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Monitoramento eletrônico das atividades alimentares de percevejos pentatomídeos em diferentes plantas hospedeiras por meio da técnica de EPG (Electrical Penetration Graph)

TIAGO LUCINI.
Tese em Português | VETTESES | ID: vtt-206419

Resumo

O comportamento alimentar de cinco espécies de percevejos pentatomídeos foi caracterizado em diferentes plantas hospedeiras por meio da técnica de EPG (Electrical Penetration Graph). Estudos histológicos foram realizados para correlacionar as ondas elétricas com seus locais de penetração. Os percevejos (Pentatomidae) são insetos robustos e inquietos, e isso dificulta a sua fixação ao eletrodo em estudos com EPG. Além disso, os lipídios cuticulares podem reduzir a eficácia da fixação. Foi observado que a remoção dos lipídios cuticulares via raspagem da cutícula com uma lixa melhorou a fixação do eletrodo ao longo do tempo. O comportamento do percevejo parece ser mais importante para o sucesso da fixação do que o peso corporal. O comportamento alimentar dos percevejos avaliados foi dividido em dois tipos de atividades: de não-alimentação e de alimentação. O primeiro é representado pelas seguintes atividades: parado, movendo-se, tocando a superfície da planta com o rostro (labium) e oviposição. A segunda representa todas as atividades registradas após a inserção dos estiletes no tecido vegetal. E. meditabunda (F.) em haste de soja gerou seis diferentes formas de onda de alimentação agrupadas em quatro fases: inserção e penetração dos estiletes (onda Em1), onda X, ingestão (Em2 e Em3) e interrupção (Em4 e Em5). Piezodorus guildinii (Westwood), alimentando-se em plantas de soja, produziu oito ondas de alimentação, as quais foram agrupadas em três fases: inserção e penetração dos estiletes (ondas Pg1a, Pg1b, Pg1c e Pg1d), ingestão (Pg2, Pg3a e Pg3b), e interrupção (onda Pg4). Dichelops melacanthus (Dallas) em colmo de plântulas de milho produziu quatro ondas de alimentação agrupadas em duas fases: inserção e penetração dos estiletes (onda Dm1) e ingestão (Dm2, Dm3a e Dm3b). Dichelops furcatus (F.) em plantas de trigo produziu sete ondas de alimentação agrupadas em duas fases: inserção e penetração dos estiletes (ondas Df1a e Df1b) e ingestão (Df2, Df3a, Df3b, Df4a e Df4b). Bagrada hilaris (Burmeister) alimentando-se em folhas de couve chinesa produziu duas ondas de alimentação agrupadas em uma única fase: ingestão (ondas Bh1 e Bh2). Para todas as espécies, a fase de inserção e penetração dos estiletes representou o movimento profundo dos estiletes nos tecidos e a secreção da bainha salivar, assim como a fase de interrupção que representou breves interrupções durante a ingestão no xilema e/ou floema. E. meditabunda ingeriu seiva do xilema (onda Em2) e do floema (Em3) na haste de soja. A ingestão do floema foi sempre precedida por uma onda X (representa o primeiro contato com os vasos do floema). E. meditabunda repetiu os eventos de ingestão (xilema e floema) mais de 4X por percevejo durante as 8 horas de gravação, com uma duração média de 50 min por evento. P. guildinii ingeriu seiva do xilema em folíolo, haste e vagem de soja (onda Pg2). Em vagens (endosperma da semente), seus estiletes também se moveram durante uma forma de onda (Pg3a) para romper as células (ruptura celular), e permaneceram imóveis em outra (Pg3b), a qual representa a ingestão. P. guildinii alimentando-se da haste de soja repetiu cada evento de ingestão 1,2X por percevejo por cerca de 40 min por evento. No endosperma da semente, alimentou-se durante cerca de 80 min por evento, cada evento repetido 0,5X por percevejo. D. melacanthus ingeriu seiva do xilema em colmo de milho (onda Dm2). Em outra forma de onda (Dm3a) seus estiletes moveram-se dentro do tecido vegetal (ruptura celular), mas estavam imóveis em outra (Dm3b), que representou ingestão. D. melacanthus repetiu cada evento de alimentação (xilema e ruptura celular) mais de 3X por percevejo por cerca de 24 min por evento. D. melacanthus quando alimentado com plântulas de milho, expeliu mais excretas (9,9 gotas por percevejo) e também maior quantidade de saliva e/ou alimento líquido regurgitado do que quando se alimentou de sementes de soja (1,4 gotas por percevejo). B. hilaris usa apenas a alimentação via ruptura celular em folha de couve chinesa, onde na onda Bh1 os estiletes moveram-se dentro do tecido foliar (ruptura celular), e a onda Bh2 provavelmente representou a atividade de ingestão. Independentemente do sinal aplicado (AC [corrente alternada] ou DC [corrente contínua]) e nível de impedância (107 ou 109 Ohms), B. hilaris passou a maior parte do tempo em atividades de não alimentação (87%) e apenas 13% em atividades alimentares. Alta voltagem associada com diferentes sinais elétricos e impedâncias de entrada foram mais perturbadores durante as atividades de não-alimentação do que em atividades de alimentação do percevejo B. hilaris. Estudos com EPG revelaram que uma ou até duas estratégias de alimentação diferentes são empregadas por um mesmo percevejo pentatomídeo, dependendo da espécie de percevejo e do sítio de alimentação explorado.
The feeding behavior of five different species of pentatomids were characterized on different host plants via electronic monitoring using the EPG (Electrical Penetration Graph) technique. Histological studies were done to correlated specific waveforms with their penetration sites. Stink bugs (Pentatomidae) are robust and restless insects, making them difficult to wire for electropenetrography (EPG) studies. Moreover, cuticular lipids may reduce wire effectiveness. Results indicated that removal of cuticular lipids by sanding greatly improved attachment of the gold wire over time. Behavior appears to be more important for successful wiring than body weight. For all stink bug species evaluated the non-probing phase was represented by the following activities: standing still, walking, touching the plant surface with rostrum (labium), and egg deposition. Whereas, probing waveforms represented all activities recorded after the insertion of stylets into plant tissue. EPG of E. meditabunda on soybean stems generated six probing waveforms grouped into four phases: pathway (wave Em1), X-wave, ingestion (Em2 and Em3), and interruption (Em4 and Em5). For Piezodorus guildinii (Westwood) feeding on soybean plants, eight probing waveforms were recorded and grouped into three phases: pathway (waves Pg1a, Pg1b, Pg1c, and Pg1d), ingestion (Pg2, Pg3a, and Pg3b), and interruption (Pg4). Dichelops melacanthus (Dallas) on stem of maize seedlings produced four probing waveforms grouped into two phases: pathway (wave Dm1), and ingestion (Dm2, Dm3a and Dm3b). Dichelops furcatus (F.) on wheat plants produced seven probing waveforms grouped into two phases: pathway (waves Df1a and Df1b), and ingestion (Df2, Df3a, Df3b, Df4a and Df4b). Bagrada hilaris (Burmeister) feeding on leaves of Napa cabbage produced two probing waveforms grouped in one phase: ingestion (Bh1 and Bh2). For all species, pathway phase represented deep stylet penetration e secretion of salivary sheath, as well as, interruption phase which represented brief interruptions during xylem/phloem ingestion. E. meditabunda ingested xylem (wave Em2) and phloem sap (Em3) on soybean stem, and phloem ingestion was always preceded by an X-wave (first contact with phloem vessels). E. meditabunda repeated ingestion (xylem and phloem) over 4X/bug during the 8-hours of recording for ca. 50 minutes/event. P. guildinii ingested xylem sap on soybean leaves, stems, and pods (Pg2); and on pods (seed endosperm), its stylets also moved/lacerated during one waveform (Pg3a cell rupture), but were motionless in another (Pg3b), which represented ingestion. P. guildinii feeding on soybean stem repeated each ingestion 1.2X/bug for ca. 40 minutes/event. On seed endosperm, it fed for ca. 80 minutes/event, each event repeated only 0.5X/bug. D. melacanthus ingested xylem sap on maize stems (Dm2); in other waveform (Dm3a) its stylets moved/lacerated inside tissue (cell rupture), but were motionless in another (Dm3b), which represented ingestion. D. melacanthus repeated each feeding event (xylem and cell rupture) over 3X/bug for ca. 24 minutes/event. D. melacanthus feeding on maize seedling excreted more drops (9.9 drops/bug) and also larger amount of saliva/regurgitate liquid food than when feeding on soybean seed (1.4 drops/bug). B. hilaris uses only cell rupture feeding, where in waveform Bh1 the stylets moved/lacerated inside the leaf tissue (cell rupture), and waveform Bh2 probably represented ingestion. Independently of the signal (AC [alternating current] or DC [direct current]) and Ri level (107 or 109 Ohms) applied, B. hilaris spent most of the time in non-probing activities (87%), and only 13% in probing activities. High voltage associated with variable signals and input impedances were more disturbing during non-probing activities than during probing activities. EPG studies revealed that one or two different feeding strategies are used by a same pentatomid, depending upon species and feeding site exploited.
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