Your browser doesn't support javascript.

Portal de Pesquisa da BVS Veterinária

Informação e Conhecimento para a Saúde

Home > Pesquisa > ()
Imprimir Exportar

Formato de exportação:

Exportar

Exportar:

Email
Adicionar mais destinatários

Enviar resultado
| |

REPRODUÇÃO EXPERIMENTAL DE DOENÇA OSSEO METABOLICA EM JACARÉ DO PANTANAL (Caiman yacare): ASPECTOS CLÍNICOS E PATOLÓGICOS

LUIZ GUSTAVO DE MORAES.
Tese em Português | VETTESES | ID: vtt-202489

Resumo

A criação comercial de jacaré-do-pantanal (Caiman yacare) é uma atividade alternativa e legal dentro da Bacia do Rio Paraguai (pantanal matogrossense), que coíbe a caça predatória, preserva a espécie, tem reconhecido potencial econômico para o agronegócio e traz impacto social positivo para agricultura familiar. Em cativeiro, um dos principais problemas para a manutenção desta espécie, são as doenças nutricionais, associadas com dietas mal formuladas. As doenças ósseometabólicas (DOM) são frequentes em répteis cativos e comumente definidas como uma série de patologias que afetam a integridade e função óssea. Neste grupo é comum a osteodistrofia fibrosa (osteíte fibrosa cística), doença metabólica relativamente comum, caracterizada por extensa reabsorção óssea, acompanhada pela proliferação do tecido conjuntivo fibroso, e formação de cistos, com frequência, o osteoide aceleradamente formado não se torna mineralizado, formando osso imaturo. A partir da investigação epidemiológica que incluíram ocorrência de doenças, as dietas fornecidas e o manejo comumente adotado, uma DOM frequentemente relatada em criatórios de jacarés-do-pantanal foi reproduzida com o objetivo de caracterizar o quadro clínico e patológico. O estudo foi realizado no Laboratório de Patologia Veterinária, LPV-UFMT, filhotes de jacarés-do-pantanal, com idade aproximada de três meses, os quais foram pesados, medidos e divididos ao acaso em quatro grupos. Foram utilizadas duas dietas, uma balanceada e outra hiperfosfatêmica, cada uma associada à privação e exposição solar, ambas fornecidas cinco vezes por semana, durante seis meses. A evolução da doença foi acompanhada por avaliação clínica, radiográfica e biometria mensal para os parâmetros massa corpórea e comprimento rostro-cloacal, durante todo o período experimental. Ao término desse período, os jacarés foram eutanasiados e tiveram amostras coletadas, para estudos histológicos, através de colorações de eosina e hematoxilina e tricrômico de Masson. Os resultados obtidos, através da biometria mensal, mostraram que a dieta hiperfosfatêmica foi significativa para influenciar 8 negativamente o comprimento rostro-cloacal, ganho de peso e causou manifestação clínica da doença. Não ocorreu alterações significativas em relação a exposição ou privação a radiação solar. A DOM desenvolveu-se insidiosamente, tornando-se mais evidente entre o 3º e o 6º mês após o início do experimento. Os animais afetados mostraram dor quando manuseados, acentuada fraqueza muscular, perda de apetite, em alguns casos caquexia, dificuldade de locomoção e marcado amolecimento ósseo (consistência de borracha), especialmente da mandíbula e maxila e cifose principalmente torácica e lombar. Havia também aumento moderado de volume das paratireoides. O estudo radiográfico mostrou diminuição difusa na densidade do esqueleto, adelgaçamento cortical de ossos longos e deformidades angulares, particularmente da coluna vertebral. Microscopicamente notou-se hipertrofia de células da paratireoide caracterizada por aumento moderado do citoplasma, diminuição da eosinofilia e ocasionalmente vacuolização. Os ossos longos (fêmur e tíbia), chatos (do crânio e mandíbula) e vértebras, apresentavam marcada reabsorção óssea osteoclástica, com variável deposição de tecido conjuntivo fibroso e irregular aumento da atividade osteoblástica com formação de tecido ósseo imaturo. As alterações clínicas, que levaram a doença propriamente dita e a baixa taxa de crescimento atribuída à doença óssea metabólica, foram classificadas morfologicamente como osteodistrofia fibrosa, relacionada ao hiperparatireoidismo nutricional secundário.
The commercial breeding of the swamp alligator (Caiman yacare) is an legal and alternative activity in the region of the River Paraguai (Mato Grosso, Pantanal) that prohibits the illegal hunting, preserves the species and has recognized the economic potential for agribusiness and brings positive social impact to family farming. In captivity, a major problem for the maintenance of the species are the nutritional diseases associated with badly formulated diets. The bone-metabolic diseases (DOM) are common in captive reptiles and commonly defined as a range of disorders affecting bone integrity and function. This group is common to fibrous osteoarthritis (osteitis fibrosa cystica), a relatively common metabolic disorder characterized by extensive bone resorption, accompanied by proliferation of fibrous tissue and the formation of cysts, often the rapidly formed mineralized osteoid not become forming immature bone. From the epidemiological investigation that included the occurrence of diseases, provided diets and management commonly adopted, the DOM often reported in farms alligator-swampland was reproduced in order to characterize the clinical and pathological picture. The study was conducted at the Veterinary Pathology Laboratory, LPV-UFMT, young alligators from the marsh, aged approximately three months, which were weighed, measured and randomly divided into four groups. Two diets were used, and a balanced high phosphatemic another, each associated with withdrawal and exposure, both supplied five times a week for six months. The disease was accompanied by clinical, radiographic and biometrics monthly assessment for body mass parameters and snout-vent length, throughout the experimental period. At the end of that period, the alligators were euthanized and samples were collected for histological studies, through eosin staining and hematoxylin and Masson's trichrome. The results obtained from the monthly biometrics, showed that high phophatemic diet was significant for negative effect on the snout-vent length, weight gain and caused clinical manifestation of the disease. There was no significant changes in relation to exposure to solar radiation or deprivation. The DOM has developed insidiously, becoming more evident between the 3rd and the 6th month after the start of the experiment. Affected animals showed pain when handled, severe muscle weakness, loss of appetite, cachexia in some cases, difficulty of movement and marked bone softening (rubbery consistency), 10 particularly of mandible and maxilla and particularly the thoracic and lumbar kyphosis. There was also moderate enlargement of the parathyroid glands. Radiography showed diffuse decrease in skeletal density, cortical thinning and angular deformations of long bones, particularly the spine. Microscopically was noted parathyroid cells hypertrophy characterized by moderate increase in the cytoplasm, decreased eosinophilia and occasionally vacuolization. The long bones (femur and tibia), flat (skull and jaw) and vertebrae, had marked osteoclastic bone resorption, with variable deposition of fibrous connective tissue and irregular increase in osteoblastic activity with immature bone formation. The clinical, leading to disease itself and the low growth rate attributed to metabolic bone disease, were morphologically classified as fibrous osteodystrophy, related to secondary hyperparathyroidism nutrition.
Biblioteca responsável: BR68.1