariu dois cordeiros, um com hiperflexão na articulação inter-falangeana proximal no membro torácico direito e outro sem malformações. Outra ovelha pariu um cordeiro com hiperflexão dos dois membros pélvicos na região da articulação tarso-metatársica. No grupo formado pelas ovelhas que foram acasaladas na área experimental, uma ovelha abortou um feto sem malformações e cinco pariram cordeiros normais. Três das ovelhas desse grupo não emprenharam durante todo o período experimental, mostrando retornos repetidos ao cio, sugerindo perda embrionária. Trinta e duas ovelhas e um carneiro, que permaneceram numa área vizinha a área experimental e foram utilizados como controle, pariram cordeiros normais. Conclui-se que M. tenuiflora, além de causar malformações causa, também, mortalidade embrionária e abortos em ovelhas.(AU)
To determine the teratogenicity of Mimosa tenuiflora, 15 sheep, divided into two groups, were introduced into an area invaded by the plant. Group 1 consisted of six pregnant ewes that were introduced into the experimental area 20 days after mating. Group 2 consisted of nine non pregnant sheep and a ram introduced into the area at the start of the experiment. The experiment began in October 2009, during the dry season, when M. tenuiflora was seeding. During this period the M. tenuiflora plants were pruned to 40cm tall and the branches with leaves and seeds were provided to the experimental sheep in the same area. After prunning M. tenuiflora began to sprout even in the dry season, and the sheep were free to graze the plant. They also received concentrate ration in amount equivalent to 1% of their body weight. After the first rains in mid-January 2010, when the herbaceous layer appeared, the pregnant sheep were confined in stalls, and M. tenuiflora was cut in the field and given to the sheep until the end of the experiment. Every 15 days each sheep was examined by ultrasound to control pregnancy. In Group 1, three sheep aborted single fetuses without malformations. One sheep delivered two lambs, one with hyperflexion of the proximal inter-phalangeal joint of the right forelimb and another without malformations. Another sheep delivered a lamb with a hyperflexion of both hindlimbs in the region of the tarsal-metatarsal joint. Only one sheep delivered a normal lamb. In Group 2, one sheep aborted a fetus without malformations and five delivered normal lambs. Three sheep of this group returned to estrus repeatedly and did not get pregnant during the mating period, suggesting embryonic loss. Thirty two ewes and one ram, that stayed in a paddock neighbor to the experimental paddock and were used as control group, delivered normal lambs. It is concluded that M. tenuiflora cause malformations, embryonic mortality and abortion in sheep.(AU)
Assuntos
Animais , Feminino , Ovinos/anormalidades , Mimosa/intoxicação , Teratogênicos , Feto/anormalidades , Plantas Tóxicas/embriologia , Anormalidades Congênitas/veterináriaResumo
Verificou-se a influência do momento da cobrição, em relação à ovulação, na fertilidade e na ocorrência de morte embrionária precoce (MEP) em 405 éguas da raça Puro Sangue Inglês, acompanhadas por 629 ciclos estrais. As éguas foram divididas em cinco grupos, de acordo com o momento da cobrição: grupo I, composto por 79 éguas cobertas entre 48 e 36 horas antes da ovulação; grupo II, com 102 éguas cobertas 36 a 24 horas antes da ovulação; grupo III, com 166 éguas cobertas 24 a 12 horas antes da ovulação; grupo IV, com 185 éguas cobertas até 12 horas antes da ovulação; e grupo V, formado por 97 éguas cobertas até 12 horas após a ovulação. As ovulações foram determinadas por palpação retal e ultra-sonografia, realizadas a cada 12 horas. O diagnóstico de gestação foi feito 14 dias após a cobrição com auxílio de ultra-sonografia. Novo exame foi realizado aos 60 dias para verificar ocorrência de MEP. Maiores índices de prenhez foram observados nos grupos III e IV (P<0,06). Verificou-se comportamento quadrático da taxa de prenhez em função do momento da cobrição aos 14 dias (R2= 91,0%; P<0,05) e aos 60 dias de prenhez (R2= 89,2%; P<0,05). Não foi observada diferença entre os grupos para MEP pelo qui-quadrado, mas a análise de regressão revelou comportamento quadrático da variável (R2= 92,4%; P<0,05). O melhor momento para cobrição foram as 24 horas que antecederam a ovulação.(AU)
The effect of time of mating (with respect to time of ovulation) on fertility and early embryonic death (EED) in the equine was quantified. Thoroughbred mares (n= 405) were observed during 629 estrous cycles. The mares were divided into five groups: I- 79 mares that were mated between 48 and 36 hours prior to ovulation; II- 102 mares that were mated between 36 and 24 hours prior to ovulation; III- 166 mares that were mated between 24 and 12 hours prior to ovulation; IV- 185 mares that were mated between 12 hours prior to ovulation and the time of ovulation; and V- 97 mares that were mated during the interval from ovulation to 12 hours after ovulation. The occurrence of an ovulation was determined by rectal palpation and ultrasonography, performed every 12 hours. The diagnosis of conception was done 14 days after mating with the help of ultrasonography. Ultrasonography examination to detect EED was done on the 60th day post-mating. Conception rates were highest in groups III and IV (P<0.06). The regression analysis verified a quadratic model for successful pregnancy 14 days (R2 = 91.0%; P<0.05) and 60 days (R2 = 89.2%; P<0.05) post-mating. Although groups did not differ significantly in EED, regression analysis verified a quadratic model (R2 = 92.4%; P<0.05). Results suggest that the optimum time for mating is the interval from 24 hours prior to ovulation up to the time of ovulation.(AU)
Assuntos
Ovulação/fisiologia , Fertilidade/fisiologia , Perda do Embrião/epidemiologia , CavalosResumo
The objective of this study was to evaluate the incidence of pregnancy loss, considering the periods of occurrence, reproductive status, as well as the different age groups. During the breeding seasons of 1998/1999 and 1999/2000 (September to January) the gestations of 445 Quarter Horse mares with ages from 3 to 20 years were monitored, comprehending maiden, barren and lactating. Pregnancy diagnostic was performed by ultrasonography at the 11th day after ovulation and repeated on days 20, 30, 40 and 50. The mares were distributed in groups from I to IV, corresponding to pregnancy losses between days 11 to 20, 21 to 30, 31 to 40 and 41 to 50, respectively. The overall pregnancy loss rate was 8.53% (38/445), being of 5.39% (24/445); 1.57% (7/445); 1.12% (5/445) and 0.45% (2/445) for groups I, II, III and IV, respectively. The unique and significant incidence (P 0.05) occurred in group I (63.15%, 24/38), showing that the time between the second and third weeks is the most susceptible to pregnancy loss. The loss rates were not significantly different (P>0.05) concerning reproductive status and age groups.
Este estudo teve por objetivo avaliar a incidência de perda de prenhez considerando os períodos cronológicos de sua ocorrência, status reprodutivo e diferentes faixas etárias. Durante os anos hípicos de 1998/1999 e 1999/2000 (setembro a janeiro) foram monitoradas as gestações de 445 animais da raça Quarto de Milha, com idades de 3 a 20 anos, compreendendo potras de primeira cobrição, éguas falhadas e éguas paridas. Procedeu-se o diagnóstico de gestação por ultra-sonografia no 11º dia pós-ovulação, repetindo-se os exames aos 20, 30, 40 e 50 dias de prenhez. As éguas foram separadas em grupos de I a IV, correspondentes às perdas de prenhez entre os dias 11 e 20, 21 e 30, 31 e 40, e 41 e 50, respectivamente. O índice total de perdas foi de 8,53% (38/445), sendo de 5,39% (24/445); 1,57% (7/445); 1,12% (5/445) e 0,45% (2/445) para os grupos I, II, III e IV, respectivamente. A única e significativa incidência (P 0,05) ocorreu no grupo I (63,15%; 24/38), indicando que o período entre a segunda e terceira semanas é o mais suscetível à perda precoce de prenhez. Com relação ao status reprodutivo e faixas etárias, não se evidenciaram diferenças significativas (P>0,05) nas perdas.
Resumo
The objective of this study was to evaluate the incidence of pregnancy loss, considering the periods of occurrence, reproductive status, as well as the different age groups. During the breeding seasons of 1998/1999 and 1999/2000 (September to January) the gestations of 445 Quarter Horse mares with ages from 3 to 20 years were monitored, comprehending maiden, barren and lactating. Pregnancy diagnostic was performed by ultrasonography at the 11th day after ovulation and repeated on days 20, 30, 40 and 50. The mares were distributed in groups from I to IV, corresponding to pregnancy losses between days 11 to 20, 21 to 30, 31 to 40 and 41 to 50, respectively. The overall pregnancy loss rate was 8.53% (38/445), being of 5.39% (24/445); 1.57% (7/445); 1.12% (5/445) and 0.45% (2/445) for groups I, II, III and IV, respectively. The unique and significant incidence (P 0.05) occurred in group I (63.15%, 24/38), showing that the time between the second and third weeks is the most susceptible to pregnancy loss. The loss rates were not significantly different (P>0.05) concerning reproductive status and age groups.
Este estudo teve por objetivo avaliar a incidência de perda de prenhez considerando os períodos cronológicos de sua ocorrência, status reprodutivo e diferentes faixas etárias. Durante os anos hípicos de 1998/1999 e 1999/2000 (setembro a janeiro) foram monitoradas as gestações de 445 animais da raça Quarto de Milha, com idades de 3 a 20 anos, compreendendo potras de primeira cobrição, éguas falhadas e éguas paridas. Procedeu-se o diagnóstico de gestação por ultra-sonografia no 11º dia pós-ovulação, repetindo-se os exames aos 20, 30, 40 e 50 dias de prenhez. As éguas foram separadas em grupos de I a IV, correspondentes às perdas de prenhez entre os dias 11 e 20, 21 e 30, 31 e 40, e 41 e 50, respectivamente. O índice total de perdas foi de 8,53% (38/445), sendo de 5,39% (24/445); 1,57% (7/445); 1,12% (5/445) e 0,45% (2/445) para os grupos I, II, III e IV, respectivamente. A única e significativa incidência (P 0,05) ocorreu no grupo I (63,15%; 24/38), indicando que o período entre a segunda e terceira semanas é o mais suscetível à perda precoce de prenhez. Com relação ao status reprodutivo e faixas etárias, não se evidenciaram diferenças significativas (P>0,05) nas perdas.