Resumo
The episodes of diarrhea caused by neonatal bovine rotavirus group A (BoRVA) constitute one of the major health problems in the calf rearing worldwide. The main G (VP7) and P (VP4) genotypes of BoRVA strains involved in the etiology of diarrhea in calves are G6P[1], G10P[11], G6P[5], and G8P[1]. However, less frequently, other G and P genotypes have been described in BoRVA strains identified in diarrheic fecal samples of calves. This study describes the identification and molecular characterization of an emerging genotype (G6P[11]) in BoRVA strains involved in the etiology of a diarrhea outbreak in beef calves in a cattle herd of high production in extensive management system. The diarrhea outbreak, which showed high morbidity (60%) and lethality (7%) rates, occurred in calves (n= 384) Nelore (Bos indicus) up to 30-day-old from the State of Mato Grosso do Sul, Brazil. BoRVA was identified in 80% (16/20) of the fecal samples analyzed by polyacrylamide gel electrophoresis (PAGE) technique. In all PAGE-positive fecal samples were amplified products with 1,062-bp and 876-bp in the RT-PCR assays for VP7 (G type) and VP4 (VP8*) (P type) of BoRVA, respectively. The nucleotide sequence analysis of VP7 and VP4 genes of four wild-type BoRVA strains showed G6-III P[11]-III genotype/lineage. The G6P[11] genotype has been described in RVA strains of human and animal hosts, however, in calves this genotype was only identified in some cross-sectional studies and not as a single cause of diarrhea outbreaks in calves with high morbidity and lethality rates as described in this study. The monitoring of the G and P genotypes of BoRVA strains involved in diarrhea outbreaks in calves is important for both animal and public health by allowing the identification of the most frequent genotypes, the characterization of novel genotypes and to identify reassortments with genotypes described in animal and human hosts. The results of this study show the importance of the monitoring of the genotypes of BoRVA strains involved in episodes of bovine neonatal diarrhea as for characterization of frequency of occurrence and pathogenic potential of uncommon genotypes as for monitoring of the emergency of different BoRVA genotypes not included in commercial vaccines.(AU)
Os episódios de diarreia neonatal ocasionados pelo rotavírus bovino grupo A (BoRVA) constituem-se em um dos principais problemas sanitários na criação de bezerros em todo o mundo. Os principais genotipos G (VP7) e P (VP4) de cepas de BoRVA envolvidos na etiologia da diarreia em bezerros são G6P[1], G10P[11], G6P[5] e G8P[1]. No entanto, com menor frequência, outros genotipos G e P têm sido descritos em cepas de BoRVA identificadas em amostras de fezes diarreicas de bezerros. Este estudo descreve a identificação e caracterização molecular de um genotipo emergente (G6P[11]) em cepas de BoRVA envolvidas na etiologia de um surto de diarreia em bezerros de um rebanho bovino de corte de alta produção em sistema de manejo extensivo. O surto, que apresentou altas taxas de morbidade (60%) e de letalidade (7%), ocorreu em bezerros (n=384) da raça Nelore (Bos indicus) com até 30 dias de idade, provenientes do estado do Mato Grosso do Sul, Brasil. O BoRVA foi identificado em 80% (16/20) das amostras fecais analisadas pela técnica de eletroforese em gel de poliacrilamida (PAGE). Em todas as amostras fecais PAGE-positivas foi possível a amplificação por RT-PCR de produtos com 1.062 pb e 876 pb referentes aos genes VP7 (G tipo) e VP4 (VP8*) (P tipo), respectivamente, de BoRVA. A análise da sequência de nucleotídeos dos genes VP7 e VP4 de quatro cepas de BoRVA demonstrou a presença do genotipo/linhagem G6-III P[11]-III. O genotipo G6P[11] tem sido descrito em cepas de RVA de hospedeiros humanos e animais. Contudo, em bezerros, este genotipo foi apenas identificado em alguns estudos transversais e não como a única causa de surtos de diarreia em bezerros com altas taxas de morbidade e letalidade como descrito neste estudo. O monitoramento dos genotipos G e P de cepas de BoRVA envolvidos em surtos de diarreia em bezerros é relevante tanto para a saúde animal quanto para a saúde pública por possibilitar a identificação dos genotipos mais frequentes, a caracterização de novos genotipos e por identificar reassortments com genotipos descritos em hospedeiros humanos e animais. Os resultados deste estudo demonstram a importância do monitoramento dos genotipos de cepas de BoRVA envolvidas em surtos de diarreia neonatal bovina tanto para a caracterização da frequência de ocorrência e potencial patogênico de genotipos incomuns quanto para o monitoriamento da emergência de genotipos distintos daqueles incluídos em vacinas comerciais.(AU)
Assuntos
Animais , Bovinos , Bovinos/virologia , Rotavirus/isolamento & purificação , Genes ViraisResumo
Porcine group A rotavirus (PoRVA) is a major cause of neonatal diarrhea in suckling and recently weaned piglets worldwide. The involvement of non-group A rotavirus in cases of neonatal diarrhea in piglets are sporadic. In Brazil there are no reports of the porcine rotavirus group C (PoRVC) as etiologic agent of the diarrhea outbreaks in piglets. The aim of this study was to describe the identification of rotavirus group C in single and in mixed infection with rotavirus groups A and B in three neonatal diarrhea outbreaks in suckling (<21-day-old) piglets, with 70 percent to 80 percent and 20 percent to 25 percent of morbidity and lethality rates, respectively, in three pig herds located in the state of Santa Catarina, Brazil. The diagnosis of PoRV in the diarrheic fecal samples was performed using polyacrylamide gel electrophoresis (PAGE) to identify the presence of porcine rotavirus groups A, B (PoRVB), and C, and by RT-PCR (PoRVA and PoRVC) and semi-nested (SN)-PCR (PoRVB) to partially amplify the VP4 (VP8*)-VP7, NSP2, and VP6 genes of PoRVA, PoRVB, and PoRVC, respectively. [ ] The PoRVB strains (first and second outbreaks) and the PoRVC strains (first, second, and third outbreaks) showed higher nt identity and clustered in the phylogenetic tree with PoRVB and PoRVC strains that belong to the N4 and I1 genotypes, respectively. This is the first description in Brazil of the involvement of PoRVC in the etiology of diarrhea outbreaks in suckling piglets. The results of this study demonstrated that PoRVC, in both single and mixed infections, is an important enteropathogen involved in neonatal diarrhea outbreaks in piglets and that the use of more sensitive diagnostic techniques allows the identification of mixed infections involving two or even three groups of PoRV, which may be more common than previously reported.(AU)
O rotavírus suíno grupo A (PoRVA) é uma das principais causas de diarreia neonatal em leitões lactentes e recém-desmamados em todo o mundo. As descrições do envolvimento de rotavírus não-grupo A em quadros de diarreia neonatal em leitões são esporádicas. No Brasil não há relatos do envolvimento do rotavírus suíno grupo C (PoRVC) na etiologia dos surtos de diarreia em leitões. O objetivo deste estudo foi descrever a identificação de rotavírus grupo C em infecções singulares e mistas com os rotavírus grupos A e B em três surtos de diarreia neonatal em leitões lactentes (<21 dias de idade), com taxas de morbidade de 70 por cento a 80 por cento e de letalidade de 20 por cento a 25 por cento, em três rebanhos suínos localizados no estado de Santa Catarina, Brasil. O diagnóstico de PoRV nas amostras de fezes diarreicas foi realizado por eletroforese em gel de poliacrilamida (PAGE) para identificar a presença dos grupos A, B (PoRVB), e C de rotavírus suíno e por RT-PCR (PoRVA e PoRVC) e semi-nested (SN)-PCR (PoRVB) com a amplificação parcial dos genes VP4 (VP8*)-VP7, NSP2 e VP6 de PoRVA, PoRVB e PoRVC, respectivamente. [...] As cepas de PoRVB (primeiro e segundo surtos) e as cepas de PoRVC (primeiro, segundo e terceiro surtos) mostraram maior identidade de nt com cepas de PoRVB e PoRVC que pertencem aos genotipos N4 e I1, respectivamente. Esta é a primeira descrição realizada no Brasil do envolvimento de PoRVC na etiologia de surtos de diarreia em leitões lactentes. Os resultados deste estudo demonstram que o PoRVC, tanto em infecções singulares quanto em infecções mistas, é um importante enteropatógeno envolvido em surtos de diarreia neonatal em leitões e que o uso de técnicas de diagnóstico mais sensíveis permite caracterizar que infecções mistas, com dois ou até mesmo com três grupos de PoRV, podem ser mais comuns do que anteriormente relatado.(AU)
Assuntos
Animais , Lactente , Suínos/virologia , Rotavirus/isolamento & purificação , Infecções por Rotavirus/veterinária , Vírus da Diarreia Epidêmica Suína , Reação em Cadeia da Polimerase/veterináriaResumo
A diarreia neonatal bovina (DNB) é uma enfermidade multifatorial que, com maior frequência, acomete bezerros com até 30 dias de idade. A DNB é o principal evento sanitário em bezerras leiteiras lactentes e devido às taxas de morbidade e mortalidade a infecção ocasiona perdas econômicas consideráveis à cadeia produtiva do leite. O principal agente infeccioso viral envolvido na etiologia dessa enfermidade é o rotavírus A (RVA). Entre as várias medidas de controle e profilaxia a serem adotadas para a redução da frequência de DNB em rebanhos bovinos leiteiros destaca-se a vacinação das vacas no período pré-parto. O objetivo desse estudo foi monitorar os genotipos G (VP7) e P (VP4) de cepas de RVA identificadas em bezerras leiteiras em rebanhos regularmente vacinados com vacina comercial contendo RVA genotipo G6P[5]. Para isso, foram conduzidos dois experimentos sendo o primeiro de caráter longitudinal e o segundo transversal. No primeiro experimento, 122 bezerras provenientes de um rebanho da raça Holandesa foram avaliadas até os 30 dias de idade. Em todas as bezerras, independentemente da presença ou ausência de DNB, nos dias 1, 4, 7, 10, 14, 17, 21, 24, 28 e 30 de idade foram realizadas colheitas de amostras fecais totalizando 1.220 amostras. O segundo experimento foi realizado em 14 rebanhos bovinos leiteiros regularmente vacinados contra a rotavirose, e em cada rebanho foi realizada apenas uma colheita de amostras fecais diarreicas (n=87) em bezerras de até 30 dias de idade. Como técnica de triagem, a presença de RVA nas amostras fecais foi avaliada pela técnica de eletroforese em gel de poliacrilamida (EGPA). Todas as amostras positivas para RVA por EGPA foram submetidas à amplificação dos genes VP7 e VP4 por RT-PCR e os genotipos G e P, respectivamente foram determinados por sequenciamento dos produtos amplificados e análise das sequencias obtidas. No experimento longitudinal foram identificados 76 (62,3%) e 99 (8,1%) animais e amostras fecais positivas para RVA, respectivamente. Todas as amostras RVA-positivas (n=10) selecionadas para o sequenciamento foram caracterizadas como genotipo G10P[11]. No experimento transversal somente 42,86% (6/14) das propriedades foram analisadas. Oito rebanhos foram excluídos do estudo, por não apresentarem bezerras com diarreia (n=2) ou por não apresentarem amostras fecais positivas para RVA (n=6). Nos seis rebanhos restantes, 17 (25,4%) amostras de fezes foram positivas para RVA. O sequenciamento e análise filogenética dos produtos amplificados dos genes VP7 e VP4 possibilitaram identificar os genotipos G6P[11] em cinco rebanhos e G10P[11] em um. As cepas G6 pertencem a linhagem III enquanto a cepa G6 vacinal pertence a linhagem IV, caracterizando a ocorrência nos rebanhos vacinados de RVA genotipo G6 distinto daquele presente na cepa vacinal. Adicionalmente, nestes rebanhos vacinados com RVA genotipo G6P[5] foi observada a emergência dos genotipos G10 e P[11] caracterizando possível falha na proteção heteróloga. Os resultados, tanto do experimento longitudinal quanto do transversal, demonstraram que nos rebanhos bovinos regularmente vacinados com a cepa G6P[5] de RVA houve redução na frequência de diarreia em bezerros com idade inferior a 30 dias. Contudo, houve circulação de RVA com genotipos G e P distintos daqueles presentes na cepa vacinal. Com isso, evidencia-se a importância do constante monitoramento das cepas de RVA circulantes em rebanhos bovinos regularmente vacinados e também da realização de estudos de vigilância epidemiológica para a identificação de genotipos emergentes e para a caracterização molecular de cepas de RVA com maior virulência e/ou com potencial zoonótico.
Neonatal calf diarrhea (NCD) is a multifactorial disease that most frequently affects calves up to 30 days old. The NCD is the main health event in suckling calves and due to the morbidity and mortality rates, the infection causes considerable economic losses to the milk production chain worldwide. The main viral infectious agent involved in the etiology of this syndrome is rotavirus A (RVA). Among the several measures of control and prophylaxis to be adopted to reduce the frequency of NCD in dairy cattle herds stands out the vaccination of cows in the dry period. The aim of this study was to monitor the genotypes G (VP7) and P (VP4) of RVA strains identified in heifer calves in dairy cattle herds regularly vaccinated with commercial vaccine containing RVA genotype G6P[5]. For this, two experiments were conducted, the first being of longitudinal design and the second cross-sectional. In the first experiment, 122 heifer calves up to 30 days old from a Holstein breed were evaluated. In all calves, regardless of the presence or absence of NCD, fecal samples were collected on days 1, 4, 7, 10, 14, 17, 21, 24, 28, and 30, totaling 1,220 samples. The second experiment was performed on 14 dairy cattle herds regularly vaccinated against RVA, and in each herd, only one diarrheic fecal sample (n=87) was collected in heifer calves with NCD. As screening test, the presence of RVA in fecal samples was evaluated by the polyacrylamide gel electrophoresis technique (PAGE). All the positive diarrheic fecal samples for RVA in the screening test were submitted to the amplification of the VP7 and VP4 genes by RT-PCR and the genotypes G and P, respectively were determined by sequencing of the amplified products and analyzes of nucleotide sequence obtained. In the longitudinal experiment were identified 76 (62.3%) and 99 (8.1%) calves and fecal samples positives for RVA, respectively. All RVA-positive samples (n=10) selected for sequencing were characterized as genotype G10P[11]. In the cross-sectional experiment, only 42.9% (6/14) of herd were analyzed. Eight herds were excluded from the study because they did not present heifer calves with diarrhea (n=2) or because they did not present RVA positive fecal samples (n=6). In the remaining six herds, 17 (25.4%) diarrheic fecal samples were positive for RVA. Sequencing and phylogenetic analysis of the VP7 and VP4 genes amplified products allowed to identify the genotype G6P[11] in five herds and the genotype G10P[11] in one. The genotype G6 of RVA field strains migrated into a cluster (lineage III) distinct from the G6 vaccine strain (lineage IV), characterizing the occurrence of G6 genotype phylogenetic distant in vaccinated herds. Additionally, in these herds vaccinated with RVA genotype G6P[5] was observed the emergence of the genotypes G10 and P[11], characterizing a possible failure in heterologous protection. The results of both the longitudinal and cross-sectional experiments showed that in dairy cattle herds regularly vaccinated with the RVA genotype G6P[5] there was a reduction in the frequency of diarrhea in calves up to 30-day-old. However, there were circulations of RVA field strains with different G and P genotypes than those present in the vaccine strain. Thus, it highlights the importance of constant monitoring of RVA strains circulating in regularly vaccinated cattle herds, as well as epidemiological surveillance studies for the identification of emergent genotypes and for the molecular characterization of highly virulent RVA strains and/or strains with zoonotic potential.
Resumo
A diarreia neonatal em bovinos é muito comum e resulta em importantes perdas econômicas. O rotavírus constitui um dos principais agentes relacionado à síndrome diarreica, que pode acometer também seres humanos. A ocorrência de rotavírus em bovinos leiteiros e de corte dos Estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul foi analisada por meio de dados epidemiológicos obtidos no período de 2006 a 2010, do Laboratório de Rotaviroses, da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV/Unesp) de Jaboticabal, São Paulo. No período estudado, foram obtidas 851 amostras de fezes de bezerros, na faixa etária de um a 90 dias de idade, independentemente da manifestação de sinal clínico de diarreia. As amostras foram provenientes de 47 rebanhos leiteiros e 30 rebanhos de corte. A análise foi feita pela técnica de eletroforese em gel de poliacrilamida (PAGE) que indicou animais positivos em 29,9% (23/77) dos rebanhos e 7,1% (60/851) das amostras. Maior prevalência de animais positivos foi encontrada em amostras de bezerros de corte, com 12% (45/370). Dos casos de diarreia, 22,6% (45/199) dos bezerros foram positivos, enquanto 2,3% (15/642) foram detectados em bezerros sem diarreia. O Estado de Goiás apresentou maior prevalência de animais positivos (11,7%, 33/282), seguido por Mato Grosso do Sul (6,5%, 17/260) e Minas Gerais (3,2%, 10/309). A frequência da infecção por rotavírus foi maior em bezerros com idade inferior a 30 dias e nos meses mais chuvosos do ano. De acordo com a migração do genoma do rotavírus na PAGE foi possível identificar quatro perfis eletroforéticos distintos, característicos de rotavírus do grupo A, mostrando diferenças entre as estirpes de campo. A caracterização de amostras pela reação em cadeia da polimerase precedida de transcrição reversa (RT-PCR) detectou a presença dos genotipos G6P[5] e G6P[11] relacionados à rotavirose em bovinos. A presença da infecção por rotavírus nas regiões estudadas ressalta a importância de medidas de controle e prevenção da enfermidade, uma vez que o agente está em constante circulação nos rebanhos bovinos brasileiros.
Rotavirus is one of the main agents related to the syndrome, which can also affect humans. The occurrence of rotavirus in dairy and beef cattle from Minas Gerais, Goiás and Mato Grosso do Sul was analyzed by epidemiological data obtained from 2006 to 2010, from the Rotavirus Laboratory at FCAV / Unesp from Jaboticabal, São Paulo. During the study period, 851 faecal samples were obtained from calves, ranging from 1 to 90 days old, regardless of clinical signs of diarrhea. Samples were obtained from 47 dairy and 30 beef cattle. Analysis by the polyacrylamide gel electrophoresis technique (PAGE) indicated positive animals in 29.9% (23/77) of the herds and 7.1% (60/851) of the samples. Higher prevalence was found in samples of beef calves, with 12% (45/370) of positive animals. The cases with diarrhea, 22.6% (45/199) of the calves were positive, while 2.3% (15/642) were detected in calves without diarrhea. Goiás state had a higher prevalence of positive animals (11.7%, 33/282), followed by Mato Grosso do Sul (6.5%, 17/260) and Minas Gerais (3.2%, 10/309). The frequency of rotavirus infection was higher in calves under 30 days old in the rainiest months of the year. According to the migration of the rotavirus genome in PAGE it was possible to identify four distinct electrophoretic profiles, characteristic of Group A Rotavirus, showing differences between the field strains. The characterization of samples by the polymerase chain reaction preceded by reverse transcription (RT-PCR) detected the presence of G6P[5] and G6P[11] genotypes related to rotavirus in cattle. The presence of rotavirus infection in the studied regions underscores the importance control of diseases and prevention measures, since the agent is constantly circulating in Brazilian cattle herds.
Resumo
Os rotavírus são os principais agentes causadores de diarreias em várias espécies animais e nos seres humanos, causando grandes prejuízos econômicos e de saúde pública. Uma característica marcante desse vírus é a grande diversidade genotípica das estirpes circulantes. Informações sobre genotipagem são imprescindíveis para estabelecer mecanismos de vigilância epidemiológica da infecção por rotavírus. O presente trabalho teve como objetivo discutir a epidemiologia de rotavírus na espécie bovina por meio de estudos desenvolvidos entre os anos 2006 e 2010, no Laboratório de Rotavirose da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (FCAV/Unesp). Foram obtidas 803 amostras de fezes de bezerros, na faixa etária de 1 a 90 dias, com e sem diarreia, de 48 rebanhos de gado bovino leiteiro e de corte localizados no Estado de São Paulo. As amostras foram caracterizadas com base nos testes de eletroforese em gel de poliacrilamida (PAGE) e transcrição reversa seguida da reação em cadeia da polimerase (RT-PCR). O teste de PAGE indicou animais positivos em 33,3% (16/48) dos rebanhos e 6,1% (49/803) das amostras analisadas. Nos rebanhos leiteiros foram detectados animais infectados por rotavírus nas diferentes faixas etárias de até 90 dias de idade, enquanto nos rebanhos de corte alta frequência (22,8%) de amostras positivas foi verificada em bezerros entre 1 e 15 dias (P<0,05). A análise do perfil do genoma no PAGE identificou sete eletroferótipos, característicos de rotavírus do grupo A, indicando grande diversidade genômica do rotavírus nos rebanhos estudados. A caracterização molecular dos genótipos G (VP7) e P (VP4) pela RT-PCR identificou o genótipo G6P[5] como o mais comum. Foram construídos mapas que analisaram a distribuição espacial dos rotavírus detectados. O trabalho de identificação do rotavírus é de grande valia, uma vez que fica evidenciado que o agente encontra-se disseminado em várias localidades do país que apresentam características ambientais e formas de produção distintas.
Rotavirus is the major causative agent of diarrhea in several animal species and humans, causing large economic and public health damage. A striking feature of this virus is the great genotypic diversity of circulating strains. Genotyping information is essential to establish surveillance mechanisms of rotavirus infection. This study aimed to discuss the epidemiology of rotavirus in cattle through studies conducted between 2006 and 2010, the Rotavirus Disease Laboratory of the Faculty of Agriculture and Veterinary Sciences of the Universidade Estadual Paulista "Julio de Mesquita Filho" (FCAV / UNESP), 803 samples of feces of calves were obtained, ranging in age from 1 to 90 days, with and without diarrhea, 48 herds of dairy and beef cattle in the State of São Paulo. The samples were characterized on the basis of electrophoresis tests on polyacrylamide gel (PAGE) and then reverse transcription polymerase chain reaction (RT-PCR). The PAGE test indicated positive animals in 33.3% (16/48) of the herds and 6.1% (49/803) of the samples. In dairy herds infected animals were detected rotavirus in different age groups (P> 0.05), while in the high frequency cut herds (22.8%) of positive samples was observed in calves between 1 to 15 days (P <0,05). The genome profile analysis in PAGE identified seven eletropherotypes characteristic of rotavirus group A, indicating a high genomic diversity of rotavirus in the herds. The molecular characterization of genotype G (VP7) and P (VP4) by RT-PCR identified the genotype G6P [5] as the most common. Maps were constructed to analyze the spatial distribution of detected rotavirus. Rotavirus identification work is of great value, since it is evident that different genotypes agent is spread in São Paulo presenting different forms of production.
Resumo
Com o objetivo de monitorar a imunidade passiva em bezerros alimentados com colostro de vacas imunizadas e não imunizadas com vacina contra rotavírus, foram determinados títulos de anticorpos em amostras de sangue e colostro de 26 vacas da raça Holandesa no dia do parto e de seus bezerros, à zero, às 24, 48 horas e aos sete, 14, 21, 28 dias de idade, pelo ensaio imunoenzimático. Tanto no soro sangüíneo como no colostro, os títulos dos isótipos IgG, IgG1 e IgG2 foram mais elevados no grupo dos animais vacinados, porém somente no colostro o aumento foi significativo. Os bezerros alimentados com o colostro das vacas vacinadas apresentaram títulos mais altos dos isótipos IgG, IgG1, IgG2, IgA e IgM, após a ingestão do colostro, sendo constatado aumento significativo apenas para os títulos do isótipo IgG2. Amostras positivas para rotavírus foram detectadas nos dois grupos experimentais a partir dos sete dias de idade. A vacinação materna não protegeu efetivamente os bezerros das infecções naturais por rotavírus, pois, apesar de aumentar os títulos séricos de anticorpos anti-rotavírus nos animais vacinados, não foi capaz de impedir a ocorrência da rotavirose nos bezerros alimentados com o colostro das vacas imunizadas.(AU)
Passive immune response in calves fed colostrum from immunized and nonimmunized cows by anti-rotavirus vaccine was monitored. Titers of antibodies were determined by immunoenzymatic assay in blood and colostrum sampled at parturition day from 26 Holstein cows as well as in blood from their calves collected at 0, 24, and 48 hours and seven, 14, 21, and 28 days after birth. In serum and colostrum, IgG, IgG1, and IgG2 antibody titers were higher in vaccinated animals; however, this increase was only significant in colostrum. The calves fed colostrum from vaccinated cows showed higher IgG, IgG1, IgG2, IgA, and IgM isotypes titers after the ingestion of colostrum, being evidenced significant increase only for IgG2 titers. Positive samples for rotavirus were detected in both experimental groups since seven days after birth. Results showed that maternal vaccine failed to protect effectively the calves from natural infections by rotavirus, though it increased the anti-rotavirus antibody titers in vaccinated animals, but was not capable to impair the occurrence of rotaviruses in the calves fed colostrum from immunized cows.(AU)
Assuntos
Animais , Imunização Passiva/métodos , Técnicas Imunoenzimáticas/métodos , Colostro/metabolismo , Soro , Rotavirus/imunologia , BovinosResumo
Este estudo teve como objetivo avaliar a imunidade ativa e passiva contra rotavirose bovina induzida por vacina comercial em vacas e seus respectivos bezerros, oriundos de propriedade no município de Cravinhos, Estado de São Paulo. Foram realizadas análises dos níveis séricos das imunoglobulinas IgG, IgG1, IgG2, IgM e IgA anti-rotavírus das vacas antes da vacinação (aproximadamente 60 dias antes do parto), antes da revacinação (aproximadamente 30 dias antes do parto) e no momento do parto, pela técnica de ELISA indireto. Os níveis colostrais das imunoglobulinas IgG, IgG1, IgG2 IgM e IgA no dia do parto foram avaliados pela mesma técnica. Os níveis de imunoglobulinas dos bezerros, nascidos das vacas vacinadas e não vacinadas alimentados com seus respectivos colostros, foram avaliados no dia do nascimento (D0) antes da mamada do colostro e 1, 7, 14, 21 e 28 dias após o nascimento. A excreção de rotavírus nas fezes dos bezerros foi avaliada por SDS-PAGE. Neste estudo os níveis séricos de IgM e IgA foram significativamente maiores nas vacas que não foram vacinadas, o que refletiu no aumento da IgM no primeiro dia de vida dos bezerros nascidos destas vacas. O grupo das vacas vacinadas tiveram níveis séricos de IgG1 e níveis colostrais de IgG2 aumentados em relação às vacas do grupo controle, mas não houve diferenças significativas nos níveis de imunoglobulinas dos bezerros nascidos de vacas vacinadas ou não vacinadas. Em ambos os grupos houve excreção de rotavírus nas fezes, e, apesar de baixa ocorrência, um bezerro nascido de vaca vacinada excretou rotavírus posteriormente (aos 21 dias) aos dois bezerros nascidos de vacas não vacinadas (7 e 14 dias). Os resultados deste estudo demonstraram que a vacinação materna no terço final de gestação com vacina inativada retardou, mas não evitou a ocorrência da rotavirose
The aim of this study was evaluated the active and passive immunity against rotavirus induced by vaccination with an inactive commercial vaccine in cows and their respective calves from a farm of Cravinhos, state of São Paulo. The analysis of IgG, IgG1, IgG2 , IgM and IgA were done in serum 60 days before calving (before vaccination); 30 days before calving (before revaccination) and in the day of calving, with indirect ELISA. The levels of IgG, IgG1, IgG2, IgM and IgA in colostrum were evaluated in the day of calving, with the same technique. The levels of calves? immunoglobulin were evaluated in the day of born and 1, 7, 21 and 28 days of age. The secretion of rotavirus was evaluated in fecal samples of calves by SDS-PAGE. In this study, levels of IgM and IgA were increased in cows that were not vaccinated, and their calves, fed their colostrums, have levels of IgM increased one day after born. Vaccinated cows have serum IgG1 and colostral IgG2 higher than non vaccinated cows but statistics differences in levels of immunoglobulin were not found in calves. In both groups, was detected rotavirus in feces of calves, and besides the low occurrence in this study, one calf of vaccinated cow excreted rotavirus in day 21, while two calves born of non vaccinated cows excreted rotavirus with 7 and 14 days. In conclusion, the vaccination of cows with a commercial inactivated vaccine did not prevent the rotaviruses in calves
Resumo
Gastrenterites virais em cães são doenças transmissíveis infecciosas com importância para a saúde animal, como as causadas por Parvovírus canino e Coronavírus canino (CCoV) e saúde pública, como no caso dos rotavírus. Rotavírus em cães são encontrados com baixa freqüência, tanto em cães com diarréia quanto sadios, mas sua importância como reservatório para a rotavirose humana já é conhecido. O CCoV, pertencente ao grupo 1 do gênero Coronavirus, ocorre sob a forma dos genótipos I e II, amplamente distribuídos mundialmente e implicados em diarréia moderada, mas podendo levar a elevada letalidade no caso de patótipos altamente patogênicos. No Brasil, a ocorrência de rotavírus do sorogrupo A em cães é um fato conhecido, mas, no caso do CCoV, existe, até o momento, apenas uma investigação relatando sua ocorrência, sem dados de diversidade molecular. A presente investigação teve por objetivos avaliar o papel de cães jovens com enterite sintomática, bem como sadios, como reservatórios de rotavírus, estudar a freqüência de ocorrência de Coronavírus canino (CCoV) em amostras fecais destes animais e estudar a diversidade molecular das amostras de CCoV encontradas. Para tato foram colhidas 100 amostras fecais de cães não vacinados, entre 1 e 180 dias de idade entre 2007 e 2008, sendo 50 com diarréia e 50 sem diarréia no momento da colheita, nos Municípios de São Paulo, São Bernardo do Campo, Santo André, São Caetano do Sul, Taboão da Serra, Itapecerica da Serra e uma aldeia indígena em Parelheiros. Às amostras foi aplicada a técnica de eletroforese em gel de poliacrilamida (PAGE) para a detecção de rotavírus e uma RT-PCR dirigida ao gene da proteína de membrana M do CCoV (nucleotídeos 337 a 746) para a detecção deste vírus, sendo os fragmentos detectados submetidos a seqüenciamento de DNA. As seqüencias obtidas, traduzidas em aminoácidos, foram utilizadas para a construção de uma árvore genealógica enraizada de distância com o algoritmo Neighbor-Joning e modelo de Poisson com 100 repetições de bootstrap. Nenhuma das amostras resultou positiva para rotavirus, enquanto que 47 foram positivas para CCoV, com freqüência significativamente superior nos animais com diarréia. Vinte e dois dos 47 fragmentos de DNA obtidos resultaram em seqüências viáveis de DNA, sendo 12 classificadas como CCoV Tipo I e 10 como Tipo II, tendo sido encontrada uma sublinhagem exclusivamente brasileira para o Tipo II. Em relação à amostra vacinal de CCoV submetida ao seqüenciamento de DNA, a maior identidade ocorreu com o grupo Tipo II sublinhagem 01, com um valor de 100%, seguido de 97,2% para o Tipo II sublinhagem 02 (a linhagem brasileira) e 93,2% para o Tipo I. Sugere-se que a diversidade de CCoV encontrada seja derivada da elevada freqüência de ocorrência deste vírus, o que pode aumentar a probabilidade de divergências e de possíveis falhas vacinais por diferenças entre a amostra vacinal (Tipo II) e as amostras de campo (Tipos I e II), e, dessa forma, a vacina não diminuiria a transmissão e novas linhagens de CCoV emergiriam. Conclui-se que cães jovens com enterite sintomática, bem como sadios, não tiveram papel como reservatório para rotavírus, considerando-se a região geográfica e o período de colheita de amostras. O CCoV ocorreu com uma freqüência de 47% na população canina estudada, com freqüência estatisticamente significativamente superior naqueles com diarréia do que naqueles sem diarréia. Finalmente, amostras brasileiras de CCoV, com base em seqüenciamento parcial do gene codificador da proteína de membrana M, ocorrem tanto como tipo I quanto II, sendo que, para o tipo II, há uma lihangem tipicamente brasileira
Viral canine gastroenteritis is infectious transmissible diseases with importance for animal health, as those caused by Canine parvovirus and Canine coronavirus (CCoV) and public health, as in the case of rotavirus. Canine rotavirus occurs at low frequencies, both in diarrheic and health dogs, but the importance of dog as reservoirs for human rotaviruses is known. CCoV belongs to group 1 of the genus Coronavirus and occurs as genotypes I and II, worldwide distributed and implicated in mild diarrhea, but high pathogenic types might lead to high lethality. In Brazil, the occurrence of serogroup A rotavirus in dogs is already known but, in the case of CCoV, theres a single report on the occurrence of this virus, with no data on its molecular diversity. The aims of the present investigation were to evaluate the roles of diarrheic and health young dogs as reservoirs of rotavirus, to study the occurrence of CCoV in these animals and to assess the molecular diversity of the strains found. One hundred fecal samples were collected from unvaccinated dogs between 2007 and 2008 (50 with diarrhea and 50 health dogs) in the Municipalities of São Paulo, São Bernardo do Campo, Santo André, São Caetano do Sul, Taboão da Serra, Itapecerica da Serra and in an indian community in Parelheiros. The samples were submitted to polyacrilamide gel electrophoresis (PAGE) for rotavirus detection and to an RT-PCR targeted to the membrane M protein gene (nucleotides 337 to 746) of CCoV for the detection of this virus; amplicons were then submitted to DNA sequencing and the putative amino acids sequences were used to build a rooted distance genealogic tree with the Neighbor-Joinng algorithm and he Poisson correction with 1,000 bootstrap replicates. No sample was positive to rotavirus, while 47 out of the 100 samples were positive for CCoV, with a statistically significative higher frequency for the dogs with diarrhea. Twenty-two out of the 47 ampicons resulted in viable sequences, being 12 classified as CCoV Type II and 10 as Type I; besides, and exclusively Brazilian sub lineage was found for Type II. Regarding the vaccine strain, the highest identity was found to Type II sub linage 02 (10%), followed by 97.2% for Type II sub linage II (the Brazilian sub linage) and 93.2% for Type I. Its suggested that the high diversity for CCoV detected is a consequence of the high frequency of occurrence of this virus, what might increase the probability of the emergence of divergence and possible vaccine failures due to differences amongst the vaccine strain (Type II) and field strains (Types I and II) and thus vaccination would not decrease the transmission and new lineages would emerge. It can be concluded that both health and diarrheic young dogs have played no role as reservoirs for rotavirus taking into account the geographic area and the time of samples collection. CCoV ocurred at a frequecy of 47%, with a higher frequency in the diarreic animals. Finally, Brazilian strains of CCoV, based on partial M gene sequences, occur as both type I and II, while, for Type II, a typical Brazilian lineage was described
Resumo
All over the world the rotavirus infections are the most important enteric viruses of the piglets. This revision has for objective to present topics relative to the etiological agent, clinical signals, methods of diagnosis, and control and prophylaxis of the infection.
Em todo o mundo as infeções por rotavirus constituem-se na mais importante virose entérica dos leitões. Esta revisão tem por objetivo apresentar tópicos relativos ao agente etiológico, à doença clinica e aos métodos de diagnóstico, controle e profilaxia da infecção.
Resumo
All over the world the rotavirus infections are the most important enteric viruses of the piglets. This revision has for objective to present topics relative to the etiological agent, clinical signals, methods of diagnosis, and control and prophylaxis of the infection. Â
Em todo o mundo as infeções por rotavirus constituem-se na mais importante virose entérica dos leitões. Esta revisão tem por objetivo apresentar tópicos relativos ao agente etiológico, à doença clinica e aos métodos de diagnóstico, controle e profilaxia da infecção.  Â
Resumo
All over the world the rotavirus infections are the most important enteric viruses of the piglets. This revision has for objective to present topics relative to the etiological agent, clinical signals, methods of diagnosis, and control and prophylaxis of the infection.
Em todo o mundo as infeções por rotavirus constituem-se na mais importante virose entérica dos leitões. Esta revisão tem por objetivo apresentar tópicos relativos ao agente etiológico, à doença clinica e aos métodos de diagnóstico, controle e profilaxia da infecção.
Resumo
A longitudinal study was performed during 18 months to obtain epidemiological data from porcine rotaviruses in a flock from Southwest area of Parana State, Brazil. Electropherogroup A of porcine rotavirus (PRV) was identified by polyacrylamide gel electrophoresis in 137 (27.8%) of 492 diarrheic fecal samples. The infection was more common in prior and post weaning periods. Fecal samples from four and five weeks old piglets were positive for PRV respectively in 48.4% and 40.8%, of the cases. The virus was identified through out the year. There was no seasonal distribution, showing the endemic character of the infection. Low relative humidity of the air, high population density and concentration of gilt farrow contributed with an increase in the frequency of infection.
Um estudo longitudinal, realizado por um período de 18 meses, a valiou alguns aspectos epidemiológicos da rotavirose suína em um rebanho da região sudoeste do Estado do Paraná. Através da técnica de eletroforese em gel de poliacrilamida foi possível a identificação de RNA de fita dupla segmentado do rotavírus suíno (RVS), eletroferogrupo A, em 137 (27,8%) das 492 amostras de fezes diarréicas analisadas. A infecção foi mais freqüente nos períodos imediatamente anterior e posterior ao desmame. Nas amostras de fezes colhidas de leitões com quatro e cinco semanas de idade foi observada uma positividade para o RVS de 48,4% e 40,8%, respectivamente. O RVS foi identificado em todos os 10 lotes de animais avaliados, evidenciando o caráter endêmico desta virose entérica no período e região estudados. Não foi possível caracterizar uma distribuição sazonal da infecção, entretanto alguns aspectos como baixa umidade relativa do ar, alta densidade populacional e a concentração de partos de fêmeas primíparas contribuíram com o aumento na freqüência de diagnóstico do RVS.
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A longitudinal study was performed during 18 months to obtain epidemiological data from porcine rotaviruses in a flock from Southwest area of Parana State, Brazil. Electropherogroup A of porcine rotavirus (PRV) was identified by polyacrylamide gel electrophoresis in 137 (27.8%) of 492 diarrheic fecal samples. The infection was more common in prior and post weaning periods. Fecal samples from four and five weeks old piglets were positive for PRV respectively in 48.4% and 40.8%, of the cases. The virus was identified through out the year. There was no seasonal distribution, showing the endemic character of the infection. Low relative humidity of the air, high population density and concentration of gilt farrow contributed with an increase in the frequency of infection.
Um estudo longitudinal, realizado por um período de 18 meses, a valiou alguns aspectos epidemiológicos da rotavirose suína em um rebanho da região sudoeste do Estado do Paraná. Através da técnica de eletroforese em gel de poliacrilamida foi possível a identificação de RNA de fita dupla segmentado do rotavírus suíno (RVS), eletroferogrupo A, em 137 (27,8%) das 492 amostras de fezes diarréicas analisadas. A infecção foi mais freqüente nos períodos imediatamente anterior e posterior ao desmame. Nas amostras de fezes colhidas de leitões com quatro e cinco semanas de idade foi observada uma positividade para o RVS de 48,4% e 40,8%, respectivamente. O RVS foi identificado em todos os 10 lotes de animais avaliados, evidenciando o caráter endêmico desta virose entérica no período e região estudados. Não foi possível caracterizar uma distribuição sazonal da infecção, entretanto alguns aspectos como baixa umidade relativa do ar, alta densidade populacional e a concentração de partos de fêmeas primíparas contribuíram com o aumento na freqüência de diagnóstico do RVS.
Resumo
O rotavírus bovino grupo A (BoRV-A) é um dos mais importantes agentes etiológicos de diarreia neonatal em bezerros, causando importantes perdas econômicas à pecuária bovina de todo o mundo. O objetivo deste estudo foi caracterizar molecularmente o BoRV-A isolado em um surto de diarreia neonatal em um rebanho bovino de corte de criação extensiva proveniente do estado do Mato Grosso do Sul, região Centro-Oeste do Brasil. O rebanho era regularmente vacinado contra a diarreia neonatal com vacina comercial inativada contendo o BoRV-A genotipos G6P[1] (NCDV-Lincoln) e G10P[11] (B223), além de outros enteropatógenos, de acordo com instruções do fabricante. Trinta e uma amostras de fezes diarreicas de bezerros, com até 30 dias de idade, foram avaliadas quanto à presença de BoRV-A por meio da técnica de eletroforese em gel de poliacrilamida corado com nitrato de prata (ss-PAGE). Em 19 (61,9%) amostras foi possível a identificação de BoRV-A por ss-PAGE. Destas, 17 foram positivas em RT-PCR com primers consensuais para os genes VP7 e VP4 de rotavírus grupo A. Uma amostra positiva em ss-PAGE e RT-PCR foi isolada em células MA-104. Os produtos consensuais dos genes VP4 e VP7 amplificados em 12 amostras foram selecionados para a identificação dos genes G e P por meio de reação de sequenciamento e em todos foi possível a identificação do genotipo G6P[5]. Uma amostra fecal foi selecionada para a caracterização molecular das proteínas VP1-VP3, VP6, NSP1-NSP5/6 do RV-A e a análise de nucleotídeos (nt) revelou que a cepa de BoRV-A pertencia aos genotipos G6-P[5]-I2c-R2-C2-M2-A3-N2-T6-E2e-H3a. Na árvore filogenética para o gene VP7, as sequências foram agrupadas em um cluster diferente da linhagem G6-IV quando comparadas com as sequências dos protótipos UK (G6P[5]) e NCDV-Lincoln (G6P[1]) e, com isso, foi proposta a sua classificação em uma nova sublinhagem, tentativamente denominada de G6-IV-e. As sequências do gene VP4, mesmo apresentando maior homologia com a cepa UK, agruparam em um cluster diferente dos protótipos P[5]. Em resumo, com exceção do gene da proteína VP4, a amostra de BoRV-A incluída nesse estudo partilhou os mesmo genotipos e linhagens para todos os genes analisados com o protótipo NCDV-Lincoln, presente nas vacinas comerciais. Esse resultado ratifica a importância da indução de imunidade homotípica, relativa ao genotipo da proteína VP4 do BoRV-A, no desenvolvimento de resistência à infecção e de quadros clínicos de diarreia neonatal em rebanhos bovinos regularmente vacinados contra a rotavirose