Resumo
A malária aviária é uma importante doença em pinguins de cativeiro e em seu ambiente natural, e atualmente é considerada a principal causa de morte nesta espécie. A presente pesquisa teve como objetivo avaliar a presença de malária aviária em pinguins-de-magalhães (Spheniscus magellanicus) recém chegados à Fundação Zoológico do Rio de Janeiro (RIOZOO) após terem sido recolhidos nas praias do Rio de Janeiro e regiões limítrofes. Para o estudo, foram amostradas 44 aves mantidas na Fundação RIOZOO. As aves foram observadas quanto à presença de parasitos e de sinais clínicos relacionados a esses, além disso, analisou-se a prevalência, parasitemia, morfologia e morfometria dos parasitos encontrados. Para confirmar o diagnóstico, realizou-se a técnica molecular de reação em cadeia da polimerase (PCR) com o gene mitocondrial genérico para Plasmodium, Haemoproteus e Leucocytozoon para as cinco aves mais parasitadas; a diferenciação entre os gêneros foi realizada por meio da técnica de PCR-RFLP. Quatro amostras positivas foram enviadas para sequenciamento e o resultado obtido foi comparado com outras sequências do gene mitocondrial do GenBank, o que serviu para construção da árvore filogenética. O estado de saúde geral das aves era grave, apresentando-se prostradas, anêmicas e com fezes de coloração esverdeada. A análise dos esfregaços sanguíneos das aves amostradas revelou a presença de formas evolutivas parasitando eritrócitos, sugestivo de parasitos do gênero Plasmodium. Dos 44 pinguins-de-magalhães amostrados 21 estavam parasitados, apresentando prevalência de 47,73%. A parasitemia mais elevada foi de 6,1%. Foram encontrados todas as formas evolutivas de plasmódios:gametócitos, trofozoítos e esquizontes. Morfologicamente, os trofozoítos apresentaram-se ovais ou piriformes, os esquizontes irregularmente esféricos com cerca de 14 merozoítos por esquizontes, os macrogametócitos e microgametócitos apresentavam formato arredondado ou alongado, prevalecendo as formas alongadas. Morfométricamente, os macrogametócitos apresentaram comprimento médio de 10,16 ± 1,48 ?m e largura média de 2,40 ± 0,72 ?m; os microgametócitos apresentaram comprimento médio de 11 ± 1,03 ?m e largura média de 2,04 ± 0,27 ?m; os trofozoítos apresentaram 2,14?m para o diâmetro maior e 1,46?m para o diâmetro menor, e os esquizontes apresentaram como diâmetro maior 9,14?m e 8?m como diâmetro menor. Na PCR um fragmento de aproximadamente 160 pares de base foi amplicado, e a diferenciação entre os gêneros confirmou se tratar do gênero Plasmodium. O sequenciamento revelou que provavelmente ocorre uma co-infecção de parasitos do gênero Plasmodium e que uma das espécies envolvidas é Plasmodium relictum
Assuntos
Animais , Malária Aviária/diagnóstico , Malária Aviária/epidemiologia , Malária Aviária/parasitologia , Spheniscidae/anormalidades , Spheniscidae/parasitologiaResumo
A malária aviária é uma importante doença em pinguins de cativeiro e em seu ambiente natural, e atualmente é considerada a principal causa de morte nesta espécie. A presente pesquisa teve como objetivo avaliar a presença de malária aviária em pinguins-de-magalhães (Spheniscus magellanicus) recém chegados à Fundação Zoológico do Rio de Janeiro (RIOZOO) após terem sido recolhidos nas praias do Rio de Janeiro e regiões limítrofes. Para o estudo, foram amostradas 44 aves mantidas na Fundação RIOZOO. As aves foram observadas quanto à presença de parasitos e de sinais clínicos relacionados a esses, além disso, analisou-se a prevalência, parasitemia, morfologia e morfometria dos parasitos encontrados. Para confirmar o diagnóstico, realizou-se a técnica molecular de reação em cadeia da polimerase (PCR) com o gene mitocondrial genérico para Plasmodium, Haemoproteus e Leucocytozoon para as cinco aves mais parasitadas; a diferenciação entre os gêneros foi realizada por meio da técnica de PCR-RFLP. Quatro amostras positivas foram enviadas para sequenciamento e o resultado obtido foi comparado com outras sequências do gene mitocondrial do GenBank, o que serviu para construção da árvore filogenética. O estado de saúde geral das aves era grave, apresentando-se prostradas, anêmicas e com fezes de coloração esverdeada. A análise dos esfregaços sanguíneos das aves amostradas revelou a presença de formas evolutivas parasitando eritrócitos, sugestivo de parasitos do gênero Plasmodium. Dos 44 pinguins-de-magalhães amostrados 21 estavam parasitados, apresentando prevalência de 47,73%. A parasitemia mais elevada foi de 6,1%. Foram encontrados todas as formas evolutivas de plasmódios:gametócitos, trofozoítos e esquizontes. Morfologicamente, os trofozoítos apresentaram-se ovais ou piriformes, os esquizontes irregularmente esféricos com cerca de 14 merozoítos por esquizontes, os macrogametócitos e microgametócitos apresentavam formato arredondado ou alongado, prevalecendo as formas alongadas. Morfométricamente, os macrogametócitos apresentaram comprimento médio de 10,16 ± 1,48 ?m e largura média de 2,40 ± 0,72 ?m; os microgametócitos apresentaram comprimento médio de 11 ± 1,03 ?m e largura média de 2,04 ± 0,27 ?m; os trofozoítos apresentaram 2,14?m para o diâmetro maior e 1,46?m para o diâmetro menor, e os esquizontes apresentaram como diâmetro maior 9,14?m e 8?m como diâmetro menor. Na PCR um fragmento de aproximadamente 160 pares de base foi amplicado, e a diferenciação entre os gêneros confirmou se tratar do gênero Plasmodium. O sequenciamento revelou que provavelmente ocorre uma co-infecção de parasitos do gênero Plasmodium e que uma das espécies envolvidas é Plasmodium relictum(AU)