Resumo
This study investigated the possible antinutritional effects of Parkia platycephala lectin (0, 20, 40, or 60 mg kg-1 of diet) on tambatinga feeding for 60 days as well as methods of inactivating this protein. Weight gain, specific growth rate, and relative weight gain decreased, and the feed conversion rate increased with the increase in dietary lectin. The hepatic glycogen levels of fish fed 60 mg kg-1 were higher than those of fish fed 20 and 40 mg kg-1. Diets containing 40 and 60 mg kg-1 increased muscle glucose levels compared to the control group. Fish-fed diets containing lectin showed reduced muscle glycogen compared to those receiving the control diet. Fish fed 60 mg kg-1 presented lower muscle protein levels than those fed 20 mg kg-1. In vitro tests showed that the hemagglutination activity of lectin was inhibited by d-mannose, d-glucose, and α-methyl-d-mannopyranoside. Thermal treatment at 5060°C was sufficient to reduce the action of lectin, as well as a pH below and above the 67 range. Therefore, the use of P. platycephala meals as a dietary ingredient for tambatinga with no lectin inac-tivation is not recommended as it can negatively affect the fish's biochemical parameters and growth. Acid or alkaline solutions can be an alternative for inactivating the protein and improving its use by fish and other animals.(AU)
Este estudo investigou possíveis efeitos antinutricionais da lectina de Parkia platycephala (0, 20, 40 ou 60 mg kg-1 de dieta) na alimentação de tambatinga por 60 dias, bem como métodos de inativação dessa proteína. O ganho de peso, a taxa de crescimento específico e o ganho de peso relativo diminu-íram, enquanto o índice de conversão alimentar aumentou com o incremento de lectina na dieta. Os níveis de glicogênio hepático dos peixes alimentados com 60 mg kg-1 foram superiores aos dos que ingeriram 20 e 40 mg kg-1. Dietas contendo 40 e 60 mg kg-1 aumentaram os níveis de glicose muscular em comparação com os que receberam a dieta controle. Nos animais cuja dieta continha lectina, redu-ziu-se o glicogênio muscular em comparação com os da dieta controle. Os espécimes alimentados com 60 mg kg-1 apresentaram menor nível de proteína muscular do que aqueles que consumiram 20 mg kg-1. Testes in vitro mostraram que a atividade de hemaglutinação da lectina foi inibida por D-mano-se, D-glicose e α-metil-D-manopiranosídeo. O tratamento térmico entre 50 e 60°C foi suficiente para reduzir a ação da lectina, assim como o pH abaixo de 6 e acima de 7. Portanto, usar farelo de P. pla-tycephala como ingrediente em dieta para tambatinga sem inativação da lectina não é recomendado, pois pode afetar negativamente os parâmetros bioquímicos e o crescimento dos exemplares. Soluções ácidas ou alcalinas podem ser uma alternativa para inativar a proteína e melhorar sua utilização em peixes e outros animais.(AU)
Assuntos
Animais , Caraciformes/fisiologia , Lectinas/efeitos adversos , Ração Animal/análise , Fenômenos Fisiológicos da Nutrição AnimalResumo
Canine melanoma is a frequently-occuring neoplasm in dogs and presents as malignant and highly metastatic in this context, studies that contribute to the understanding of the tumor microenvironment in melanoma include the role of galectins. Galectins are proteins of the family of animal lectins that display carbohydrate recognition domains. Galectin-1 and galectin-3 are associated with neoplastic transformation, neoplastic cell survival, angiogenesis, immune system evasion, and metastasis. The goal of this study was to establish a correlation between expression patterns of galectin-1 and galectin-3 and the different degrees of aggressiveness of canine melanoma, as well as to determine serum concentration of galectin-3 in dogs with melanoma. Galectin-1 and galectin-3 expression was analyzed by immunohistochemistry in 30 canine melanomas, six melanocytomas and nine metastatic lymph nodes from patients whose primary tumors were also processed and analyzed. Serum samples from 30 dogs were collected and galectin-3 concentration was determined by ELISA and compared to the samples of 10 healthy dogs. Canine melanoma samples expressed galectin-1 in the cytoplasm and presented a variable pattern of galectin-3 staining depending on melanoma aggressiveness. We observed a decrease in the percentage of cells with cytoplasmic galectin-3 immunolabeling simultaneous to the increased nuclear staining intensity, while there was also a decrease in the percent frequency of nuclear galectin-3 immunolabeled cells according to progression of melanoma, comparing the least to the most aggressive cases. Dogs with melanoma had increased serum levels of galectin-3 when compared to healthy animals, suggesting its potential biomarker of patients with melanoma.(AU)
O melanoma canino é uma neoplasia frequente em cães que apresenta um potencial maligno e metastático. Neste contexto, investigar o microambiente tumoral é fundamental para compreender os mecanismos intercelulares e intracelulares envolvidos no desenvolvimento e progressão da doença. Neste estudo, destacamos as galectinas, proteínas da família das lectinas animais que exibem domínios de reconhecimento à carboidratos; a galectina-1 e a galectina-3 estão associadas a transformação neoplásica, sobrevivência de células neoplásicas, angiogênese, evasão do sistema immune e desenvolvimento de metástases. O objetivo deste estudo foi determinar os padrões de expressão de galectina-1 e galectina-3 em diferentes graus de agressividade do melanoma canino, bem como dosar a concentração sérica de galectina-3 em cães com melanoma e comparar com cães saudáveis. A expressão de galectina-1 e galectina-3 foi analisada em 30 melanomas caninos, seis melanocitomas e nove linfonodos metastáticos. A galectina-3 sérica foi mensurada em 30 cães com melanoma e comparada a 10 cães saudáveis. No melanoma canino a expressão de galectina-1 foi citoplasmática e a expressão de galectina-3 foi variável de acordo com o grau de agressividade. Notou-se uma redução na porcentagem de células com imunomarcação de galectina-3 citoplasmática e um aumento simultâneo da intensidade de imunomarcação nuclear, enquanto houve também uma diminuição na frequência percentual de células com imunomarcação nuclear de acordo com a progressão do melanoma comparando-se os casos menos com os mais agressivos. Cães com melanoma apresentaram níveis séricos aumentados de galectina-3 quando comparados a animais saudáveis, mostrando seu uso potencial como biomarcador em pacientes com melanoma.(AU)
Assuntos
Animais , Cães , Imuno-Histoquímica , Galectina 1 , Galectina 3 , Cães/anormalidades , Melanoma , LectinasResumo
Canine melanoma is a frequently-occuring neoplasm in dogs and presents as malignant and highly metastatic in this context, studies that contribute to the understanding of the tumor microenvironment in melanoma include the role of galectins. Galectins are proteins of the family of animal lectins that display carbohydrate recognition domains. Galectin-1 and galectin-3 are associated with neoplastic transformation, neoplastic cell survival, angiogenesis, immune system evasion, and metastasis. The goal of this study was to establish a correlation between expression patterns of galectin-1 and galectin-3 and the different degrees of aggressiveness of canine melanoma, as well as to determine serum concentration of galectin-3 in dogs with melanoma. Galectin-1 and galectin-3 expression was analyzed by immunohistochemistry in 30 canine melanomas, six melanocytomas and nine metastatic lymph nodes from patients whose primary tumors were also processed and analyzed. Serum samples from 30 dogs were collected and galectin-3 concentration was determined by ELISA and compared to the samples of 10 healthy dogs. Canine melanoma samples expressed galectin-1 in the cytoplasm and presented a variable pattern of galectin-3 staining depending on melanoma aggressiveness. We observed a decrease in the percentage of cells with cytoplasmic galectin-3 immunolabeling simultaneous to the increased nuclear staining intensity, while there was also a decrease in the percent frequency of nuclear galectin-3 immunolabeled cells according to progression of melanoma, comparing the least to the most aggressive cases. Dogs with melanoma had increased serum levels of galectin-3 when compared to healthy animals, suggesting its potential biomarker of patients with melanoma.(AU)
O melanoma canino é uma neoplasia frequente em cães que apresenta um potencial maligno e metastático. Neste contexto, investigar o microambiente tumoral é fundamental para compreender os mecanismos intercelulares e intracelulares envolvidos no desenvolvimento e progressão da doença. Neste estudo, destacamos as galectinas, proteínas da família das lectinas animais que exibem domínios de reconhecimento à carboidratos; a galectina-1 e a galectina-3 estão associadas a transformação neoplásica, sobrevivência de células neoplásicas, angiogênese, evasão do sistema immune e desenvolvimento de metástases. O objetivo deste estudo foi determinar os padrões de expressão de galectina-1 e galectina-3 em diferentes graus de agressividade do melanoma canino, bem como dosar a concentração sérica de galectina-3 em cães com melanoma e comparar com cães saudáveis. A expressão de galectina-1 e galectina-3 foi analisada em 30 melanomas caninos, seis melanocitomas e nove linfonodos metastáticos. A galectina-3 sérica foi mensurada em 30 cães com melanoma e comparada a 10 cães saudáveis. No melanoma canino a expressão de galectina-1 foi citoplasmática e a expressão de galectina-3 foi variável de acordo com o grau de agressividade. Notou-se uma redução na porcentagem de células com imunomarcação de galectina-3 citoplasmática e um aumento simultâneo da intensidade de imunomarcação nuclear, enquanto houve também uma diminuição na frequência percentual de células com imunomarcação nuclear de acordo com a progressão do melanoma comparando-se os casos menos com os mais agressivos. Cães com melanoma apresentaram níveis séricos aumentados de galectina-3 quando comparados a animais saudáveis, mostrando seu uso potencial como biomarcador em pacientes com melanoma.(AU)
Assuntos
Animais , Cães , Imuno-Histoquímica , Galectina 1 , Galectina 3 , Cães/anormalidades , Melanoma , LectinasResumo
Five Zea mays cultivars (BRS Caatingueiro, BRS Gorutuba, BRS Sertanejo, BRS Asa Branca and BR 106) were evaluated considering their effect on the nutrition of the maize weevil Sitophilus zeamais, by analysis of total protein in adult fed with these cultivars and for the presence of lectins and trypsin inhibitors in grains. In addition, free-choice and no-choice assays were performed to investigate the resistance of grains of the Z. mays cultivars to an attack by S. zeamais. The BR 106 cultivar showed the lowest susceptibility index, followed by BRS Caatingueiro, BRS Asa Branca, BRS Sertanejo and BRS Gorutuba. The number of emerged adults in the Z. mays cultivars ranged from 213.17 to 74.0, and the lowest number of insects was recorded for the BR 106 cultivar. The insects were able to feed on grains of all cultivars, but the BR 106 cultivar showed the least reduction in dried biomass. Lectins were detected in extracts from BR 106, BRS Asa Branca, BRS Sertanejo and BRS Gorutuba, and the highest activity was shown by BR 106. The lowest protein assimilation was detected in the insects from treatments with BRS Asa Branca. The extracts from all cultivars were able to inhibit the activity of bovine trypsin, but this effect was not related to the resistance degree of Z. mays cultivars. The results suggest the resistance of BR 160 to the attack of S. zeamais, as well as indicating that the presence of lectin in the grains is the cause of this resistance.(AU)
Foram avaliadas cinco cultivares de Zea mays (BRS Caatingueiro, BRS Gorutuba, BRS Sertanejo, BRS Asa Branca e BR 106) e seu efeito na nutrição do gorgulho-do-milho Sitophilus zeamais, por meio da análise de proteína total em adultos alimentados com esses cultivares e a presença de lectinas e inibidores da tripsina nos grãos. Além disso, foram realizados ensaios com e sem chance de escolha para investigar a resistência dos cultivares de Z. mays ao ataque de S. zeamais. O cultivar BR 106 apresentou o menor índice de susceptibilidade, seguido por BRS Caatingueiro, BRS Asa Branca, BRS Sertanejo e BRS Gorutuba. O número de adultos emergidos nos cultivares de Z. mays variou de 213,17 a 74,0, e o menor número de insetos foi registrado para o cultivar BR 106. Os insetos foram capazes de se alimentar de todos os cultivares, no entanto, o BR 106 mostrou a menor redução na biomassa seca. As lectinas foram detectadas em extratos de BR 106, BRS Asa Branca, BRS Sertanejo e BRS Gorutuba, e a maior atividade foi demonstrada pela BR 106. A menor assimilação de proteína foi detectada nos insetos que se alimentaram com BRS Asa Branca. Os extratos de todos os cultivares foram capazes de inibir a atividade da tripsina bovina, mas esse efeito não está correlacionado ao grau de resistência dos cultivares de Z. mays. Os resultados sugerem a resistência da BR 160 ao ataque de S. zeamais, além de indicar que a presença de lectina nos grãos é a causa dessa resistência.(AU)
Assuntos
Zea mays , Gorgulhos , Besouros , Insetos , LectinasResumo
Five Zea mays cultivars (BRS Caatingueiro, BRS Gorutuba, BRS Sertanejo, BRS Asa Branca and BR 106) were evaluated considering their effect on the nutrition of the maize weevil Sitophilus zeamais, by analysis of total protein in adult fed with these cultivars and for the presence of lectins and trypsin inhibitors in grains. In addition, free-choice and no-choice assays were performed to investigate the resistance of grains of the Z. mays cultivars to an attack by S. zeamais. The BR 106 cultivar showed the lowest susceptibility index, followed by BRS Caatingueiro, BRS Asa Branca, BRS Sertanejo and BRS Gorutuba. The number of emerged adults in the Z. mays cultivars ranged from 213.17 to 74.0, and the lowest number of insects was recorded for the BR 106 cultivar. The insects were able to feed on grains of all cultivars, but the BR 106 cultivar showed the least reduction in dried biomass. Lectins were detected in extracts from BR 106, BRS Asa Branca, BRS Sertanejo and BRS Gorutuba, and the highest activity was shown by BR 106. The lowest protein assimilation was detected in the insects from treatments with BRS Asa Branca. The extracts from all cultivars were able to inhibit the activity of bovine trypsin, but this effect was not related to the resistance degree of Z. mays cultivars. The results suggest the resistance of BR 160 to the attack of S. zeamais, as well as indicating that the presence of lectin in the grains is the cause of this resistance.(AU)
Foram avaliadas cinco cultivares de Zea mays (BRS Caatingueiro, BRS Gorutuba, BRS Sertanejo, BRS Asa Branca e BR 106) e seu efeito na nutrição do gorgulho-do-milho Sitophilus zeamais, por meio da análise de proteína total em adultos alimentados com esses cultivares e a presença de lectinas e inibidores da tripsina nos grãos. Além disso, foram realizados ensaios com e sem chance de escolha para investigar a resistência dos cultivares de Z. mays ao ataque de S. zeamais. O cultivar BR 106 apresentou o menor índice de susceptibilidade, seguido por BRS Caatingueiro, BRS Asa Branca, BRS Sertanejo e BRS Gorutuba. O número de adultos emergidos nos cultivares de Z. mays variou de 213,17 a 74,0, e o menor número de insetos foi registrado para o cultivar BR 106. Os insetos foram capazes de se alimentar de todos os cultivares, no entanto, o BR 106 mostrou a menor redução na biomassa seca. As lectinas foram detectadas em extratos de BR 106, BRS Asa Branca, BRS Sertanejo e BRS Gorutuba, e a maior atividade foi demonstrada pela BR 106. A menor assimilação de proteína foi detectada nos insetos que se alimentaram com BRS Asa Branca. Os extratos de todos os cultivares foram capazes de inibir a atividade da tripsina bovina, mas esse efeito não está correlacionado ao grau de resistência dos cultivares de Z. mays. Os resultados sugerem a resistência da BR 160 ao ataque de S. zeamais, além de indicar que a presença de lectina nos grãos é a causa dessa resistência.(AU)
Assuntos
Zea mays , Gorgulhos , Besouros , Insetos , LectinasResumo
The establishment and maintenance of plant species in the Chaco, one of the widest continuous areas of forests in the South American with sharp climatic variations, are possibly related to biological features favoring plants with particular defenses. This study assesses the physical and chemical defenses mechanisms against herbivores of vegetative and reproductive organs. Its analyses of 12 species of Fabaceae (Leguminosae) collected in remnants of Brazilian Chaco shows that 75% present structural defense characters and 50% have chemical defense defense proteins in their seeds, like protease inhibitors and lectins. Physical defenses occur mainly on branches (78% of the species), leaves (67%), and reproductive organs (56%). The most common physical characters are trichomes and thorns, whose color represents a cryptic character since it does not contrast with the other plant structures. Defense proteins occur in different concentrations and molecular weight classes in the seeds of most species. Protease inhibitors are reported for the first time in seeds of: Albizia niopoides, Anadenanthera colubrina, Mimosa glutinosa, Prosopis rubriflora, and Poincianella pluviosa. The occurrence of physical and chemical defenses in members of Fabaceae indicate no associations between defense characters in these plant species of the Chaco.(AU)
O estabelecimento e a manutenção de espécies no Chaco, uma planície semi-árida da América do Sul com variações climáticas importantes, possivelmente estão relacionados a características biológicas que favorecem as plantas detentoras de defesas particulares. Este estudo teve como objetivos avaliar os mecanismos de defesa física e química anti-herbivoria em órgãos vegetativos e reprodutivos. Analisamos 12 espécies da família Fabaceae (Leguminosae) obtidas em remanescentes de Chaco brasileiro. Observamos que 75% das espécies estudadas apresentam atributo de defesa física e 50% possuem defesa química proteínas de defesa nas sementes, como inibidores de protease e lectinas. As defesas físicas ocorrem principalmente nos ramos (78% das espécies), nos órgãos reprodutivos (56% das espécies) e nas folhas (67%). Os atributos físicos mais frequentes são tricomas e espinhos, cuja coloração não contrastante com as demais estruturas das plantas representa um caráter críptico. Proteínas de defesa ocorrem nas sementes da maioria das espécies, com diferentes concentrações e classes de pesos moleculares. Inibidores de protease nas sementes estão sendo relatados pela primeira vez em: Albizia niopoides, Anadenanthera colubrina, Mimosa glutinosa, Prosopis rubriflora e Poincianella pluviosa. A ocorrência de defesas física e química entre os membros de Fabaceae indica que não há associações entre as características de defesa das espécies de plantas avaliadas no Chaco.(AU)
Assuntos
Fabaceae/anatomia & histologia , Fabaceae/química , Estruturas Vegetais , Proteínas Secretadas Inibidoras de Proteinases/análise , Herbivoria , Pradaria , BrasilResumo
As esponjas são animais pertencentes ao filo Porífera, um dos mais antigos e morfologicamente mais simples dos filos metazoários existentes. Possuem uma ampla distribuição, estando presentes desde ambientes rasos até grandes profundidades. O Gênero Cinachyrella pertence à família Tetillidae, que é caracterizada por possuir formas esféricas ou elípticas. Elas são frequentemente chamadas de esponjas bola de golfe e esponjas da lua devido à sua forma esférica e às depressões circulares (porocalices), que comumente aparecem em sua superfície. As esponjas marinhas têm chamado a atenção por possuírem uma gama de componentes químicos bioativos e metabólitos secundários com aplicações biotecnológicas promissoras e, dentre estes compostos, encontram-se as lectinas, que são proteínas capazes de se ligar à carboidratos sem alterar sua estrutura. As lectinas também são capazes de detectar variações sutis nas estruturas dos carboidratos, sendo consideradas moléculas de potencial biotecnológico a ser explorado. As lectinas de animais possuem diversas funções fisiológicas, tais como interação célula-célula, mediação de receptores de endocitose, regulação de crescimento celular, e também estão relacionadas ao sistema imunológico, atuando no reconhecimento e tráfego de moléculas. As lectinas isoladas de esponjas marinhas possuem diversas atividades biológicas já descritas, como efeito citotóxico, mitogênico, anticâncer, anti-HIV e antibiofilme. A lectina isolada de Cinachyrella apion (CaL) mostrou potencial na sua utilização em diagnósticos de protozoários patogênicos, como Leishmania chagasi, e atividade citotóxica em células HeLa. As galectinas isoladas de Cinachyrella sp. demonstraram possuir atividade neuromodulatória. Dessa forma, o objetivo do trabalho consiste em caracterizar bioquimicamente e determinar a estrutura primária da esponja marinha Cinachyrella alloclada.
Sponges are animals belonging to the phylum Porífera, one of the oldest and morphologically simplest of the existing metazoan phyla. They have a wide distribution, being present from shallow environments to great depths. The genus Cinachyrella, belongs to the family Tetillidae, which is characterized by having spherical or elliptical forms. They are often called "golf ball sponges" and "moon sponges" because of their spherical shape and the circular depressions (porocalices) that commonly appear on their surface. Marine sponges have attracted attention because they have a range of bioactive chemical components and secondary metabolites with promising biotechnological applications and, among these compounds, are lectins, which are proteins capable of binding to carbohydrates without changing their structure. Lectins are also capable of detecting subtle variations in carbohydrate structures, being considered molecules of biotechnological potential to be explored. Animal lectins have several physiological functions, such as cell-cell interaction, mediation of endocytosis receptors, regulation of cell growth, and are also related to the immune system, acting on the recognition and traffic of molecules. Lectins isolated from marine sponges have several biological activities already described, such as cytotoxic, mitogenic, anticancer, anti-HIV and antibiofilm effects. The lectin isolated from Cinachyrella apion (CaL) showed potential in its use in diagnoses of pathogenic protozoa, such as Leishmania chagasi, and cytotoxic activity in HeLa cells. Galectins isolated from Cinachyrella sp. demonstrated to have neuromodulatory activity. Thus, the aim of the work is to characterize biochemically and determine the primary structure of the marine sponge Cinachyrellaalloclada.
Resumo
O presente estudo foi proposto com o intuito de comprovar a toxicidade de plantas que contêm calisteginas ou swainsonina no sistema nervoso de caprinos, e apresenta-se em dois capítulos. O primeiro reflete uma breve revisão sobre as principais plantas tóxicas do Brasil e abrange, dentre outros aspectos, as doenças de depósito lisossomal. Já o segundo capítulo trata-se de um artigo no qual estão expressos os resultados experimentais e comparativos da toxicidade de 6 plantas contendo apenas calisteginas ou swainsonina, de modo a inferir se as calisteginas participam da patogenia da doença de depósito lisossomal em caprinos. Para tanto, este estudo foi submetido ao Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (CONCEA) e aprovado pela Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA) da Universidade Federal de Pernambuco da Universidade Federal de Pernambuco (licença 101/2019). Foram utilizados quinze caprinos Saanen, machos, com seis meses de idade, pesando entre 16 e 18 kg. Os animais 12 foram distribuídos em três grupos, mantidos cada um com cinco animais e sob as mesmas condições de manejo. O Grupo I recebeu uma dieta contendo Ipomoea subincana na dose de 2g / kg / dia por 30 dias (0,4mg de swainsonina / kg / dia); o Grupo II recebeu uma dieta contendo Ipomoea incarnata na dose de 2g / kg / dia por 30 dias (0,1mg / kg / dia de calistegina B1, 0,4mg / kg / dia de calistegina B2, 0,003 mg / kg / dia de calistegina B3 e 0,002 mg / kg / dia de calistegina C1); o Grupo III não recebeu nenhuma dieta contendo Ipomoea spp. Passados 30 dias, todos os animais experimentais exibiram sinais clínicos consistentes com intoxicação por I. subincana e I. incarnata. Posteriormente, os caprinos foram eutanasiados e submetidos a necropsia, da qual foram coletados fragmentos de todos os órgãos, fixados em 21 formol a 10 e 20% e processados rotineiramente para histopatológica. Adicionalmente, amostras de sistema nervoso central foram submetidas a histoquímica para lectinas, na qual houve marcação positiva para acúmulo de oligossacarídeos, comprovando o envolvimento das calisteginas na doença do depósito lisossomal.
This study was proposed in order to prove the toxicity of calystegines and swainsonine in the nervous system of goats, and is presented in two chapters. The first reflects a brief review of the main toxic plants in Brazil and covers, among other aspects, diseases of lysosomal storage. The second chapter, on the other hand, is an article in which the experimental and comparative results of the toxicity of calistegines and swainsonine are expressed, in order to infer whether 6 calistegines are actually incriminated in neurological lesions in small ruminants. To this end, this study was submitted to the National Council for Animal Experimentation Control (CONCEA) and approved by the Ethics Committee on the Use of Animals (CEUA) of the Federal University of Pernambuco (license 101/2019). Fifteen male Saanen goats, six months old, weighing between 16 and 18 kg were used. The animals were distributed into three groups, each maintained with five animals and under the same management conditions. Group I received a diet containing I. subincana at a dose of 2g / kg / day for 30 days (0.4mg of swainsonine / kg / day); Group II received I. incarnata at a dose of 2 g / kg / day for 30 days and (0.1 mg / kg / day of calystegine B1, 0.4 mg / kg / day of calystegine B2, 0.003 mg / kg / day of alystegineB3 and 0.002 mg / kg / day of calystegine C1); and Group III did not receive any diet containing Ipomoea spp. After 30 days, all experimental animals showed clinical signs consistent with lysosomal storage disease. Subsequently, the goats were euthanized and submitted to necropsy, from which fragments were collected from all organs, fixed in formaldehyde at 10 and 20% and processed routinely for histopathology. In addition, samples of the central nervous system were subjected to histochemistry for lectins, in which there was a positive marking for the accumulation of oligosaccharides, proving the involvement of calystegines in lysosomal storage disease.
Resumo
The most poisonous fish species found along the Brazilian coast is the spotted scorpionfish Scorpaena plumieri. Though hardly ever life-threatening to humans, envenomation by S. plumieri can be quite hazardous, provoking extreme pain and imposing significant socioeconomic costs, as the victims may require days to weeks to recover from their injuries. In this review we will walk the reader through the biological features that distinguish this species as well as the current epidemiological knowledge related to the envenomation and its consequences. But above all, we will discuss the challenges involved in the biochemical characterization of the S. plumieri venom and its compounds, focusing then on the successful isolation and pharmacological analysis of some of the bioactive molecules responsible for the effects observed upon envenomation as well as on experimental models. Despite the achievement of considerable progress, much remains to be done, particularly in relation to the non-proteinaceous components of the venom. Therefore, further studies are necessary in order to provide a more complete picture of the venom's chemical composition and physiological effects. Given that fish venoms remain considerably less studied when compared to terrestrial venoms, the exploration of their full potential opens a myriad of possibilities for the development of new drug leads and tools for elucidating the complex physiological processes.(AU)
Assuntos
Animais , Peptídeo Hidrolases , Venenos de Peixe/toxicidade , Peixes , InflamaçãoResumo
The most poisonous fish species found along the Brazilian coast is the spotted scorpionfish Scorpaena plumieri. Though hardly ever life-threatening to humans, envenomation by S. plumieri can be quite hazardous, provoking extreme pain and imposing significant socioeconomic costs, as the victims may require days to weeks to recover from their injuries. In this review we will walk the reader through the biological features that distinguish this species as well as the current epidemiological knowledge related to the envenomation and its consequences. But above all, we will discuss the challenges involved in the biochemical characterization of the S. plumieri venom and its compounds, focusing then on the successful isolation and pharmacological analysis of some of the bioactive molecules responsible for the effects observed upon envenomation as well as on experimental models. Despite the achievement of considerable progress, much remains to be done, particularly in relation to the non-proteinaceous components of the venom. Therefore, further studies are necessary in order to provide a more complete picture of the venoms chemical composition and physiological effects. Given that fish venoms remain considerably less studied when compared to terrestrial venoms, the exploration of their full potential opens a myriad of possibilities for the development of new drug leads and tools for elucidating the complex physiological processes.(AU)
Assuntos
Animais , Venenos de Peixe/análise , Venenos de Peixe/química , Venenos de Peixe/farmacologia , Venenos de Peixe/toxicidade , Sinergismo FarmacológicoResumo
The most poisonous fish species found along the Brazilian coast is the spotted scorpionfish Scorpaena plumieri. Though hardly ever life-threatening to humans, envenomation by S. plumieri can be quite hazardous, provoking extreme pain and imposing significant socioeconomic costs, as the victims may require days to weeks to recover from their injuries. In this review we will walk the reader through the biological features that distinguish this species as well as the current epidemiological knowledge related to the envenomation and its consequences. But above all, we will discuss the challenges involved in the biochemical characterization of the S. plumieri venom and its compounds, focusing then on the successful isolation and pharmacological analysis of some of the bioactive molecules responsible for the effects observed upon envenomation as well as on experimental models. Despite the achievement of considerable progress, much remains to be done, particularly in relation to the non-proteinaceous components of the venom. Therefore, further studies are necessary in order to provide a more complete picture of the venoms chemical composition and physiological effects. Given that fish venoms remain considerably less studied when compared to terrestrial venoms, the exploration of their full potential opens a myriad of possibilities for the development of new drug leads and tools for elucidating the complex physiological processes.
Assuntos
Animais , Venenos de Peixe/análise , Venenos de Peixe/farmacologia , Venenos de Peixe/química , Venenos de Peixe/toxicidade , Sinergismo FarmacológicoResumo
Doenças infecciosas causadas por micro-organismos antibiótico-resistentes são uma das principais causas de mortalidade no mundo, gerando constantemente a necessidade de novos tratamentos. A lectina CFL (Cratylia argentea) é capaz de modular a resposta do sistema imunológico e se apresenta como potencial produto fitoterápico. Neste estudo, tal potencial foi avaliado em um modelo de infecção bacteriana causada por Listeria monocytogenes, causadora da listeriose, doença que representa alto risco para a saúde pública e para a economia. Para isso, foram utilizados 32 camundongos. Os animais do grupo experimental foram infectados via intraperitoneal com uma suspensão bacteriana a 1 x 107 UFC/mL e, após 30 minutos, foram tratados com a lectina CFL via endovenosa nas concentrações de 0,1 ou 10 mg/kg. Como controle, foram utilizados animais não tratados e não infectados. Após 24 horas, foi realizada eutanásia dos animais. Em seguida, foi quantificado o número de Unidades Formadoras de Colônias (UFC) no baço, fígado, pulmão, fluido peritoneal, sangue e macrófagos intraperitoneais dos animais; foram realizadas contagens total e diferencial de leucócitos circulantes no sangue e fluido peritoneal; foi analisado o dano nos tecidos dos órgãos por meio de histopatologia; o RNA do baço dos animais foi extraído para análise da expressão gênica das citocinas IL-1,IL-6, IL-10 e TNF- e da enzima iNOS; e foi avaliado o efeito antimicrobiano direto da lectina CFL contra L. monocytogenes in vitro. Como resultado, observou-se um aumento do peso médio dos órgãos dos animais infectados, mas isso foi prevenido pelo tratamento com a lectina CFL a 10 mg/kg, enquanto a lectina a 0,1 mg/kg foi capaz de prevenir o aumento do fígado. A lectina CFL a 10 mg/kg provocou redução da carga bacteriana no baço, fígado, sangue e macrófagos intraperitoneais dos animais infectados. Não se observou diferenças na contagem de leucócitos totais no sangue e fluido peritoneal entre os grupos animais. O número de neutrófilos, linfócitos, monócitos e eosinófilos não foi alterado no fluido peritoneal dos animais tratados com a lectina. Não foi encontrada diferença significativa na expressão gênica das citocinas, mas os animais infectados e tratados com a lectina CFL a 10 mg/kg tiveram aumento na expressão de iNOS. Os resultados sugerem que a lectina CFL possui efeito antiinfeccioso contra infecção por L. monocytogenes.
Infectious diseases caused by antibiotic-resistant microorganisms are one of the main causes of mortality in the world, constantly generating the need for new treatments. CFL lectin (Cratylia argentea) is capable of modulating the immune system response and presents itself as a potential herbal product. In this study, this potential was evaluated in a model of bacterial infection caused by Listeria monocytogenes, which causes listeriosis, a disease that represents a high risk to public health and to the economy. For this, 32 mice were used. The animals in the experimental group were infected intraperitoneally with a bacterial suspension at 1 x 107 CFU / mL and, after 30 minutes, treated with CFL intravenously at concentrations of 0.1 or 10 mg / kg. As control, untreated and uninfected animals were used. After 24 hours, the animals were euthanized. Then, the number of Colony Forming Units (CFU) in the spleen, liver, lung, peritoneal fluid, blood and intraperitoneal macrophages of the animals was quantified; total and differential counts of leukocytes circulating in blood and peritoneal fluid were performed; damage to organ tissues was analyzed using histopathology; RNA from spleen was extracted to analyze the gene expression of the cytokines IL-1, IL-6, IL10 and TNF- and the enzyme iNOS; and the direct antimicrobial effect of lectin CFL against L. monocytogenes in vitro was evaluated. As a result, an increase in the average organ weight of the infected animals was observed, but this was prevented by treatment with CFL (10 mg / kg), while CFL (0.1 mg / kg) was able to prevent the increase in liver. CFL at 10 mg / kg reduced the bacterial load in the spleen, liver, blood and intraperitoneal macrophages of infected animals. There were no differences in the total leukocyte count in blood and peritoneal fluid between animal groups. The number of neutrophils, lymphocytes, monocytes and eosinophils did not change in the peritoneal fluid of animals treated with the lectin. No significant difference was found in cytokine gene expression, but animals infected and treated with CFL at 10 mg / kg had an increase in iNOS expression. The results suggest that the lectin CFL has an anti-infectious effect against infection by L. monocytogenes.
Resumo
Galectins and collectins are proteins classified in the lectin family that have the ability to recognize molecular patterns associated with pathogens. Studies on cattle have demonstrated high expression of these proteins during infection with gastrointestinal nematodes. The aim of this study was to investigate whether the level of Haemonchus contortus infection would alter the expression of galectins (Gal11 and Gal14) and collectins (SPA and CGN) in sheep. Twelve Corriedale sheep exposed to natural infection with nematodes were divided into two groups: group 1 (G1, n = 7) and group 2 (G2, n = 5), with low and high parasite burdens, respectively, based on fecal egg counts and abomasal parasite counts. The fecal egg counts and abomasal parasite counts were significantly different (p 0.05) between the groups. Galectin and collectin gene expression was observed in all sheep abomasal samples. However, animals with lower infection levels showed lower expression of the genes Gal14, SPA and CGN (p 0.05). Expression of lectins was associated with the abomasal H. contortus burden, thus suggesting that these proteins may have a role in controlling of this infection.(AU)
Colectinas e galectinas são proteínas da família das lectinas que possuem a capacidade de reconhecer padrões moleculares associados aos patógenos. Estudos em bovinos têm demonstrado a alta expressão dessas proteínas durante a infecção por nematoides gastrintestinais. O objetivo deste estudo foi investigar se o nível de infecção de Haemonchus contortus altera a expressão de colectinas (SPA e CGN) e galectinas (Gal11 e Gal14) de ovinos. Doze ovinos da raça Corriedale expostos a infecção natural com nematoides foram separados em dois grupos: grupo 1 (G1, n=7) com menor grau de parasitismo; e grupo 2 (G2, n=5) com maior grau, a partir da contagem do número de parasitos recuperados do abomaso e OPG. A contagem de OPG e de parasitos recuperados do abomaso dos grupos G1 e G2 apresentaram diferença estatística (p 0,05). A expressão dos genes de colectinas e galectina foi observada em todas as amostras de abomaso dos ovinos, porém animais com menor grau de infecção apresentaram menor expressão dos genes de Gal14, SPA e CGN (p 0,05). A expressão de lectinas foi associada ao número de H. contortus encontrados no abomaso de ovinos, indicando um possível papel dessas proteínas no controle da infecção.(AU)
Assuntos
Animais , Colectinas/biossíntese , Colectinas/genética , Galectinas/biossíntese , Galectinas/genética , Hemoncose/genética , Hemoncose/metabolismo , Hemoncose/veterinária , Ovinos , Doenças dos Ovinos/metabolismoResumo
Galectins and collectins are proteins classified in the lectin family that have the ability to recognize molecular patterns associated with pathogens. Studies on cattle have demonstrated high expression of these proteins during infection with gastrointestinal nematodes. The aim of this study was to investigate whether the level of Haemonchus contortus infection would alter the expression of galectins (Gal11 and Gal14) and collectins (SPA and CGN) in sheep. Twelve Corriedale sheep exposed to natural infection with nematodes were divided into two groups: group 1 (G1, n = 7) and group 2 (G2, n = 5), with low and high parasite burdens, respectively, based on fecal egg counts and abomasal parasite counts. The fecal egg counts and abomasal parasite counts were significantly different (p 0.05) between the groups. Galectin and collectin gene expression was observed in all sheep abomasal samples. However, animals with lower infection levels showed lower expression of the genes Gal14, SPA and CGN (p 0.05). Expression of lectins was associated with the abomasal H. contortus burden, thus suggesting that these proteins may have a role in controlling of this infection.
Colectinas e galectinas são proteínas da família das lectinas que possuem a capacidade de reconhecer padrões moleculares associados aos patógenos. Estudos em bovinos têm demonstrado a alta expressão dessas proteínas durante a infecção por nematoides gastrintestinais. O objetivo deste estudo foi investigar se o nível de infecção de Haemonchus contortus altera a expressão de colectinas (SPA e CGN) e galectinas (Gal11 e Gal14) de ovinos. Doze ovinos da raça Corriedale expostos a infecção natural com nematoides foram separados em dois grupos: grupo 1 (G1, n=7) com menor grau de parasitismo; e grupo 2 (G2, n=5) com maior grau, a partir da contagem do número de parasitos recuperados do abomaso e OPG. A contagem de OPG e de parasitos recuperados do abomaso dos grupos G1 e G2 apresentaram diferença estatística (p 0,05). A expressão dos genes de colectinas e galectina foi observada em todas as amostras de abomaso dos ovinos, porém animais com menor grau de infecção apresentaram menor expressão dos genes de Gal14, SPA e CGN (p 0,05). A expressão de lectinas foi associada ao número de H. contortus encontrados no abomaso de ovinos, indicando um possível papel dessas proteínas no controle da infecção.
Resumo
Lectinas são glicoproteínas de origem não-imune que reconhecem carboidratos específicos e, por isso, possuem diversas funções biológicas. Dentre essas fontes, destacam-se as microalgas que são ricas fontes de bioativos. O objetivo deste trabalho foi extrair purificar e caracterizar lectina a partir da microalga Scenedesmus sp. (=Tetradesmus obliquus) A biomassa microalgal foi cultivada em meio padrão BG-11, de modo autotrófico durante 15 dias. A lectina foi extraída da biomassa por agitação magnética durante 9 horas a 4ºC. O homogenizado foi centrifugado e o sobrenadante, denominado de extrato bruto (EB), foi utilizado para a purificação. O EB foi precipitado por sulfato de amônio na saturação de 60-80%, e o precipitado protéico submetido à cromatografia de troca iônica e gel filtração. A lectina foi caracterizada em relação ao reconhecimento dos grupos sanguíneos A, B, AB, O, subgrupos A1 e A2, e eritrócitos de coelho, pH ótimo, temperatura ótima e suas estabilidades durante 90 min, inibição a carboidratos, glicoproteínas e íons. Esta proteína foi purificada utilizando uma etapa cromatográfica e aglutinou os eritrócitos humanos tipos O e eritrócitos de coelho, não aglutinou subgrupos A1 e A2, A, B e AB. A lectina apresentou pH ótimo entre 7,0 - 7,5 estável por 90 min e temperatura ótima entre 20 a 50 °C com boa estabilidade térmica. A lectina foi inibida por carboidratos complexos presentes nas glicoproteínas azoalbumina, azocaseína e albumina, mas não foi inibida pelos mono e dissacarídeos. A proteína tem massa molecular aparente de 78 kDa, determinada por filtração em gel, e sua atividade foi afetada na presença de cátions divalentes, indicando que a lectina de Scenedesmus sp. apresenta características distintas entre as lectinas de microalgas. O presente estudo oferece uma nova alternativa para a obtenção de lectinas de alto valor biológico, bem como traz novos dados acerca do potencial biotecnológico das microalgas, contribuindo para a indústria farmacêutica, agrícola e biomédica.
Lectins are non-immune glycoproteins with diverse biological in agriculture, medicine, biotechnology research and have become important tools in identifying different blood groups.The search for new sources of these macromolecules has intensified, so the objective of this work was to extract, purify and characterize a new lectin from the biomass of the Scenedesmus sp, a microalgae that produces bioactives with high added value.Biomass wascultivated in BG-11 medium, autotrophically for 15 days. Lectin was extracted of biomass by magnetic stirring for 9 hours at 4 °C. The homogenate was centrifuged and the supernatant (EB) used to purification step. The EB was precipitated by 60-80%ammonium sulfate and the protein precipitate was subjected to ion exchange chromatography on DEAE Sephadex C-25 and gel filtration.The lectin was characterized in relation to the recognition of blood groups A, B, AB, O, subgroups A1 and A2, and rabbit erythrocytes, optimum pH, optimum temperature and its stabilities for 90 minutes, inhibition of carbohydrates, glycoproteins and ions. The lectin was purified using a chromatographic step and agglutinated the human erythrocytes types O and rabbit erythrocytes. The lectin presented optimum pH of 7.0 - 7.5 stable for 90 min and optimum temperature of 20 to 50 °C with good thermal stability. Lectin was inhibited by complex carbohydrates present in glycoproteins azoalbumin, azocasein and albumin, but was not inhibited by most mono- and disaccharides. The lectin has an apparent molecular mass of 78 kDa, determined by gel filtration, and its activity was affected in the presence of divalent cations, indicating the lectin of Scenedesmus sp. characteristics among microalga lectins. The present study offers a new alternative for obtaining lectins of high biological value, as well as brings new data about the biotechnological potential of microalgae, contributing to the pharmaceutical, agricultural and biomedical industry.
Resumo
O feijão (Phaseolus vulgaris) é um grão comumente utilizado na alimentação humana e de animais monogástricos, que está ganhando espaço na nutrição de ruminantes em regiões tropicais. O Brasil é o maior produtor e exportador deste grão, o que torna o uso de excedentes de produção ou subprodutos na alimentação animal uma alternativa. P. vulgaris é uma leguminosa que possui elevado teor proteico e que tem um custo de produção menor em relação a proteína animal. Entretanto seus grãos apresentam alguns limitantes, como fatores antinutricionais em sua composição. Um destes fatores é a fito-hemaglutinina (PHA), uma lectina capaz de provocar intoxicação em humanos e animais. A intoxicação ocorre pela ingestão de grãos não processados, sendo a cocção o método mais empregado na desnaturação dos fatores antinutricionais como a PHA. A intoxicação é amplamente estudada em humanos e animais monogástricos, entretanto, estudos em ruminantes são escassos. O acompanhamento de um surto de intoxicação natural por P. vulgaris em búfalos há alguns anos possibilitou o presente projeto, que tem por objetivo aprofundar alguns aspectos histoquímicos e imuno-histoquímicos da intoxicação nesta espécie animal.
Bean (Phaseolus vulgaris) is a common grain used in human food and monogastric animals, which is gaining ground in ruminant nutrition in tropical regions. Brazil is the largest producer and exporter of this grain which makes the use of surplus production or by-products in animal feed an alternative. P. vulgaris is a legume that has a high protein content and a relatively lower production cost in relation to animal protein. However, it presents some limitations, as antinutritional factors in its composition. One of these factors is phytohemagglutinin (PHA), a lectin capable of causing intoxication in humans and animals. Intoxication occurs by ingestion of unprocessed grains. Cooking is the most used method for the denaturation of antinutritional factors such as PHA. Intoxication is widely studied in monogastric humans and animals, however, studies on ruminants are scarce. The follow up of an outbreak of natural poisoning by P. vulgaris in buffaloes a few years ago enabled the present project, which aims to deepen some histochemical and immunohistochemical aspects of intoxication in this animal species.
Resumo
Lectins are carbohydrate-binding proteins of non-imune origin. This group of proteins is distributed widely in nature and they have been found in viruses, microorganisms, plants and animals. Lectins of plants have been isolated and characterized according to their chemical, physical-chemical, structural and biological properties. Among their biological activities, we can stress its fungicidal action. It has been previously described the effect of the lectins Dviol, DRL, ConBr and LSL obtained from the seeds of leguminous plants on the growth of yeasts isolated from vaginal secretions. In the present work the experiments were carried out in microtiter plates and the results interpreted by both methods: visual observations and a microplate reader at 530nm. The lectin concentrations varied from 0.5 to 256µg/mL, and the inoculum was established between 65-70% of trammitance. All yeast samples isolated from vaginal secretion were evaluated taxonomically, where were observed macroscopic and microscopic characteristics to each species. The LSL lectin did not demonstrate any antifungal activity to any isolate studied. The other lectins DRL, ConBr and DvioL, showed antifungal potential against yeast isolated from vaginal secretion. These findings offering offer a promising field of investigation to develop new therapeutic strategies against vaginal yeast infections, collaborating to improve women's health.
Resumo
The composition and distribution of the glycoconjugates (GCs) secreted by the epithelium of ovarian lamellae with reference to the reproductive biology of Genypterus blacodes (Schneider, 1801) through lectin hi stochemistry is here discussed. In this species, the epithelial cells that line the ovarian cavity presented sharp morphological variations along the reproductive cycle related to the mucus secretion that accompanies oocyte ma turation. During sp awning season, residues of mannose and N-acetylglucosamine were detected in the glycocalyx of those cells using lectinhistochemistry. N- acetylgalactosamine and fucose were also observed in the same zone. The greatest variations in the lectinhistochemical pattern were found in the apical cytoplasm composition in comparison to the basal zone of the cells. The results of the present study were discussed by comparing their possible functional implications.(AU)
A composição e distribuição dos glicoconjugados (GCs) secretado pelo epitélio do ovário de lamelas com referência à biologia reprodutiva de Genypterus blacodes (Schneider, 1801) através da histoquímica com lectinas é aqui discutida. Nesta espécie, as células epiteliais que revestem a cavidade do ovário apresentou acentuada variação morfológica ao longo do ciclo reprodutivo relacionados com a secreção de muco que acompanha a maturação do oócito. Durante a época de desova, de resíduos de manose e N-acetilglicosamina foram detectados no glicocálix dessas células usando histoquímica de lectinas. N-acetilgalactosamina e fucose também foram observados na mesma zona. As maiores variações no padrão de lectinas foram encontradas na composição do citoplasma apical, em comparação com a zona basal das células. Os resultados do presente estudo foram discutidos, comparando as suas possíveis implicações funcionais.(AU)
Assuntos
Animais , Feminino , Peixes/anatomia & histologia , Glicoconjugados/química , Ovário/metabolismo , Epitélio/metabolismo , Lectinas , Histocitoquímica/veterinária , Citoplasma/químicaResumo
A resposta imune contra parasitos em modelos murinos tem caracteristicas de indução de células Th2. Infecções experimentais por diversas espécies parasitárias em ruminantes nem sempre apresentam este perfil Th2 clássico de indução de citocinas e células efetoras. Outras moléculas tem sido implicadas na resposta contra nematoides em ruminantes dentre elas as letinas, que são proteínas ligadoras de carboidratos que estão envolvidas tanto nas respostas inata como adaptativa. Somado a isso observamos que estudos de infecção natural por nematoides são muito escassos e infecções experimentais em ambientes controlados não simulam com exatidão o que ocorre nos animais criados extensivamente. O objetivo do estudo foi detectar a expressão gênica de colectinas, galectinas e citocinas em tecido abomasal de ovinos de diferentes faixas etárias naturalmente infectados por helmintos gastrintestinais. Cada grupo foi formado com seis ovinos: o grupo I foi composto por lactentes, com menos de dois meses; o grupo II, borregos, de quatro a seis meses de idade, e o grupo III, adultos, com idade entre 18 e 24 meses. A carga parasitária foi determinada pelas contagens de ovos nas fezes (OPG) e de estádios imaturos e adultos no trato gastrintestinal. Fragmentos do abomaso foram coletados para quantificação da expressão gênica por RT-qPCR para a proteína surfactante A (SP-A), conglutinina (CGN), galectina 11 (GAL11) e 14 (GAL14), interleucina 4 (IL-4), IL-5, IL-13, IL-10, IL-6, fator transformador de crescimento-beta (TGF-), interferon-gama (IFN-) e proteínase de mastócitos (MCP-1). As proteínas recombinantes, galectina 11(r-Gal11) e conglutinina (r-Cgn) foram produzidas para indução da produção de anticorpo policlonal e posterior caracterização em tecido abomasal por imunohistoquímica. Haemonchus contortus foi o principal parasita observado no abomaso. Todos os marcadores foram detectados no tecido abomasal destes ovinos, e diferenças estatisticamente significativas foram observadas na expressão gênica de CGN, galectina 11, MCP-1 e IL-5 onde o Grupo II apresentou maior expressão que os demais (p <0,05), apesar de não ser encontrada correlação entre a carga parasitária e a expressão das lectinas e citocinas neste compartimento. A caracterização tecidual de galectina 11 e conglutinina por imunohistoquímica revelou um padrão granular no citoplasma de células secretoras da mucosa abomasal de ambas as proteínas sendo que a conglutinina também marcou o tecido conjuntivo de forma inespecífica.
The characteristics of immune response against parasites in murine models have a profile of Th2 cell induction. Experimental parasitic infections in ruminant do not have the classical profile of Th2 cytokine induction and effector cells. Other molecules have been implicated in ruminants response against nematodes such letins, a carbohydrate-binding proteins that are involved in both innate and adaptive immune responses. Additionally, studies of natural infection of nematodes are very scarce and experimental infections in controlled environments do not simulate exactly what occurs in animals raised extensively. The objective of the study was meansure collectins, galectins and cytokines gene expression in abomasal tissue in different ages of sheep naturally infected with gastrointestinal helminths. Each group consisted of six sheep: group I consisted of infants under two months; group II, lambs, four to six months old, and the group III, adults, aged between 18 and 24 months. The parasite load was determined by egg counts in faeces (EPG) and immature stages and adults in the gastrointestinal tract. Fragments of the abomasum were collected for quantification of gene expression by RT-qPCR for surfactant protein A (SP-A), conglutinin (CGN), galectin 11 (GAL11) and 14 (GAL14), interleukin 4 (IL-4), IL -5, IL-13, IL-10, IL-6, transforming growth factor-beta (TGF-), interferon-gamma (IFN-) and mast cell proteinase (MCP-1). The recombinant proteins, galectin 11 (r-Gal11) and conglutinin (r-CGN) were produced to induce polyclonal antibody production and further characterization of abomasal tissue by immunohistochemistry. Haemonchus contortus was the main parasite observed in the abomasum. All markers were detected in abomasal tissue of these sheep, and statistically significant differences in gene expression of CGN, galectin 11, MCP-1 and IL-5 where the Group II showed higher expression than the others (p <0.05) although not find any correlation between the parasitic load and the expression of lectins, and cytokines in this compartment. The tissue characterization galectin 11 and conglutinin by immunohistochemistry showed a granular pattern in the cytoplasm of cells secreting the abomasal mucosa of both proteins and that the conglutinin also marked the tissue nonspecific.
Resumo
Different classes of proteins are common in Leguminosae seeds, including trypsin inhibitors and hemagglutinin proteins, which act on proteolytic enzymes and cell-surface carbohydrates, respectively. The aim of this work was to quantify, to detect and characterize partially these proteins in seeds of Tachigali plumbea, Sesbania exasperata and Ormosia costulata var. trifoliata. Seeds of the three species were powdered and submitted to an extraction with a saline solution (NaCl 0.15M - 10%, p/v). The resulting total extracts were used to quantify proteins content, detect the residual trypsin activity, hemagglutinating activity (AHE) and the proteic profile. Residual trypsin activity was observed only for T. plumbea and S. exasperata, which values were 4 and 19% respectively. AHE was detected in extracts of all three species, total extracts of T. plumbea and S. exasperata hemagglutinated erythrocytes of rats, mice and hamsters, whereas O. costulata had this effect only on hamster erythrocytes. The proteic profile obtained by SDS-PAGE showed that T. plumbea and S. exasperata have a higher content of protein with an apparent molecular mass of 10 - 30 kDa, while O. costulata predominantly contains proteic bands with molecular masses varying between 20 to 25 kDa. It is concluded that total extracts of O. costulata and S. exasperata, species of the subfamily Papilionoideae, present less trypsin inhibitors than T. plumbea (Caesalpinioideae). AHE, both in form of minimum hemagglutinin concentration and the specified interaction with erythrocytes, differed even among species from the same subfamily.
Diferentes classes de proteínas são comuns em sementes de leguminosas, incluindo inibidores de tripsina e proteínas hemaglutinantes, as quais atuam sobre enzimas proteolíticas e sobre carboidratos da superfície celular, respectivamente. O objetivo deste trabalho foi quantificar, detectar e caracterizar parcialmente a ocorrência dessas proteínas em sementes de Tachigali plumbea, Sesbania exasperata e Ormosia costulata var. trifoliolata. Sementes das três espécies foram moídas e submetidas à extração salina (NaCl 0,15M - 10 %, p/v). Os extratos totais obtidos foram utilizados para quantificar o conteúdo protéico, detectar a atividade residual da tripsina, a atividade hemaglutinante (AHE) e na obtenção do perfil protéico. A atividade residual da tripsina foi observada somente para T. plumbea e S. exasperata, cujos valores foram 4 e 19 %, respectivamente. A AHE foi detectada nos extratos das três espécies, sendo que os extratos totais de T. plumbea e S. exasperata, hemaglutinaram eritrócitos de rato, camundongo e hamster, enquanto que a espécie O. costulata hemaglutinou somente eritrócitos de hamster. O perfil protéico em SDS-PAGE revelou maior ocorrência de proteínas com massa molecular aparente de 10 a 30 kDa para T. plumbea e S. exasperata, enquanto que para O. costulata prevaleceram bandas protéicas com massa molecular variando entre 20-25 kDa. Conclui-se que os extratos totais de O. costulata e S. exasperata, pertencentes à subfamília Papilionoideae, apresentam menor conteúdo de inibidores de tripsina que T. plumbea (Caesalpinioideae) e, quanto à AHE, os resultados mostraram-se diferenciados, mesmo entre as espécies da mesma subfamília, tanto para a concentração mínima hemaglutinante quanto para a especificidade de interação com os eritrócitos.