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Raiva: do vírus às palavra

AROLDO JOSE BORGES CARNEIRO.
Tese em Português | VETTESES | ID: vtt-204497

Resumo

A raiva é uma encefalite causada por vírus do gênero Lyssavirus, que pode acometer todos os mamíferos. Anualmente ocorrem cerca de 61.000 óbitos humanos por raiva, principalmente em países da Ásia e da África, nos quais a espécie canina é a principal transmissora. Nos países desenvolvidos os animais silvestres são os responsáveis pela manutenção do ciclo de transmissão do vírus rábico, com ocorrência esporádica de casos de raiva em humanos. No Brasil, a raiva canina vem sendo controlada com sucesso. No entanto, espécies de quirópteros, saguis e canídeos silvestres vêm se destacando na epidemiologia da transmissão do vírus para humanos, exigindo adequação das ações de prevenção. Estudos epidemiológicos e moleculares são necessários para elucidar a diversidade genética e a distribuição espacial do vírus rábico circulante, enquanto que as ferramentas de comunicação em saúde são fundamentais à atualização da população sobre as medidas preventivas. O presente trabalho caracterizou geneticamente o vírus rábico detectado em 55 amostras biológicas de animais do estado da Bahia, diagnosticados no período de 2007 a 2009, e realizou levantamento das matérias sobre a raiva publicadas de 1970 a 2009 por um periódico de ampla circulação estadual. Foram incluídas na análise genética amostras de um asinino; um quiróptero não hematófago da espécie Phyllostomus elongatus; dois canídeos silvestres da espécie Cerdocyon thous; oito quirópteros hematófagos Desmodus rotundus e 43 bovinos. Todas as amostras foram positivas nas técnicas de imunofluorescência direta (IFD), inoculação intracerebral em camundongos (IIC) e reação em cadeia da polimerase por transcrição reversa (RT-PCR), seguida do sequenciamento nucleotídico e análise filogenética. A filogenia identificou duas clades principais, uma associada ao vírus de quiróptero e outra ao de canídeos, e sugere distinção entre os vírus circulantes em Desmodus rotundus, com nove sub-clades associadas a essa espécie. A filogenia revelou ainda a presença de variante viral de canídeos em duas amostras provenientes de bovinos. Na pesquisa de mídia impressa foram identificadas 1.381 matérias publicadas sobre a raiva ao longo de quatro décadas, algumas abordando mais de um aspecto avaliado nesse trabalho: 360 matérias abordaram a raiva em humanos; 662 em animais de companhia; 415 em herbívoros; 162 em morcegos; 34 em outras espécies silvestres; e 166 citaram a raiva em um contexto amplo. A análise filogenética expõe uma complexidade epidemiológica que carece de maior elucidação para o aprimoramento das medidas de controle da raiva e a abordagem na mídia sobre a importância das espécies silvestres na epidemiologia da doença foi relativamente reduzida, especialmente quanto ao papel dos quirópteros na transmissão da raiva.
Rabies is an encephalitis caused by viruses of the genus Lyssavirus, which can affect all mammals. Annually there are about 61,000 human deaths caused by rabies, mostly in Asia and Africa, where the canine species is the main transmitter. In developed countries, the wild animals are responsible for maintaining the transmission of rabies virus cycle, with sporadic cases of rabies in humans. In Brazil, the canine rabies has been successfully controlled. However, an increase in the importance of bats, marmosets and wild canids in the epidemiology of vírus transmission to humans has been observed, and this requires an adjustment in prevention actions. Epidemiological and molecular studies are needed to elucidate the genetic diversity and spatial distribution of current rabies virus, while health communication tools are critical to update the population about preventive measures. This study aimed to genetically characterize rabies virus strains detected in biological samples from 55 laboratory-confirmed rabies positive animals in the state of Bahia between the years 2007 and 2009, and conducted a survey of reports on rabies published from 1970 to 2009 by the main newspaper in state. Genetic analysis was performed in samples from one asinine, one non-hematophagous bat (Phyllostomus elongatus), two foxes (Cerdocyon thous), eight vampire bats (Desmodus rotundus) and 43 bovines. All samples were positive in the direct immunofluorescence test (DIF), inoculation into suckling mice (IIM) and the polymerase chain reaction by reverse transcription (RT-PCR), followed by nucleotide sequencing and phylogenic analysis. The phylogeny presented two viral clades, one bat-specific and one carnivore-specific, with existence of nine sub-clusters associated the D. rotundus and infection of bovines with the carnivore-specific strain. The survey of reports revealed 1,381 articles published in the period, some covering more than one aspect assessed in this study: 360 of rabies in humans; 662 in pets; 415 in herbivores; 162 at bats; 34 other wild species; and 166 the rabies was mentioned in a generic context Phylogenetic analysis exposes a complex epidemiology that needs further elucidation for the improvement of control measures for rabies and approach in the media about the importance of wild species in the epidemiology of the disease was relatively low, especially about the role of bats in the transmission of rabies.
Biblioteca responsável: BR68.1