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Caroço de algodão em dietas contendo alto teor de concentrado para bovinos Nelore terminados em confinamento

VINICIUS NUNES DE GOUVEA.
Tese em Português | VETTESES | ID: vtt-204912

Resumo

Esse trabalho foi conduzido com o objetivo de avaliar os efeitos da inclusão de óleo de soja ou de teores de caroço de algodão (CA) em dietas contendo alto teor de concentrado para bovinos confinados. No experimento I foram utilizados seis bovinos machos, castrados, da raça Nelore (407 ± 24 kg de peso corporal), distribuídos em um delineamento em Quadrado Latino 6 x 6. Foram avaliados 5 teores de inclusão (0, 8, 16, 24 e 32%) de CA em dietas contendo 80% de concentrado (tratamentos CA0, CA8, CA16, CA24 e CA32, respectivamente). Além disso, foi avaliada uma dieta contendo o mesmo teor de lipídios totais da dieta CA32, porém sem a inclusão de caroço de algodão, utilizando óleo de soja (tratamento OS). A inclusão de caroço de algodão na dieta reduziu (efeito linear, P < 0,01) o consumo de matéria seca e o consumo de matéria orgânica dos animais. O fluxo omasal dos nutrientes não foi influenciado pelos tratamentos (P > 0,05). A inclusão de CA na dieta não afetou (P > 0,05) a digestibilidade aparente ruminal da MS, MO, PB e da FDN. A digestibilidade aparente total da MS (P = 0,019) e da MO (P = 0,020) reduziu linearmente devido à inclusão de CA na dieta dos animais. A inclusão de óleo de soja na dieta não afetou o digestibilidade da MS (P = 0,462) e da MO (P = 0,469) dos animais em comparação aos animais alimentados com a dieta controle, sem CA, assim como também não foram observados efeito da fonte de lipídios sobre a digestibilidade da MS (P = 0,124) e da MO (P =0,110). O tempo de ruminação aumentou linearmente (P = 0,002) em resposta a inclusão de CA. O pH ruminal dos animais aumentou (efeito quadrático, P < 0,05) em resposta à inclusão de caroço de algodão nas dietas. O inclusão de óleo de soja na dieta não afetou (P = 0,329) o pH ruminal dos animais em comparação com a dieta controle sem CA. A produção total de ácidos graxos de cadeia curta reduziu (P < 0,001; efeito linear) devido à inclusão de CA. A síntese de Pmic reduziu linearmente (P = 0,011) em resposta a inclusão de CA na dieta. No experimento II, foram utilizados 280 bovinos machos, da raça Nelore e peso médio inicial de 349 ± 33 kg, distribuídos em 40 baias. O delineamento utilizado foi blocos incompletos casualizados. O máximo peso final foi obtido com inclusões de 7,6% de CA. A inclusão de CA na dieta reduziu o CMS dos animais (P < 0,001). A inclusão de óleo de soja reduziu o CMS dos animais (P < 0,05) em comparação com os animais alimentados com a dieta controle sem caroço de algodão. O máximo GPD foi observado com 8% de inclusão de CA na dieta. A máxima EA ocorreu com 14,5% de CA na dieta. Os dados referentes as característica da carcaça (PQC, RC, AOL e EGS) também apresentaram resposta quadrática (P < 0,05) à inclusão de CA na dieta. Comparado ao tratamento controle, sem CA na dieta, a inclusão de óleo de soja não afetou nenhuma das características da carcaça avaliadas (P > 0,05). As características químicas da carne não diferiram (P > 0,05) entre os animais alimentados com dietas contendo 32% de CA daqueles alimentados com óleo de soja. A oxidação dos lipídios (TBARS) apresentou redução (efeito quadrático; P = 0,035) devido à inclusão de CA na dieta. Na avaliação sensorial da carne assada realizada através do painel consumidor, não foram observados efeitos dos tratamentos sobre o sabor, odor e aceitabilidade geral da carne (P > 0,05). Na avaliação das características organolépticas da carne realizada pelos provadores treinados também não foram observados efeitos dos tratamentos sobre o odor, sabor e aceitabilidade geral (P > 0,05). No experimento III, avaliou-se a cinética de fermentação ruminal do milho e do caroço de algodão através da produção cumulativa de gases. Foram utilizados cinco frascos (repetições) contendo 1g de substrato (milho ou CA) além de 5 frascos brancos (sem substrato). As leituras de pressão e volume dos gases acumulados nos frascos de incubação foram realizadas com transdutor de pressão nos tempos 0, 2, 4, 6, 8, 10, 12, 15, 19, 24, 30, 36, 48, 72 e 96 horas. O milho apresentou um maior potencial de produção de gases quando comparado ao caroço de algodão (P < 0,001). O tempo de colonização não apresentou diferença entre as duas fontes de energia (P = 0,646). O caroço de algodão apresentou uma maior taxa de degradação comparado com o milho (P = 0,001) e, consequentemente, para a redução (P < 0,001) do tempo necessário para atingir a máxima produção de gás. O milho apresentou uma maior potencial de degradação quando comparado com o caroço de algodão, resultado esse que pode ser observado pelo maior produção de gases. Apesar não suportar um grande potencial de degradação, parte da fração fribrosa do caroço de algodão apresentou alta degradabilidade, o que pode ser observado na sua maior taxa de degradação quando comparado com o milho.
Three trials were conducted to evaluate the effects of the inclusion of levels of whole cottonseed (WC) or soybean oil (SO) in diets for Nellore feedlot cattle. In the experiment I six rumen-cannulated Nellore steers (407 ± 24 kg BW) were used in a 6 x 6 Latin square design experiment. Were evaluated 5 levels of inclusion of WC (0, 8, 16, 24 and 32% DM basis) in diets containing 87% concentrate (treatments WC0, WC 8, WC16, WC24 and WC32 respectively). Also, it was evaluated a diet containing the same amount of total fat content of WC32 but with no WC and using soybean oil (SO treatment). Increasing WC levels linearly decreased DM and OM intake (P < 0.01). CP and NDF intakes were not affected by the treatments. The omasal flow of nutrients was not affected by the treatments (P > 0.05). Total fat digestibility linearly increased due the WC increase in the diets (P < 0.001). Total DM (P = 0.019) and OM (P = 0.020) digestibilities linearly decreased with increasing levels of WC. SO inclusion did not affect DM (P = 0.462) and OM (P = 0,469) digestibilities compared with CA0 and there was no effect of fat source over DM (P = 0.124) and OM (P = 0.110) digestibilities. Rumination time linearly increased due the WC inclusion (P = 0,002). Increasing WC levels quadratically increased ruminal pH (P < 0.05) but no effect was observed with the SO addiction in the diet (P = 0.329) compared with CA0. Total VFA was linearly decreased with increasing levels of WC (P < 0.001). Increasing levels of WC linearly decreased the microbial protein synthesis (P = 0.011). In the experiment II a total of 280 Nellore bulls (initial BW = 349 ± 33 kg) were allotted in 40 pens. The statistical design was randomized incomplete blocks. The maximum final BW was obtained with 7.6% of inclusion of WC. Increasing levels of WC decreased DMI (P < 0.001). Adding SO also decreased DMI (P < 0.05) compared with WC0. Increasing the inclusion rate of WC quadractically increased the ADG, G:F, HCW, dressing percent, LM area and 12-rib fat (P < 0.05). The maximum ADG were obtained with 8% of inclusion of WC. On the other hand, the maximum G:F was obtained with 14.5% of WC. Compared with WC0, the SO inclusion did not affect carcass characteristics (P > 0.05). The inclusion of WC quadractically affect meat composition (P <0.05). Compared with CA32, the inclusion of SO in the diet did not affect the meat composition. Increasing WC in the diets quadratically decrease (P = 0.035) lipid oxidation. No effects were observed in the sensorial evaluation flavor, taste and overall acceptability by the costumers (P > 0.05). Training sensory panelists also did not find differences between the treatments for flavor and taste. Increasing WC linearly decreased the tenderness (P = 0.045). Compared with CA32, the inclusion of SO increased meat tenderness (P = 0.031). In the experiment III was evaluated the ruminal fermentation kinetics of corn and cottonseed through the in vitro gas production technique. Five bottles for each energy source (corn and cottonseed), plus five additional bottles containing buffered medium and rumen fluid inoculum only (blanks) were used. The volume of gas produced was recorded at 0, 2, 4, 6, 8, 10, 12, 15, 19, 24, 30, 36, 48, 72 e 96 h of incubation using the pressure reading technique. Gas values were corrected for blank incubations. The corn had greater gas production than cottonseed (P < 0.001). Lag time was not different between the two energy sources (P = 0.646). Cottonseed had higher FDR than corn (P = 0.001) and shorter time to half asymptote (P < 0.001). Corn had higher potential of degradation compared with cottonseed observed by the higher gas production. Moreover, even with lower potential of degradation, the cottonseed fibrous fraction had a high degradability compared to corn.
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