Your browser doesn't support javascript.

Portal de Pesquisa da BVS Veterinária

Informação e Conhecimento para a Saúde

Home > Pesquisa > ()
Imprimir Exportar

Formato de exportação:

Exportar

Exportar:

Email
Adicionar mais destinatários

Enviar resultado
| |

AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA, AMBIENTAL E SOCIAL NA CRIAÇÃO DO CAMARÃO MARINHO Litopenaeus vannamei EM DIFERENTES ESTRATÉGIAS DE MANEJO

AMBROSIO PAULA BESSA JUNIOR.
Tese em Português | VETTESES | ID: vtt-208077

Resumo

Os estudos em aquicultura parecem se pautar basicamente em termos ambientais e econômicos de forma isolada, não considerando a interação destes fatores, e raramente levando em considerações os custos e benefícios sociais envolvidos na atividade, desta forma o objetivo desta pesquisa foi avaliar a sustentabilidade econômica, ambiental e social na criação do camarão marinho Litopenaeus vannamei em diferentes estratégias de manejo e densidades de estocagem. Para tanto foram utilizadas densidades de 92 (M1), 14 (M2) e 8 (M3) cam.m-2 e com tempo máximo de cultivo de 79 dias. As taxas de sedimentação, com exceção do carbono inorgânico total-CIT e carbono orgânico total-COT, foram significativamente superiores em M3 quando comparado a M1 e M2 no primeiro período de coleta, provavelmente influenciadas pelo manejo na primeira fase (estufa). Foi verificado uma tendência de decréscimo para a maioria das taxas de sedimentação de nutrientes para o final do ciclo, podendo estar associada a comunidade bacteriana que pode ter auxiliado na redução desses compostos. As sobrevivências foram reduzidas em todos os tratamentos, provavelmente influenciadas pela doença da mancha branca e a elevada salinidade da água dos viveiros de criação elevando o FCAA em M1 e M2. As taxas internas de retorno para M2 e M3 foram atrativas, gerando lucro e saldo positivo para o valor presente líquido e conseguiram garantir o retorno do capital investido. Esse retorno do capital, no entanto, somente ocorreu devido aos preços elevados praticados em 2016. O cultivo com população inicial elevada (M1), ocasionou prejuízos econômicos e zootécnicos devido aos elevados FCAAs, biomassa individual reduzida e aos elevados custos totais operacionais-CTO, tornando inviável esse tratamento. Na avaliação social foi verificada uma distribuição de renda da ordem negativa para M1 em função dos elevados custos de produção, configurando prejuízos para esse tratamento. M2 e M3 apresentaram distribuição de renda reduzida, sendo a remuneração da mão de obra de R$ 0,70 e R$ 1,06 respectivamente, representando 48 e 32% dos custos de produção (CTO). O maior distanciamento da dimensão econômica para o tratamento M1 pode estar associado aos resultados elevados com RB e CTO. Os tratamentos M2 e M3 foram os que apresentaram TIR positiva, demonstrando a viabilidade econômica, provavelmente em função dos preços elevados por quilo de camarão praticados nesse período. A sustentabilidade foi comprometida pela geração de resíduos sólidos, visto que grande parte do material particulado produzido em viveiros de camarão é formada por uma ação coletiva de produtos químicos, fertilizantes, excrementos, alimentos não digeridos, organismos indesejados e detritos. Vale salientar ainda que, a mancha branca comprometeu negativamente a sustentabilidade econômica e social de todos os tratamentos. M1 foi o tratamento mais favorável ambiental com tendência para o social. Podemos concluir que o monocultivo de camarão quando realizado com elevadas populações inicias não consegue garantir o retorno do capital investido. M2 e M3 só foram viáveis economicamente em função dos preços elevados pagos por quilo de camarão, porém com reduzida geração de emprego e renda, não sendo socialmente justo e com maior impacto ao meio ambiente.
Aquaculture studies seem to be basically based on environmental and economic terms in isolation, not considering the interaction of these factors, and rarely taking into account the social costs and benefits involved in the activity, so the objective of this research was to evaluate sustainability economic, environmental and social aspects in the creation of Litopenaeus vannamei shrimp in different management strategies and storage densities. For this purpose, densities of 92 (M1), 14 (M2) and 8 (M3) shrimp.m-2 and with maximum culture time of 79 days. The sedimentation rates, with the exception of total inorganic carbon-TIC and total organic carbon-TOC, were significantly higher in M3 when compared to M1 and M2, in the first collection period, probably influenced by management in the first stage (greenhouse), a tendency of decrease was verified for most of nutrient sedimentation rates for the end of the cycle, and may be associated with the bacterial community that may have aided in the reduction of these compounds. Survival was reduced in all treatments, probably influenced by white spot disease and high water salinity of farms raising the apparent feed conversion factor-FCAA in M1 and M2. The internal rates of return for M2 and M3 were attractive, generating a positive net profit and a positive balance and were able to guarantee the return on invested capital. However, this return on capital only occurred due to the high prices practiced in 2016. The cultivation with high initial population (M1) caused economic and zootechnical losses due to the high FCAAs, reduced individual biomass and the high total operational costs - making this treatment unfeasible. In the social evaluation, an income distribution of the negative order for M1 was verified due to the high costs of production, thus creating losses for this treatment. M2 and M3 presented a reduced income distribution, with a labor compensation of R $ 0.70 and R $ 1.06, respectively, representing 48 and 32% of production costs (COT). The greater distance from the economic dimension to the M1 treatment may be associated with the high RB and COT results. The treatments M2 and M3 were those that presented positive IRR, demonstrating the economic viability, probably due to the high prices per kilo of shrimp practiced during this period. Sustainability was committed by the generation of solid waste, since much of the particulate matter produced in shrimp farms is formed by a collective action of chemicals, fertilizers, excrement, undigested food, unwanted organisms and debris. It is worth noting that the white spot negatively affected the economic and social sustainability of all treatments. M1 was the most favorable environmental treatment with a social tendency. We can conclude that the monoculture of shrimp when carried out with high initial populations can not guarantee the return of invested capital. M2 and M3 were only economically viable due to the high prices paid per kilo of shrimp, but with low employment and income generation, not being socially fair and with greater impact on the environment.
Biblioteca responsável: BR68.1