Resumo
O omento maior tem sido utilizado com grande eficácia na medicina e em cirurgias torácicas, urogenitais, neurológicas, vasculares e respiratórias por sua natureza única, versátil e suas propriedades de imunidade, drenagem, adesão, vascularização e hemostasia bem conhecidas. Tem sido aplicado em humanos, como uma importante fonte de vascularização para áreas distantes, como flap pediculado ou livre, dentre elas, tórax, cabeça, pescoço e porções proximais de extremidades. As pesquisas com flap pediculado de omento maior, na cirurgia veterinária como indutor angiogênico e imunogênico são poucas, entretanto, suas propriedades de adesão e drenagem são conhecidas e utilizadas em procedimentos cirúrgicos com excelentes resultados. O objetivo desta pesquisa foi criar retalho pediculado de omento maior, mensurando o comprimento durante as etapas de criação e avaliando a possibilidade de alcance para ossos longos (fêmur, tíbia, úmero e rádio e ulna) através de túnel subcutâneo. Foram utilizados 30 cadáveres de cães frescos com 10 a 30 quilos de massa corpórea, sem discriminação de idade, sexo ou raça. Os resultados foram satisfatórios e 100% dos animais alcançaram a metáfise distal dos ossos avaliados. A média de comprimento do omento em camada dupla, dos 30 animais avaliados foi de 30,87 cm, da camada simples de 54,37 cm e do flap em L 92,7 cm. Com a extensão máxima do omento foi possível alcançar as metáfises distais de todos os ossos propostos (fêmur, tíbia/fíbula, úmero e rádio/ulna), com comprimento médio excedente de 29,87 cm para fêmur, 20,73 cm para tíbia/fíbula, 25,13 cm para úmero e 16,27 cm para rádio/ulna As variáveis peso flap em L avaliadas estatisticamente apresentaram correlação positiva moderada nos grupos apresentados. Concluiu-se que em cães é possível levar o flap pediculado de omento maior através de túnel subcutâneo para metáfise distal de ossos longos sem tensão e que quanto maior o peso do animal, maior o comprimento do flap em L dos animais avaliados em cada grupo
The greater omentum has been successfully used in human medicine in different surgical approaches such as thoracic, urogenital, neurological, vascular, and respiratory. The high usefulness of omentum is due to its singular nature and versatility, as well as its known different properties such as immunologic, drainage, adhesion, angiogenic and haemostatic. It has been used in human medicine such as a pediculated or free flap as an important vascular inductor for different areas. Among the sites that it has been used to increase blood flow by its angiogenic properties, little the thorax, head and neck, and proximal and distal extremities may be sited. Research on immunogenic and angiogenics inductor properties of the flap in Veterinary Medicine have been made, however, its adhesive and draining properties are well known and have been used with excellent results in surgery. An experimental study to obtain a pediculated flap of greater omentum and conduct it as far as possible through a subcutaneous tunnel in order to reach long bones (femur, tibia, umero, radius and ulna). Was designed during the experiment, the obtained different flaps were measured and the possibility of reaching proximal to distal long bone sites was checked. For the experiment 30 fresh body (10 to 30 kg of corporal weight) from dead dogs without predilection to age, or sex were used. Animals of all breeds were included except condrosdistrophics breeds. In addition, dogs with signs of abdominal surgery, abdominal adherences, or other anatomic dysfunctions of the greater omentum were excluded from the experiment. The results were satisfactor and in 100% of the cases the flap reached the distal half of the evaluated bones. The averages of the different flap lengths were: 30.87 cm when double layer was used; 54.37 cm in simple layer; and 92.7 cm when the flap was made in an L shape. With the largest extension of the omentum, it was possible to reach the distal metaphises of all studied bones (femur, tibia/fibula, humerus, and radius/ulna). The exceeding length average was 29.87 cm for the femur, 20.73 cm for the tibia/fibula, 25.13 cm for the humerus, and 16.27 cm for the radius/ulna. The variation body-weight-flap variety statistically evaluated showed moderate positive correlation on the presented groups. In conclusion, the omentum pediclulated flap may be passed through the subcutaneous tunnel until the distal metaphisis of the long bones of dogs without tension. Animals with carger bodyl weight have the largest length of the L- shaped flap
Resumo
Since the XIX century the greater omentum has been used for different purposes in the surgical practice. The aim of the present study is to determine the effects of the omental wrapping on the healing of colonic anastomoses in rats. Sixty four, Wistar male rats were used. The animals were divided in four groups (A,AN,B,C). A colonic anastomoses located 5 cm from the anal verge was performed in three different ways: for A and AN groups the anastomoses was done in one layer with 8 nylon interrupted propylene(prolene) slitches, for B group an ischemic anastomose was created and for group C a deficient anastomose was performed .Half of animals in each group had this anastomose protected by omental wrapping (AO, ANO, BO, CO). All the animals were sacrificed on the 7th P.O. In the AN and ANO groups just before the sacrifice a dye (China ink) was injected in order to evaluate the neovascularity of the anastomoses. We concluded that the omental wrapping increased the vascularity in the colonic anastomoses improving its healing and decreasing the adhesions on the anastomotic line.
Desde o século XIX o omento maior vem sendo utilizado em diferentes procedimentos cirúrgicos. O objetivo desse estudo foi avaliar os efeitos da omentoplastia na cicatrização de anastomoses colônicas em ratos. Utilizaram-se 64 ratos machos, que foram divididos em 4 grupos (A,AN,B,C). Realizou-se uma anastomose colônica situada há 5 cm da borda anal, de três maneiras diferentes: para os grupos A e AN , anastomose padrão com 8 pontos seromusculares; para o grupo B, anastomose isquêmica e, para o grupo C uma anastomose deficiente com apenas 4 pontos. Na metade dos animais de cada grupo a anastomose foi recoberta com o omento e desta forma obteve-se os subgrupos AO, ANO, BO, CO. No grupo AN e ANO utilizou-se tinta nanquim para avaliar a neovascularizção. Todos os animais foram submetidos a eutanásia no 7o dia de pós-operatório. Concluiu-se que a utilização da omentoplastia promoveu, uma neovascularização na área de anastomose, aumentou a presença de colágeno e levou a uma diminuição da presença de aderências próximo da linha de sutura.