Resumo
As formigas podem atuar como vetores de microrganismos patogênicos, contribuindo para a transmissão de doenças infecciosas. Objetivou-se isolar, identificar fungos e bactérias e traçar o perfil de resistência dos microrganismos veiculadas por formigas de hospitais humanos, veterinários e residências de Viçosa, Alagoas. Obteve-se 600 amostras de formigas, sendo 200 em hospital humano, 200 em hospital veterinário e 200 em residências. Realizou-se um pool de amostras, as quais passaram por um processo de maceração, foram imersas em caldo BHI e incubadas a 37°C. Para isolamento fúngico, o material foi inoculado em placas com Agar Sabouraud, incubadas a 25°C. Os fungos isolados foram corados e identificados. Para detecção de bactérias, as amostras foram semeadas em placas com Agar sangue e incubadas a 37°C. Foram selecionadas 12 espécies de bactérias para avaliação de resistência, frente aos antimicrobianos Gentamicina (10ug), Penicilina (10ug), Eritromicina (15ug), Sulfa+Trimetropim (25ug), Cefalotina (30 ug) e Amoxicilina (10ug). Foi feita a leitura através da medida dos halos. Detectou-se 7 espécies de fungos em hospitais humanos, sendo 4 Aspergillus sp, 1 Fusarium sp, 1 Dermatofito sp e 1 Sporothix sp. Em hospitais veterinários observou-se duas amostras, sendo 1 Penicillium sp e 1 Sporothix sp. E nas residências identificou-se 8 amostras, sendo 3 Aspergillus sp, 3 Dermatofito sp, 1 Fusarium sp e 1 Curvalina sp. Na análise microbiológica das amostras de hospitais humanos foram identificadas 9 gêneros e espécies bacterianas, sendo 5 Enterobacter sp, 3 Pseudomonas spel Salmonella sp. Nas amostras obtidas em hospitais veterinários, identificou-se 5 gêneros e espécies, onde 2 isolados de Pseudomonas sp, 1 de Salmonella sp, 1 Enterobacter coaclae e 1 Providencia sp, já nas amostras oriundas de residências, 7 foram o total de gêneros identificados, no qual foram 2 Proteus sp, Enterobacter sp, 1 Salmonella sp, Pseudomonas sp e Providencia sp. Na avaliação da resistência bacteriana, todas as amostras de Pseudomonas sp (2/2), Salmonella sp (2/2), Enterobacter sp(2/2), Enterobacter aerogenas (2/2) e Proteus vulgaris (2/2) apresentaram resistência a Penicilina, Eritromicina, Sulfa+Trimetropim, Cefalotina e Amoxilina, exceto a Gentamicina, no qual todas as amostras apresentaram sensibilidade. A bactéria Providencia sp (2/2) apresentou resistência a Penicilina, Eritromicina, Amoxicilina e Cefalotina, sendo sensível a Gentamicina e Sulfa+Trimetropim. Enterobacter coaclae demonstrou (1/1) resistência a Penicilina, Eritromicina e Amoxicilina, e sensibilidade a Gentamicina (1/4), Cefalotina (3/4) e Sulfa+Trimetropim (2/4). Os fungos identificados provenientes de hospitais humanos e veterinários evidenciam o risco de transmissão de micoses sistêmicas, subcutâneas, e superficiais para pacientes internados. Observou-se o isolamento de bactérias com elevada virulência, importantes para a saúde única. Verifica-se que Pseudomonas sp, foi isolado em hospitais humanos e veterinários. E apresentou multirresistência em alguns gêneros bacterianos, destacando a resistência de Pseudomonas sp a todos os antibióticos avaliados.
Assuntos
Animais , Fatores de Risco , Formigas/microbiologia , Saúde Pública VeterináriaResumo
Um fungo crescendo dentro do cérebro de um animal. As defesas imunológicas falham e as células desse fungo (chamadas de hifas) se multiplicam, liberando substâncias que mudam o comportamento do hospedeiro. Uma vez infectado por esse estranho parasito, o hospedeiro deixa de se alimentar, tem seu sistema sensorial comprometido e, ao final da infecção, estará morto em posição exposta. Em pouco tempo, novas formas infectantes se proliferarão sobre o corpo do hospedeiro morto. E no momento seguinte, estarão espalhadas no ambiente, esperando o contato com o próximo a ser infectado. Esse primeiro parágrafo poderia estar na sinopse de várias séries da cultura pop atual. No entanto, independentemente de qualquer semelhança com The Walking Dead* ou Guerra Mundial Z*, trata-se da descrição de parte do ciclo de vida de fungos parasitos, pertencentes ao gênero Ophiocordyceps.
Assuntos
Animais , Formigas/imunologia , Formigas/microbiologia , Hifas/patogenicidadeResumo
Um fungo crescendo dentro do cérebro de um animal. As defesas imunológicas falham e as células desse fungo (chamadas de hifas) se multiplicam, liberando substâncias que mudam o comportamento do hospedeiro. Uma vez infectado por esse estranho parasito, o hospedeiro deixa de se alimentar, tem seu sistema sensorial comprometido e, ao final da infecção, estará morto em posição exposta. Em pouco tempo, novas formas infectantes se proliferarão sobre o corpo do hospedeiro morto. E no momento seguinte, estarão espalhadas no ambiente, esperando o contato com o próximo a ser infectado. Esse primeiro parágrafo poderia estar na sinopse de várias séries da cultura pop atual. No entanto, independentemente de qualquer semelhança com The Walking Dead* ou Guerra Mundial Z*, trata-se da descrição de parte do ciclo de vida de fungos parasitos, pertencentes ao gênero Ophiocordyceps.(AU)
Assuntos
Animais , Formigas/microbiologia , Formigas/imunologia , Hifas/patogenicidadeResumo
Ants are found worldwide playing an important environmental role. Some species are considered as agricultural pests and potential risk to human life and public health acting as pathogens carriers. Ants as Paratrechina longicornis and Camponotus spp. have been found inside hospitals. The aim of this study was the research of mycobacteria in 138 samples of ants (137 Paratrechina longicornis and only one Camponotus spp.) which got into the laboratories of tuberculosis diagnosis. These ants were suspended in sterile saline solution and inoculated into Petragnani and Stonebrink media, incubated at 37° C until 90 days and the isolates were identified as environmental mycobacteria (1 Mycobacterium fortuitum peregrinum, 1 Mycobacterium smegmatis) and 1 Mycobacterium tuberculosis complex. These results showed that ants should also act as mechanical vectors of mycobacteria dissemination in risk environments, reinforcing their significance in public health.
As formigas têm uma distribuição mundial e representam importante papel no ecossistema. Algumas espécies são consideradas pragas para a agricultura e um risco potencial à vida humana e à saúde pública veiculando mecanicamente agentes patogênicos. Formigas como Paratrechina longicornis e Camponotus spp. têm sido encontradas em ambientes hospitalares. O foco do presente estudo foi a identificação de micobactérias em 138 amostras de formigas (137 Paratrechina longicornis e apenas uma Camponotus sp.), que tiveram acesso a áreas de laboratórios de diagnóstico de tuberculose. Essas formigas foram suspensas em solução salina estéril que foi semeada em meios de Petragnani e Stonebrink, incubadas a 37º C por até 90 dias e as estirpes de micobactérias isoladas foram identificadas pelas técnicas clássicas como micobactérias ambientais (sendo 1 Mycobacterium smegmatis, 2 Mycobacterium fortuitum peregrinum e 1 Mycobacterium tuberculosis). Esses resultados mostram que as formigas podem também se constituir vetores de dispersão de micobactérias em ambientes de risco, reforçando sua importância em saúde pública.