Plantas tóxicas para bovinos em Minas Gerais / Toxic plants for cattle in Minas Gerais

As plantas tóxicas causam grandes prejuízos econômicos para a pecuária em diversas regiões do Brasil, provocando, até mesmo, a morte de animais. Poucas são as informações disponíveis sobre as intoxicações por plantas em bovinos, no estado de Minas Gerais. O estudo sistemático das espécies tóxicas, em regiões com poucas pesquisas, aumenta, consideravelmente, os dados sobre plantas tóxicas de interesse pecuário. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi realizar um levantamento das plantas tóxicas para bovinos nas propriedades rurais do município de São João Evangelista, Minas Gerais. Para isso, foram visitadas, aleatoriamente, 20propriedades rurais do município e três formulários foram aplicados aos produtores rurais, sob a forma de entrevista, sendo que as informações obtidas, por meio dos formulários, foram analisadas quanti e qualitativamente. Também, foram coletadas amostras de solos para análise das características químicas do local incidente da planta tóxica. Com a análise, observou-se que a incidência de plantas tóxicas para bovinos atinge55% das propriedades rurais e em 60% das propriedades há histórico de casos de intoxicação em bovinos. Seis espécies de plantas tóxicas incidem nas pastagens das propriedades rurais, a Pteridium aquilinum, a Palicourea marcgravii, a Lantana camara, a Asclepias curassavica, a Ricinus communis e a Palicourea grandiflora. A espécie Pyrostegia venusta foi relatada como planta tóxica para bovinos e a P. marcgravii associada à maior quantidade de mortes de bovinos no município. Observou-se também, que as espécies de plantas tóxicas possuem a capacidade de desenvolvimento em condições de acidez do solo e de baixa fertilidade e em pastagens bem manejadas com boa fertilidade.

Toxic plants cause important economic damage to livestock in several regions of Brazil, even causing the death of animals. Little information is available about plant poisoning in cattle in the State of Minas Gerais. The systematic study of toxic species in regions with little research considerably increases the data on toxic plants of livestock interest. The objective of this study was to carry out a survey of toxic plants for cattle in rural properties in the municipality of São João Evangelista, Minas Gerais. Twenty rural properties in the municipality were visited at random. Three forms were applied to rural producers in the form of an interview. The information obtained through the forms were analyzed quantitatively and qualitatively. Soil samples were collected to analyze the chemical characteristics of the incident site of the toxic plant. The incidence of toxic plants for cattle affects 55% of rural properties and in 60% of properties there is a history of cases of intoxication in cattle. Six species of toxic plants affect the pastures of rural properties, being Pteridium aquilinum, Palicourea marcgravii, Lantana camara, Asclepias curassavica, Ricinus communis and Palicourea grandiflora. The species Pyrostegia venusta has been reported as a toxic plant for cattle. Palicourea marcgravii is associated with the highest number of cattle deaths in the municipality. Toxic plant species the capacity to establish themselves in conditions of soil acidity and low fertility, and in well-managed pastures with good fertility.

Plantas tóxicas para bovinos em Minas Gerais / Toxic plants for cattle in Minas Gerais

As plantas tóxicas causam grandes prejuízos econômicos para a pecuária em diversas regiões do Brasil, provocando, até mesmo, a morte de animais. Poucas são as informações disponíveis sobre as intoxicações por plantas em bovinos, no estado de Minas Gerais. O estudo sistemático das espécies tóxicas, em regiões com poucas pesquisas, aumenta, consideravelmente, os dados sobre plantas tóxicas de interesse pecuário. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi realizar um levantamento das plantas tóxicas para bovinos nas propriedades rurais do município de São João Evangelista, Minas Gerais. Para isso, foram visitadas, aleatoriamente, 20propriedades rurais do município e três formulários foram aplicados aos produtores rurais, sob a forma de entrevista, sendo que as informações obtidas, por meio dos formulários, foram analisadas quanti e qualitativamente. Também, foram coletadas amostras de solos para análise das características químicas do local incidente da planta tóxica. Com a análise, observou-se que a incidência de plantas tóxicas para bovinos atinge55% das propriedades rurais e em 60% das propriedades há histórico de casos de intoxicação em bovinos. Seis espécies de plantas tóxicas incidem nas pastagens das propriedades rurais, a Pteridium aquilinum, a Palicourea marcgravii, a Lantana camara, a Asclepias curassavica, a Ricinus communis e a Palicourea grandiflora. A espécie Pyrostegia venusta foi relatada como planta tóxica para bovinos e a P. marcgravii associada à maior quantidade de mortes de bovinos no município. Observou-se também, que as espécies de plantas tóxicas possuem a capacidade de desenvolvimento em condições de acidez do solo e de baixa fertilidade e em pastagens bem manejadas com boa fertilidade.(AU)

Toxic plants cause important economic damage to livestock in several regions of Brazil, even causing the death of animals. Little information is available about plant poisoning in cattle in the State of Minas Gerais. The systematic study of toxic species in regions with little research considerably increases the data on toxic plants of livestock interest. The objective of this study was to carry out a survey of toxic plants for cattle in rural properties in the municipality of São João Evangelista, Minas Gerais. Twenty rural properties in the municipality were visited at random. Three forms were applied to rural producers in the form of an interview. The information obtained through the forms were analyzed quantitatively and qualitatively. Soil samples were collected to analyze the chemical characteristics of the incident site of the toxic plant. The incidence of toxic plants for cattle affects 55% of rural properties and in 60% of properties there is a history of cases of intoxication in cattle. Six species of toxic plants affect the pastures of rural properties, being Pteridium aquilinum, Palicourea marcgravii, Lantana camara, Asclepias curassavica, Ricinus communis and Palicourea grandiflora. The species Pyrostegia venusta has been reported as a toxic plant for cattle. Palicourea marcgravii is associated with the highest number of cattle deaths in the municipality. Toxic plant species the capacity to establish themselves in conditions of soil acidity and low fertility, and in well-managed pastures with good fertility.(AU)

Diagnose of the ingestion of Asclepias mellodora St. Hil. by sheep through microhistological analysis of their digestive contents / Diagnose da ingestão de Asclepias mellodora St. Hil. por ovinos através da análise micro-histológica de seu conteúdo digestivo

Asclepias mellodora St. Hil. is a native acute toxic species frequent in the grasslands of the Buenos Aires province, Argentina, whose toxicity had not been assessed until now. This study evaluates the minimal lethal dose of this species for sheep, and the possibility of microscopically recognizing its fragments in gastrointestinal contents as a complementary diagnostic tool in necropsies. Three Frisona sheep (average LW=55±4.5 kg) were dosed via an esophageal tube with each one of the following doses of asclepias: 8.0, 5.0, 2.0 and 0.8 g DM.kg LW-1. Sheep poisoned with the three higher doses died between 10 and 85 h after intoxication, but those receiving the lower dose did not. During necropsies we: 1) determined the dry weight of the contents of rumen+reticulum, omasum+abomasum, and large intestine, 2) estimated the percentages of asclepias fragments by microanalysis correcting for digestion effects on fragment recognition, and 3) calculated the total mass of asclepias in the digestive tract of each animal. For the three higher doses, the mass of asclepias identified in the total ingesta was 12.3±3.4 percent of the amount supplied, possibly because of the strong diarrhea its ingestion produced. The percentages of asclepias in rumen+reticulum did not differ from the average quantified for the entire tract. The results of this study indicate that the minimal lethal doses of asclepias for sheep is between 2.0 and 0.8g DMÀkg LW-1, and that the microhistological analysis of the rumen+reticulum, the easiest region to sample, can be used to confirm the ingestion of this toxic species, although the estimated percentage will be not a good estimator of the ingested percentage.(AU)

Asclepias mellodora St. Hil. é uma espécie nativa de aguda toxicidade, frequente nos campos da província de Buenos Aires, Argentina. A sua toxicidade não foi avaliada até agora. Este estudo avalia a dose mínima letal desta espécie, para os ovinos, bem como a possibilidade de reconhecer microscopicamente seus fragmentos no conteúdo gastrointestinal como uma ferramenta complementar de diagnóstico em necropsias. Três ovinos Frisona (PV média = 55±4,5 kg) foram dosados através de uma sonda esofágica em cada uma das seguintes doses de Asclepias: 8,0, 5,0, 2,0 e 0,8 g DM.kg PV-1. Ovinos intoxicados com as três maiores doses morreram entre 10-85 h após a intoxicação, mas não aqueles que receberam a dose menor. Durante as necropsias se: 1) determinou o peso seco do conteúdo do rúmen + retículo, omaso + abomaso e intestino grosso, 2) estimou as porcentagens de fragmentos de Asclepias por microanálise, fazendo a correção para efeitos de digestão no reconhecimento dos fragmentos, e 3) calculou a massa total de Asclepias no trato digestivo de cada animal. Para as três doses maiores, a massa de Asclepias identificada na ingesta total foi de 12,3±3,4 por cento da quantidade fornecida, possivelmente por causa da forte diarréia produzida pela sua ingestão. As porcentagens de Asclepias no rúmen + retículo não diferiram da média quantificada para o trato completo. Os resultados deste estudo indicam que a dose letal mínima de Asclepias em ovinos é de entre 2,0 e 0,8 g kg PV ò DM-1, e que a análise micro-histológica do rúmen + retículo, a região mais fácil de amostrar, pode ser usada para confirmar a ingestão desta espécie tóxica, embora a percentagem estimada não será um bom estimador da porcentagem ingerida.(AU)