SÍNDROME ASMÁTICA EQUINA: COMPARAÇÃO ENTRE AS RAÇAS CAMPOLINA E MANGALARGA MARCHADOR

RESUMO

Síndrome Asmática Equina é composta por um grupo de enfermidades prevalentes e uma realidade já conhecida em modalidades equestres como corrida, enduro e adestramento, mas ainda não foram descritas nas raças Campolina e Mangalarga Marchador, onde os animais participam de concursos de marcha, uma prova de resistência. Este trabalho teve como objetivo investigar a ocorrência de síndrome asmática equina (SAE) em um grupo de animais das raças Campolina e Mangalarga Marchador aptos a participarem de concursos de marcha, assim como a ocorrência de SAE em diferentes grupos etários (abaixo e a partir de sete anos), sexo e raça. Avaliação clínica, endoscópica e citologia broncoalveolar total e diferencial foram realizadas em 30 cavalos (15 da raça Campolina e 15 Mangalarga Marchador) com idade entre três e 18 anos, sem histórico ou evidência clínica de doença respiratória, aptos a competirem e após serem submetidos a exercício padrão de exposições das raças. A endoscopia e coleta de lavado broncoalveolar foram realizadas 30 minutos após exercício padronizado. O exame clínico foi realizado em três momentos antes (1º), imediatamente após o exercício (2º) e imediatamente antes do exame endoscópico (3º), além da coleta de sangue para hemograma basal. Para efeito de comparação, os animais foram agrupados por raça, abaixo e a partir de sete anos de idade, e por sexo. De acordo com a citologia específica do lavado broncoalveolar (LBA), 3% (1/30) foram diagnosticados com SAE moderada (Campolina) e 53% (16/30) com SAE leve. Todos do grupo SAE apresentaram contagem total de células nucleadas (CTCN) do lavado broncoalveolar >530 células/µL. Um total de 53% (9/17) dos equinos do grupo SAE apresentaram escore de muco 2/5. Houve diferença significativa nas médias entre as raças relacionada aos percentuais de macrófagos e linfócitos, mas não entre eosinófilos, mastócitos, células epiteliais e CTCN. Não houve diferença significativa na ocorrência de SAE entre raças, grupos etários e sexo. Até onde se sabe esse foi o primeiro trabalho a demonstrar que SAE está presente em cavalos marchadores (marcha batida) com bom desempenho atlético quando considerado o exame endoscópico e a citologia do LBA como diagnósticos.

ABSTRACT

Equine Asthmatic Syndrome are prevalent diseases already known in equestrian modalities such as races, endurance and dressage, but not yet described in Campolina and Mangalarga Marchador breeds, which participate in marcha competitions, a test of resistance. The objective of this study was to investigate the occurrence of equine asthma syndrome (EAS) in a group of animals in Campolina and Mangalarga Marchador breeds, able to participate in marcha competitions, as well as the occurrence of EAS in different age groups (below and from the age of seven), gender and breed. Clinical, endoscopic, total and differential bronchoalveolar cytology were performed on 30 horses (15 Campolina and 15 Mangalarga Marchador) aged between 3 and 18 years, with no history or clinical evidence of respiratory disease, able to competition and after being submitted to standard exercise of breed exposures. Endoscopy and bronchoalveolar lavage were collected 30 minutes after standardized exercise. The clinical examination was performed before and immediately after exercise and immediately before endoscopic examination, in addition to blood collection for baseline blood count. For comparison purposes, the animals were grouped by breed and under seven years of age or from seven years and by sex. According to the specific cytology of bronchoalveolar lavage (BAL), 3% (1/30) was diagnosed with moderate EAS (Campolina) and 53% (16/30) were diagnosed with mild EAS. All of the EAS group had a total nucleated cell count (TNCC) of bronchoalveolar lavage fluid > 530 cells / L. A total of 53% (9/17) of EAS horses presented mucus score 2 / 5. There was a significant difference in the means between the races related to the percentages of macrophages and lymphocytes, but not between eosinophils, mast cells, epithelial cells and TNCC. There was no significant difference in the occurrence of EAS between breeds, age groups and sex. As far as we know, this was the first work to show that EAS is present in marchadores horses with good athletic performance when considering BAL cytology as a diagnosis.