Resumo
Dentre os mamíferos marinhos baleias e golfinhos (Cetacea), são os animais que melhor se adaptaram ao meio aquático. Ao ponto que ocupam uma ampla gama de posições na cadeia alimentar, como consumidores secundários ou predadores de topo, como a Orca (Orcinus orca). A orca é popularmente conhecida como Baleia Assassina (Killer Whale), é o maior representante da família Delphinidae, podendo atingir 8 m de comprimento e dentre os cetáceos é o mais cosmopolita de todos, ocorrendo em todos os mares e oceanos e sendo conhecida por avistamentos ocasionais em rios de água doce. Porém tendo uma ocorrência maior em águas frias, onde a produtividade das águas é maior. Esses animais vivem em unidades sociais estáveis chamadas Pods. Apesar de só ser descrita uma única espécie de orca (Orcinus orca), a mesma apresenta diversos ecótipos que são ecologicamente, geneticamente e morfologicamente distintos. Dentre os ecótipos de orcas, os mais estudados são aqueles que ocorrem nas águas do pacifico norte que são as residentes, as transientes e offshore, no atlântico norte é descrito os ecótipos tipo 1 e tipo 2 e na antártica as orcas tipo A, tipo B, tipo C e tipo D. No Brasil os históricos de ocorrência da espécie é em toda a costa exceto em águas da região norte. Os registros de ocorrência se dão principalmente de avistamentos esporádicos, encalhes ou relatos de interações com a pesca de espinhe
Resumo
Oceanic waters are difficult to assess, and there are many gaps in knowledge regarding cetacean occurrence. To fill some of these gaps, this article provides important cetacean records obtained in the winter of 2010 during a dedicated expedition to collect visual and acoustic information in the Vitória-Trindade seamounts. We observed 19 groups of cetaceans along a 1300-km search trajectory, with six species being identified: the humpback whale (Megaptera novaeangliae, N = 9 groups), the fin whale (Balaenoptera physalus, N = 1), the Antarctic minke whale (Balaenoptera bonaerensis, N = 1), the rough-toothed dolphin (Steno bredanensis, N = 1), the bottlenose dolphin (Tursiops truncatus, N = 2), and the killer whale (Orcinus orca, N = 1). Most humpback whale groups (N = 7; 78%) were observed in the Vitória-Trindade seamounts, especially the mounts close to the Abrolhos Bank. Only one lone humpback whale was observed near Trindade Island after a search effort encompassing more than 520 km. From a total of 28 acoustic stations, humpback whale songs were only detected near the seamounts close to the Abrolhos Bank, where most groups of this species were visually detected (including a competitive group and groups with calves). The presence of humpback whales at the Trindade Island and surroundings is most likely occasional, with few sightings and low density. Finally, we observed a significant number of humpback whales along the seamounts close to the Abrolhos Bank, which may function as a breeding habitat for this species. We also added important records regarding the occurrence of cetaceans in these mounts and in the Western South Atlantic, including the endangered fin whale.(AU)
Águas oceânicas e afastadas da costa são ambientes de difícil acesso e muitas lacunas de conhecimento sobre a ocorrência de cetáceos ainda existem. O presente trabalho fornece importantes registros realizados durante uma expedição dedicada a procurar cetáceos visualmente e acusticamente na Cadeia Vitória-Trindade no inverno de 2010. Foram observados 19 grupos de cetáceos ao longo de 1300 km de esforço, sendo identificadas seis espécies: a baleia-jubarte (Megaptera novaeangliae, N = 9 grupos), a baleia-fin (Balaenoptera physalus, N = 1), um grupo misto de baleia-minke-Antártica (Balaenoptera bonaerensis) e golfinhos-de-dentes-rugosos (Steno bredanensis, N = 1), o golfinho-nariz-de-garrafa (Tursiops truncatus, N = 2) e a orca (Orcinus orca, N = 1). A maioria dos grupos da baleia-jubarte (n=7; 78%) foram observados nos montes marinhos da Cadeia Vitória-Trindade, especialmente os montes próximos do Banco dos Abrolhos. Somente uma baleia-jubarte solitária foi observada próxima da Ilha Trindade, apesar de mais de 520 km percorridos em esforço na região. De um total de 28 estações acústicas, cantos da baleia-jubarte foram detectados somente nos montes próximos ao Banco dos Abrolhos, onde a maioria dos grupos desta espécie foi observada visualmente (incluindo grupos competitivos e fêmeas com filhotes). A presença da baleia-jubarte nos arredores da Ilha de Trindade é provavelmente ocasional, com poucos indivíduos e baixa densidade. Finalmente, um número expressivo de grupos de baleia-jubarte foi observado sobre os montes próximos do Banco dos Abrolhos, que podem funcionar como habitats reprodutivos da espécie. Adicionaram-se ainda importantes registros de cetáceos na Cadeia Vitória-Trindade e no Oceano Atlântico Sul ocidental, incluindo a baleia-fin, uma espécie ameaçada de extinção.(AU)
Assuntos
Animais , Cetáceos/classificação , Oceano Atlântico , Densidade Demográfica , Brasil , Estações do AnoResumo
Dentre os mamíferos marinhos baleias e golfinhos (Cetacea), são os animais que melhor se adaptaram ao meio aquático. Ao ponto que ocupam uma ampla gama de posições na cadeia alimentar, como consumidores secundários ou predadores de topo, como a Orca (Orcinus orca). A orca é popularmente conhecida como Baleia Assassina (Killer Whale), é o maior representante da família Delphinidae, podendo atingir 8 m de comprimento e dentre os cetáceos é o mais cosmopolita de todos, ocorrendo em todos os mares e oceanos e sendo conhecida por avistamentos ocasionais em rios de água doce. Porém tendo uma ocorrência maior em águas frias, onde a produtividade das águas é maior. Esses animais vivem em unidades sociais estáveis chamadas Pods. Apesar de só ser descrita uma única espécie de orca (Orcinus orca), a mesma apresenta diversos ecótipos que são ecologicamente, geneticamente e morfologicamente distintos. Dentre os ecótipos de orcas, os mais estudados são aqueles que ocorrem nas águas do pacifico norte que são as residentes, as transientes e offshore, no atlântico norte é descrito os ecótipos tipo 1 e tipo 2 e na antártica as orcas tipo A, tipo B, tipo C e tipo D. No Brasil os históricos de ocorrência da espécie é em toda a costa exceto em águas da região norte. Os registros de ocorrência se dão principalmente de avistamentos esporádicos, encalhes ou relatos de interações com a pesca de espinhe