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FATORES DE RISCO PARA A SAÚDE COLETIVA E PARA O MEIO AMBIENTE NA UTILIZAÇÃO DE HORMÔNIOS EM PROGRAMAS DE REPRODUÇÃO ASSISTIDA EM BOVINOS

DIEGO LOBON JIMENEZ FILHO.
Tese em Português | VETTESES | ID: vtt-202648

Resumo

O objetivo geral do estudo foi avaliar os riscos sanitários associados ao uso de fontes exógenas de hormônios sexuais nos programas de sincronização e indução de ovulação Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF), Transferência de Embriões em Tempo Fixo (TETF), "Superestimulação ovariana (SOV) sobre a saúde coletiva e meio ambiente. Para isto, o trabalho foi dividido em quatro capítulos. O primeiro capítulo apresenta as considerações gerais sobre legislação, período de carência, equipamentos de proteção individual, grupos de risco e resíduos sólidos de saúde. No segundo capítulo o objetivo foi avaliar o conhecimento e a percepção de risco dos criadores de bovinos e médicos veterinários na utilização de hormônios e determinar os possíveis riscos para a saúde coletiva. Neste experimento foram entrevistados 65 criadores e 40 médicos veterinários que utilizavam hormônios nos programas de reprodução assistida em bovinos (IATF, TETF, SOV). A análise de correspondência múltipla foi processada com os fatores socioeconômicos (escolaridade, tempo na atividade) e a percepção de risco no uso de hormônios reprodutivos. A totalidade dos criadores entrevistados afirmaram que os estabelecimentos que comercializam produtos veterinários não exigiram prescrição veterinária para a venda dos hormônios. Os períodos de carências na carne e no leite eram desconhecidos por 69,2% dos criadores e por 65% dos médicos veterinários. Dos profissionais que afirmaram conhecer a informação, apenas dois a citaram corretamente. O uso de equipamentos de proteção individual (EPI) durante a manipulação dos hormônios foi declarado por 56,9% dos criadores e 92,5% dos médicos veterinários, sendo as luvas de procedimentos o EPI mais utilizado. Ao serem questionados sobre o grupo de pessoas inaptas à manipulação hormonal, 21,5% dos criadores e 62,5% dos médicos veterinários afirmaram conhecer o grupo de risco. Houve associação entre criadores com ensino superior e tempo na atividade menor que 5 anos com a variável conhece o grupo de pessoas que não deve manipular hormônios (p < 0,01). O fator socioeconômico dos médicos veterinários mais de 11 anos na atividade também apresentou associação com a variável conhece o período de carência (p < 0,05). O terceiro capítulo teve como objetivo avaliar o conhecimento dos criadores e médicos veterinários sobre o descarte dos resíduos sólidos de saúde (RSS) e avaliar a possível contaminação ambiental durante a lavagem dos dispositivos intravaginais de progesterona. Foram consideradas questões socioeconômicas e sobre o descarte dos RSS. Além das entrevistas, foram realizadas análises de progestinas na água utilizada na lavagem dos dispositivos intravaginais de progesterona. As progestinas foram extraídas por cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC) e analisadas por espectrometria de massas sequencial (MS/MS). Dos 65 criadores, 18,5% disseram ter recebido orientação de como promover o descarte dos RSS, entretanto, apenas um criador entrevistado promove o correto descarte desse material. A prática de queima dos RSS é realizada por 86% dos criadores. A quantidade de progesterona que sobrou no resíduo da água utilizada na lavagem dos dispositivos foi de não detectável a 515 µg/kg. O quarto capítulo traz orientações para manuseio dos hormônios reprodutivos e orientações para o descarte dos resíduos sólidos de saúde gerados durante os programas de reprodução assistida em bovinos. Por fim, conclui-se que existe falta de informação entre criadores e médicos veterinários sobre os períodos de carências dos hormônios, a importância do uso de EPI na sua manipulação, o grupo de pessoas que não deve manipular os hormônios, a exigência da prescrição veterinária para compra dos fármacos e o modo de descarte dos RSS gerados durante os protocolos hormonais.
The overall objective of this study was to investigate health risks associated to manipulation of exogenous sources of sex hormones for ovulation induction and synchronization, such as through fixed-time artificial insemination (FTAI), fixed-time embryo transfer (FTET), "over-stimulation of the ovary (SOV); evaluating potential effects on public health and to the environment. For this purpose, we divided this study into four chapters. The first describes current legal considerations, withholding periods, personal protective equipment (PPE), risk groups and health solid wastes. In the second chapter, it was aimed to test the knowledge and perception of cattle raisers and veterinaries on the use of hormones, as well as determining potential risks against public health. In this part, hormone users, among 65 breeders and 40 vet doctors, from a bovine assisted-reproduction program were surveyed (using FTAI, FTET, and SOV methods). Multiple-correspondence analysis was performed on socioeconomic factors as education level and experience time, as well as on respondents perception of risk regarding manipulation of reproductive hormones. All of the surveyed farmers said that no requirement of prescriptions by vet facilities to the purchasing of hormones. Surprisingly, meat and milk withholding periods were unknown by 69.2% breeders and 65% veterinarians. Of the professionals who claimed to know the information, solely two of them specified it correctly. PPE use while handling hormones was stated by 56.9% raisers and 92.5% vets, among which surgical gloves was mostly used. When questioned about the inability of some people to manipulate hormones, 21.5% farmers and 62.5% doctors declared being aware of such risk group. Interestingly, one can note an association between higher-education breeders working less than 5 years in the activity to the variable "knowledge of the group risk for hormonal manipulation (p < 0.01). Veterinarians with more than 11 years in the activity were also associated to the variable "knowledge on withholding period" (p < 0.05). The third chapter aims at evaluating the knowledge of veterinarians and breeders on the disposal of health solid waste (HSW), as well as ascertaining potential environmental contamination during washing out of intravaginal progesterone devices. Furthermore, socioeconomic issues regarding the HSW disposal were also taken into consideration. In addition to the surveys, progestin analyses were made in water used in the washing of intravaginal progesterone devices. Progestin was extracted by high-performance liquid chromatography (HPLC) and analyzed by tandem mass spectrometry (MS/MS). From the 65 surveyed farmers, 18.5% declared they had "been oriented on how to dispose HSW"; however, only one performs it properly. Nearly 86% raisers perform the burning of HSW. Nonetheless, the amount of progesterone left in wastewater from washings was of an undetectable level (515 µg/kg). The fourth chapter come out with guidelines on HSW disposal during reproductive-hormone manipulation in bovine assisted-breeding programs. Finally, we may conclude that there is a lack of information among breeders and veterinarians on withholding periods for hormones, PPE use importance during manipulation, group of people unable to manipulate hormones, veterinarian prescription requirement for drug purchasing and disposal manner of HSWs generated during hormone protocols.
Biblioteca responsável: BR68.1