Your browser doesn't support javascript.

Portal de Pesquisa da BVS Veterinária

Informação e Conhecimento para a Saúde

Home > Pesquisa > ()
Imprimir Exportar

Formato de exportação:

Exportar

Exportar:

Email
Adicionar mais destinatários

Enviar resultado
| |

Efeito do produto natural 2,3-di-idrochnaflavona sobre Trypanosoma cruzi, cepa Y.

MELISSA CRISTINA MORAES FLORENCIO.
Tese em Português | VETTESES | ID: vtt-203762

Resumo

A Doença de Chagas é causada pelo protozoário parasito Trypanosoma cruzi, uma doença negligenciada que afeta aproximadamente 8 milhões na América Latina. Dada a capacidade de o parasita de evadir o sistema imune do hospedeiro, a baixa eficiência dos tratamentos oferecidos e os sintomas e lesões debilitantes causados pela doença, é muito importante a busca por novas terapêuticas mais eficientes. A flora brasileira possui uma imensa diversidade de metabólitos secundários que podem apresentar ação anti-parasitária. 2,3-diidrochnaflavona é um biflavonoide extraído de Luxemburgia nobilis. No trabalho atual, investigamos o efeito de 2,3-di-idrochnaflavona contra T. cruzi, cepa Y. Os resultados mostram que o composto tem ação contra o parasita apresentando IC50 de 2,5 M para formas epimastigotas após 96 horas de tratamento. O composto não demonstrou efeito dose-dependente nas concentrações testadas. Formas epimastigotas tratadas com 2,3-diidrochnaflavona apresentaram alterações morfológicas como inchaço mitocondrial e acúmulo de corpos lipídicos, observadas por microscopia eletrônica. Não foram identificadas no entanto alterações na quantidade de lipídios nos parasitos tratados e marcados com Nile Red por quantificação de fluorescência e microscopia de fluorescência. Experimentos preliminares mostraram que a metaciclogênese in vitro é alterada na presença do composto. Em macrófagos peritoneais murinos de Balb/c, as formas amastigotas intracelulares foram afetadas pelo tratamento com a droga nas concentrações de 2,5 e 5 M, com diminuição de 72 e 85% ,respectivamente, no índice de associação entre os parasitas e as células hospedeiras. Nos ensaios citotóxicos, o composto não apresentou toxicidade para população enriquecida de linfócitos de camundongos pelo método de exclusão por azul de Trypan e para macrófagos peritoneais de camundongo pelo método de exclusão por azul de Trypan e XTT. Nossos resultados indicam que a 2,3-di-idrochnaflavona tem potencialidade para se tornar uma nova proposta de tratamento contra a Doença de Chagas por apresentar um baixo IC50 e não ser tóxica. Os mecanismos de ação desse composto ainda não foram totalmente esclarecidos, apresentando um amplo campo a ser aprofundado. Nossos dados, juntos com outros trabalhos de quimioterapia com produtos de origem natural abrem uma nova possibilidade de desenvolvimento de um tratamento com menos efeitos colaterais e menos tóxico, porém eficiente contra o parasito.
Trypanosoma cruzi is the causative agent of Chagas disease which affects 8 million people in Latin America. Due to parasite high capacity to evade host immune system, and low efficacy combined to serious side effects to patients caused by available drugs against Chagas disease, the identification of alternative therapeutics is essential. Brazilian flora exhibits an immense diversity of metabolites that could fill these requirements. 2,3-dihydrochnaflavone is a biflavonoide extracted from Luxemburgia nobilis. In the present work, we investigated the action of 2,3-dihydrochnaflavone against T. cruzi (Y strain). Our experiments showed that this compound is effective against parasite epimastigotes forms, presenting IC50 value of 2.5 M after 96 h of treatment. The effect of the compound didnt show dose-dependent effect at the tested concentrations. Morphological alterations were also detected in treated parasites such as mitochondrial swelling and lipid bodies accumulation observed by electronic microscopy. We investigated the lipid intensity in epimastigotes treated with 7.5 M of the biflavonoid for 4 days by Nile Red fluorescence labeling either by fluorometric quantification or fluorescence microscopy, but there was no significant difference compared to untreated parasites. We also observed that if the tested drugs affected intracellular amastigotes forms in Balb/c mice peritoneal macrophages infection assays. Treatment of infected macrophages with 2.5 and 5 M of the biflavonoid for 120h led to association index (percentage of infected macrophages multiplied by the mean number of amastigotes per macrophage) reduction of 72% and 85%, respectively. Nonetheless, these drugs concentrations were harmless to mice enriched population of lymphocytes as demonstrated by Trypan Blue exclusion test assay and mice peritoneal macrophages as demonstrated by Trypan Blue and XTT assays after 120h of treatment. These results indicate that 2'', 3''- dihydroochnaflavone exhibits the potential to become a new treatment proposal against Chagas' disease by presenting a low IC50 and for not being toxic to host cells. The mechanisms of action of this compound are not totally clarified, being a new field to be explored. Our data, together with other works of chemotherapy using natural products open up new possibilities for developing novel treatments with fewer side effects and less toxicity, but effective against the parasite.
Biblioteca responsável: BR68.1