Your browser doesn't support javascript.

Portal de Pesquisa da BVS Veterinária

Informação e Conhecimento para a Saúde

Home > Pesquisa > ()
Imprimir Exportar

Formato de exportação:

Exportar

Exportar:

Email
Adicionar mais destinatários

Enviar resultado
| |

AVALIAÇÃO ECOCARDIOGRÁFICA EM CAVALOS SUBMETIDOS A PERICARDIOTOMIA MINIMAMENTE INVASIVA.

JESSICA RODRIGUES DA SILVA.
Tese em Português | VETTESES | ID: vtt-206562

Resumo

Pericardiotomia é o procedimento cirúrgico de abertura do pericárdio, sendo uma técnica rápida, de fácil realização e sem complicações significativas. É indicada nos casos de efusões pericárdicas recidivantes, com intuito de eliminar o risco de tamponamento cardíaco. Pode ser realizada por acessos convencionais, como a toracotomia lateral direita ou por cirurgia toracoscópica minimamente invasiva (toracoscopia). A ecocardiografia é o método não invasivo padrão ouro para avaliação da função, fluxo, estrutura e índices cardíacos em cavalos, sendo uma ótima ferramenta para o diagnóstico, monitoração e tratamento de doenças cardíacas. Não apresenta efeitos deletérios podendo ser repetida quantas vezes for necessário sem causar qualquer prejuízo ao animal. No funcionamento cardíaco, a função ventricular é geralmente considerada mais importante do que a atrial, no entanto, a função do átrio contribui significativamente para o débito cardíaco, principalmente em cavalos atletas. O Capítulo 1 objetivou avaliar o impacto da pericardiotomia parcial minimamente invasiva sobre as variáveis ecocardiográficas morfométricas e funcionais em cavalos. O Capítulo 2 objetivou avaliar o impacto da pericardiotomia parcial minimamente invasiva sobre o volume atrial e ventricular esquerdos, em cavalos. Foi realizado exame físico e laboratorial de seis equinos, quatro machos e duas fêmeas. Procedeu-se exame ecocardiográfico (ECO) transtorácico direito, entre o 4º e 5º espaços intercostais (EIC), com avaliações em quatro diferentes momentos: previamente ao procedimento cirúrgico (M0); 24 horas após (M1); 72 horas após (M2) e 28 dias após o procedimento cirúrgico (M3). Em imagens transversais do ventrículo esquerdo em plano cordal, foram mensuradas em diástole e sístole: diâmetro interno do ventrículo direito (VDd e VDs), espessura do septo interventricular (SIVd e SIVs), diâmetro interno do ventrículo esquerdo (VEd e VEs), espessura da parede livre do ventrículo esquerdo (PLVEd e PLVEs). Em plano aórtico, foram quantificados o diâmetro interno da aorta (Ao) e diâmetro atrial esquerdo (AE), os quais permitiram o cálculo das variáveis: fração de encurtamento (FEC%), espessamento fracional do septo interventricular (SIV%), espessamento fracional da parede livre do ventrículo esquerdo (PLVE%) e relação entre diâmetro do átrio esquerdo e diâmetro aórtico (AE/Ao). Em imagens longitudinais quatro câmaras, foram calculados, segundo o método área-comprimento, o volume máximo do átrio esquerdo (VAEmax), volume mínimo do átrio esquerdo (VAEmin), volume ventricular esquerdo em sístole (VVEs) e volume ventricular esquerdo em diástole (VVEd), os quais foram utilizados para determinação da fração de ejeção do átrio esquerdo (FEJAE%) e fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEJVE%). Após as avaliações ecocardiográficas basais (M0), os animais foram submetidos à pericardiotomia por toracoscopia, em decúbito lateral direito. Após 28 dias efetuou-se uma segunda toracoscopia. A pericardiotomia foi realizada com sucesso em todos os procedimentos e em apenas um animal houve complicação pós-operatória. Na avaliação após 28 dias notou-se formação de aderências em dois animais, a janela pericárdica de todos estava ampla e bem delimitada sem comprometimento da movimentação cardíaca. Nas avaliações do ECO no Capítulo 1, no M1 e M2 houve alteração estatisticamente significativa no PLVE e diminuição dos parâmetros VDd, VEd, PLVEs, AE, VEs, FEC e SIV. No Capítulo 1 concluiu-se que a técnica de pericardiotomia empregada mostrou-se promissora em equinos, tendo esta pouca ou nenhuma complicação pós-operatória. As variações dos parâmetros ecocardiográficos foram transitórias, não causando prejuízos emodinâmicos aos animais. Nas avaliações do ECO no Capítulo 2, houve diminuição do VAEmax, VAEmin, FEJAE, VVEd, VVEs e FEJVE nas primeiras horas pós procedimento, mas aos 28 dias essa diminuição não foi observada. Sendo assim,concluiu-se que a ecocardiografia permitiu avaliar as variáveis volumétricas propostas, demonstrando que a pericardiotomia não interferiu de maneira duradoura. Nas primeiras 72 horas observou-se redução dos volumes intracardíacos, fato que possivelmente retrata a interferência transitória da pericardiotomia na pré-carga.
Pericardiotomy is a surgical incision in the pericardium, being a quick and easy technique to perform, without major complications. It is indicated in cases of recurrent pericardial effusions, in order to eliminate the risk of cardiac tamponade. It can be performed by conventional accesses, such as right lateral thoracotomy or minimally invasive thoracoscopic surgery (thoracoscopy). Echocardiography is the gold standard noninvasive method for evaluation of cardiac function, flow and structure in horses, being a great tool for the diagnosis, monitoring and treatment of heart diseases. It does not present deleterious effects and can be repeated as many times as necessary without causing damage to the animal. Ventricular function is generally considered more important than atrial, however, atrial function contributes significantly to cardiac output, especially in athletic horses. The aim of Chapter 1 was to evaluate the impact of minimally invasive partial pericardiotomy on the morphometric and functional echocardiographic variables in horses. The aim of Chapter 2 was to evaluate the impact of minimally invasive partial pericardiotomy on left atrial and ventricular volume in horses. A physical and laboratorial examination of six horses, four males and two females were performed. A right transthoracic echocardiographic (ECO) was performed between the 4th and 5th intercostal spaces (EIC), with evaluations in four different moments: before the surgical procedure (M0); 24 hours after (M1); 72 hours after (M2) and 28 days after the surgical procedure (M3). In the transverse images of the left ventricle in the chordal plane, the following variables were measured in diastole and systole: right ventricular internal diameter (VDd and VDs), interventricular septum thickness (SIVd and SIVs), left ventricular internal diameter of the left ventricular free wall (PLVEd and PLVEs). In the aortic plane, the internal diameter of the aorta (Ao) and left atrial diameter (AE) were quantified, allowing the calculation of the following variables: fractional shortening (FEC%), fractional thickening of the interventricular septum (SIV%), fractional thickening of left ventricular free wall (PLVE%) and ratio between left atrium diameter and aortic diameter (AE / Ao). The maximum left atrial volume (VAEmax), minimum left atrial volume (VAEmin), left ventricular volume in systole (VVEs) and left ventricular volume in diastole (VVEd) were calculated according to the area-length method, which were used to determine the left atrial ejection fraction (FEJAE%) and left ventricular ejection fraction (FEVEE%). After the basal echocardiographic evaluations (M0), the animals were submitted to thoracoscopic pericardiotomy, in right lateral position. After 28 days a second thoracoscopy was performed. Pericardiotomy was successfully performed in all procedures and in one animal there was postoperative complications. In the evaluation after 28 days it was noticed adhesion in two animals, the pericardial window of all was broad and well delimited without compromising the cardiac movement. In the ECO assessments in Chapter 1, in M1 and M2 there was a statistically significant change in PLVE and decrease in VDd, VEd, PLVEs, AE, VEs, FEC and SIV. In Chapter 1 it was concluded that pericardiotomy is a promising technique in horses, with little or no postoperative complication. Variations in the echocardiographic parameters were transient and did not cause hemodynamic damage to the animals. In ECO assessments in Chapter 2, VAEmax, VAEmin, FEJAE, VVEd, VVEs, and FEVE decreased in the first hours post procedure, but at 28 days this decrease was not observed. Therefore, it was concluded that the echocardiography allowed to evaluate the proposed volumetric variables, demonstrating that the pericardiotomy did not interfere in a permanent way. In the first 72 hours a reduction in intracardiac volumes was observed, a fact that probably reflects the transient interference of pericardiotomy in the preload.
Biblioteca responsável: BR68.1