Oral adenocarcinoma observed in Boa constrictor maintained in captivity / Adenocarcinoma papilífero oral em jiboia (Boa constritor) mantida em cativeiro

ABSTRACT

Information on neoplasms in animals has increased over time, and these studies have helped in the management of reptiles that present tumors. There are similar incidences of neoplasms between homeothermic and ectothermic animals. Furthermore, there are usually more than one type of tumor present. The treatment of wild animals afflicted with cancer usually happens late, contributing to their low life expectancy. Thus, the present work aimed to describe an infrequent case of oral tumor in Boa constrictor. The tumor was observed in an adult female animal, raised in an exhibition area of the Zoo and Botanical Park of the Emílio Goeldi Museum, located in Belém, State of Pará, Brazil. Macroscopically, the mass presented morphologically with an irregular, multilobulated surface, color that varied from white to grey, hemorrhagic areas and its extension was 3.9 x 2.3 cm. The neoplasm was surgically removed, and the histopathological evaluation revealed an adenocarcinoma, with a papillary-like development pattern and a moderate degree of differentiation. The animal died three months after diagnosis due to starvation. The necropsy showed that there was tumor recrudescence and no metastases. Given the impossibility of surgical removal with a greater margin of safety, and adjuvant therapies, this condition favoured the resurgence of the neoplasm. This compromised the animal's ability to feed and consequently lead to death. Malignant neoplasms in reptiles may have an unfavourable clinical evolution for the maintenance of life, requiring specific therapeutic care such as chemotherapy. Scientific contributions on tumors in these animals are essential for the medical treatment of wild animals, and the conservation of wild species.(AU)

RESUMO

Estudos de neoplasias malignas e benignas em animais tem crescido ao longo do tempo, e os seus registros tem auxiliado no manejo de répteis que apresentam tumores. Descreve-se na literatura que há incidências semelhantes de neoplasmas entre animais homeotérmicos e ectotérmicos, e que estes geralmente apresentam mais de um tipo de tumoração. O tratamento de pacientes silvestres oncológicos geralmente acontece de forma tardia contribuindo para sua baixa sobrevida. Deste modo o presente trabalho objetivou descrever um caso infrequente de neoplasia oral em Boa constrictor. A casuística ocorreu num animal adulto, fêmea, criada em recinto de exposição do Parque Zoobotânico do Museu Emílio Goeldi, localizado em Belém, Estado do Pará, Brasil. Macroscopicamente a massa apresentou morfologicamente com superfície irregular, multilobulada, coloração que variou de branca a cinza, áreas hemorrágicas e sua extensão de 3,9 x 2,3cm. A neoplasia foi removida cirurgicamente e a avaliação histopatológica revelou um adenocarcinoma, com padrão de desenvolvimento do tipo papiliforme e grau moderado de diferenciação. O animal foi a óbito três meses pós-diagnóstico por inanição. A necropsia demonstrou que havia recrudescência do neoplasma e ausência de metástases. Diante da impossibilidade da remoção cirúrgica com maior margem de segurança, e terapias adjuvantes, tal condição favoreceu o ressurgimento da neoplasia, comprometendo a alimentação e consequentemente levando ao óbito. Conclui-se que neoplasias malignas em répteis podem ter uma evolução clínica desfavorável a manutenção da sua vida necessitando de cuidados terapêuticos específicos como quimioterapia. As contribuições cientificas sobre processos neoplásicos nesses animais são fundamentais para a clínica médica de animais silvestres além de contribuir para a conservação de espécies silvestres.(AU)