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Efeito do clima e do fungo Duddingtonia flagrans sobre o desenvolvimento e migração vertical de larvas infectantes de helmintos parasitos gastrintestinais de ovinos em pastagem de capim Massai

DANIELA REIS KRAMBECK.
Tese em Português | VETTESES | ID: vtt-200168

Resumo

A utilização de fungos nematófagos constitue uma das alternativas para o controle biológico de tricostrongilídeos de ovinos. Entretanto, para a eficácia do isolado fúngico, é importante que este seja capaz de atravessar o trato gastrointestinal do ruminante, se desenvolver nas fezes expostas ao meio ambiente e predar satisfatoriamente as larvas infectantes. Assim, objetivou-se determinar qual o melhor tempo de flutuação de clamidósporos de Duddingtonia flagrans (CG768) para a determinação do número de clamidósporos por grama de fezes (CPG) em solução de açúcar (experimento 1) e avaliar a influência deste fungo e das condições climáticas no controle de larvas infectantes (L3) de tricostrongilídeos de ovinos em pastagem formada por capim Massai, em 3 estações do ano, na região norte do estado de Mato Grosso (experimento 2). Para o experimento 1, os clamidósporos cultivados em arroz foram fornecidos pela via oral a dose de cerca de 3,5x106 clamidósporos/kg de peso vivo à duas ovelhas. As fezes foram coletadas e cinco amostras de cada animal foram processadas utilizando solução hipersaturada de açúcar (1,27 g/ml) para quantificação dos clamidósporos em câmara de McMaster. As amostras nas câmaras foram quantificadas quanto ao número de clamidósporos em diferentes tempos de flutuação: 15 min, 30 min, 1 h, 2 h, 4 h, 8 h, 12 h, 24 h, 36 h e 48 h. A densidade da solução de glicose também foi avaliada ao longo do tempo armazenada em condições semelhantes. As contagens de CPG aumentaram ao longo do tempo de flutuação até o ponto máximo de 25,5 horas. Depois deste tempo as contagens de CPG diminuem (R² = 0,8806; P < 0,05). A seguinte equação foi gerada para estimar o resultado de CPG em 25,5 h de flutuação a partir do resultado em 15 min de flutuação: (25,5 ) = {[(15 + 1) × 2,793] 2 ) 1. Para o experimento 2, foi utilizado um piquete formado com capim Massai com 60 unidades experimentais em cada estação, sendo que cada uma recebeu uma amostra de fezes contendo, aproximadamente, 60 mil ovos de nematoides de ovinos com ou sem clamidósporos de D. flagrans. As amostras fecais foram coletadas de ovelhas naturalmente infectadas ou desverminadas, que receberam uma dose de 3,5x106 clamidósporos/kg de peso vivo pela via oral. Realizou-se a deposição das amostras fecais na pastagem na metade de cada estação e após 14 dias, realizaram-se as colheitas do estrato de capim > 15 cm, estrato de capim < 15 cm, fezes remanescentes e solo num raio de 5 cm. As colheitas foram realizadas em três diferentes horários do dia formando a média de larvas recuperadas durante um dia. As maiores densidades larvais (L3/kg de matéria seca) foram observadas no outono, seguido do verão e inverno. As fezes remanescentes e os dois estratos de capim tiveram médias semelhantes e a menor média de larvas recuperadas foi observada no solo. Houve efeito do fungo Duddingtonia flagrans com uma eficácia predatória a campo de 26,18%, 8,10% e 7,03% no verão, outono e inverno respectivamente. Houve efeito de interação entre estação e ponto de coleta (P<0,0001) sobre a média de larvas recuperadas. No inverno, não houve diferença entre os pontos de coleta no desdobramento da interação. O outono é a estação que mais favorece o desenvolvimento e migração das larvas no ambiente oferecido pelo capim Massai. Entretanto, o verão, estação que corresponde ao período chuvoso, favorece a permanência das larvas na base do capim e nas fezes. Já o inverno, que corresponde ao período de extrema seca é a estação mais desfavorável para o desenvolvimento e migração de larvas infectantes parasitas de ovinos em capim Massai no norte do estado de Mato Grosso.
Biblioteca responsável: BR68.1