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INCLUSÃO DE AÇAÍ NA DIETA DE CAMARÃO Litopenaeus vannamei (BOONE 1931) REALIZADA EM SISTEMA DE BIOFLOCOS: EFEITOS NA MODULAÇÃO DA TOXICIDADE DA CIANOTOXINA NODULARINA.
Thesis em Pt | VETTESES | ID: vtt-212596
Biblioteca responsável: BR68.1
RESUMO
Dentre as espécies cultivadas mundialmente, o camarão branco Litopenaeus vannamei tem sido o crustáceo mais cultivado. Fatores externos prejudicam sua produção, como as toxinas gerada por cianobactérias, que podem induzir estresse oxidativo, dentre outros efeitos toxicológicos. O fruto Euterpe oleracea, conhecido popularmente como açaí, contém grandes quantidades de moléculas antioxidantes, incluindo antocianinas. Estudos prévios mostraram que a suplementação de antioxidantes pode ser uma estratégia eficaz para amenizar os efeitos tóxicos de cianotoxinas. Deste modo, o objetivo do trabalho foi avaliar o efeito da adição do açaí na dieta do camarão como uma estratégia quimioprotetora no camarão L. vannamei exposto a cianotoxina nodularina (Nod). Foram utilizadas unidades experimentais de 14 litros, com 3 repetições, contendo 7 juvenis de camarões (1,50 ± 0.39 g) por unidade. O experimento baseou-se na inclusão de 10% de açaí na dieta, além da dieta controle, sem adição de açaí. A ração foi fornecida duas vezes ao dia, durante 30 dias e após, os camarões foram subdivididos em outros 3 tratamentos (Controle, 0,25 e 1 g de Nod/L), tanto no grupo que recebeu inclusão com açaí quanto os alimentados com a dieta controle. No final do experimento foi avaliado a bioacumulação da toxina no músculo do camarão através de cromatografia líquida de alta eficiência. Também foi avaliada a concentração do antioxidante glutationa reduzida (GSH), utilizando ácido 5,5-ditio-bis- (2-nitrobenzóico), DTNB, e avaliando a absorbância em 405nm. Com o mesmo método foi avaliação a concentração de grupos sulfidrilas associados à proteínas. Também foi dosada a peroxidação lipídica avaliado pelo método TBARS e, quantificada por fluorimetria. Finalmente, foi medida a atividade da enzima glutationa-S-transferase (GST) espectrofotometricamente. Os dados foram analisados estatisticamente utilizando um modelo linear com componentes de variância (fatores pré tratamento com açaí e concentrações de nodularina) seguidos pelo teste de Newmann-Keuls. A inclusão com açaí na dieta foi capaz de aumentar os níveis de glutationa reduzida (GSH), diminuir os níveis de peroxidação lipídica e os níveis de grupos sulfidrila (P<0,05). Na análise da peroxidação lipídica nas amostras de hepatopâncreas, observou-se redução significativa do conteúdo de TBARS nos organismos tratados com açaí (0,13 ± 5,1x10-4 nmol/mg de tecido) comparados com os que não receberam açaí (0,16 ± 5,2x10-4 nmol/mg de tecido) (P <0,05). 8 Na análise de determinação da atividade da enzima GST, não foi encontrada diferenças estatísticas em nenhum dos tratamentos (P>0,05). Os dados da análise de GSH nas amostras de hepatopâncreas dos animais que receberam açaí em sua dieta apresentaram um aumento significativo (0,46 ± 0,03 nM GSH / mg de proteína) em relação ao grupo que não recebeu açaí na dieta (0,27 ± 0,03 nM GSH / mg de proteína) (P <0,05). Entretanto, a exposição a toxina não causou efeito na concentração de GSH no organismo (P>0.05). Nas amostras de músculo, a presença de açaí na dieta reduziu a concentração de grupos sulfidrilas associados às proteínas (5,99 ± 0,24 mol equiv GSH/mg de proteína), quando foram comparadas ao grupo que não recebeu açaí em sua dieta. (6,99 ± 0.32 mol equiv GSH/mg de proteína) (P<0.05). Mas a exposição à toxina não causou diferenças na concentração dos grupos sulfidrila associados às proteínas (P>0,05). É notório o fato de que organismos aquáticos quando expostos a florações de cianobactérias estão sujeitos a apresentar efeitos negativos em seus parâmetros bioquímicos e fisiológicos, podendo levar inclusive a morte. Estas florações podem acontecer naturalmente em ambientes oligotróficos, ou seja, em ambientes característicos por serem pobres em nutrientes, ou também podem acontecer em ambientes ricos em nutrientes e temperaturas elevadas. No caso em estudo, a toxina nodularina apesar desta toxina ser hepatotóxica (Zimba et al; 2006) também têm sido reportados efeitos em outros tecidos e órgãos (egura, Zajc, Lah & Filipi, 2008). Neste estudo, foi verificado a presença da toxina no músculo do organismo, porém as concentrações ensaiadas estão abaixo ou no limite para consumo humano estabelecido no Brasil, estabelecido para uma hepatotoxina como a microcistinas. O valor limite de 1 g.L-1, adotado pela Portaria 518 de 2004, do Ministério da Saúde, foi estipulado pela Organização Mundial da Saúde com base na variante LR de microcistina. Em camundongos e porcos foi estabelecido o valor de 0,04 g.Kg-1 como a dose oral máxima diária aceitável (Chorus & Bartram, 1999) aqui caberia comparar com os valores que vc achou no musculo. Tanto a inclusão de açaí quanto a exposição à toxina não foram capazes de induzir diferenças significativas (P>0,05) na concentração de toxina encontrada no músculo do organismo. Neste presente trabalho, pôde ser observado que a inclusão de biomoléculas antioxidantes fornecida através do fruto açaí na dieta dos organismos, permitiu ao camarão enfrentar o estresse causado pela toxina, minimizando seus efeitos negativos quais foram? Não está claramente enunciado no resumo, e trazendo qualidade na saúde 9 do animal, isto pode ser afirmado com base nos dados de conteúdo de GSH no hepatopâncreas, levando em conta a característica de hepatotoxina da nodularina. A detoxificação do organismo ocorre pela atividade de algumas enzimas, como por exemplo as enzimas do grupo das GSTs, que conjugam cianotoxinas como as microcistinas com o grupo SH (tiol) da molécula de GSH, facilitando a excreção (Jayaraj, Anand & Rao, 2006). Entretanto, no presente estudo, não foi verificado alterações na atividade da GST, o que pode ser consequência do tempo de exposição e/ou as concentrações de toxina utilizadas no trabalho, Também é importante salientar que até o momento não existem trabalhos que indiquem que a nodularina é substrato das GSTs. Uma alternativa rápida para ver se a nodularina é fe fato substrato das GSTs seria avaliar através de ensaios de docagem molecular Estudo anterior demonstrou aumento significativo no dano lipídico em molusco Perna viridis expostos a Nodularia spumigena durante 3 dias (Davies et al., 2005). Entretanto, no presente estudo foi verificado a diminuição dos níveis de peroxidação lipídica no hepatopâncreas, evidenciando a atuação do açaí como fonte quimioprotetora frente a toxicidade da toxina. Ao todo, o tratamento com açaí foi capaz de melhorar a capacidade antioxidante do camarão, restando, para trabalhos futuros desafiar ao organismo a concentrações mais elevadas de cianotoxinas e analisar mais apropriadamente a diminuição da concentração dos grupos sulfidrila associados à proteínas observado no músculo dos camarões que receveram açaí.
ABSTRACT
The experiment considered the inclusion of 10% of açaí Euterpe olaracea in the diet of shrimp Litopenaeus vannamei, besides the control diet, without açaí. The feed was given twice a day for 30 days and, afterward, the shrimps were subdivided into another 3 treatments (Control, 0.25 and 1 g/L of hepatotoxin nodularin), both in the group that received inclusion with açaí and those fed with the control diet. At the end of the experiment, it was evaluated the concentration of reduced glutathione (GSH); sulfhydryl groups associated with proteins (P-SH), lipid peroxidation (TBARS method), the activity of glutathione-S-transferase (GST), and nodularin accumulation in muscle. The inclusion of açaí in the diet was able to increase the levels of GSH in the hepatopancreas and gills and to decrease the levels of lipid peroxidation in the muscle of nodularinexposed shrimps in respect to the control group. Nodularin exposure did not affect P-SH levels in the analyzed organs, although açaí treatment reduced P-SH levels in muscle. TBARS muscle concentration was reduced in shrimps fed with açaí and exposed to nodularin. Finally, nodularin exposure was not followed by toxin accumulation in muscle but, notably, it was detected measurable levels in control groups (fed or not with açai). Overall, the results showed to induce the antioxidant levels of the shrimp and to reduce TBARS in muscle when exposed to nodularin, suggesting the use of açaí as a chemoprotectant.
Palavras-chave
Texto completo: 1 Base de dados: VETTESES Idioma: Pt Ano de publicação: 2019 Tipo de documento: Thesis
Texto completo: 1 Base de dados: VETTESES Idioma: Pt Ano de publicação: 2019 Tipo de documento: Thesis