Resumo
O presente estudo buscou elucidar os mecanismos envolvidos na ação protetiva e terapêutica conferida por nutracêuticos a base de fibras insolúveis sobre o trato gastrointestinal de suínos experimentalmente inoculados com B. hyodysenteriae. Foram utilizadas técnicas de qPCR, isolamento bacteriano, histopatologia, mensuração da concentração de enzimas antioxidantes recuperadas de raspado de mucosa intestinal e recuperação sérica de Fitc Dextran. Para realização do estudo foram utilizados 40 leitões de 21 dias de idade, randomizados e separados em quatro grupos: controle negativo, não inoculados com B. hyodysenteriae e não suplementados com aditivo neutracêutico (CN) (n=10); grupo suplementado com nutracêutico 7 dias antes da inoculação com B. hyodysenteriae (NAI) (n=10); grupo suplementado com nutracêutico após a inoculação com B. hyodysenteriae (NPI) (n=10); e controle positivo, inoculados com B. hyodysenteriae e não suplementados com nutracêutico (CP) (n=10). Os animais foram aclimatados as instalações por 7 dias, recebendo ração e água ad libitum. Quatorze dias após a chegada, os leitões foram inoculados com B. hyodysenteriae, por três dias consecutivos, ou inoculados com caldo BHI estéril (CN). Após 14 dias da primeira inoculação, os animais foram eutanasiados e necropsiados. Os resultados relacionados a sinais clínicos, eliminação de B. hyodysenteriae nas fezes dos suínos, além de manifestações de lesões macroscópicas, microscópicas e permeabilidade intestinal demonstraram que o uso de nutracêuticos a base de fibras insolúveis na alimentação de suínos inoculados experimentalmente com B. hyodysenteriae não foi determinante na prevenção ou tratamento de DS, não contribuindo para manutenção da integridade intestinal ou redução na eliminação do agente. Da mesma forma, as concentrações de enzimas antioxidantes Glutationa-S-transferase e Superóxido Dismutase foram superiores nos grupos CP e CN, sugerindo que o nutracêutico não forneceu proteção adicional contra o estresse oxidativo durante a DS. Entretanto, as concentrações de proteínas teciduais e lipoperoxidação apresentaram valores similares entre o grupo CN e os dois grupos com nutracêuticos, demonstrando redução do estresse oxidativo nesses grupos durante a manifestação de DS.
The aim of this study was to elucidate mechanisms involved in the protective and therapeutic action conferred by nutraceuticals based on insoluble fibers on the gastrointestinal tract of pigs experimentally inoculated with B. hyodysenteriae. The samples were tested by qPCR, bacterial isolation and histopathology, in addition were performed to mensured antioxidant enzymes concentration recovered from intestinal mucosa scraping and FITC Dextran serum recovery, administered orally to the animals. Forty 21-day-old piglets were randomized and separated into four groups: negative control, not inoculated with B. hyodysenteriae and not supplemented with nutraceutical additive (CN) (n = 10); group supplemented with nutraceuticals 7 days before inoculation with B. hyodysenteriae (NAI) (n = 10); group supplemented with nutraceutical after inoculation with B. hyodysenteriae (NPI) (n = 10); and positive control, inoculated with B. hyodysenteriae and not supplemented with nutraceutical (CP) (n = 10). Fourteen days after arrival the animals were inoculated with B. hyodysenteriae during three consecutive days and the negative inoculated group received sterile BHI broth (CN). After 14 days post inoculation, all animals were euthanized and necropsied. The results related to clinical signs, fecal shedding of B. hyodysenteriae, gross lesions, microscopic lesions and intestinal permeability suggested that the use of insoluble fiber nutraceuticals in the feed of pigs experimentally inoculated by B. hyodysenteriae was not decisive in the prevention or treatment of DS, did not contributed to the maintenance of intestinal integrity nor to the reduction of elimination of the agent. The results regarding the concentrations of antioxidant enzymes Glutathione-S-transferase and Superoxido dismutase were higher in the CP and CN groups, suggesting that the nutraceutical did not provide additional protection against oxidative stress during DS. However, the concentrations of tissue proteins and lipoperoxidation were reduced in nutraceutical groups, indicating the positive effect on the oxidative stress during the onset of DS.