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FONTES PROTEICAS DE ORIGEM VEGETAL SOBRE O PROCESSO DE EXTRUSÃO E A DIGESTIBILIDADE APARENTE DE DIETAS PARA CÃES

FRANCINE MENDES PERES.
Tese em Português | VETTESES | ID: vtt-215047

Resumo

O presente estudo avaliou a substituição da fonte proteica farinha de vísceras de frango (FVF) por diferentes inclusões de concentrado proteico de soja (CPS), isolado proteico de soja (IPS) e glúten de milho 60% (GM) sobre as características de extrusão, macroestrutura dos kibbles e digestibilidade dos nutrientes em alimentos para cães. Dois estudos foram realizados, o primeiro avaliou os efeitos dessas matérias primas sobre o processo de extrusão e a formatação e características dos kibbles. O segundo experimento utilizou cães para avaliar a digestibilidade de dietas contendo as fontes proteicas do estudo. O primeiro estudo seguiu delineamento inteiramente casualizado com 10 tratamentos (dietas), a dieta de controle com apenas FVF e 9 dietas teste formuladas pela substituição de 20%, 40% e 60% da proteína da dieta por CPS, IPS ou GM. O segundo estudo seguiu delineamento inteiramente casualizado com quatro dietas e seis animais por dieta, totalizando 24 cães. As dietas selecionadas para o segundo estudo foram: a dieta FVF e as dietas com os maiores teores de substituição da proteína da dieta pelas fontes de origem vegetal: CPS60%; IPS60% e GM60%. No primeiro estudo, quando diferenças foram detectadas pelo teste F da ANOVA, os efeitos dos níveis de substituição de cada ingrediente proteico foram comparados por contrastes polinomiais. No segundo estudo, quando diferenças foram detectadas na ANOVA, as comparações múltiplas das médias foram realizadas pelo teste de Tukey. Os valores de P<0,05 foram considerados significativos. Com base nos resultados observados, devido as propriedades funcionais das proteínas da soja, a inclusão crescente de CPS promoveu aumento linear do desenvolvimento de viscosidade e da transferência de energia mecânica específica (EME), que aumentou de 17.1 kW-h/ton para FVF para 24.9 kW-h/ton com 60% de substituição da proteína da dieta por CPS (P<0.001), e foi em média 30% superior quando comparado ao IPS e 40% quando comparado ao GM (P<0.001). O IPS transferiu EME à massa de forma quadrática (P<0.001), contribuindo com o processo de extrusão apenas a partir da substituição de 40% da proteína da dieta por IPS, provavelmente devido ao seu intenso tratamento industrial o que pode ter reduzido suas propriedades funcionais. A inclusão de GM não favoreceu o processo de extrusão. O CPS e ISP apresentaram elevada digestibilidade da proteína em cães e semelhantes (P<0.001) a dieta FVF, de 90.6%, 90.9% e 89.0%, respectivamente. A digestibilidade da proteína no tratamento GM demonstrou-se superior a FVF (91.8%; P<0.001). Os resultados encontrados para características das fezes indicam que o CPS ainda contém carboidratos fermentáveis que, quando comparado aos demais tratamentos, reduziram o pH fecal em 8% e aumentaram a umidade fecal em 20% (P<0.001). Em conclusão, os tratamentos contendo CPS e IPS resultaram em aumento da aplicação de EME, da gelatinização do amido e da expansão dos kibbles. As fontes proteicas vegetais CPS, IPS e GM tiveram alta digestibilidade da proteína bruta.
The present study evaluated the substitution of poultry by-product meal (PBM) by different inclusions of soy protein concentrate (CPS), soy protein isolate (SPI) and corn gluten meal 60 (GM) on the extrusion characteristics, kibble macrostructure and apparent digestibility of dog foods. Two studies were conducted, the first evaluated the raw materials effects on extrusion process and kibble formation and the second experiment used dogs to evaluate the digestibility of diets containing the protein sources under study. The first study followed a completely randomized design with 10 treatments (diets), a control diet with only PBM as the protein source was formulated and 9 test diets formulated by the replacement of 20%, 40% or 60% of the dietary protein by SPC, SPI, or GM. The second study followed a completely randomized design with four diets and six animals per diet, totaling 24 dogs. The diets selected for the second study were: the PBM diet and the diets with the greater substitution of dietary protein by vegetable protein sources: SPC60%; SPI60%; GM60%. For the first study, when differences were detected by the F test, the effects of the inclusion levels of each protein ingredient were compared by polynomial contrasts. For the second study, when significant differences were detected with ANOVA F tests, multiple comparisons of the means were performed using the Tukey test. Based on the observed results, due to the functional properties of the soybean proteins, an increasing inclusion of SPC promoted a linear increase in viscosity development and specific mechanical energy transfer (SME), which increased from 17.1 kW-h/ton for PBM to 24.9 kW-h/ton with 60% of replacement of the dietary protein by SPC (P<0.001), and was 30% higher when compared to SPI and 40% higher when compared to GM (P<0.001). The SPI transferred SME to the mass in a quadratic form (P<0.001), contributing to the extrusion process above of 40% replacement of the diet protein by SPI, probably due to its intense industrial treatment which may have reduced its functional properties. The inclusion of GM did not favor the extrusion process. SPC and SPI showed high protein digestibility for dogs, similar to PBM diet (P<0.001), with values of 90.6%, 90.9% and 89.0%, respectively. The protein digestibility of GM treatment was superior to PBM (91.8%; P<0.001). The results found for faeces characteristics indicate that SPC still contains fermentable carbohydrates which, when compared to other treatments, lower fecal pH by 8% and increased fecal moisture by 20% (P<0.001). In conclusion, the treatments containing SPC and SPI promoted an increased application of SME, starch gelatinization and kibble expansion. The vegetable protein sources SPC, SPI and GM had high digestibility of crude protein.
Biblioteca responsável: BR68.1