Resumo
This work presents information regarding the biology and state of conservation of an endangered annual fish Hypsolebias antenori. Fish were captured from small seasonal pools located in Northeastern Brazil. The total body length, body mass, sex ratio, first sexual maturity were investigated. The sampled population showed sexual dimorphism. There was a predominance of females (60%) over males (40%) with a sex ratio of 1: 1.4 and males were bigger and heavier than the females. Amplitude of total length of males ranged from 2.6 to 7.1cm (4.1±1.15) and that of females from 2.2 to 5.4cm (3.6±0.9). Amplitude of body mass of males varied from 0.25 to 7g (1.3g±1.4) and that of females from 0.12 to 2.1g (0.7g±0.5). The total weight-length equation of males was Wt=0.0108Lt3.172 with r = 0.9826 and of females was Wt=0.0122Lt3.0114 with r = 0.9608. Females attained first sexual maturity at 3.2 cm (±0.25) total length and males at 3.3 cm (±0.08) total length. All temporary pools surveyed in Northeastern Brazil were in a high degree of degradation, suffering due to anthropogenic action. Reduced rainfall resulting from global climate change prevents the filling up of these pools, thus preventing the completion of the reproductive cycle of annual fishes. One factor hindering development of conservation strategies is limited literature on biology and conservation status of annual fishes. There is a need for conservation measures to protect annual fish populations, especially creation of protected areas in the Brazilian semiarid region.(AU)
Este trabalho apresenta informações sobre a biologia e estado de conservação de Hypsolebias antenori, um peixe anual ameaçado. Os peixes foram capturados em pequenas poças temporárias localizadas no Nordeste do Brasil. O comprimento total, peso total, proporção sexual e a primeira maturação sexual foram investigados. A espécie em estudo apresentou dimorfismo sexual bem evidente. Houve um predomínio de fêmeas (60%) sobre os machos (40%), com uma razão sexual de 1M: 1,4F. Os machos foram significativamente maiores e mais pesados do que as fêmeas. A amplitude do comprimento total dos machos variou de 2,6 a 7,1 centímetros (4,1 ± 1,15) e as fêmeas de 2,2 a 5,4 centímetros (3,6 ± 0,9). A amplitude de peso dos machos variou de 0,25 a 7 g (1,4 ± 1,3 g), enquanto que as fêmeas de 0,12 a 2,1 g (0,5 ± 0,7 g). A equação da relação peso total/comprimento dos machos foi Wt = 0.0108Lt3.172 com r = 0,9826 e para fêmeas foi Wt = 0.0122Lt3.0114 com r = 0,9608. As fêmeas alcançaram a primeira maturação sexual com 3,2 cm ( ± 0,25) de comprimento total e os machos com 3,3 centímetros ( ± 0,08 ) de comprimento total. Todas as poças temporárias amostradas neste trabalho estavam em um alto grau de degradação, principalmente devido à ação antrópica. Observamos que diminuição das chuvas e a desertificação decorrente das mudanças climáticas globais que também são alarmantes e poderão impedir a conclusão do ciclo reprodutivo dos peixes anuais. As informações sobre a biologia e o estado de conservação dos peixes anuais ainda são limitadas, portanto há uma grande necessidade estudos e de medidas de conservação para proteger as populações de peixes anuais, entre elas especialmente a criação de áreas proteção nos ambientes aquáticos efêmeros do semiárido brasileiro.(AU)
Assuntos
Animais , Masculino , Feminino , Ciprinodontiformes/classificação , Espécies em Perigo de Extinção , Reprodução , Brasil , Mudança Climática , Ciprinodontiformes/anatomia & histologia , Razão de MasculinidadeResumo
A larvicultura é considerada a fase crítica na produção de peixes. Alguns killifishes são anuais e são os únicos vertebrados onde os embriões podem, em certo momento, dependendo das condições ambientais, optarem por caminhos distintos de desenvolvimento, podendo este ser direto ou por diapausas. Para a espécie Hypsolebias radiseriatus ainda não existe nenhum dado de produção de juvenis. O objetivo deste trabalho foi avaliar a tolerância a diferentes gradientes de salinidade e realizar a larvicultura de H. radiseriatus em diferentes concentrações de presa e salinidade da água. Para os testes de tolerância, foram utilizadas larvas recém-eclodidas, onde foi realizado o choque osmótico (experimento I) e aclimatação gradual (experimento II) às seguintes salinidades: água doce, 2, 4, 6 e 8 g de sal/L. As observações foram realizadas até 96 horas. No experimento III, larvas recém eclodidas foram estocadas na densidade de 4 larvas L-1 e submetidas a três salinidades da água a saber: S0 - água doce, S2 - 2 g de sal L-1 e S4 - 4 g de sal L-1, e três concentrações diárias iniciais de presas: 100, 300 e 500 náuplios de artêmia larva-1 em esquema fatorial 3 × 3 com três repetições cada. A larvicultura teve duração de 35 dias. No experimento I e II a sobrevivência sofreu influência apenas na salinidade de 8 g de sal L-1 (P<0,01). Para o peso houve redução a partir de 6 g de sal L-1 (experimento I) e 8 g de sal L-1 (experimento II). No experimento III, a amônia total foi maior para a maior concentração de presas testada independente da salinidade da água. Após 15 dias, a sobrevivência foi menor a 4 g de sal L-1 e verificou-se efeitos tanto da salinidade, como da concentração de presas e da interação entre estes fatores no desempenho das larvas com menores valores para S4P100. Após 35 dias o comprimento não apresentou efeito da salinidade, concentração de presas e da interação entre os fatores (P>0,05). O peso foi influenciado somente pela concentração de presas (P<0,05) com maiores valores para P500. A sobrevivência foi influenciada pela salinidade (P<0,01) e pela concentração de presas (P<0.05), sem efeito da interação (P>0,05). A pior sobrevivência foi para S4 e para P100. Logo, a larvicultura de H. radiseriatus pode ser realizada em salinidade de até 2 g de sal L-1, com a maior concentração de presas testada neste experimento.
he aim of this study was to investigate the tolerance of Hypsolebias radiseriatus larvae to different salinities and the effects of different prey concentrations and water salinities on their larviculture. Salinity tolerance was tested by subjecting newly-hatched larvae to 96 hours of osmotic shock testing (experiment I) and gradual acclimatization (experiment II) with 3 replicates each of the following salinities: freshwater (control), 2, 4, 6 and 8 g of salt L-1. A third experiment (experiment III) subjected newly-hatched larvae, at a density of 4 larvae L-1, to three water salinities (S0 - freshwater, S2 - 2 g of salt L-1 and S4 4 g of salt L-1) and three initial daily prey concentrations (100, 300 and 500 artemia nauplii larva-1) in a 3×3 factorial scheme with three replicates each for 35 days. In experiments I and II, survival was found to be influenced by only the salinity of 8 g of salt L-1 (P <0.01). Weight was found to decrease at 6 g of salt L-1 (experiment I) and 8 g of salt L-1 (experiment II). In experiment III, total ammonia was higher for the highest prey concentration tested independent of water salinity. After 15 days, survival was lowest at 4 g of salt L-1 and the effects of salinity, prey concentration and their interaction decreased the performance of larvae for 4 g of salt L-1 and for 100 artemia nauplii larva-1. After 35 days, total length did not exhibit an effect of salinity, prey concentration or their interaction (P >0.05), while weight was influenced only by prey concentration (P <0.05), with the highest value being with 500 artemia nauplii larva-1. Survival was influenced by salinity (P <0.01) and prey concentrations (P <0.05), but without an effect from the interaction of the two (P >0.05). The lowest survival was for 4 g of salt L-1 and for 100 artemia nauplii larva-1. Therefore, H. radiseriatus larviculture can be carried out in salinity of up to 2 g of salt L-1 and initial daily prey concentrations with 500 artemia nauplii larva-1.
Resumo
The present study aims to provide data about the time required for Cynopoecilus melanotaenia kept at different temperatures to complete embryonic development. This information can be valuable for optimizing laboratory culture and facilitating future use of this species as a test organism in toxicity tests. Temperature effects on hatching rate are presented as well as information related to embryonic development stages. Eggs were observed daily, from start to finish of embryonic development. Thirteen developmental stages were described. Eggs were kept at two constant temperatures (20°C and 25°C) and at a variable ambient temperature (16-25°C - mean = 21°C, sd = 1.95), to determine developmental rate (velocity) at each temperature. A shorter incubation period was necessary to complete development at 25° ± 1°C. However, all embryos kept at this temperature hatched with morphological defects, which prevented their survival. No significant difference in developmental time period (p = 0.05) was observed at the 20°C and 16°-25°C (mean = 21°C, sd = 1.95) temperatures.
O presente trabalho visa estabelecer informações referentes ao tempo requerido para embriões de Cynopoecilus melanotaenia, mantidos em diferentes temperaturas, completarem seu desenvolvimento embrionário. Esses dados são importantes na otimização de cultivos dessa espécie em laboratório e podem facilitar seu futuro uso como organismos-teste em testes de toxicidade. O efeito da temperatura na taxa de eclosão e informações sobre os estágios de desenvolvimento embrionário são apresentados. Os ovos foram observados diariamente, do início até o final do desenvolvimento embrionário. Foram descritos 13 estágios de desenvolvimento. Os ovos foram mantidos a duas temperaturas constantes (20°C e 25°C) e a uma temperatura variável (16-25°C - média = 21°C, desvio = 1,95), a fim de determinar a velocidade de desenvolvimento para cada temperatura. Foi necessário menor período de incubação para completar o desenvolvimento a 25° ± 1°C. Entretanto, todos os embriões mantidos a essa temperatura eclodiram, apresentando malformações morfológicas que inviabilizavam sua sobrevivência. Não foi observada diferença estatisticamente significativa (p = 0,05) no tempo necessário para completar o desenvolvimento embrionário nos embriões mantidos nas temperaturas de 20°C e 16°-25°C (média = 21°C, desvio = 1,95).
Resumo
The present study aims to provide data about the time required for Cynopoecilus melanotaenia kept at different temperatures to complete embryonic development. This information can be valuable for optimizing laboratory culture and facilitating future use of this species as a test organism in toxicity tests. Temperature effects on hatching rate are presented as well as information related to embryonic development stages. Eggs were observed daily, from start to finish of embryonic development. Thirteen developmental stages were described. Eggs were kept at two constant temperatures (20°C and 25°C) and at a variable ambient temperature (16-25°C - mean = 21°C, sd = 1.95), to determine developmental rate (velocity) at each temperature. A shorter incubation period was necessary to complete development at 25° ± 1°C. However, all embryos kept at this temperature hatched with morphological defects, which prevented their survival. No significant difference in developmental time period (p = 0.05) was observed at the 20°C and 16°-25°C (mean = 21°C, sd = 1.95) temperatures.
O presente trabalho visa estabelecer informações referentes ao tempo requerido para embriões de Cynopoecilus melanotaenia, mantidos em diferentes temperaturas, completarem seu desenvolvimento embrionário. Esses dados são importantes na otimização de cultivos dessa espécie em laboratório e podem facilitar seu futuro uso como organismos-teste em testes de toxicidade. O efeito da temperatura na taxa de eclosão e informações sobre os estágios de desenvolvimento embrionário são apresentados. Os ovos foram observados diariamente, do início até o final do desenvolvimento embrionário. Foram descritos 13 estágios de desenvolvimento. Os ovos foram mantidos a duas temperaturas constantes (20°C e 25°C) e a uma temperatura variável (16-25°C - média = 21°C, desvio = 1,95), a fim de determinar a velocidade de desenvolvimento para cada temperatura. Foi necessário menor período de incubação para completar o desenvolvimento a 25° ± 1°C. Entretanto, todos os embriões mantidos a essa temperatura eclodiram, apresentando malformações morfológicas que inviabilizavam sua sobrevivência. Não foi observada diferença estatisticamente significativa (p = 0,05) no tempo necessário para completar o desenvolvimento embrionário nos embriões mantidos nas temperaturas de 20°C e 16°-25°C (média = 21°C, desvio = 1,95).