Resumo
An outbreak of hypomagnesemia is reported in Holstein dairy cattle grazing lush oat (Avena sativa) pasture in Uruguay. Nine of 270 (3.3%) cows died in May-July (autumn-winter) 2017. These nine cows were from 2 to 9-years-old (1st-6th lactation), with 22 to 194 days of lactation and 15.8 to 31.4L of daily milk production. Two cows with acute sialorrhea, muscle spasms, lateral recumbency, weakness, opisthotonos, and coma, were euthanized and necropsied. No significant macroscopic or histological lesions were found. One untreated clinically-affected cow and eight out of 14 clinically healthy cows of the same group under similar management and production conditions had low serum levels of Mg (lower than 0.7mmol/L). Secondarily, both clinically affected cows and six out of 14 healthy cows had low serum Ca levels. The K/(Ca+Mg) ratio of two oat forages, corn silage, and ration was 5.10, 7.73, 2.45, and 0.85, respectively. A K/(Ca+Mg) ratio lower than 2.2 represents a risk for hypomagnesemia. The difference between the contribution-requirement of minerals in the diet was established and a daily deficiency of Mg (-0.36g/day), Na (-25.2g/day) and Ca (-9.27g/day) was found, while K (184.42g/day) and P (12.81g/day) were in excess. The diet was reformulated to correct the deficiencies and the disease was controlled by the daily administration of 80g of magnesium oxide, 80g of calcium carbonate and 30g sodium chloride per cow. It is concluded that hypomagnesemia is a cause of mortality in dairy cattle in Uruguay, and that the condition can be prevented by appropriate diet formulation.(AU)
Descreve-se um surto de hipomagnesemia em bovinos leiteiros da raça Holandês com alimentação a base de pastagens de aveia (Avena sativa) em crescimento no Uruguai, nos meses de maio a julho (outono-inverno) de 2017. De um rebanho de 270 vacas em ordenha, nove (3,3%) morreram. As nove vacas tinham entre dois e nove anos, estavam entre a primeira e a sexta lactação e a produção diária era de 15,8 a 31,4 litros de leite. Duas vacas que apresentaram sialorreia, espasmos musculares, decúbito lateral, debilidade, opistótono e posteriormente, estado comatoso foram eutanasiadas e necropsiadas. Não foram observadas lesões macroscópicas ou histológicas significantes. Uma vaca com sinais clínicos, não tratada, e oito de 14 vacas sem sinais clínicos, do mesmo rebanho, apresentaram baixos níveis séricos de Mg (menos de 0,7mmol/L). Adicionalmente, as duas vacas com sinais clínicos e seis das 14 vacas sem sinais clínicos apresentaram baixos níveis de Ca sérico. A relação do risco tetanizante K/(Ca+Mg) de duas pastagens de aveia, silagem de milho e ração concentrada foi estimada em 5; 10; 7,73; 2,15 e 0,85, respectivamente. Uma relação K/(Ca+Mg) maior de 2,2 é um indicador do potencial tetanizante da forragem, A diferença entre o aporte e os requerimentos dos minerais foi estabelecida constatando-se deficiência diária de Mg (-0,36g/dia), Na (-25,2g/dia) e Ca (-9,27g/dia). O potássio (K) (184,42g/dia) e o fósforo (P) (12,81g/dia) estavam em excesso. A dieta foi reformulada para corrigir as deficiências e a doença foi controlada mediante a administração diária de 80g de MgO, 80g de CaCO3 e 30g de NaCl por vaca. Conclui-se que a hipomagnesemia é uma doença de importância crescente em gado leiteiro no Uruguai e que deve ser prevenida mediante a formulação correta da dieta.(AU)
Assuntos
Animais , Feminino , Bovinos , Avena , Hipocalcemia/veterinária , Ração Animal/análise , Deficiência de Magnésio/veterinária , Uruguai , Indústria de LaticíniosResumo
An outbreak of hypomagnesemia is reported in Holstein dairy cattle grazing lush oat (Avena sativa) pasture in Uruguay. Nine of 270 (3.3%) cows died in May-July (autumn-winter) 2017. These nine cows were from 2 to 9-years-old (1st-6th lactation), with 22 to 194 days of lactation and 15.8 to 31.4L of daily milk production. Two cows with acute sialorrhea, muscle spasms, lateral recumbency, weakness, opisthotonos, and coma, were euthanized and necropsied. No significant macroscopic or histological lesions were found. One untreated clinically-affected cow and eight out of 14 clinically healthy cows of the same group under similar management and production conditions had low serum levels of Mg (lower than 0.7mmol/L). Secondarily, both clinically affected cows and six out of 14 healthy cows had low serum Ca levels. The K/(Ca+Mg) ratio of two oat forages, corn silage, and ration was 5.10, 7.73, 2.45, and 0.85, respectively. A K/(Ca+Mg) ratio lower than 2.2 represents a risk for hypomagnesemia. The difference between the contribution-requirement of minerals in the diet was established and a daily deficiency of Mg (-0.36g/day), Na (-25.2g/day) and Ca (-9.27g/day) was found, while K (184.42g/day) and P (12.81g/day) were in excess. The diet was reformulated to correct the deficiencies and the disease was controlled by the daily administration of 80g of magnesium oxide, 80g of calcium carbonate and 30g sodium chloride per cow. It is concluded that hypomagnesemia is a cause of mortality in dairy cattle in Uruguay, and that the condition can be prevented by appropriate diet formulation.(AU)
Descreve-se um surto de hipomagnesemia em bovinos leiteiros da raça Holandês com alimentação a base de pastagens de aveia (Avena sativa) em crescimento no Uruguai, nos meses de maio a julho (outono-inverno) de 2017. De um rebanho de 270 vacas em ordenha, nove (3,3%) morreram. As nove vacas tinham entre dois e nove anos, estavam entre a primeira e a sexta lactação e a produção diária era de 15,8 a 31,4 litros de leite. Duas vacas que apresentaram sialorreia, espasmos musculares, decúbito lateral, debilidade, opistótono e posteriormente, estado comatoso foram eutanasiadas e necropsiadas. Não foram observadas lesões macroscópicas ou histológicas significantes. Uma vaca com sinais clínicos, não tratada, e oito de 14 vacas sem sinais clínicos, do mesmo rebanho, apresentaram baixos níveis séricos de Mg (menos de 0,7mmol/L). Adicionalmente, as duas vacas com sinais clínicos e seis das 14 vacas sem sinais clínicos apresentaram baixos níveis de Ca sérico. A relação do risco tetanizante K/(Ca+Mg) de duas pastagens de aveia, silagem de milho e ração concentrada foi estimada em 5; 10; 7,73; 2,15 e 0,85, respectivamente. Uma relação K/(Ca+Mg) maior de 2,2 é um indicador do potencial tetanizante da forragem, A diferença entre o aporte e os requerimentos dos minerais foi estabelecida constatando-se deficiência diária de Mg (-0,36g/dia), Na (-25,2g/dia) e Ca (-9,27g/dia). O potássio (K) (184,42g/dia) e o fósforo (P) (12,81g/dia) estavam em excesso. A dieta foi reformulada para corrigir as deficiências e a doença foi controlada mediante a administração diária de 80g de MgO, 80g de CaCO3 e 30g de NaCl por vaca. Conclui-se que a hipomagnesemia é uma doença de importância crescente em gado leiteiro no Uruguai e que deve ser prevenida mediante a formulação correta da dieta.(AU)
Assuntos
Animais , Feminino , Bovinos , Avena , Hipocalcemia/veterinária , Ração Animal/análise , Deficiência de Magnésio/veterinária , Uruguai , Indústria de LaticíniosResumo
ABSTRACT: An outbreak of hypomagnesemia is reported in Holstein dairy cattle grazing lush oat (Avena sativa) pasture in Uruguay. Nine of 270 (3.3%) cows died in May-July (autumn-winter) 2017. These nine cows were from 2 to 9-years-old (1st-6th lactation), with 22 to 194 days of lactation and 15.8 to 31.4L of daily milk production. Two cows with acute sialorrhea, muscle spasms, lateral recumbency, weakness, opisthotonos, and coma, were euthanized and necropsied. No significant macroscopic or histological lesions were found. One untreated clinically-affected cow and eight out of 14 clinically healthy cows of the same group under similar management and production conditions had low serum levels of Mg (lower than 0.7mmol/L). Secondarily, both clinically affected cows and six out of 14 healthy cows had low serum Ca levels. The K/(Ca+Mg) ratio of two oat forages, corn silage, and ration was 5.10, 7.73, 2.45, and 0.85, respectively. A K/(Ca+Mg) ratio lower than 2.2 represents a risk for hypomagnesemia. The difference between the contribution-requirement of minerals in the diet was established and a daily deficiency of Mg (-0.36g/day), Na (-25.2g/day) and Ca (-9.27g/day) was found, while K (184.42g/day) and P (12.81g/day) were in excess. The diet was reformulated to correct the deficiencies and the disease was controlled by the daily administration of 80g of magnesium oxide, 80g of calcium carbonate and 30g sodium chloride per cow. It is concluded that hypomagnesemia is a cause of mortality in dairy cattle in Uruguay, and that the condition can be prevented by appropriate diet formulation.
RESUMO: Descreve-se um surto de hipomagnesemia em bovinos leiteiros da raça Holandês com alimentação a base de pastagens de aveia (Avena sativa) em crescimento no Uruguai, nos meses de maio a julho (outono-inverno) de 2017. De um rebanho de 270 vacas em ordenha, nove (3,3%) morreram. As nove vacas tinham entre dois e nove anos, estavam entre a primeira e a sexta lactação e a produção diária era de 15,8 a 31,4 litros de leite. Duas vacas que apresentaram sialorreia, espasmos musculares, decúbito lateral, debilidade, opistótono e posteriormente, estado comatoso foram eutanasiadas e necropsiadas. Não foram observadas lesões macroscópicas ou histológicas significantes. Uma vaca com sinais clínicos, não tratada, e oito de 14 vacas sem sinais clínicos, do mesmo rebanho, apresentaram baixos níveis séricos de Mg (menos de 0,7mmol/L). Adicionalmente, as duas vacas com sinais clínicos e seis das 14 vacas sem sinais clínicos apresentaram baixos níveis de Ca sérico. A relação do risco tetanizante K/(Ca+Mg) de duas pastagens de aveia, silagem de milho e ração concentrada foi estimada em 5; 10; 7,73; 2,15 e 0,85, respectivamente. Uma relação K/(Ca+Mg) maior de 2,2 é um indicador do potencial tetanizante da forragem, A diferença entre o aporte e os requerimentos dos minerais foi estabelecida constatando-se deficiência diária de Mg (-0,36g/dia), Na (-25,2g/dia) e Ca (-9,27g/dia). O potássio (K) (184,42g/dia) e o fósforo (P) (12,81g/dia) estavam em excesso. A dieta foi reformulada para corrigir as deficiências e a doença foi controlada mediante a administração diária de 80g de MgO, 80g de CaCO3 e 30g de NaCl por vaca. Conclui-se que a hipomagnesemia é uma doença de importância crescente em gado leiteiro no Uruguai e que deve ser prevenida mediante a formulação correta da dieta.
Resumo
DALL-ORSOLETTA, Aline Cristina. Emissão de metano entérico: uma análise do animal ao sistema de produção de leite. 2019. p.120 Tese (Doutorado em Ciência Animal Área: Produção Animal). Universidade do Estado de Santa Catarina. Programa de Pós-graduação em Ciência Animal, Lages, 2019. Os principais fatores que afetam a emissão de metano (CH4) entérico pelos ruminantes são o consumo e a qualidade da dieta. Ao nível de sistema de produção, a emissão CH4 entérico é influenciada por práticas de manejo ligadas a produtividade e a eficiência alimentar. No entanto, estudos que estimem o efeito de diferentes práticas de manejo sobre a emissão de CH4 entérico ainda são escassos. Os objetivos deste trabalho foram avaliar o efeito de diferentes estratégias de alimentação sobre a emissão de metano entérico de vacas leiteiras, e estimar o efeito da raça, idade ao primeiro parto e taxa de reposição sobre a emissão total de CH4 entérico. Para isto, inicialmente estudou-se o efeito de diferentes suplementações energéticas (silagem de milho e milho moído) para vacas leiteiras em pasto de azevém anual sobre a intensidade de emissão de CH4. Em um segundo momento, a partir de medidas pontuais da emissão de CH4 entérico, avaliou-se o efeito de duas estratégias de alimentação (suplementação com concentrado ou sem suplementação) e raça (Holandês e Normando). Finalmente, a partir da modelização de dados produtivos coletados durante dez anos na fazenda experimental do INRA (Pin-au-Haras), foi possível estimar a emissão de CH4 entérico de vacas e novilhas e integrar estes dados ao nível de oito sistemas, combinando duas raças (Holandês e Normanda), duas idades ao primeiro parto (dois ou três anos), duas estratégias de alimentação (alta e baixa entrada de insumos) e taxa de reposição (25, 35,40 e 45%). No primeiro experimento, a suplementação energética com milho moído não reduziu a intensidade de emissão (g CH4/kg de leite), apenas a emissão de CH4 por kg de MS consumida. No segundo experimento, animais recebendo a estratégia de alimentação com suplementação apresentaram maior emissão de CH4 entérico diária, enquanto vacas da raça Holandês mostraram menor intensidade de emissão. No entanto, a medida de CH4 entérico utilizando medidas pontuais em dois períodos diários pode estar relacionada com o horário de ingestão de alimento, fato que, fragiliza os resultados obtidos, principalmente neste caso, onde medidas durante o período de pastejo não foram realizas. Ao nível de sistema, a emissão total de CH4 entérico foi sensível ao desempenho individual dos animais, sendo menor em vacas de alto mérito genético quando alimentadas com uma estratégia sem limitações na ingestão de energia. A redução na idade ao primeiro parto teve um efeito expressivo no tamanho do rebanho, e consequentemente, na emissão total de CH4 entérico. Comparando os dois sistemas com emissão extrema, raça e estratégia de alimentação apresentaram maior potencial de redução na emissão de CH4 entérico do sistema 17 e 15%, respectivamente, enquanto a taxa de reposição contribuiu em 14% e a idade ao primeiro parto contribuiu em 9 %. Sendo que a combinação destes reduz a emissão de CH4 entérico em 54 %. Assim, uma maior redução da emissão de CH4 entérico pelo sistema é esperada quando as práticas adotadas são combinadas; resultando também em maior produção de leite, menor número de animais no rebanho e menor período improdutivo.
DALL-ORSOLETTA, Aline Cristina. Enteric methane emission: an analysis from cow to the dairy system. 2019. 120p. Thesis (Doctorate in Animal Science - Area: Animal Production) - Santa Catarina State University. Post Graduate Program in Animal Science, Lages, 2019. The mains factors affecting enteric methane (CH4) emission by ruminants are dry matter intake and quality of diet. In the dairy system, the enteric CH4 emission is affected by management, including productivity and feed efficiency. However, the effect of different management practices on enteric CH4 emission in the dairy system deserves more studies. The aims of this work were evaluating enteric CH4 in grazing dairy cows on different feed strategies. And, in a dairy system estimating the effect of breed, first calving age, and replacement rate on enteric CH4 emission. The first experiment studied the effect of different energy supplementations (corn silage and corn ground) in dairy cows. After that, the second experiment evaluated the effect of feed strategy (with or without supplementation) and breed (Holstein and Normande) on enteric CH4. For that, measures of enteric CH4 were performed by spot samples before and after milking in grazing dairy cows. Finally, from performance data collected for ten years at the dairy research farm of INRA (Le Pin-au-Haras) a model was developed. Hence, was possible to estimate the enteric CH4 emission of dairy cows and heifers. These data were integrated in eight different dairy systems associating two breeds (Holsteins or Normande), two ages of first calving (two or three years), two feed strategies (system with lower or higher inputs) and four replacement rates (25, 35, 40 and 45%). In the first experiment, the energetic supplementation with corn ground was not enough to reduce the methane intensity (g CH4 /kg of milk), but it was observed a decrease in methane emission per kg of DM intake. In the second experiment, the dairy cows in the supplemented feed strategy showed higher daily enteric CH4 emission. While Holstein dairy cows had a lower methane intensity. However, the enteric CH4 measures using the spot samples during two periods can be related to the time of feeding. This fact undermines the results described, principally in this case, where the measures during grazing time were not made. At the system level, total enteric CH4 emission was sensitive to the individual performance of the animals, being lower in dairy cows of high genetic merit when fed with a strategy without energy intake limitations. The reduction in the first calving age had an expressive effect on herd size, and consequently on total enteric CH4 emission. Comparing two dairy system with extreme enteric CH4 emission, breed and feeding strategies shown a higher potential of enteric CH4 reduction in the system; 17 and 15%, respectively. While the replacement rate contributed to 14 % and first calving age contributed to 9%. The combination of these factors reduces the enteric CH4 emission by 54 %. Thus, a comprehensive enteric CH4 emission reduction in dairy systems is expected when management practices were combined, resulting in higher milk production, fewer animals in the herd and less unproductive period.