PROBIÓTICO (BACILLUS SUBTILIS), PREBIÓTICO (INULINA) E SIMBIÓTICO (BACILLUS SUBTILIS + INULINA), EM DIETA DE LARVAS E JUVENIS DE CACHARA PSEUDOPLATYSTOMA RETICULATUM

RESUMO

O crescimento acentuado da aquicultura está relacionado principalmente ao sistema intensivo de criação, entretanto, a intensificação implica em aumento de tecnologia e prevenção a enfermidades, uma vez que muitas delas podem causar grandes perdas em pisciculturas inviabilizando a produção. Associado a isso, os produtores fazem uso indiscriminado ou inadequado de antibióticos. Esse panorama na piscicultura vem demandando pesquisas com imunoestimulantes no sentido de melhorar a saúde dos peixes e diminuir o uso de antibiótico. Para avaliar a eficiência da suplementação com probiótico (Bacillus subtilis), prebiótico (inulina) e a combinação dos produtos na alimentação de larvas e juvenis de cachara Pseudoplatystoma reticulatum foram realizados dois experimentos. O primeiro é o enriquecimento do alimento vivo (artêmia) de larvas de cachara com os aditivos supracitados. O segundo experimento adicionou os mesmos aditivos na ração ofertada na alimentação de juvenis de cachara. A dissertação está dividida em 3 capítulos. No capítulo 1 é apresentada uma revisão de literatura pertinente ao assunto. O capítulo 2 apresenta um artigo, que teve como objetivo avaliar o enriquecimento de Artemia salina com probiótico (7g/dia), prebiótico (7g/dia) e simbiótico ofertadas na dieta de larvas de Pseudoplatystoma reticulatum sobre o desempenho zootécnico, sobrevivência e histomorfometria intestinal. O delineamento foi inteiramente casualizado (quatro tratamentos / três repetições), as larvas foram distribuídas em 12 incubadoras na densidade de 35 larvas/L, alimentadas 12 vezes ao dia, sendo a artêmia enriquecida ofertada 6 vezes ao dia. Larvas alimentadas com náuplios enriquecidos com inulina apresentaram taxa de sobrevivência significativamente maior que os outros tratamentos. Para a histomorfometria intestinal as larvas alimentadas com artêmia enriquecida com B. subtillis e não enriquecida (controle), foram estatisticamente melhores para as variáveis altura total e altura dos vilos. A camada muscular foi melhor nos tratamentos inulina e controle. O enriquecimento de náuplios de artêmia não melhorou o desempenho zootécnico de larvas de cachara. O capítulo 3 apresenta o segundo artigo que teve como objetivo avaliar o probiótico, prebiótico e simbiótico nos juvenis de cachara durante até 60 dias sobre desempenho, histomorfometria intestinal e microbiota intestinal, respostas xv fisiológicas, imunológicas e hematológicas após desafio por Aeromonas hydrophila. O delineamento foi inteiramento casualizado (quatro tratamentos / cinco repetições), cada caixa dágua com 14 exemplares, totalizando 280 juvenis de cachara. Os tratamentos consistiram na suplementação da ração comercial tratamento 1 sem aditivos (controle), tratamento 2 probiótico B. subtillis (20g/kg), tratamento 3 prebiótico inulina (5g/kg); tratamento 4 simbiótico, B. subtilis (20g/kg) + inulina (5g/kg), durante 60 dias. Aos 32 dias, foram avaliados desempenho zootécnico, análises fisiológica, imunológicas e hematológicas e histomorfometria intestinal e não foram observadas diferenças (P > 0.05) para essas variáveis. Para histomorfometria, o grupo simbiótico apresentou diferença significativa para células caliciformes, sendo encontradas em menor número. Aos 60 dias, os dados foram analisados em delineamento inteiramente casualizado em fatorial 4 x 3 (4 tratamentos x 3 tempos de coletas). Não houve diferença significativa para os dados de desempenho zootécnico. Após o desafio observamos que a atividade respiratória dos leucócitos no tratamento inulina após 3 e 6 horas e o tratamento simbiótico no tempo de 6 horas apresentou redução significativa da atividade respiratória dos leucócitos. Para hemoglobina o tratamento inulina manteve as concentrações estáveis sendo diferentes dos outros tratamentos após 6 horas do desafio. O cortisol plasmático aumentou em todos os tratamentos após o desafio, porém o tratamento controle foi significativamente diferente dos tratamentos inulina e B. subtillis. Consequentemente o cortisol inibiu o número de linfócitos, o qual diminuiu após o desafio. Em conclusão a suplementação com Bacillus subtilis, inulina e simbióticos na dieta de juvenis não melhora o desempenho zootécnico, histomorfometria intestinal, respostas fisiológicas, imunológicas e hematológicas.

ABSTRACT

The accentuated growth of aquaculture is mainly related to the intensive system of creation. However, intensification implies increased technology and disease prevention since many of them can cause large losses in pisciculture making production unviable. Associated with this, producers make indiscriminate or inappropriate use of antibiotics. This panorama in pisciculture has demanded research with immunostimulants in order to improve fish health and decrease the use of antibiotics. For evaluate the efficiency of supplementation with probiotic (Bacillus subtilis), prebiotic (inulin) and the combination of the products in the feeding of larvae and juveniles of Pseudoplatystoma reticulatum two experiments were carried out. The first one being the enrichment of the live food (artemia) with the mentioned additives, offered in the feeding of cachara larvae. The second experiment used the same additives, but included in the feed, In the feeding of juvenile cachara. The dissertation is divided into 3 chapters. Chapter 1 presents a review of a relevant literature review. The objective of this study was to evaluate the enrichment of Artemia salina with probiotic (7g / day), prebiotic (7g / day) and symbiotic, offered in the diet of larvae of Pseudoplatystoma reticulatum on zootechnical performance, survival and histomorphometry intestinal. The design was completely randomized (four treatments / three replicates), the larvae were distributed in 12 incubators with density of 35 larvae / L, fed 12 times a day, where enriched arsenic was provided 6 times a day. Larvae fed nauplii enriched with inulin presented a significantly higher survival rate than the other treatments. For intestinal histomorphometry, the larvae fed with arsenic enriched with B. subtillis and not enriched (blank control), were statistically bettert for the variables total height and height of the villi. Muscle layer, as another parameter, performed better under inulin and control treatments. The enrichment of Artemia nauplii did not improve the zootechnical performance of cachara larvae. Chapter 3 presents the second article that had as objective to evaluate the Probiotic, prebiotic and symbiotic in juvenile cachara for 32 and 60 days On performance, intestinal histomorphometry and intestinal microbiota, physiological, immunological and hematological responses after challenge by Aeromonas hydrophila. The design was completely randomized with 4 treatments and 5 replicates, each tank with xvii 14 specimens totalizing 280 juveniles of cachara. The treatments consisted of commercial feed supplementation treatment 1 no additives (control), treatment 2 probiotic B. subtillis (20g / kg), treatment 3 prebiotic inulin (5g / kg); Symbiotic treatment, B. subtilis (20g / kg) + inulin (5g / kg) for 60 days. At 32 days were observed zootechnical performance, physiological, immunological and hematological analyzes and no differences were observed (P> 0.05) for these variables. Respective to intestinal histomorphometry the symbiotic group presented a significant difference in the variable goblet cells, being found in a smaller number. At 60 days, the data were analyzed in a completely randomized design in factorial 4 x 3 (4 treatments x 3 collection times). There was no significant difference for the zootechnical performance data. After the challenge we observed that the respiratory activity of the leukocytes in the inulin treatment after 3 and 6 hours and the symbiotic treatment in the time of 6 hours presented a significant reduction in the respiratory activity of leukocytes. For hemoglobin the inulin treatment maintained stable concentrations being different from the other treatments after 6 hours of challenge. The plasma cortisol increased in all treatments after challenge, but the control treatment was significantly different from the inulin and B. subtillis treatments. Consequently cortisol inhibited the number of lymphocyte cells that decreased after challenge. In conclusion, supplementation with Bacillus subtilis, inulin and symbiotics in the diet of juveniles does not improve zootechnical performance, intestinal histomorphometry, physiological, immunological and hematological responses.