Avaliação radiográfica, macroscópica e determinação da matéria mineral de carcaças de Psittacara leucophthalmus

RESUMO

Atualmente observa-se a necessidade de estudos voltados aos aspectos biológicos, nutricionais e clínicos que caracterizem o comportamento, defina a nutrição e as principais doenças que acometem a aves silvestres da família Psittacidae, prevenindo assim, afecções decorrentes de manejo inadequado, objetivando a conservação das espécies. A maioria das espécies de psitacídeos é monogâmica e a falta de dimorfismo sexual exige a utilização de métodos específicos para a determinação do sexo dessas aves. De morfologia marcante, a família Psittacidae destaca-se por apresentar crânio proporcionalmente grande e largo, sustentado por um pescoço curto e fino. Indivíduos pertencentes a família apresentam encurtamento dos ossos do tarso e disposição zigodáctila dos pés, ou seja, o primeiro e quarto dedos estão orientados caudalmente e os dedos II e III, cranialmente, sendo esta, uma das adaptações ao hábito de vida desses animais. A espécie Psittacara leucophthalmus (Statius Muller 1776) é encontrada em praticamente todo o território brasileiro, podem medir até 32 cm, com peso corporal de aproximadamente 158 gramas e vida média de 30 anos, essas aves exercem fascínio sobre os seres humanos, sendo vitimas pelo comércio ilegal. Em cativeiro, comprometimentos envolvendo a saúde desses animais representa um desafio aos centros de triagem de animais silvestres que abrigam espécimes destinados à reabilitação. Diante disso, propõe-se levantamento de doenças do esqueleto ósseo em 18 carcaças da espécie Psittacara leucophthalmus, popularmente conhecida como periquitão-maracanã, empregando avaliação radiográfica, dissecação anatômica e determinação de teores nas cinzas do esqueleto. A radiografia constataram-se alterações musculoesqueléticas predominantemente de origem traumática, envolvendo ossos longos os membros pélvicos e articulações, achados que foram confirmados a dissecação anatômica. A obtenção dos ossos do esqueleto axial e apendicular possibilitou a determinação de matéria seca e valores referentes aos minerais calcio, fósforo e magnésio. Arelação aP não diferiu (p0,05) entre indivíduos jovens e adultos o que possibilitou o cálculo médio da relação para a espécie, independentemente da faixa etária. Concluiu-se que as fraturas são as lesões mais frequentes, os membros pélvicos e o osso tibiotarso são mais acometidos, a osteomielite é uma complicação observada nas fraturas e a relação CaP para a espécie é de 1,81.