Your browser doesn't support javascript.

Portal de Pesquisa da BVS Veterinária

Informação e Conhecimento para a Saúde

Home > Pesquisa > ()
Imprimir Exportar

Formato de exportação:

Exportar

Exportar:

Email
Adicionar mais destinatários

Enviar resultado
| |

REPERCUSSÕES CLÍNICAS DE MECANISMOS DE HIPERSENSIBILIDADE CUTÂNEA EM CÃES

TIAGO CUNHA FERREIRA.
Tese em Português | VETTESES | ID: vtt-213368

Resumo

As reações de hipersensibilidade cutânea são definidas como mecanismos imunológicos de resposta exacerbada a antígenos endógenos ou exógenos. Essas reações estão envolvidas no desenvolvimento de diferentes enfermidades, como as Farmacodermias e a Dermatite Atópica Canina (DAC). Baseado nisso, o presente trabalho teve como objetivo avaliar as repercussões clínico-laboratoriais das reações de hipersensibilidade cutânea em cães por meio das seguintes estratégias: avaliação da resposta inflamatória tecidual e sistêmica em cães com DAC e investigação de casos clínicos envolvendo mecanismos de hipersensibilidade em dermatopatias caninas. Para tanto, foram incluídos no estudo dez cães com dermatite atópica, sendo submetidos à avaliação clínica das lesões, avaliação hemato-bioquímica e avaliação histopatológica. A análise clínica baseada no grau lesional (CADESI) permitiu a divisão dos cães em dois grupos: AI (N=5), com CADESI entre 0-10, e AII (N=5), com CADESI entre 10-34. O grupo controle (N=5) foi proveniente do canil do corpo de bombeiros do Estado do Ceará, composto por animais isentos de enfermidades tegumentares e sistêmicas. Os cães atópicos apresentaram menor contagem de eosinófilos circulantes (p<0.05), assim como tendência a maior contagem de neutrófilos e relação neutrófilo/linfócito. O valor de albumina foi superior no grupo AI, quando comparado a AII e controle (p<0.05), enquanto a dosagem de malondialdeído (MDA) não diferiu entre os grupos. Observou-se na avaliação histopatológica dos grupos AI e AII, a presença de alterações epidérmicas e infiltrado inflamatório perivascular caracterizado por neutrófilos, macrófagos, linfócitos, eosinófilos e mastócitos. No que se refere a contagem celular, foi possível observar maior quantidade de mastócitos nos grupos AI e AII que no grupo controle (p<0.05). A partir do exposto, conclui-se que houve aumento na resposta inflamatória tecidual e sistêmica na DAC. Contudo, esse processo não foi capaz de interferir no balanço oxidativo dos cães avaliados. Relatou-se, também, neste trabalho, o desenvolvimento de pênfigo foliáceo (PF) após reação de hipersensibilidade à Mupirocina em cão. O cão apresentou urticaria, colarinhos epidérmicos difusos, lesões papulo-crostosas, eritema nasal, blefarite biocular, apatia e febre. Realizou-se exame citológico e histopatológico, sendo os achados compatíveis com PF. Após a terapia, o paciente apresentou redução do quadro lesional, contudo, observa-se recidiva das lesões quando a dose da corticoterapia é reduzida. Por fim, relatou-se um caso de otite aguda canina secundária à reação de hipersensibilidade à solução otológica. Após a instituição da terapia auricular, o cão apresentou intenso eritema auricular e secreção melicérica bilateralmente. Realizou-se exame citológico, assim como cultura de bactérias aeróbicas, sendo evidenciado em tais exames um infiltrado inflamatório piogranulomatoso, com pouca presença de conteúdo bacteriano e fúngico, corroborando com os achados da cultura bacteriana. A nova terapia consistiu na troca de todos os compostos medicamentosos, sendo adquirida a remissão lesional no décimo dia de tratamento. Em conjunto, os trabalhos fornecem evidências de diferentes manifestações clínicas associadas às reações de hipersensibilidade em cães, sendo necessária atenção do Médico Veterinário para identificação e interpretação dos sinais associados a esta desordem imunológica.
Skin hypersensitivity reactions are defined as immunological mechanisms of exacerbated response to endogenous or exogenous antigens. These reactions are involved in the development of different diseases, such as Pharmacoderma and Canine Atopic Dermatitis (CAD). Based on this, the present study aimed to evaluate the clinical and laboratory repercussions of skin hypersensitivity reactions in dogs through the following strategies: evaluation of the tissue and systemic inflammatory response in dogs with CAD and investigation of clinical cases involving mechanisms of hypersensitivity in canine skin diseases. To this end, ten dogs with atopic dermatitis were included in the study, and were submitted to clinical evaluation of lesions, blood-biochemical evaluation and histopathological evaluation. Clinical analysis based on lesion grade (CADESI) allowed the dogs to be divided into two groups: AI (N = 5), with CADESI between 0-10, and AII (N = 5), with CADESI between 10-34. The control group (N = 5) came from the kennel of the fire department of the State of Ceara, composed of animals free from integumentary and systemic diseases. Atopic dogs had lower circulating eosinophil counts (p<0.05), as well as a tendency to higher neutrophil counts and neutrophil/lymphocyte ratio. The albumin value was higher in group AI when compared to AII and control (p<0.05), while malondialdehyde (MDA) dosage did not differ between groups. The histopathological evaluation of groups AI and AII showed epidermal alterations and perivascular inflammatory infiltrate characterized by neutrophils, macrophages, lymphocytes, eosinophils and mast cells. Regarding the cell count, it was possible to observe a larger number of mast cells in AI and AII groups than in the control group (p<0.05). From the above, it is concluded that there was an increase in tissue and systemic inflammatory response in CAD. However, this process was not able to interfere with the oxidative balance of the dogs evaluated. The development of pemphigus foliaceus (PF) after hypersensitivity reaction to mupirocin in dogs was also reported in this study. The dog presented urticaria, diffuse epidermal collars, papulo-crusted lesions, nasal erythema, biocular blepharitis, apathy and fever. Cytological and histopathological examination was performed, and the findings were compatible with PF. After therapy, the patient presented a lesion reduction, however, there is a recurrence of lesions when the corticosteroid dose is reduced. Finally, a case of acute canine otitis secondary to the hypersensitivity reaction to the otological solution was reported. After ear therapy was instituted, the dog presented intense ear erythema and bilaterally melic secretion. Cytological examination was performed, as well as culture of aerobic bacteria, being evidenced in such exams a piogranulomatous inflammatory infiltrate, with little presence of bacterial and fungal content, corroborating the findings of the bacterial culture. The new therapy consisted of the exchange of all drug compounds, with lesion remission being acquired on the tenth day of treatment. Taken together, the papers provide evidence of different clinical manifestations associated with hypersensitivity reactions in dogs, requiring veterinary attention to identify and interpret the signs associated with this immune disorder.
Biblioteca responsável: BR68.1