Resumo
O sistema de criação extensivo e a degradação das pastagens permitem a exposição dos animais de produção às plantas tóxicas ocasionando perdas na produção animal. O desenvolvimento desse trabalho teve o objetivo de determinar as plantas tóxicas de interesse pecuário na região do Bico do Papagaio, no norte do Tocantins. Com base nas entrevistas com 85 proprietários de 20 municípios, os surtos de intoxicação mais importantes ocorreram pelo envolvimento da Brachiaria decumbens e Palicourea marcgravii. Também apresentaram importância os relatos de surtos causados por Ipomoea asarifolia, Manihot esculenta, Enterolobium contortisiliqum, Manihot spp e Pteridium aquilinum. Adicionalmente, a Manihot glaziovii, que possui importância toxicológica para outras regiões do Brasil, também parece estar envolvida em surtos na região de estudo. Outras plantas tóxicas de conhecido interesse pecuário para a região Norte do Brasil, como Dimorphandra mollis, Ipomoea carnea subsp. fistulosa, Lantana spp, Palicourea juruana, Ricinus communis, Stryphnodendron obovatum e Sorghum vulgare, embora conhecidas pelos entrevistados não foram associadas a surtos na região, já a Arrabidaea bilabiata, A. jupurensis e Brachiaria radicans não eram conhecidas pelos entrevistados e nenhum relato de surto foi mencionado. Parkia pendula, embora não possua toxicidade comprovada, esteve envolvida em surtos segundo produtores dos municípios de Anánas e Tocantinópolis, desencadeando inapetência, emagrecimento e apatia em bovinos. Hypolytrum pungens, ainda não relata na literatura como tóxica, esteve envolvida em dois casos de intoxicação no município de Tocantinópolis, nos quais bovinos apresentaram quadro de incoordenação, segundo relato dos produtores. Conclui-se que a região do Bico do Papagaio apresenta características peculiares em relação às plantas tóxicas de importância pecuária, e ainda, que há necessidade de investigação sobre plantas cuja toxicidade não foi comprovada, mas que possivelmente apresentam toxicidade relevante para a pecuária.
Extensive grazing systems and sediment erosion as pastures degrade, induces the exposition to poisonous plants causing economic losses to livestock production. Thus, this study aimed to determine the poisonous plants of livestock interest in the Bico do Papagaio, North of Tocantins state, Brazil. Based on reports of 85 farmers in 20 counties the most important poisoning in order of occurrence involved Brachiaria decumbens and Palicourea marcgravii. Sporadic outbreaks of poisoning occurred due consumption of Ipomoea asarifolia, Manihot esculenta, Enterolobium contortisiliquum, Manihot spp and Pteridium aquilinum. Additionally, Manihot glaziovii was also mentioned by the producers as a toxic plant. Dimorphandra mollis, Ipomoea carnea subsp. fistulosa, Lantana spp, Palicourea juruana, Ricinus communis, Stryphnodendron obovatum, and Sorghum vulgare although known by the interviewees, did not trigger poisoning outbreaks in the study area. On the other hand, Arrabidaea bilabiata, A. jupurensis and Brachiaria radicans were unknown by farmers. Parkia pendula, a plant with unknown toxicity, was mentioned by farmers at Ananas and Tocantinópolis counties as a toxic plant, causing inapetence, weight loss and apathy in cattle. Hypolytrum pungens, another plant with unknown toxicity, promoted two poisoning outbreak at Tocantinópolis county causing incoordination in cattle, in agreement with farmers. It is concluded that the region of the study presents particular characteristics in relation to the poisonous plants for livestock found in other regions of Brazil, and also that there is lack of research on plants not yet reported in the literature that may have significant toxicity to livestock.
Assuntos
Animais , Bovinos , Intoxicação por Plantas/epidemiologia , Plantas Tóxicas/classificação , Brasil , Ecossistema Amazônico , Criação de Animais Domésticos/métodosResumo
O trabalho objetivou determinar as plantas tóxicas de interesse pecuário na região de Araguaína. Foram entrevistados 87 produtores rurais em 14 municípios do norte do Tocantins foram realizadas visitas às propriedades. Segundo os relatos, a Palicourea marcgravii e a Brachiaria decumbens foram as principais plantas responsáveis por intoxicações, também apresentaram importância os relatos de surtos causados por Manihot esculenta, Ipomoea asarifolia, Enterolobium contortisiliquum, Pteridium aquilinum, Dimorphandra mollis, Stryphnodendron obovatum, Ricinus communis e Palicourea juruana. Outras plantas aparentemente de menor importância na região foram Ipomoea setifera, Manihot glaziovii, Senna occidentallis, Enterolobium gumiferum, Crotalaria sp. e Asclepias sp. Dentre as plantas relatadas como tóxicas para bovinos na região, mas que ainda não tiveram sua toxicidade comprovada destacam-se Buchenavia tomentosa, como causa de abortos e mortes, Parkia Pendula causando incoordenação, Psychotria colorata e Samanea tubulosa como causa de abortos e Mucuna pruriens como responsável por dermatite de contato. Conclui-se que na região do ecótono Amazônia e Cerrado as plantas tóxicas de interesse pecuário, embora guardem certa similaridade com aquelas de outras regiões, apresentam características peculiares. Em especial, o estudo revelou a presença de plantas cuja toxicidade ainda não foi comprovada e a ocorrência de surtos vinculados a elas evidencia sua relevância para pecuária e, portanto, merecem investigação. Ressalta-se ainda que, embora os produtores possuam conhecimento sobre as principais plantas tóxicas, a aparente incidência elevada dos surtos na região revela a necessidade de estudos que visem medidas de prevenção e controle, para que os prejuízos econômicos sejam evitados.
This study aimed to determine the poisonous plants of livestock interest in Araguaína region. A total of 87 farmers from 14 counties of northern Tocantins were interviewed and the properties were visited. According to reports, Palicourea marcgravii and Brachiaria decumbens were the main plants responsible for poisoning, in addition to outbreaks reports caused by Manihot esculenta, Ipomoea asarifolia, Enterolobium contortisiliquum, Pteridium aquilinum, Dimorphandra mollis, Stryphnodendron obovatum, Ricinus communis, and Palicourea juruana were also relevant. The apparently less important plants were Ipomoea setifera, Manihot glaziovii, Senna occidentallis, Enterolobium gumiferum, Crotalaria sp. e Asclepias sp. Among the plants reported as poisonous to cattle, but without toxicity yet established were mentioned Buchenavia tomentosa as a cause of abortion and death, Parkia pendula as a cause of incoordination, Psychotria colorata and Samanea tubulosa as abortive and Mucuna pruriens as responsible for mucosa irritation. It is concluded that the outbreaks by poisonous plants at the ecotone region of Amazonia and Savanna show particular characteristics although presents certain similarity to other regions of Brazil. This study revealed the presence of plants with the toxicity not established yet and the outbreaks occurrence related to them shows the importance to livestock and deserve to be investigated. Although the farmers have some knowledge of main poisonous plants, the high incidence of outbreaks in the region shows that there is a lack of studies aimed at prevention and control of poisoning to avoid economic losses.
Assuntos
Animais , Bovinos , Intoxicação por Plantas/prevenção & controle , Intoxicação por Plantas/veterinária , Plantas Tóxicas/classificação , Rubiaceae/toxicidade , Brachiaria/toxicidade , Criação de Animais Domésticos/métodos , Ruminantes , Brasil , Ecossistema AmazônicoResumo
The ripe pods of Stryphnodendron obovatum Benth. collected in Mato Grosso, were given to seven cows 3 to 7 months in calf, at the dose of 5 g/kg/day, during 9 to 26 days. They caused a disease characterized by decrease in ruminal activity and appetite, salivation, difficulty in getting up, unstable gait, muscular tremors, loss of weight and in 3 of the 7 cows abortion between 20 and 30 days after the beginning of the administration of the pods; a fourth cow expelled a mumified fetus 7 months after the start of the experiment. In the aborted fetuses and in the placentas no significant macroscopic and microscopic lesions were detected. These experiments confirm the informations obtained on farms in the cerrado regions of the States of São Paulo and Mato Grosso, which say that abortion occurs in cows which consume the pods of S. obovatum.
As favas maduras de Stryphnodendron obovatum Benth. procedentes de Mato Grosso, administradas a sete vacas com 3 a 7 meses de gestação, na dose de 5 g/kg/dia, durante 9 a 26 dias, causaram doença caractrizada por diminuição do apetite, diminuição da atividade ruminal, sialorréia, dificuldade em se levantar, andar desequilibrado, tremores musculares, acentuado emagrecimento e finalmente em 3 das 7 vacas, aborto entre 20 e 30 dias após o início da administração das favas; uma quarta vaca eliminou um feto mumificado 7 meses após o início do experimento. Três vacas deram nascimento a bezerros normais. Nos fetos abortados e nas placentas não foram verificadas lesões macroscópicas ou microscópicas dignas de nota. Os presentes experimentos confirmam as informações obtidas em fazendas do cerrado nos Estados de São Paulo e Mato Grosso sobre a ocorrência de aborto em vacas que ingerem as favas de S. obovatum.
Resumo
This experiment was undertaken to determine the effect of tannin from Stryphnodendron obovatum added to fish diets. The apparent digestibility of dry matter, crude protein and lipid was evaluated. Eighty Nile tilapia juveniles were arranged in five groups (16/aquarium) and fed diets containing 0.00%; 0.21%; 0.42%; 0.63% and 0.84% of total tannin from barbatimão (Stryphnodendron obovatum). After three days of acclimatation, feces were collected during 5 days up to reach five replicates/group. The apparent digestibility coefficient was determined based on chemical analyses of feedstuffs and feces using chromic acid as an inert marker. The results of this study indicate that 0.42% of tannin had no effect on dry matter, crude protein and lipid digestibility but 0.63% or higher levels had significant harmful effect on the digestibility of nutrients.
Este experimento teve por objetivo avaliar o efeito do tanino de barbatimão (Stryphnodendron obovatum) adicionado a rações completas para peixes. Avaliou-se a digestibilidade aparente das frações matéria seca, proteína bruta e extrato etéreo em juvenis de tilápia-do-nilo (Oreochromis niloticus). Usaram-se 80 peixes distribuídos em cinco grupos (16 peixes/aquário), os quais receberam rações contendo 0,00%; 0,21%; 0,42%; 0,63% e 0,84% de taninos totais, a partir do extrato de barbatimão (Stryphnodendron obovatum). Após um período de aclimação de três dias, foram colhidas amostras representativas das fezes produzidas diariamente até completar cinco repetições por cada grupo. A partir das análises químicas dos alimentos e das fezes, e utilizando óxido de crômio como marcador inerte, foram calculados os coeficientes de digestibilidade aparente da matéria seca, proteína bruta e extrato etéreo. Através dos resultados obtidos, pode-se concluir que, para tilápia-do-nilo na fase juvenil, a presença de até 0,42% de tanino não prejudica significativamente a digestibilidade da matéria seca, proteína bruta e extrato etéreo, e que níveis iguais ou superiores a 0,63% de tanino têm efeito deletério altamente significativo sobre a digestibilidade dos nutrientes analisados.
Resumo
This experiment was undertaken to determine the effect of tannin from Stryphnodendron obovatum added to fish diets. The apparent digestibility of dry matter, crude protein and lipid was evaluated. Eighty Nile tilapia juveniles were arranged in five groups (16/aquarium) and fed diets containing 0.00%; 0.21%; 0.42%; 0.63% and 0.84% of total tannin from barbatimão (Stryphnodendron obovatum). After three days of acclimatation, feces were collected during 5 days up to reach five replicates/group. The apparent digestibility coefficient was determined based on chemical analyses of feedstuffs and feces using chromic acid as an inert marker. The results of this study indicate that 0.42% of tannin had no effect on dry matter, crude protein and lipid digestibility but 0.63% or higher levels had significant harmful effect on the digestibility of nutrients.
Este experimento teve por objetivo avaliar o efeito do tanino de barbatimão (Stryphnodendron obovatum) adicionado a rações completas para peixes. Avaliou-se a digestibilidade aparente das frações matéria seca, proteína bruta e extrato etéreo em juvenis de tilápia-do-nilo (Oreochromis niloticus). Usaram-se 80 peixes distribuídos em cinco grupos (16 peixes/aquário), os quais receberam rações contendo 0,00%; 0,21%; 0,42%; 0,63% e 0,84% de taninos totais, a partir do extrato de barbatimão (Stryphnodendron obovatum). Após um período de aclimação de três dias, foram colhidas amostras representativas das fezes produzidas diariamente até completar cinco repetições por cada grupo. A partir das análises químicas dos alimentos e das fezes, e utilizando óxido de crômio como marcador inerte, foram calculados os coeficientes de digestibilidade aparente da matéria seca, proteína bruta e extrato etéreo. Através dos resultados obtidos, pode-se concluir que, para tilápia-do-nilo na fase juvenil, a presença de até 0,42% de tanino não prejudica significativamente a digestibilidade da matéria seca, proteína bruta e extrato etéreo, e que níveis iguais ou superiores a 0,63% de tanino têm efeito deletério altamente significativo sobre a digestibilidade dos nutrientes analisados.
Resumo
This experiment was undertaken to determine the effect of tannin from Stryphnodendron obovatum added to fish diets. The apparent digestibility of dry matter, crude protein and lipid was evaluated. Eighty Nile tilapia juveniles were arranged in five groups (16/aquarium) and fed diets containing 0.00%; 0.21%; 0.42%; 0.63% and 0.84% of total tannin from barbatimão (Stryphnodendron obovatum). After three days of acclimatation, feces were collected during 5 days up to reach five replicates/group. The apparent digestibility coefficient was determined based on chemical analyses of feedstuffs and feces using chromic acid as an inert marker. The results of this study indicate that 0.42% of tannin had no effect on dry matter, crude protein and lipid digestibility but 0.63% or higher levels had significant harmful effect on the digestibility of nutrients.
Este experimento teve por objetivo avaliar o efeito do tanino de barbatimão (Stryphnodendron obovatum) adicionado a rações completas para peixes. Avaliou-se a digestibilidade aparente das frações matéria seca, proteína bruta e extrato etéreo em juvenis de tilápia-do-nilo (Oreochromis niloticus). Usaram-se 80 peixes distribuídos em cinco grupos (16 peixes/aquário), os quais receberam rações contendo 0,00%; 0,21%; 0,42%; 0,63% e 0,84% de taninos totais, a partir do extrato de barbatimão (Stryphnodendron obovatum). Após um período de aclimação de três dias, foram colhidas amostras representativas das fezes produzidas diariamente até completar cinco repetições por cada grupo. A partir das análises químicas dos alimentos e das fezes, e utilizando óxido de crômio como marcador inerte, foram calculados os coeficientes de digestibilidade aparente da matéria seca, proteína bruta e extrato etéreo. Através dos resultados obtidos, pode-se concluir que, para tilápia-do-nilo na fase juvenil, a presença de até 0,42% de tanino não prejudica significativamente a digestibilidade da matéria seca, proteína bruta e extrato etéreo, e que níveis iguais ou superiores a 0,63% de tanino têm efeito deletério altamente significativo sobre a digestibilidade dos nutrientes analisados.
Resumo
Com o objetivo de caracterizar as alterações anátomo e histopatológicas da intoxicação experimental por Stryphnodendron obovatum Benth. (fam. Leg. Mimosoideae), as favas desta árvore foram administradas, por via oral, a 17 bovinos jovens. Destes, cinco morreram, sendo que apenas um deles recebeu 60g/kg das favas, em dose única, e quatro as receberam em doses repetidas (10g/kg durante 8 dias, 20g/kg durante 3 dias, 30g/kg durante 2 dias e 40g/kg durante 2 dias). Macroscopicamente, as lesões se caracterizaram por avermelhamento e aderência das papilas, desprendimento do epitélio e congestão da própria, sobretudo no rúmen e com menor intensidade no retículo e no omaso. No abomaso havia congestão difusa ou focal e grandes áreas com erosões/ulcerações. No intestino delgado observaram-se congestão da mucosa e placas de Peyer muito vermelhas e bem delimitadas e no intestino grosso leve a moderada congestão. Os linfonodos mesentéricos apresentavam-se avermelhados, ao corte. Histologicamente verificaram-se, desde a cavidade oral até o omaso, áreas de acantose, espongiose, paraqueratose, hiperqueratose, necrose e degeneração hidrópico-vacuolar, com formação de vesículas ou pústulas intra-epiteliais, por vezes contendo queratinócitos acantolíticos, e desprendimento epitelial nestas áreas. Congestão e hemorragias focais foram observadas em todo trato digestivo, porém eram mais acentuadas no abomaso e no intestino delgado (AU)
Assuntos
Animais , Bovinos , Intoxicação por Plantas , PatologiaResumo
Com o objetivo de melhor caracterizar o quadro clínico na intoxicação experimental por Stryphnodendron obovatum Benth., procedeu-se a administração das favas, por via oral, a seis bovinos, em doses únicas e a 11 outros, em doses repetidas. Doses únicas de 10 e 20g/kg não provocaram sintomas. Doses únicas de 30 e 40g/kg provocaram quadros clínicos desde leves até graves, porém só morreu o animal que ingeriu 60g/kg. Os animais que ingeriram doses repetidas de 2,5g/kg por 30 dias adoeceram levemente, já os que receberam 5g/kg durante 13 e 14 dias mostraram sintomatologia moderada e grave, respectivamente. Um bovino que recebeu 10g/kg por 8 dias, outro que ingeriu 20g/kg por 3 dias e dois outros que receberam 30 e 40k/kg por 2 dias morreram da intoxicação. Os outros três bovinos que receberam doses repetidas (dois com doses de 10g/kg por 20 e 6 dias, outro com dose de 20g/kg por 2 dias) adoeceram, mas se recuperaram. Os primeiros sintomas de intoxicação, em ambos os grupos, foram observados a partir do primeiro dia do experimento e a evolução variou de 3 a 63 dias. Os sintomas consistiram em anorexia, fezes levemente ressecadas a líquidas, distensão do abdômen, sem timpanismo, perda de fluido ruminal durante a ruminação, atonia e acidose ruminal, cólica, sialorréia, apatia, emagrecimento, fraqueza, erosões e úlceras na cavidade oral. Em alguns animais foram observadas congestão de mucosa visíveis (sem icterícia) e de partes despigmentadas da pele, do córion laminar e da região interdigital... (AU)
Assuntos
Animais , Plantas Tóxicas , Intoxicação por PlantasResumo
This study aimed to determine the poisonous plants of livestock interest in Araguaína region. A total of 87 farmers from 14 counties of northern Tocantins were interviewed and the properties were visited. According to reports, Palicourea marcgravii and Brachiaria decumbens were the main plants responsible for poisoning, in addition to outbreaks reports caused by Manihot esculenta, Ipomoea asarifolia, Enterolobium contortisiliquum, Pteridium aquilinum, Dimorphandra mollis, Stryphnodendron obovatum, Ricinus communis, and Palicourea juruana were also relevant. The apparently less important plants were Ipomoea setifera, Manihot glaziovii, Senna occidentallis, Enterolobium gumiferum, Crotalaria sp. e Asclepias sp. Among the plants reported as poisonous to cattle, but without toxicity yet established were mentioned Buchenavia tomentosa as a cause of abortion and death, Parkia pendula as a cause of incoordination, Psychotria colorata and Samanea tubulosa as abortive and Mucuna pruriens as responsible for mucosa irritation. It is concluded that the outbreaks by poisonous plants at the ecotone region of Amazonia and Savanna show particular characteristics although presents certain similarity to other regions of Brazil. This study revealed the presence of plants with the toxicity not established yet and the outbreaks occurrence related to them shows the importance to livestock and deser
O trabalho objetivou determinar as plantas tóxicas de interesse pecuário na região de Araguaína. Foram entrevistados 87 produtores rurais em 14 municípios do norte do Tocantins e foram realizadas visitas às propriedades. Segundo os relatos, a Palicourea marcgravii e a Brachiaria decumbens foram as principais plantas responsáveis por intoxicações, também apresentaram importância os relatos de surtos causados por Manihot esculenta, Ipomoea asarifolia, Enterolobium contortisiliquum, Pteridium aquilinum, Dimorphandra mollis, Stryphnodendron obovatum, Ricinus communis e Palicourea juruana. Outras plantas aparentemente de menor importância na região foram Ipomoea setifera, Manihot glaziovii, Senna occidentallis, Enterolobium gumiferum, Crotalaria sp. e Asclepias sp. Dentre as plantas relatadas como tóxicas para bovinos na região, mas que ainda não tiveram sua toxicidade comprovada destacam-se Buchenavia tomentosa, como causa de abortos e mortes, Parkia Pendula causando incoordenação, Psychotria colorata e Samanea tubulosa como causa de abortos e Mucuna pruriens como responsável por dermatite de contato. Conclui-se que na região do ecótono Amazônia e Cerrado as plantas tóxicas de interesse pecuário, embora guardem certa similaridade com aquelas de outras regiões, apresentam características peculiares. Em especial, o estudo revelou a presença de plantas cuja toxicidade ainda não foi co
Resumo
Extensive grazing systems and sediment erosion as pastures degrade, induces the exposition to poisonous plants causing economic losses to livestock production. Thus, this study aimed to determine the poisonous plants of livestock interest in the Bico do Papagaio, North of Tocantins state, Brazil. Based on reports of 85 farmers in 20 counties the most important poisoning in order of occurrence involved Brachiaria decumbens and Palicourea marcgravii. Sporadic outbreaks of poisoning occurred due consumption of Ipomoea asarifolia, Manihot esculenta, Enterolobium contortisiliquum, Manihot spp and Pteridium aquilinum. Additionally, Manihot glaziovii was also mentioned by the producers as a toxic plant. Dimorphandra mollis, Ipomoea carnea subsp. fistulosa, Lantana spp, Palicourea juruana, Ricinus communis, Stryphnodendron obovatum, and Sorghum vulgare although known by the interviewees, did not trigger poisoning outbreaks in the study area. On the other hand, Arrabidaea bilabiata, A. jupurensis and Brachiaria radicans were unknown by farmers. Parkia pendula, a plant with unknown toxicity, was mentioned by farmers at Ananas and Tocantinópolis counties as a toxic plant, causing inapetence, weight loss and apathy in cattle. Hypolytrum pungens, another plant with unknown toxicity, promoted two poisoning outbreak at Tocantinópolis county causing incoordination in cattle, in agreement with
O sistema de criação extensivo e a degradação das pastagens permitem a exposição dos animais de produção às plantas tóxicas ocasionando perdas na produção animal. O desenvolvimento desse trabalho teve o objetivo de determinar as plantas tóxicas de interesse pecuário na região do Bico do Papagaio, no norte do Tocantins. Com base nas entrevistas com 85 proprietários de 20 municípios, os surtos de intoxicação mais importantes ocorreram pelo envolvimento da Brachiaria decumbens e Palicourea marcgravii. Também apresentaram importância os relatos de surtos causados por Ipomoea asarifolia, Manihot esculenta, Enterolobium contortisiliqum, Manihot spp e Pteridium aquilinum. Adicionalmente, a Manihot glaziovii, que possui importância toxicológica para outras regiões do Brasil, também parece estar envolvida em surtos na região de estudo. Outras plantas tóxicas de conhecido interesse pecuário para a região Norte do Brasil, como Dimorphandra mollis, Ipomoea carnea subsp. fistulosa, Lantana spp, Palicourea juruana, Ricinus communis, Stryphnodendron obovatum e Sorghum vulgare, embora conhecidas pelos entrevistados não foram associadas a surtos na região, já a Arrabidaea bilabiata, A. jupurensis e Brachiaria radicans não eram conhecidas pelos entrevistados e nenhum relato de surto foi mencionado. Parkia pendula, embora não possua toxicidade comprovada, esteve envolvida em surtos segundo produt