Resumo
Hylaeamys megacephalus (G. Fisher, 1814) presents great genetic diversity and wide geographical distribution, and occurs in both the Amazon and Cerrado biomes. Because of its generalist aspect, this species tolerates different eating habits and habitats. It occurs in flooded and dry areas and is predominantly terrestrial, which allows greater gene flow between populations even over long distances. Studies that seek a better understanding of morphological variations resulting from differences imposed by the environment throughout this species' distribution are still lacking. This study aimed to analyze the differences between H. megacephalus populations based on craniometry, investigating whether the environment has an influence on morphology. We analyzed a total of 142 specimens from three scientific mammal collections: National Museum, "Universidade Federal do Rio de Janeiro" (MN-UFRJ); "Laboratório de Biologia e Parasitologia de Mamíferos Reservatórios Silvestres", "Instituto Oswaldo Cruz", "Fundação Oswaldo Cruz"(LBCE-Fiocruz); and "Laboratório de Biodiversidade", "Universidade Federal de Goiás", "Regional Jataí" (LZE-UFG), and took 20 craniometric measurements. Craniometry was explored using unweighted pair group method with arithmetic mean (UPGMA), canonical variate analysis, and principal component analysis (PCA). The results led us to conclude that there are three craniometric groups of H. megacephalus with a tendency to differentiate as a result of geographical influences.(AU)
Com grande diversidade genética e distribuição geográfica, Hylaeamys megacephalus (G. Fisher, 1814) ocorre tanto na Amazônia quanto no Cerrado. Visto seu aspecto generalista, esta espécie tolera diversos hábitos alimentares e habitats, ocorrendo em áreas inundadas ou não, sendo predominantemente terrestre, permitindo maior fluxo de genes entre as populações, mesmo em longas distâncias. Apresenta ampla distribuição, e carece de estudos que busquem um melhor entendimento sobre as variações morfológicas resultantes das diferenças impostas pelo meio ao longo de sua distribuição. O estudo teve como objetivo, analisar as diferenças entre as populações de H. megacephalus, com base na craniometria investigando se o ambiente interfere na morfologia. Analisamos um total de 142 espécimes oriundos de coleções científicas de mamíferos, do Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro (MN-UFRJ), Laboratório de Biologia e Parasitologia de Mamíferos Reservatórios Silvestres, Instituto Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz (LBCE-Fiocruz) e Laboratório de Biodiversidade, Universidade Federal de Goiás, Regional Jataí, nos quais foram tomadas 20 medidas craniométricas. A craniometria foi explorada nas análises estatísticas de agrupamento de pares não ponderados com médias aritméticas (UPGMA), variação canônica e análise dos Componentes Principais (PCA). Os resultados encontrados nos levaram a concluir a existência de três grupos craniométricos da espécie de H. megacephalus com tendência a se diferenciarem, por influências geográficas.(AU)
Assuntos
Animais , Crânio/anatomia & histologia , Cefalometria/veterinária , Arvicolinae/anatomia & histologia , Variação Anatômica , Ecossistema Amazônico , Pradaria , Interação Gene-AmbienteResumo
Hylaeamys megacephalus (G. Fisher, 1814) presents great genetic diversity and wide geographical distribution, and occurs in both the Amazon and Cerrado biomes. Because of its generalist aspect, this species tolerates different eating habits and habitats. It occurs in flooded and dry areas and is predominantly terrestrial, which allows greater gene flow between populations even over long distances. Studies that seek a better understanding of morphological variations resulting from differences imposed by the environment throughout this species' distribution are still lacking. This study aimed to analyze the differences between H. megacephalus populations based on craniometry, investigating whether the environment has an influence on morphology. We analyzed a total of 142 specimens from three scientific mammal collections: National Museum, "Universidade Federal do Rio de Janeiro" (MN-UFRJ); "Laboratório de Biologia e Parasitologia de Mamíferos Reservatórios Silvestres", "Instituto Oswaldo Cruz", "Fundação Oswaldo Cruz"(LBCE-Fiocruz); and "Laboratório de Biodiversidade", "Universidade Federal de Goiás", "Regional Jataí" (LZE-UFG), and took 20 craniometric measurements. Craniometry was explored using unweighted pair group method with arithmetic mean (UPGMA), canonical variate analysis, and principal component analysis (PCA). The results led us to conclude that there are three craniometric groups of H. megacephalus with a tendency to differentiate as a result of geographical influences.(AU)
Com grande diversidade genética e distribuição geográfica, Hylaeamys megacephalus (G. Fisher, 1814) ocorre tanto na Amazônia quanto no Cerrado. Visto seu aspecto generalista, esta espécie tolera diversos hábitos alimentares e habitats, ocorrendo em áreas inundadas ou não, sendo predominantemente terrestre, permitindo maior fluxo de genes entre as populações, mesmo em longas distâncias. Apresenta ampla distribuição, e carece de estudos que busquem um melhor entendimento sobre as variações morfológicas resultantes das diferenças impostas pelo meio ao longo de sua distribuição. O estudo teve como objetivo, analisar as diferenças entre as populações de H. megacephalus, com base na craniometria investigando se o ambiente interfere na morfologia. Analisamos um total de 142 espécimes oriundos de coleções científicas de mamíferos, do Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro (MN-UFRJ), Laboratório de Biologia e Parasitologia de Mamíferos Reservatórios Silvestres, Instituto Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz (LBCE-Fiocruz) e Laboratório de Biodiversidade, Universidade Federal de Goiás, Regional Jataí, nos quais foram tomadas 20 medidas craniométricas. A craniometria foi explorada nas análises estatísticas de agrupamento de pares não ponderados com médias aritméticas (UPGMA), variação canônica e análise dos Componentes Principais (PCA). Os resultados encontrados nos levaram a concluir a existência de três grupos craniométricos da espécie de H. megacephalus com tendência a se diferenciarem, por influências geográficas.(AU)
Assuntos
Animais , Crânio/anatomia & histologia , Cefalometria/veterinária , Arvicolinae/anatomia & histologia , Variação Anatômica , Ecossistema Amazônico , Pradaria , Interação Gene-AmbienteResumo
Todas as espécies de roedores e marsupiais descritas na literatura são potenciais hospedeiros de diferentes espécies de tripanossomas. Análises filogenéticas baseadas em genes SSU rRNA e gGAPDH tem apoiado a formação de novos clados, mesclando os tripanossomas já descritos com novos. Desde ano de 2011, diversos animais silvestres foram capturados nos diferentes biomas brasileiros (Mata Atlântica, Caatinga, Cerrado, Amazônia e Pantanal) para o isolamento de tripanossomatídeos com o objetivo da montagem da Coleção Brasileira de Tripanossomatídeos. Foram obtidos isolados de parasitas do gênero Trypanosoma de pequenos mamíferos silvestres e que apresentaram padrão de crescimento em meios de cultura axênicos e monocamada de células. Os perfis distintos foram apresentados por isolados obtidos de roedores e marsupiais capturados no estado de Mato Grosso nos municípios, de Poconé e Chapada Guimarães. Foi feito o cultivo e manutenção, microscopia de varredura e transmissão dos isolados, associados a análise filogenética. Foram descritas 4 espécies novas de parasitas do gênero Trypanosoma em 10 pequenos mamíferos pertencentes a uma espécie de roedor (Hylaeamys megacephalus) e duas espécies de marsupiais (Phylander opossum e Didelphis albiventris).Os resultados deste estudo ressaltam a descrição de novos tripanossomas brasileiros em pequenos mamíferos, diminuindo as brechas de informação em filogenia e evolução.
All rodent and marsupial species described are potential hosts for different trypanosome species. Phylogenetic analyzes based on genes SSU rRNA and gGAPDH have supported the formation of new clades by merging the previously described trypanosomes with new ones. Since 2011, several wild animals have been captured in different Brazilian biomes (Atlantic Forest, Caatinga, Cerrado, Amazon and Pantanal) for the isolation of trypanosomatids in order to assemble the Brazilian Collection of Trypanosomatids. Isolates of parasites of the Trypanosoma genus were obtained from small wild mammals that showed growth pattern in axenic culture media and cell monolayer. The distinct profiles were presented by isolates obtained from rodents and marsupials captured in the state of Mato Grosso in the municipalities of Poconé and Chapada Guimarães. Cultivation and maintenance, scanning microscopy and transmission of the isolates were done together with the phylogenetic analysis. Four new species of Trypanosoma spp. Were identified in 10 small mammals belonging to one specie of rodent (Hylaeamys megacephalus) and two species of marsupials (Phylander opossum and Didelphis albiventris). The results of this study highlight the description of new Brazilian trypanosomes in small mammals by decreasing information gaps in phylogeny and evolution.
Resumo
Trypanosoma cruzi, Histoplasma capsulatum e Mycoplasma spp. são agentes etiológicos de enfermidades importantes tanto para a saúde pública quanto para a saúde animal, no entanto são poucos os estudos sobre esses agentes em mamíferos domésticos e silvestres no bioma Amazônia. Portanto, o presente estudo teve como objetivos detectar a infecção e avaliar as alterações cardíacas causadas por T. cruzi em ratos silvestres no bioma Amazônia e detectar as infecções por H. capsulatum e Mycoplasma spp. em pequenos mamíferos silvestres oriundos de remanescentes florestais periurbanos e em cães e gatos peridomiciliados na Amazônia Oriental. Amostras biológicas foram coletadas de ratos e marsupiais de vida livre capturados em três fragmentos florestais periurbanos. Cães e gatos residentes em comunidades rurais adjacentes a estes fragmentos também foram examinados. Para a detecção de DNA T.cruzi, foi realizada Nested PCR com os iniciadores D71/72 e D75/76 nas amostras de musculatura cardíaca e foram também realizados exames histopatológicos e análise por imuno-histoquímica. Para a detecção de DNA de H. capsulatum, foi realizada Nested PCR com os iniciadores HCI/HCII e HCIII/HCIV e para a detecção de DNA de Mycoplasma spp. foi realizada PCR com os iniciadores HBT-F e HBT-R, sendo alguns produtos sequenciados e submetidos à análise filogenética. DNA de T. cruzi foi detectado em 84,61% (33/39) dos ratos silvestres. Alterações histopatológicas na musculatura cardíaca foram observadas em 34,61% (9/26) dos animais positivos e ninhos de amastigotas foram marcados na imunohistoquímica em tecido de um exemplar de H. megacephalus. DNA de H. capsulatum foi detectado em 9,5% (12/126) dos pequenos mamíferos silvestres e os ratos apresentaram uma maior frequência de animais positivos 25,6% (10/39) quando comparado com os marsupiais 2,3% (2/87). A frequência de animais de companhia positivos foi de 2,2% (3/139), sendo 1,6% (2/121) para os cães e 5,5% (1/18) para os gatos. DNA de Mycoplasma spp. foi detectado em 18,7% (6/28) dos ratos, em 13% (9/69) dos marsupiais, 28,4% (37/130) dos cães e em 28,6% (6/21) dos gatos examinados. Infecções por Mycoplasma haemomuris em ratos das espécies Hylaeamys megacephalus, Neacomys sp. nov. e Proechimys cuvieri e Mycoplasma sp. em Marmosa murina e Marmosops cf. pinheiroi são relatadas pela primeira vez no Brasil. Conclui-se que a infecção por T. cruzi pode causar lesões cardíacas em ratos silvestres das espécies P. cuvieri, H. megacephalus, Neacomys sp. nov. e Oecomys paricola. Ratos, marsupiais, cães e gatos podem ser infectados por H. capsulatum e por diferentes espécies de micoplasmas hemotrópicos no bioma Amazônia.
Trypanosoma cruzi, Histoplasma capsulatum and Mycoplasma spp. are etiological agents of diseases important for public and animal health. However, there are few studies about these agents in domestic and wild mammals in the Amazon biome. Therefore, the present study aimed to detect the infection and to evaluate the cardiac changes caused by T. cruzi in wild rats in the Amazon biome and to detect infections by H. capsulatum and Mycoplasma spp. in small wild mammals from peri-urban forest remnants and dogs and cats reared in peridomicile in the Eastern Amazon. Biological samples were collected from free-living rats and marsupials captured in three peri-urban forest fragments. Dogs and cats residing in rural communities adjacent to these fragments were also examined. For detection of T. cruzi DNA on cardiac musculature of wild rats a nested-PCR using the primers D71/72 and D75/76 was performed, histopathological exams, and immunohistochemistry analysis were also made. For the detection of H. capsulatum DNA was performed a nested-PCR with the primers HCI/HCII and HCIII/HCIV and for the detection of Mycoplasma spp. DNA was performed a PCR with the HBT-F and HBT-R primers, being some products sequenced and submitted to phylogenetic analysis. T. cruzi DNA was detected in 84.61% (33/39) of wild rats. Histopathological changes in cardiac musculature were observed in 34.61% (9/26) of positive animals, and amastigote nests were marked by immunohistochemistry in tissue of one specimen of H. megacephalus. H. capsulatum DNA was detected in 9.5% (12/126) of small wild mammals and rats showed a higher frequency of positive animals 25.6% (10/39) when compared to marsupials 2.3% (2/87). The frequency of positive domestic animals was 2.2% (3/139), being 1.6% (2/121) for dogs and 5.5% (1/18) for cats. Mycoplasma spp. DNA was detected in 18.7% (6/28) of rats, in 13% (9/69) of marsupials, 28.4% (37/130) of dogs, and 28.6% (6/21) of cats examined. Mycoplasma haemomuris infections in rats of the species Hylaeamys megacephalus, Neacomys sp. nov. and Proechimys cuvieri and Mycoplasma sp. in Marmosa murina and Marmosops cf. pinheiroi are reported for the first time in Brazil. It was concluded that T. cruzi infection can cause cardiac lesions in wild rats of the species P. cuvieri, H. megacephalus, Neacomys sp. nov. and Oecomys paricola. Rats, marsupials, dogs and cats can be infected by H. capsulatum and different species of hemotropic mycoplasmas in the Amazon biome.
Resumo
Com grande diversidade genética e distribuição geográfica, Hylaeamys megacephalus (G. Fisher, 1814) ocorre tanto na Amazônia quanto no Cerrado. Visto seu aspecto generalista, esta espécie tolera diversos hábitos alimentares e habitats, ocorrendo em áreas inundadas ou não, sendo predominantemente terrestre, permitindo maior fluxo de genes entre as populações, mesmo em longas distâncias. Apresenta ampla distribuição, e carece de estudos que busquem um melhor entendimento sobre as variações morfológicas resultantes das diferenças impostas pelo meio ao longo de sua distribuição. O estudo teve como objetivo, analisar as diferenças entre as populações de H. megacephalus, com base na craniometria investigando se o ambiente interfere na morfologia. Analisamos um total de 142 espécimes oriundos de coleções cientificas de mamíferos, do Museu Nacional - Universidade Federal do Rio de Janeiro (MN), Laboratório de Biologia e Parasitologia de Mamíferos Reservatórios Silvestres, Instituto Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz FIOCRUZ (LBCE) e Laboratório de Biodiversidade, Universidade Federal de Goiás Regional Jataí, nos quais foram tomadas 20 medidas craniométricas. A craniometria foi explorada nas análises estatísticas de agrupamento de pares não ponderados com médias aritméticas (UPGMA), variação canônica e análise dos Componentes Principais (PCA). Os resultados encontrados, nos levaram a concluir a existência de três grupos craniométricos da espécie de H. megacephalus com tendência a se diferenciarem, por influências geográficas.
With great genetic diversity and geographical distribution, Hylaeamys megacephalus (G. Fisher, 1814) occurs both in the Amazon and in the Cerrado. Due to its general nature, this species tolerates different feeding habits and habitats, occurring in flooded areas or not, being predominantly terrestrial, allowing greater flow of genes among populations, even at long distances. It presents a wide distribution, and it lacks studies that seek a better understanding on the morphological variations resulting from the differences imposed by the medium along its distribution. The objective of this study was to analyze the differences between populations of H. megacephalus, based on craniometry investigating whether the environment interferes with morphology. We analyzed a total of 142 specimens from mammalian scientific collections, from the National Museum - Federal University of Rio de Janeiro (MN), Laboratory of Biology and Parasitology of Wild Reservoir Mammals, Oswaldo Cruz Institute, FIOCRUZ Foundation (LBCE) and Laboratory of Biodiversity, Federal University of Goiás - Jataí Regional, in which 20 craniometric measurements were taken. The craniometry was explored in the statistical analysis of grouping of unweighted pairs with arithmetic averages (UPGMA), canonical variation and Principal Component Analysis (PCA). The results found, led us to conclude the existence of three craniometric groups of H. megacephalus species with a tendency to differentiate by geographic influences. Keywords: anatomy, morphological characters, skull, occurrence, rodent
Resumo
O vírus Zika (ZIKV) foi detectado pela primeira vez no Brasil no ano de 2015, causando surtos de doença febril aguda com alterações neurológicas, como a síndrome de Guillain-Barré e microcefalia congênita em humanos. Pesquisas sobre a presença do vírus em possíveis reservatórios e/ou hospedeiros silvestres são escassas no país, havendo poucos relatos em primatas não humanos de vida livre. A circulação silvestre do ZIKV no Brasil poderia gerar um risco persistente de ocorrência de surtos em áreas urbanas. Embora os primatas não humanos tenham sido considerados os principais hospedeiros reservatórios para o ciclo de transmissão silvestre do ZIKA na África, outras espécies animais podem ser importantes na dinâmica de transmissão do vírus. Portanto, o objetivo deste trabalho foi pesquisar a presença de ZIKV em pequenos mamíferos roedores oriundos da Amazônia oriental por meio da técnica de imunohistoquimica. Para isso, foram utilizadas amostras de tecidos de 38 roedores de fragmentos florestais, localizados na região metropolitana de Belém e região nordeste do Pará, no período de março de 2014 a dezembro de 2015. Fragmentos de diversos órgãos foram coletados em formol a 10% e processados rotineiramente para histopatologia. Foi realizada imunohistoquimica para o vírus Zika em fragmentos de pulmão, coração, estômago, intestinos, fígado e rim. As imunomarcações foram observadas no rim, no coração, no estômago e nos intestinos de sete (7) animais das espécies Echimys chrysurus, Makalata obscura, Oecomys paricola, Hylaeamys megacephalus e Proechimys cuviere. O presente trabalho demonstra a presença de antígenos do vírus Zika em tecidos de roedores silvestres, indicando que estes roedores podem albergar o vírus, podendo ser hospedeiros, reservatórios e/ou amplificadores do ZIKV. Os resultados do presente estudo fornecem uma indicação de circulação do vírus antes da primeira descrição em humanos no Brasil.
In 2015, Zika virus (ZIKV) was introduced in Brazil, causing outbreaks of acute febrile illness with neurological disorders such as Guillain-Barre and congenital microcephaly. Research on the presence of viruses in possible reservoirs and / or wild hosts is scarce in the country, there are few reports of non-human primates in the wild. Wildlife movement in ZIKV in Brazil may pose a persistent risk of outbreaks in urban areas. Although non-human primates have been considered the main reservoir hosts for the wild ZIKV transmission cycle in Africa, other animal species may be important in the dynamics of virus transmission. Therefore, the objective of this work was to investigate the presence of ZIKV in small rodents of the Eastern Amazon through the immunohistochemistry technique. For this, we used 38 rodent forest fragments, located in the metropolitan region of Belém and northeastern Pará, from march 2014 to december of 2015. After capture, the animals were euthanized, fragments of all organs were collected in 10% formaldehyde and routinely processed for histopathology. Immunohistochemistry was performed using paraffin embedded fragments of lung, heart, stomach, intestine, liverand kidney. Immunostaining was present in the renal, cardiac, stomach and intestinal cells of seven animals of species Echimyschrysurus, Makalata obscura, Oecomys paricola, Hylaeamys megacephalus e Proechimyscuviere. The present work demonstrates that the virus circulated in the wild before the outbreak that occurred in 2015 in Brazil, and that wild rodents can harbor the virus and may be hosts, reservoirs and / or amplifiers of ZIKV.
Resumo
O gênero Hepatozoon spp. engloba protozoários parasitas de uma ampla variedade de vertebrados terrestres. Recentemente, vem se investigando o possível papel de roedores como hospedeiros intermediários e paratênicos nos ciclos de transmissão de espécies de Hepatozoon parasitas de carnívoros domésticos e selvagens. O presente estudo teve como objetivo investigar a presença e caracterizar o DNA de Hepatozoon spp. em amostras de baço de 31 gêneros de roedores amostrados em cinco biomas brasileiros. Das 462 amostras analisadas 195 amostras foram positivas em um ou ambos os protocolos utilizados. Hepatoozon spp. foi detectado em 24 gêneros de roedores, com primeiro relato da infecção pelo referido parasita em Rattus rattus, Mus musculus, Proechimys roberti, P. cuvieri, G. spixii, Hylaeamys megacephalus, Gracilinanus agilis, Cerradomys scotti, C. akroai, C. marinhus e Wiedomys cerradensis. As análises Bayesiana e de Máxima Verossimilhança das sequências 18S rRNA obtidas mostraram a presença de três clados de Hepatozoon, sendo um clado composto por sequências de Hepatozoon sp. detectados em roedores e répteis (cobras, jacarés e lagartos), um clado composto por Hepatozoon americanum e espécies de Hepatozoon detectadas em canídeos e felídeos selvagens, e um clado agrupando Hepatozoon canis e Hepatozoon spp. detectados em canídeos domésticos e selvagens e Rhipicephalus sanguineus. As sequências de Hepatozoon do presente estudo foram agrupadas no clado de roedores e répteis. A análise de distância pelo software Splitstree revelou que as sequências do presente estudo foram agrupadas em um grupo com sequências de Hepatozoon de outros roedores do Brasil e do mundo, próximas às sequências de Hepatozoon detectadas em répteis. As sequências de Hepatozoon obtidas de felídeos e canídeos formaram grupos distintos daquelas detectadas em roedores. Para análise de haplótipos 18S rRNA de Hepatozoon spp. detectados em roedores em outros estudos realizados no Brasil até o presente momento foram escolhidas 26 sequências e a análise foi realizada com o software TCS. Seis haplótipos foram encontrados, sendo o haplótipo 1 o mais frequente. Os resultados do presente estudo sugerem a existência de estruturação genética das espécies de Hepatozoon que ocorrem em roedores no Brasil de acordo com a localidade geográfica.
The Hepatozoon spp. genus includes protozoan parasites of a wide range of terrestrial vertebrates. Recently, the role of rodents as intermediate and paratenic hosts in the transmission of Hepatozoon species parasites of domestic and wild carnivores, has been investigated. The present study aimed to investigate the presence and characterization of Hepatozoon spp. in spleen samples of 31 genera of rodents sampled in five Brazilian biomes. Out of 462 samples analyzed, 195 were positive in one or in both protocols. Hepatoozon spp. was detected in 24 genera of rodents, with the first report of the infection in Rattus rattus, Mus musculus, Proechimys roberti, P. cuvieri, G. spixii, Hylaeamys megacephalus, Gracilinanus agilis, Cerradomys scotti, C. akroai, C. marinhus and Wiedomys cerradensis. Bayesian and Maximum Likelihood analyzes of the obtained 18S rRNA sequences demonstrated the presence of three clades of Hepatozoon, one clade being composed of Hepatozoon sp. detected in rodents and reptiles (snakes, alligators and lizards), a clade composed of Hepatozoon americanum and Hepatozoon species detected in canids and wild felids, and a clade grouping Hepatozoon canis and Hepatozoon spp. detected in domestic and wild canids and in Rhipicephalus sanguineus. Hepatozoon sequences of the present study were grouped in the clade of rodents and reptiles. Distance analysis by Splitstree software revealed that the sequences of the present study were grouped into a group with Hepatozoon sequences from other rodents from Brazil and the world, close to the Hepatozoon sequences detected in reptiles. For analysis of 18S rRNA haplotypes of Hepatozoon spp. detected in rodents from other studies conducted in Brazil up to the moment, 26 sequences were chosen and the analysis was performed with the TCS software. Six haplotypes were found, with haplotype 1 being the most frequent. Results of the present study suggest the existence of genetic structuring of Hepatozoon species in rodents in Brazil according to the geographical location.
Resumo
O rio Paranaíba está localizado predominantemente no bioma Cerrado, com algumas manchas de Mata Atlântica. Os pequenos mamíferos são modelos aplicáveis no estudo de carrapatos e circulação de patógenos, inclusive em ambientes com diferentes graus de degradação. O presente estudo descreve as diferentes espécies de pequenos mamíferos não voadores no vale do rio Paranaíba, e a identificação destes como portadores renais de leptospiras patogênicas; investiga o papel de pequenos mamíferos não voadores silvestres e sinantrópicos na ecologia da leptospirose em uma propriedade rural na região sudeste do estado de Goiás e avalia o papel desses animais como hospedeiros para carrapatos em áreas de Cerrado no vale do rio Paranaíba. Foram capturados 72 pequenos mamíferos não voadores de três espécies de marsupiais (36,1%, 38 espécimes) e oito espécies de roedores (63,9%, 46 espécimes). Do total, 24 (33,33%) estavam positivos à PCR do gene lipL32 e apenas um espécime de marsupial, Gracilinanus agilis, foi reagente à técnica de aglutinação microscópica (MAT) para o sorovar Australis na diluição de 1/100. Frente a PCR, 10 roedores (34,48%) e 14 marsupiais (32,56%) foram positivos. Bovinos de propriedade na região sudeste do estado de Goiás reagiram principalmente para estirpes pertencentes ao sorogrupo Icterohaemorrhagiae, adaptados às espécies de pequenos mamíferos. Do total de pequenos mamíferos capturados, apenas 14 espécimes, correspondentes aos gêneros Nectomys, Cerradomys, Oecomys, Necromys e Gracilinanus estavam infestados por carrapatos. A riqueza de carrapatos foi de pelo menos 04 espécies no Alto Paranaíba (Ixodes sp., Ornithodoros sp., Amblyomma dubitatum, Amblyomma sculptum), além de larvas de Amblyomma sp.; 02 no Médio Paranaíba (Ornithodoros sp. e Amblyomma dubitatum) e larvas de Amblyomma sp.; e apenas 01 no Baixo Paranaíba (Ornithodoros sp.). Pequenos mamíferos não voadores cumprem o papel de veiculadores de leptospiras patogênicas no vale do rio Paranaíba. Este é o primeiro relato de identificação, via PCR, de Gracilinanus agilis, Calomys sp., Hylaeamys megacephalus e Oecomys bicolor como portadores renais e veiculadores de leptospiras patogênicas. Pequenos mamíferos desempenham relevante papel na ecologia da leptospirose em propriedade rural produtora de leite, favorecendo a infecção de bovinos. Carrapatos do gênero Ornithodoros sp. foram encontrados parasitando apenas o didelfídeo Gracilinanus agilis. O carrapato da espécie Amblyomma dubitatum foi o de maior ocorrência em pequenos mamíferos do vale do rio Paranaíba e este parece ser o primeiro registro desta espécie em Nectomys sp. no bioma Cerrado. Como também o primeiro registo de Ixodes loricatus parasitando Cerradomys sp. e Ixodes loricatus em Rhipidomys sp. no Brasil.
The Paranaibas river is located predominantly without Cerrado biome, with some spots of Atlantic Forest. Small mammals are models and no study of ticks and circulation of pathogens, even in environments with different degrees of degradation. The present study describes the different species of small non-flying mammals in the Paranaíba River valley, and their identification as renal carriers of pathogenic leptospiras. Investigates the role of small non-flying wild and synanthropic mammals in the ecology of leptospirosis in a rural property in the southeastern region of the state of Goiás. In addition, evaluates the role of these animals as hosts for ticks in Cerrado areas, in the Paranaíba river valley. Seventy-two small non-flying mammals were captured from three species of marsupials and eight rodent species. Of these 72, 24 (33.33%) were positive for lipL32 gene PCR and only one specimen, Gracilinanus agilis, was MAT reagent for serovar Australis. Among the marsupials, 14 (32.56%) were PCR positive, and 10 rodent specimens (34.48%) were diagnosed as renal carriers by the same technique. Cattle owned in the southeastern region of the state of Goiás reacted mainly to strains belonging to the serogroup Icterohaemorrhagiae, maintained by small mammals. Of the total of small mammals captured, ticks infested only 14 animals, corresponding to the genera Nectomys, Cerradomys, Oecomys, Necromys and Gracilinanus. The tick richness was at least 04 species in the Alto Paranaíba (Ixodes sp., Ornithodoros sp., Amblyomma dubitatum, Amblyomma sculptum) in addition to Amblyomma sp. 02 in the Middle Paranaíba (Ornithodoros sp. and Amblyomma dubitatum), and Amblyomma sp. and only 01 in the Low Paranaíba (Ornithodoros sp.). Small non-flying mammals play a role of pathogenic leptospires carriers in the Paranaíba river valley. This is the first report of PCR identification of Gracilinanus agilis, Calomys sp., Hylaeamys megacephala and Oecomys bicolor as renal carriers of pathogenic leptospires. Small mammals play a relevant role in the ecology of leptospirosis in rural dairy farms, favoring the infection of cattle. Ticks of the genus Ornithodoros sp. were found parasitizing only the didelid Gracilinanus sp. The Ambliomma dubitatum tick was the most frequent occurrence in small mammals in the Paranaíba river valley, and this seems to be the first record of this species in Nectomys sp. in the Cerrado biome. As well as the first, record of Ixodes loricatus parasitizing Cerradomys sp., and the first record of Ixodes loricatus in Rhipidomys sp. in Brazil.
Resumo
We collected and analyzed 286 Barn owl, Tyto alba (Scopoli, 1769), pellets from two nests in different environments along the mid-Araguaia River in central Brazil. Our analyses revealed that these owls feed mainly on small mammals, especially rodents. Owls from the riverbanks at Fazenda Santa Fé had a more diverse diet, preying mainly on rodents that typically inhabit riparian grasslands - Holochilus sciureus Wagner, 1842 - and forests - Hylaeamys megacephalus (Fischer, 1814) and Oecomys spp., which probably also occur in forest borders or clearings. On the other hand, owls from an agroecosystem at Fazenda Lago Verde preyed mostly on rodent species common in these agrarian fields, Calomys tocantinsi Bonvicino, Lima & Almeida, 2003. Additionally, we compared small mammal richness estimates based on the analysis of owl pellets with estimates from live-trapping in the same areas. Owl pellets revealed two rodent species undetected by live traps - Euryoryzomys sp. and Rattus rattus (Linnaeus, 1758) - and four rodent species were trapped, but not found in owl pellets - Oecomys roberti Thomas, 1904, Pseudoryzomys simplex (Winge, 1887), Rhipidomys ipukensis Rocha, B.M.A. Costa & L.P. Costa, 2011, and Makalata didelphoides (Desmarest, 1817). Traps yielded higher species richness, but these two methods complement each other for surveying small rodents.
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We collected and analyzed 286 Barn owl, Tyto alba (Scopoli, 1769), pellets from two nests in different environments along the mid-Araguaia River in central Brazil. Our analyses revealed that these owls feed mainly on small mammals, especially rodents. Owls from the riverbanks at Fazenda Santa Fé had a more diverse diet, preying mainly on rodents that typically inhabit riparian grasslands - Holochilus sciureus Wagner, 1842 - and forests - Hylaeamys megacephalus (Fischer, 1814) and Oecomys spp., which probably also occur in forest borders or clearings. On the other hand, owls from an agroecosystem at Fazenda Lago Verde preyed mostly on rodent species common in these agrarian fields, Calomys tocantinsi Bonvicino, Lima & Almeida, 2003. Additionally, we compared small mammal richness estimates based on the analysis of owl pellets with estimates from live-trapping in the same areas. Owl pellets revealed two rodent species undetected by live traps - Euryoryzomys sp. and Rattus rattus (Linnaeus, 1758) - and four rodent species were trapped, but not found in owl pellets - Oecomys roberti Thomas, 1904, Pseudoryzomys simplex (Winge, 1887), Rhipidomys ipukensis Rocha, B.M.A. Costa & L.P. Costa, 2011, and Makalata didelphoides (Desmarest, 1817). Traps yielded higher species richness, but these two methods complement each other for surveying small rodents.
Resumo
We collected and analyzed 286 Barn owl, Tyto alba (Scopoli, 1769), pellets from two nests in different environments along the mid-Araguaia River in central Brazil. Our analyses revealed that these owls feed mainly on small mammals, especially rodents. Owls from the riverbanks at Fazenda Santa Fé had a more diverse diet, preying mainly on rodents that typically inhabit riparian grasslands - Holochilus sciureus Wagner, 1842 - and forests - Hylaeamys megacephalus (Fischer, 1814) and Oecomys spp., which probably also occur in forest borders or clearings. On the other hand, owls from an agroecosystem at Fazenda Lago Verde preyed mostly on rodent species common in these agrarian fields, Calomys tocantinsi Bonvicino, Lima & Almeida, 2003. Additionally, we compared small mammal richness estimates based on the analysis of owl pellets with estimates from live-trapping in the same areas. Owl pellets revealed two rodent species undetected by live traps - Euryoryzomys sp. and Rattus rattus (Linnaeus, 1758) - and four rodent species were trapped, but not found in owl pellets - Oecomys roberti Thomas, 1904, Pseudoryzomys simplex (Winge, 1887), Rhipidomys ipukensis Rocha, B.M.A. Costa & L.P. Costa, 2011, and Makalata didelphoides (Desmarest, 1817). Traps yielded higher species richness, but these two methods complement each other for surveying small rodents.