Resumo
Feline coronavirus (FCoV) is responsible for causing one of the most important infectious diseases of domestic and wild felids, the feline infectious peritonitis (FIP), which is an immune-mediated, systemic, progressive and fatal disease. FCoV is highly contagious, and infection is common in domestic feline populations worldwide. The present study aimed to determine the seropositivity of FCoV infection and its associated epidemiological variables (risk factors) in domiciled cats in Botucatu, São Paulo, Brazil. Whole blood samples (0.5-1mL) were collected from 151 cats, and sera were extracted by centrifugation. These sera were tested by an commercial enzyme-linked immunosorbent assay (ELISA) for the detection of IgG anti-FCoV antibodies. The assessed risk factors were age range, breed, gender, reproductive status, outdoor access and rearing mode (living alone or in a group). The seropositivity was 64.2% (97/151). There was no statistical significance for risk factors related to breed, gender or rearing mode. There were significant differences in seropositivity (p-values ≤0.05) for age range (p=0.0157), reproductive status (p=0.0074) and outdoor access (p=0.0001). This study verified a wide dissemination of FCoV in the studied population, with a higher than expected seropositivity for indoor cats. Among the risk factors, age range, reproductive status and outdoor access presented statistically significant differences, thus helping to establish an epidemiological profile of this population.(AU)
O coronavírus felino (FCoV) é responsável por causar uma das mais importantes doenças infecciosas que acometem os felinos domésticos e selvagens, a peritonite infecciosa felina (PIF), que é uma enfermidade imunomediada, sistêmica, progressiva e fatal. O FCoV é altamente contagioso e a infecção é comum nas populações de felinos domésticos por todo o mundo. O presente estudo objetivou determinar a soropositividade da infecção pelo FCoV e correlacionar variáveis epidemiológicas (fatores de risco) de gatos domiciliados de Botucatu, São Paulo, Brasil. Amostras de sangue total (0,5 a 1mL) foram colhidas de 151 gatos e os soros foram obtidos após centrifugação. Estes soros foram testados por um teste commercial de ELISA para detecção de anticorpos IgG anti-FCoV. Os fatores de risco avaliados foram faixa etária, raça, gênero, condição reprodutiva, acesso à rua e modo de criação (viver solitário ou em grupo). Observou-se uma soropositividade de 64,2% (97/151). Não houve significância estatística para os fatores de risco relacionados à raça, gênero e modo de criação. Houve significância estatística quanto a soropositividade (p-values ≤0,05) para os fatores de risco faixa etária (p=0,0157), condição reprodutiva (p=0,0074) e acesso à rua (p=0,0001). Através do presente estudo verificou-se que o FCoV está amplamente disseminado na população estudada, onde a soropositividade encontrada foi maior do que a esperada para gatos domiciliados. Dentre os fatores de risco, faixa etária, condição reprodutiva e acesso à rua apresentaram diferenças estatisticamente significativas, contribuindo assim, para se estabelecer um perfil epidemiológico desta população.(AU)
Assuntos
Animais , Gatos , Gatos , Peritonite Infecciosa Felina/epidemiologia , Infecções por Coronavirus/veterinária , Coronavirus FelinoResumo
Feline coronavirus (FCoV) is responsible for causing one of the most important infectious diseases of domestic and wild felids, the feline infectious peritonitis (FIP), which is an immune-mediated, systemic, progressive and fatal disease. FCoV is highly contagious, and infection is common in domestic feline populations worldwide. The present study aimed to determine the seropositivity of FCoV infection and its associated epidemiological variables (risk factors) in domiciled cats in Botucatu, São Paulo, Brazil. Whole blood samples (0.5-1mL) were collected from 151 cats, and sera were extracted by centrifugation. These sera were tested by an commercial enzyme-linked immunosorbent assay (ELISA) for the detection of IgG anti-FCoV antibodies. The assessed risk factors were age range, breed, gender, reproductive status, outdoor access and rearing mode (living alone or in a group). The seropositivity was 64.2% (97/151). There was no statistical significance for risk factors related to breed, gender or rearing mode. There were significant differences in seropositivity (p-values ≤0.05) for age range (p=0.0157), reproductive status (p=0.0074) and outdoor access (p=0.0001). This study verified a wide dissemination of FCoV in the studied population, with a higher than expected seropositivity for indoor cats. Among the risk factors, age range, reproductive status and outdoor access presented statistically significant differences, thus helping to establish an epidemiological profile of this population.(AU)
O coronavírus felino (FCoV) é responsável por causar uma das mais importantes doenças infecciosas que acometem os felinos domésticos e selvagens, a peritonite infecciosa felina (PIF), que é uma enfermidade imunomediada, sistêmica, progressiva e fatal. O FCoV é altamente contagioso e a infecção é comum nas populações de felinos domésticos por todo o mundo. O presente estudo objetivou determinar a soropositividade da infecção pelo FCoV e correlacionar variáveis epidemiológicas (fatores de risco) de gatos domiciliados de Botucatu, São Paulo, Brasil. Amostras de sangue total (0,5 a 1mL) foram colhidas de 151 gatos e os soros foram obtidos após centrifugação. Estes soros foram testados por um teste commercial de ELISA para detecção de anticorpos IgG anti-FCoV. Os fatores de risco avaliados foram faixa etária, raça, gênero, condição reprodutiva, acesso à rua e modo de criação (viver solitário ou em grupo). Observou-se uma soropositividade de 64,2% (97/151). Não houve significância estatística para os fatores de risco relacionados à raça, gênero e modo de criação. Houve significância estatística quanto a soropositividade (p-values ≤0,05) para os fatores de risco faixa etária (p=0,0157), condição reprodutiva (p=0,0074) e acesso à rua (p=0,0001). Através do presente estudo verificou-se que o FCoV está amplamente disseminado na população estudada, onde a soropositividade encontrada foi maior do que a esperada para gatos domiciliados. Dentre os fatores de risco, faixa etária, condição reprodutiva e acesso à rua apresentaram diferenças estatisticamente significativas, contribuindo assim, para se estabelecer um perfil epidemiológico desta população.(AU)
Assuntos
Animais , Gatos , Gatos , Peritonite Infecciosa Felina/epidemiologia , Infecções por Coronavirus/veterinária , Coronavirus FelinoResumo
Interstitial lung diseases are a group of diffuse parenchymal lung diseases that include interstitial lung fibrosis. The aim of this study is to characterize the clinical and pathological findings of idiopathic pulmonary fibrosis in three cats and to investigate possible etiological agents through bacteriological and mycological exams and immunohistochemistry. All three cats were female and aged from 10 to 14 years old, they presented with a clinical history of weight loss and dyspnea. The radiographic changes were similar in all cats and included increased pulmonary radiopacity with a mixed bronchointerstitial pattern progressing to an alveolar pattern. Two cats died during lung biopsy procedures. At necropsy, the lesions were limited to the pulmonary parenchyma and were firm, hypocrepitant with a multinodular appearance on the pleural surface; they failed to completely collapse when the thorax was opened. In the pleural region, there were multifocal star-shaped scarring lesions, with parenchymal retraction. Microscopically, all three cats had multifocal-to-coalescing fibrosis, type II pneumocyte hyperplasia, hypertrophy or hyperplasia of the smooth muscle tissue of terminal bronchioles and an accumulation of macrophages within the alveolar spaces. There was no growth on bacteriological or mycological cultures, and the immunohistochemical evaluations for the presence of viral etiological agents (FIV, FeLV, FCoV, FCV and FHV-1) were also negative.(AU)
As enfermidades pulmonares intersticiais são um grupo de doenças difusas do parênquima pulmonar, nas quais a fibrose pulmonar está incluída. O objetivo deste trabalho é caracterizar os achados clínicos e patológicos da fibrose pulmonar idiopática em três gatas, e avaliar possíveis agentes etiológicos através dos exames bacteriológicos, micológicos e imuno-histoquímicos. As três gatas tinham entre 10 e 14 anos de idade e histórico clínico de emagrecimento e dispneia. As alterações radiográficas observadas foram similares, com aumento de radiopacidade difuso dos campos pulmonares de padrão misto broncointersticial e eventualmente alveolar. Dois felinos morreram durante procedimento de biópsia pulmonar. No exame de necropsia as lesões eram exclusivas no parênquima pulmonar os quais estavam firmes, hipocreptantes, com aspecto levemente multinodular em superfície pleural e não colapsaram após a abertura da cavidade torácica. Em região pleural havia lesões cicatriciais de aspecto estrelar multifocais, com retração do parênquima. Microscopicamente, todos os gatos apresentaram fibrose multifocal a coalescente, hiperplasia dos pneumócitos do tipo II e hiperplasia e hipertrofia do músculo liso de bronquíolos terminais e acúmulo de macrófagos no interior de espaços alveolares. Não houve crescimento nas culturas bacteriana e micológica, e os exames de imuno-histoquímica para avaliação de possíveis agentes virais (FIV, FeLV, FCoV, FCV e FHV-1) foram negativos em todos os felinos.(AU)
Assuntos
Animais , Gatos , Gatos , Fibrose Pulmonar Idiopática/diagnóstico , Fibrose Pulmonar Idiopática/patologia , Fibrose Pulmonar Idiopática/veterinária , Toracoscopia/veterinária , Fibrose Pulmonar Idiopática/sangueResumo
Interstitial lung diseases are a group of diffuse parenchymal lung diseases that include interstitial lung fibrosis. The aim of this study is to characterize the clinical and pathological findings of idiopathic pulmonary fibrosis in three cats and to investigate possible etiological agents through bacteriological and mycological exams and immunohistochemistry. All three cats were female and aged from 10 to 14 years old, they presented with a clinical history of weight loss and dyspnea. The radiographic changes were similar in all cats and included increased pulmonary radiopacity with a mixed bronchointerstitial pattern progressing to an alveolar pattern. Two cats died during lung biopsy procedures. At necropsy, the lesions were limited to the pulmonary parenchyma and were firm, hypocrepitant with a multinodular appearance on the pleural surface; they failed to completely collapse when the thorax was opened. In the pleural region, there were multifocal star-shaped scarring lesions, with parenchymal retraction. Microscopically, all three cats had multifocal-to-coalescing fibrosis, type II pneumocyte hyperplasia, hypertrophy or hyperplasia of the smooth muscle tissue of terminal bronchioles and an accumulation of macrophages within the alveolar spaces. There was no growth on bacteriological or mycological cultures, and the immunohistochemical evaluations for the presence of viral etiological agents (FIV, FeLV, FCoV, FCV and FHV-1) were also negative.(AU)
As enfermidades pulmonares intersticiais são um grupo de doenças difusas do parênquima pulmonar, nas quais a fibrose pulmonar está incluída. O objetivo deste trabalho é caracterizar os achados clínicos e patológicos da fibrose pulmonar idiopática em três gatas, e avaliar possíveis agentes etiológicos através dos exames bacteriológicos, micológicos e imuno-histoquímicos. As três gatas tinham entre 10 e 14 anos de idade e histórico clínico de emagrecimento e dispneia. As alterações radiográficas observadas foram similares, com aumento de radiopacidade difuso dos campos pulmonares de padrão misto broncointersticial e eventualmente alveolar. Dois felinos morreram durante procedimento de biópsia pulmonar. No exame de necropsia as lesões eram exclusivas no parênquima pulmonar os quais estavam firmes, hipocreptantes, com aspecto levemente multinodular em superfície pleural e não colapsaram após a abertura da cavidade torácica. Em região pleural havia lesões cicatriciais de aspecto estrelar multifocais, com retração do parênquima. Microscopicamente, todos os gatos apresentaram fibrose multifocal a coalescente, hiperplasia dos pneumócitos do tipo II e hiperplasia e hipertrofia do músculo liso de bronquíolos terminais e acúmulo de macrófagos no interior de espaços alveolares. Não houve crescimento nas culturas bacteriana e micológica, e os exames de imuno-histoquímica para avaliação de possíveis agentes virais (FIV, FeLV, FCoV, FCV e FHV-1) foram negativos em todos os felinos.(AU)
Assuntos
Animais , Gatos , Gatos , Fibrose Pulmonar Idiopática/diagnóstico , Fibrose Pulmonar Idiopática/patologia , Fibrose Pulmonar Idiopática/veterinária , Toracoscopia/veterinária , Fibrose Pulmonar Idiopática/sangueResumo
O Coronavírus felino (FCoV), ao infectar gatos domésticos (Felis catus), exibe uma patogenicidade bimodal, produzindo desde infecções entéricas subclínicas até a peritonite infecciosa felina (PIF), que é fatal para os gatos que a desenvolvem. A PIF é considerada uma das mais importantes doenças infecciosas dos felinos. O diagnóstico da pif não-efusiva (seca) é desafiador para ser estabelecido com o animal em vida, e o da pif efusiva (úmida) pode ser estabelecido através da associação de achados clínicos e resultados de exames laboratoriais. Técnicas sorológicas não fornecem um diagnóstico conclusivo, mas são ferramentas úteis e podem ser importantes no auxílio do manejo. O presente estudo teve como objetivos desenvolver um teste de ELISA indireto com uso do antígeno recombinante N (proteína de nucleocapsídeo) do FCoV, e também realizar um estudo soroepidemiológico para infecção pelo FCoV em gatos domésticos domiciliados da cidade de Botucatu, SP. Para o ELISA indireto o antígeno foi produzido através de clonagem e expressão em bactéria. Testes de concentração do antígeno e diluição dos soros foram realizados. Cento e cinquenta e uma amostras foram testadas. O ponto de corte foi determinado através do cálculo da média aritmética da A 450 de 53 amostras negativas (testadas pelo kit ImmunoComb FCoV (FIP) teste referência do estudo), mais 4 desvios padrão. Para o estudo soroepidemiológico, foram testadas as mesmas 151 amostras, agora pelo kit ImmunoComb FCoV (FIP) para detecção de anticorpos IgG anti-FCoV. Os fatores de risco analisados foram faixa etária, raça, gênero, condição reprodutiva, acesso à rua e modo de criação (solitário ou em grupo). A sensibilidade relativa do ELISA foi de 85,57%, a especificidade relativa de 94,44% e a acurácia relativa de 88,74%. Para o estudo soroepidemiológico observou-se uma soropositividade de 64,24% (97/151) pelo teste ImmunoComb FCoV (FIP). Não houve significância estatística em relação aos fatores de risco raça (p=1,000), gênero (p=0,0818) e viver solitário ou em grupo (p=0,8325). Já os fatores de risco faixa etária (p=0,0157), condição reprodutiva (p=0,0074) e acesso à rua (p=0,0001) apresentaram significância estatística quanto à soropositividade (para p-valores a 0,05). O Elisa indireto apresentou 15 capacidade de interação com anticorpos anti-FCoV, através do antígeno produzido, e uma boa sensibilidade, especificidade e acurácia relativa, demonstrando eficiência e capacidade discriminatória. O estudo soroepidemiológico demonstrou que o FCoV está amplamente disseminado na população de gatos estudada. A soropositividade encontrada foi maior do que a esperada, uma vez que os gatos foram amostrados de domicílios e não de abrigos ou gatis. As diferenças estatísticas encontradas para os fatores de risco faixa etária, condição reprodutiva e acesso à rua ajudam a traçar um perfil epidemiológico desta população.
The feline coronavirus (FCoV) infect domestic cats (Felis catus) with a bimodal pathogenicity, producing from enteric subclinical infections to the fatal feline infectious peritonitis (PIF). FIP is considered one of the most important infectious diseases of felids. The diagnosis of FIP non-effusive is challenging for living animals and that of FIP effusive can be established through the association of clinical findings and results of laboratory tests. Although serological techniques do not provide conclusive diagnostics, they are useful tools and may important in helping the management. The present study aimed to develop an indirect ELISA test with the use of a nucleocapsid (N) recombinant protein of FCoV as antigen and to perform a seroepidemiological study for infection with FCoV in domiciled domestic cats from Botucatu, SP. For the indirect ELISA, the antigen was produced by cloning and vector expression using bacteria. Tests of antigen concentration and serum dilution were performed. One hundred and fifty-one samples (n=151) were tested and the cut-off determined by calculating the average at A450 from 53 negative samples (as tested by ImmunoComb FCoV (FIP) kit the reference test for the study) and four standard deviation. For the seroepidemiological study, 151 samples were tested ImmunoComb FCoV (FIP) for detection of IgG anti-FCoV antibodies. The analyzed risk factors were age, breed, sex, reproductive condition, outdoor access, creation mode (solitary or grouped). The relative ELISA sensitivity was 85,57%, the relative specificity was 94,44% and the relative accuracy was 88,74%. In the seroepidemiological study the seropositivity was 64,24% (97/151) by the ImmunoComb FCoV (FIP) kit. There was no statistical significance among breed (p=1,000), sex (p=0,0818) and solitary or grouped animals (p=0,8325). Age (p=0,0157), reproductive condition (p=0,0074) and outdoor access (p=0,0001) presented statistical significance concerning seropositivity (for p-values 0,05). The indirect ELISA presented capacity of interaction with anti-FCoV antibodies by the produced antigen with good relative sensitivity, specificity and accuracy, showing efficiency and discriminatory capacity. The seroepidemiological study showed that FCoV is widely disseminated in the studied cat population. The seropositivity encountered was higher than expected, since the sampled cats were domiciled and not shelter cats. The statistical differences encountered in age, reproductive condition and outdoor access aided in building the epidemiological profile of this population. ¨¨
Resumo
A intensificação da criação de felinos em todo o mundo demandam uma ampliação e aprofundamento dos conhecimentos da clínica e patologia de doenças infecciosas que acometem os gatos. Entretanto, existe uma escassez de informações sobre doenças infecciosas que acometem os gatos do Brasil, especialmente da região sul. Esta tese de doutorado teve como objetivo realizar um levantamento das principais causas de morte em gatos, além da caracterização anatomopatológica e identificação de agentes infecciosos em tecidos e células de gatos através da técnica de imuno-histoquímica (IHQ) e imunocitoquímica (ICQ). O primeiro artigo teve como objetivo determinar as principais causas de morte em gatos na região Sul do Brasil, através de um estudo retrospectivo, de 2000 a 2015. Foram realizadas um total de 1753 necropsias de felinos domésticos, destas 1364 (77,8%) foram conclusivas e 389 foram inconclusivos (22,2%). As categorias mais prevalentes foram: neoplasmas (20%), doenças infecciosas/parasitárias (17,8%), doenças do sistema digestório (14,1%), traumatismos (13,4%), doenças do sistema urinário (11,4%), doenças do sistema cardiovascular (6,9%), doenças do sistema respiratório (5,8%) e outras (8,5%). As causas de morte mais frequentes incluíram: politraumatismo (13,4%), linfoma (8,8%) e peritonite infecciosa felina (7,9%). O segundo artigo teve como objetivo fazer a identificação por ICQ dos antígenos do coronavírus felino (FCoV) em macrófagos e monócitos fixados em formol e embebidos em parafina a partir de derrame e sangue como alternativa diagnóstica ante mortem da peritonite infecciosa felina. Foram selecionados para o estudo gatos com pelo menos um dos seguintes sinais clínicos: derrame em cavidades abdominal e/ou torácica e/ou pericárdica, temperatura retal acima de 40oC, icterícia, linfoadenomegalia, e sinais clínicos oftálmicos e neurológicos. Foram recebidas 25 amostras provenientes de derrames. Dessas, 16 tiveram marcação positiva no interior de macrófagos. Nove desses casos, foram confirmados pela necropsia. De 17 amostras de sangue total, 3 amostras tiveram marcação positiva no interior de monócitos; dois desses casos foram confirmadas na necropsia. O teste de ICQ anti-FCoV foi sensível e específico como método diagnóstico ante mortem da PIF. O terceiro artigo teve como objetivo descrever cinco casos de gatos apresentando cardiomiopatia hipertrófica e miocardite associadas ao vírus da imunodeficiência felina (FIV). Na necropsia, os cinco gatos apresentaram o coração acentuadamente aumentado de tamanho, por hipertrofia ventricular esquerda, e múltiplos focos brancacentos coalescentes no miocárdio e no epicárdico. Microscopicamente, no miocárdio, havia infiltrado multifocal acentuado composto por linfócitos, alguns macrófagos, neutrófilos e plasmócitos. Na IHQ para FIV houve intensa imunomarcação no citoplasma e no núcleo, principalmente de linfócitos e no citoplasma de ocasionais macrófagos no miocárdio. O infiltrado inflamatório caracterizou-se por linfócitos T e macrófagos, o que foi evidenciado por imunomarcação específica para essas células. Este trabalho demonstra a importância das doenças infecciosas/parasitárias, consideradas como causa de morte em gatos, demonstra a utilidade da técnica técnica ocorrência de infecção pelo do vírus da imunodeficiência felina em células inflamatórias no miocárdio de gatos com miocardite e cardiomiopatia hipertrófica.
The increase of cat breeding worldwide demands an expansion in qualified information on clinic clinical and pathological aspects of feline infectious diseases. There is, however, a lack of information on the infectious diseases that affect cats in Brazil, especially in the Southern region. This doctoral thesis aimed to survey of the main causes of death caused in cats, as well as the anatomopathological characterization of tissue response and identification of infectious agents in the tissues and cells through immunohistochemistry (IHC) and immunocytochemistry (ICH). Three articles were written. The first one aimed to determine the main causes of death in cats in southern Brazil, through a retrospective study, from 2000 to 2015. A total of 1,753 domestic feline necropsies were reviewed, from which 1,364 (77.8%) had a conclusive diagnosis and 389 were inconclusive (22.2%). The most prevalent categories were neoplasms (20%), infectious/parasitic diseases (17.8%), diseases of the digestive system (14.1%), traumatisms (13.4%), diseases of the urinary system (6.9%), diseases of the respiratory system (5.8%) and others (8.5%). The most frequent causes of death included multiple trauma (13.4%), lymphoma (8.8%) and feline infectious peritonitis (7.9%). lymphoma (8.8%) and feline infectious peritonitis (7.9%). The second article aimed to tests and alternative antemortem diagnostic method to identified cats with feline infectious peritonitis feline coronavirus (FCoV) antigens; the method consists of applying ICH to macrophages and monocytes sampled from effusion and blood, fixed in formalin and embedded in paraffin. Cats with at least one of the following clinical signs were selected for being tested: cavitary (abdominal and/or thoracic and/or pericardial) effusion, rectal temperature above 40 ° C, jaundice, enlargement of lymph nodes, clinical ophthalmic and neurological signs. Twenty-five samples from effusions were received, of which 16 had positive marking within macrophages, 9 of which were confirmed by necropsy examination. Seventeen samples consisted of whole blood, from these, 3 samples had positive staining within monocytes and two cases were confirmed by postmortem examination. The anti-FCoV ICQ test was sensitive and specific as a PIF antemortem diagnostic method. The second article aimed to identify by ICQ the feline coronavirus (FCoV) antigens in macrophages and monocytes fixed in formalin and embedded in paraffin from effusion and blood as a diagnostic alternative antemortem of feline infectious peritonitis. Cats with at least one of the following clinical signs were selected: cavitary (abdominal and/or thoracic and/or pericardial) effusion, rectal temperature above 40C, jaundice, enlargement of lymph nodes, clinical ophthalmic and neurological signs. Twenty-five samples from effusions were received, of which 16 had positive marking inside macrophages, 9 of which were confirmed by necropsy examination. 17 samples were also received from whole blood, these 3 samples had positive staining within monocytes and in 2 cases confirmed by postmortem examination. The anti-FCoV ICQ test was sensitive and specific as a PIF antemortem diagnostic method. The third article aimed to describe five cases of cats presenting hypertrophic cardiomyopathy and myocarditis associated with feline immunodeficiency virus (FIV). At necropsy, the five cats presented a markedly enlarged heart, marked left ventricular hypertrophy, multiple myocardial and epicardial whitening foci. Microscopically, in the myocardium, there was marked multifocal infiltrate composed of lymphocytes, macrophages, neutrophils and plasma cells. In the IHC for FIV there was intense immunostaining in the cytoplasm and nucleus, mainly of lymphocytes and occasional macrophages cytoplasm in the myocardium. The inflammatory infiltrate was predominantly composed of T lymphocytes and macrophages, evidenced by immunostaining. This work demonstrates the importance of infectious/parasitic diseases, as the cause of death in cats, demonstrate the use of the IHC technique as an alternative antemortem diagnostic tool for FIP and the occurrence of feline immunodeficiency virus infection in inflammatory cells in the myocardium of cats with myocarditis and hypertrophic cardiomyopathy.
Resumo
O coronavírus canino (CCoV) causa gastroenterite em cães jovens, podendo ser letal, sobretudo quando há coinfecção com parvovírus canino (CPV). Os objetivos do presente projeto foram investigar a presença de CCoV e CPV em amostras fecais de cães jovens; estudar a diversidade molecular das amostras de CCoV com base em sequenciamento parcial dos genes M, S, 3b e N, incluindo amostras vacinais, e estudar a evolução in vitro de CCoV em células A72 de fibroma canino. Foram detectados 40,17% (47/117) animais positivos para CCoV e 13,68% (16/117) para CPV. Estudos filogenéticos demonstraram que oito amostras foram classificadas como CCoV-II, vinte e cinco como CCoV-I. Análises para o gene M destacaram alta identidade de CCoV-I com amostras de coronavírus da peritonite infecciosa felina (PIF) e uma possível amostra pantrópica foi demonstrada pela análise do gene S. O gene do nucleocapsídeo de CCoV é altamente conservado entre os tipos I e tipo II, com uma resolução mais baixa em relação a árvores para os genes M e S. Amostras dos tipos I e II apresentam um polimorfismo baixo para o gene 3b, sem marcadores estáveis para diferenciação dos tipos de CCoV. Uma amostra de CCoV-II putativamente pantrópica foi isolada em células A72, resultando em efeito citopático no 5º dia da 5a passagem. No estudo evolutivo, a amostra vacinal CCV 1-71 e nove passagens desta em células A72 foram submetidas a amplificação parcial e clonagem molecular do gene S seguida de sequenciamento de DNA. Os resultados mostraram mutações não silenciosas, silenciosas e três deleções de aminoácidos, mas nenhuma mutação compartilhada entre as diversas passagens. Amostras vacinais de CCoV-II adaptadas em células podem ser altamente geneticamente estáveis após passagens em série em uma mesma linhagem celular, acumulando substituições de nucleotídeos principalmente sinônimas no gene S devido a relação célula - hospedeiro estável. Estes resultados de epidemiologia molecular e processos evolutivos de CCoV podem servir para uma melhor compreensão da virologia básica e ser base de dados para estudos em outros coronavírus.
Canine coronavirus (CCoV) causes gastroenteritis in young dogs and can be lethal, especially when there is co-infection with canine parvovirus (CPV). The objectives of this project were to investigate the presence of CCoV and CPV in stool samples from young dogs, the molecular diversity of CCoV strains based on partial sequencing of genes M, S, N and 3b, and the in vitro evolution of CCoV in A72 canine fibroma. Of the fecal samples studied, 40.17% animals (47/117) were positive for CCoV and 13.68% (16/117) for CPV. Phylogenetic studies have shown that eight strains were CCoV-II and twenty five CCoV-I. Phylogenetic analysis for the M gene highlighted the high identity of CCoV-I strains with a feline coronavirus strain (FCoV) that causes feline infectious peritonitis (FIP). Further analysis based on the spike gene showed a putative pantropic CCoV strain (CCoV-II/dog50). CCoV nucleocapsid gene is highly conserved among type I and type II, with a lower resolution relative to trees based on M and S genes. CCoV Types I and II had a low polymorphism for 3b gene, without any stable markers to differentiate thee types. Regarding the virus isolation trial, a putative pantropic CCoV-II strain was successfully isolated in A72 cells from, resulting in cytopathic effect on the 5th day of the 5th passage. In the evolutionary study, the vaccine strain CCV 1-71 and nine passages of this strain in A72 were submitted to partial S gene amplification and molecular cloning followed by DNA sequencing. Missense, silent, and three amino acids deletions were found amongst diverse clones of each passage, but no mutation was repeatedly found among passages. Cell culture-adapted CCoV-II vaccine strains can be highly genetically stable upon serial passage in a same cell line, accumulating primarily synonymous nucleotide substitutions in the S gene due to a stable cell-host relationship. In short, all data gathering herein on molecular epidemiology and evolutionary processes of CCoV can serve for a better understanding of basic virology and as a basis for studies on other coronaviruses.
Resumo
A ocorrência da infecção por coronavírus felino (FCoV), herpesvírus felino tipo 1 (FHV-1), calicivírus felino (FCV) e parvovírus felino (FPV) foi investigada mediante a detecção de anticorpos no soro de 97 gatos domésticos de Pelotas, RS, pelo teste de soro-neutralização. Entre os animais estudados, 51 não eram vacinados, 11 haviam sido vacinados contra FHV-1, FCV e FPV com pelo menos uma dose, e 35 tinham histórico de vacinação desconhecido. Foram detectados anticorpos para o FCoV em 75,2% (73/97) dos gatos. Anticorpos contra o FHV-1 estavam presentes em 38,1% (37/97): 73% (8/11) dos gatos vacinados, 39,2% (20/51) dos não vacinados e 25,7% (9/35) dos gatos com histórico de vacinação desconhecido. Anticorpos para o FCV estavam presentes em 56,7% (55/97): 81,8% (9/11) dos gatos vacinados, 52,9% (27/51) dos não vacinados, e 54,3% (19/35) dos gatos com histórico de vacinação desconhecido. Para o FPV, havia anticorpos em 69,1% (67/97): 100% (11/11) dos vacinados, 66,6% (34/51) dos não vacinados e 62,8% (22/35) dos gatos com histórico de vacinação desconhecido. Os resultados sugerem alta exposição ao FCoV, FHV-1, FCV e FPV na população de gatos na área estudada.(AU)
Assuntos
Animais , Masculino , Feminino , Calicivirus Felino/imunologia , Parvovirus/imunologia , Coronavirus Felino/imunologia , Herpesviridae/imunologia , Anticorpos Antivirais/sangue , Anticorpos Antivirais/isolamento & purificação , Gatos/imunologiaResumo
Este estudo avaliou a exposição de 12 espécies de felídeos selvagens de vida livre (n=22) e mantidas em cativeiro (n=210) no Brasil a 16 agentes potencialmente patogênicos para membros da família Felidae, como herpesvírus felino 1 (FHV 1), calicivírus felino (FCV), parvovírus felino (FPV), coronavírus felino (FCoV), vírus da leucemia felina (FeLV), vírus da imunodeficiência felina (FIV), lentivírus de puma (PLV), vírus da cinomose canina (CDV), Bartonella henselae, Ehrlichia canis, Anaplasma phagocytophilum, Mycoplasma haemofelis, ′Candidatus Mycoplasma haemominutum′, Candidatus Mycoplasma turicensis′, Theileria sp e Cytauxzoon sp, através do emprego de IFA, Western blot, ELISA e TaqMan® PCR e RT-PCR em amostras de soro, sangue, fezes e suabes orais, conforme as amostras disponíveis para cada animal. A detecção direta de patógenos ou de anticorpos demonstrou que populações de felídeos selvagens no Brasil estão expostas pelo menos ao FHV 1, FCV, FPV, FCoV, FeLV e lentivírus felinos, Bartonella henselae, Ehrlichia canis, Mycoplasma haemofelis, ′Candidatus Mycoplasma haemominutum′ e Cytauxzoon sp, ou agentes relacionados, quais provavelmente contribuem em quadros não diagnosticados de morbidade e/ou mortalidade das populações de felídeos selvagens no País. A presença de patógenos comuns de carnívoros domésticos em felídeos selvagens aponta para a necessidade de cuidadoso monitoramento destas infecções através de uma abordagem integrada e multidisciplinar
This study evaluated exposure of 12 nondomestic felid species, both free-ranging (n=22) and captive (n=210) in Brazil to 16 potential pathogenic agents for members of Felid family, as feline herpesvirus 1 (FHV 1), feline calicivirus (FCV), feline parvovirus (FPV), feline coronavirus (FCoV), feline leukemia virus (FeLV), feline immunodeficiency virus (FIV), puma lentivirus (PLV), canine distemper virus (CDV), Bartonella henselae, Ehrlichia canis, Anaplasma phagocytophilum, Mycoplasma haemofelis, ′Candidatus Mycoplasma haemominutum′, Candidatus Mycoplasma turicensis′, Theileria sp, and Cytauxzoon sp, using IFA, Western blot, ELISA, and TaqMan® PCR and RT-PCR in serum, blood, feces and oral swabs, according to available samples for each animal. The antibody or agents detection demonstrated that Brazilian wild felid populations are exposed to at least FHV 1, FCV, FPV, FCoV, FeLV, puma lentivirus (PLV), Bartonella henselae, Ehrlichia canis, Mycoplasma haemofelis, ′Candidatus Mycoplasma haemominutum′, and Cytauxzoon sp, related agents, which probably contribute to undiagnosed morbidity and/or mortality scenarios for the Brazilian populations of wild felids. The presence of common domestic carnivore pathogens in wild felids address the need of close monitoring of such infections throughout an integrative and multidisciplinary approach