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Breeding biology and conservation of hawk-eagles (Spizaetus spp.) (Aves, Accipitridae) in southern Atlantic Forest, Brazil

Zilio, Felipe.
Artigo em Inglês | LILACS-Express | ID: biblio-1483048

Resumo

ABSTRACT Neotropical hawk-eagles (Spizaetus spp.) are large forest raptors, having low population densities and high sensitivity to human disturbance. The three species of Brazils Atlantic forest (S. ornatus, S. melanoleucus, S. tyrannus) are threatened and little is known of many aspects of their biology, such habitat requirements, nesting behavior, and food habitats. Here I present data about the breeding biology, diet and behavior of the Ornate Hawk-Eagle (S. ornatus; OHE) and the Black-and-white Hawk-Eagle (S. melanoleucus; BWHW), and estimations of distribution - extent of occurrence (EOO) - and population sizes for the three hawk-eagles of the southern Atlantic Forest. I compiled data from nine years of field studies done in Rio Grande do Sul and Santa Catarina combined with data from the literature (n = 191 records). I calculated the total amount of forest available for each species by GIS analyses and estimated population sizes based on species density data from the literature. The EOO was 123,551 km² for BWHE, 92,512 km² for OHE, and 67,824 km² for Black Hawk-Eagle (S. tyrannus; BHE). All species experienced more than 30% shrinkage in their historical distribution (before the year 2000). Forest remnants comprise 32% of BHEs EOO and around 20% for other hawk-eagle species. Population sizes estimated for the southern region were 869 pairs for BHE (1,684 individuals), 1,532 pairs for BWHE (2,849 individuals), and 2,020 pairs for OHE (1,192 individuals). Population size estimates based only on forest patches larger than 10 km² were 542 pairs for BHE (RS = 48 pairs; SC = 494 pairs), 818 pairs for BWHE (RS = 67 pairs; SC = 751 pairs), and 1,178 pairs for OHE (RS = 67 pairs; SC = 1,111 pairs). I recorded displays and copulation of BWHE in July; the nest was built in an inaccessible, emergent tree in the hillside of a valley. Two nests of OHE were found in emergent trees (20 m and 30 m height) measured 138 x 115 x 45 cm and 132 x 100 x 100 cm; one egg was found (64.5 x 51.1 mm). Spizaetus seems to have very variable breeding cycles and begin breeding in the austral winter. I estimated egg laying occurs from July to September with fledging happening 3-4 months later. Diet of OHE consisted mostly of birds (90%) but also some mammals. Individuals of Spizaetus require large, unbroken forest areas to live, and my data reinforce the critical situation of hawk-eagles in southern Atlantic forest. All three species have lost habitat and their distributions have shrunk over the past decades. The estimated population sizes suggest concern and a need for conservation actions. Conservation of large raptors in the Atlantic Forest is not a simple task, requiring the need to preserve and limit the disturbance of remaining forests, establish connectivity among fragments and reduce direct threats to raptors (e.g., persecution). We also need to better understand the ecological requirements of hawk-eagles and establish public policies to protect both species and their habitats.
RESUMO Os gaviões do gênero Spizaetus são espécies florestais de grande porte, que possuem baixas densidades populacionais e são sensíveis a alterações geradas pelo homem. As três espécies que ocorrem na Mata Atlântica (S. ornatus, S. melanoleucus, S. tyrannus) estão ameaçadas de extinção e o conhecimento sobre muitos aspectos de sua biologia, como habitat, comportamento reprodutivo e dieta, são pouco conhecidos. Neste trabalho eu apresento dados sobre a biologia reprodutiva, dieta e comportamento do gavião-de-penacho (S. ornatus, SORN) e do gavião-pato (S. melanolecus, SMEL), bem como estimativas da distribuição - extensão de ocorrência (EOO) - e estimativas de tamanho populacional para as três espécies de Spizaetus na porção sul da Mata Atlântica. Foram compilados os registros das três espécies oriundos de nove anos de estudos realizados no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina e somados com registros da literatura (n = 191 registros). O total de remanescente de área florestal na área de distribuição de cada espécie foi calculado por análise espacial (SIG). O tamanho das populações foi estimado para cada espécie utilizando dados de tamanho de território e densidade de indivíduos existentes na literatura. A EOO resultante foi 123.551 km² para SMEL, 92.512 km² para SORN e 67.824 km² para o gavião-pega-macaco (S. tyrannus, STYR). A área de distribuição atual das três espécies apresentou uma redução superior a 30% em relação à distribuição histórica (anterior ao ano 2000). Os remanescentes florestais representaram 32% da EOO de STYR e cerca de 20% da EOO de SMEL e SORN. As populações estimadas foram 869 pares para STYR (1.684 indivíduos), 1.532 pares para SMEL (2.849 ind.), e 2.020 pares para SORN (1.192 ind.). Considerando apenas remanescentes florestais com mais de 10 km², as estimativas resultaram em 542 pares para STYR (RS = 48 pares; SC = 494 pares), 818 pares para SMEL (RS = 67 pares; SC = 751 pares), e 1.178 pares para SORN (RS = 67 pares; SC = 1.111 pares). Em julho/2009 eu observei um ninho de gavião-pato, construído em uma árvore emergente na encosta do vale do rio Vacas Gordas e que não pode ser acessado. Comportamento de corte e cópula foi observado na ocasião. Eu encontrei dois ninhos de gavião-de-penacho, construídos em árvores emergentes (20 e 30 metros de altura) que mediram 138 x 115 x 45 cm e 132 x 100 x 100 cm; um ninho continha um ovo (64,5 x 51,1 mm). Indivíduos do gênero Spizaetus aparentam ter um ciclo reprodutivo flexível, iniciando a reprodução durante o inverno austral. A postura foi estimada ocorrendo entre julho e setembro. A saída do filhote do ninho ocorre cerca de 3-4 meses após a postura. O gavião-de penacho consumiu principalmente aves (90%) e mamíferos. Os gaviões do gênero Spizaetus necessitam de grandes áreas de floresta preservada e as estimativas aqui apresentadas reforçam a situação crítica das populações na porção sul da Mata Atlântica. As três espécies apresentaram redução nas áreas de distribuição, com acentuada perda de habitat nas últimas décadas. Os tamanhos populacionais estimados atingiram limiares de risco, que enquadram as espécies nas categorias de ameaça de extinção da IUCN. A conservação de grandes gaviões florestais na Mata Atlântica não é algo simples; é preciso, além de preservar os remanescentes florestais existentes, reduzir a degradação dos mesmos e estabelecer conectividade entre os fragmentos. Além disso, é necessário que as ameaças diretas às aves de rapina sejam controladas (e.g., caça furtiva). Também é urgente que entendamos melhor as necessidades ecológicas estas espécies e que se estabeleçam políticas públicas para a proteção tanto das aves de rapinas quanto de seus habitats.
Biblioteca responsável: BR68.1