PLANOS NUTRICIONAIS SEQUENCIAIS DE ENERGIA METABOLIZÁVEL PARA LEITÕES DOS 7 AOS 30 KG

RESUMO

Os suínos tendem a ajustar o consumo de ração conforme a densidade energética da dieta. Porém, para leitõesdesmamados existe a hipótese de que o aumento da concentração energética estimula o consumo e crescimento devido àbaixa capacidade estomacal que pode limitar seu consumo energético, enquanto que suínos mais pesados tendem a ingerir alimento até que sua exigência energética seja atendida. Desse modo, é necessário reavaliar as respostas dos leitões após o desmame quanto as exigências nutricionais de energia da dieta. Neste contexto, realizou-se o presente trabalho com o objetivo de avaliar os efeitos de planos nutricionais de energia metabolizável, mantendo a relação caloria lisina constante, em dietas formuladas segundo o conceito de proteína ideal, no desempenho de leitões dos 7 aos 30kg. Foram utilizados 48 leitões com peso inicial de 6,88±1,19 kg e peso final de 30,52 ±3,79 kg. Foram distribuídos em delineamento de blocos ao acaso em três planos nutricionais com diferentes níveis energéticos, sendo plano nutricional 1 3.300-3.250-3.200-3.150Kcal/kg de ração; plano nutricional 2 3.400-3.350-3.300-3.250Kcal/kg de ração; e plano nutricional 3 3.500-3.450-3.400-3.350Kcal/kg de ração, dos 7 aos 10kg, dos 10 aos 15kg, dos 15 aos 20kg e dos 20 aos 30kg, respectivamente, com oito repetições e dois animais por unidade experimental. O critério de bloqueamento utilizado foi o peso inicial dos animais. As variáveis de desempenho estudadas foram opeso final (PF),consumos de ração diário (CRD), de energia metabolizável diário (CEM), de energia líquida diária (CEL), de lisina digestível diário (CLD), ganho de peso diário (GPD) e conversão alimentar (CA) e. Também foram avaliados os escores fecais e a ocorrência de diarreia.Não houve efeito (P>0,05) dos planos nutricionais no escore fecal e na ocorrência de diarreia durante o período experimental. Não foi observado efeito (P>0,05) dos planos nutricionais de energia metabolizável no peso final, consumos de ração, de energia metabolizável, de líquida, de lisina, ganho de peso e conversão alimentar dos leitões dos 7 aos 10 kg. Observou-se, dos 7 aos 15 kg, maiores (P<0,05) consumos de energia metabolizável, de energia líquida e ganho de peso nos animais alimentados com os planos nutricionais 2 e 3. E nessa fase o plano nutricional 3 apresentou melhor (p<0,05) conversão alimentar. Os planos nutricionais 2 e 3 resultaram em maior (P<0,05) peso final, consumos de ração, de energia líquida, de energia metabolizável, de lisina digestível, ganho de peso e melhor conversão alimentar nos períodos dos 7 aos 20 kg, dos 7 aos 25 kg e dos 7 aos 30 kg.O melhor plano nutricional a ser recomendado é o contendo a densidade energética intermediária (plano nutricional 2), pois o aumento da densidade energética do plano nutricional de 3.400-3.350-3.300-3.250 Kcal de EM/kg de ração para 3.500-3.450-3.400-3.350 Kcal de EM/kg de ração não promoveu melhora do desempenho dos animais. Logo, o aumento da densidade energética da dieta também resultou no aumento da concentração dos demais nutrientes como os aminoácidos promovendo o aumento do custo da dieta, sem incremento no desempenho.

ABSTRACT

It pigs tend to adjust feed intake according to the energy density of the diet. However, for weaned piglets there is a hypothesis that increased energy concentration stimulates consumption and growth because of the low stomach capacity that may limit their energy consumption, while heavier pigs tend to ingest food until their energy requirement is met.Thus, it is necessary to reassess the responses of piglets after weaning to the dietary energy requirements of the diet. In this context, the present work was carried out with the objective of evaluating the effects of nutritional plans of metabolizable energy, maintaining the calorie constant lysine ratio in diets formulated according to the ideal protein concept for piglets from 7 to 30 kg.A total of 48 piglets were used, with initial weight of 6.88 ± 1.19 kg and final weight of 30.52 ± 3.79 kg. The piglets were distributed in a randomized complete block design in three nutritional plans with different energy levels, being nutritional plan 1 3,300 3,250-3,200-3,150 Kcal / kg of feed; nutritional plan 2 3,400-3,350-3,300-3,250 Kcal/kg of feed; and nutritional plan 3 3,500-3,450-3,400-3,350 Kcal / kg of feed, 7 to 10 kg, 10 to 15 kg, 15 to 20 kg and 20 to 30 kg, respectively, with eight replicates and two animals per experimental unit. The blocking criterion used was the initial weight of the animals.The performance variables studied were the final weight (PF), daily dietary intake (CRD), daily metabolizable energy (CEM), daily net energy (CEL), daily digestible lysine (CLD), daily weight gain GPD) and feed conversion (CA) e. Fecal scores and the occurrence of diarrhea were also evaluated. There was no effect (P> 0.05) of the nutritional plans on the fecal score and on the occurrence of diarrhea during the experimental period. No effect (P> 0.05) of nutritional plans of metabolizable energy on final weight, feed intake, metabolizable energy, liquid, lysine, weight gain and feed conversion of piglets from 7 to 10 kg was observed. The highest intake (P <0.05) of metabolizable energy, net energy and weight gain were observed in 7- to 15-kg animals fed with nutritional plans 2 and 3. At that stage the nutritional plan 3 presented better (p <0.05) feed conversion ratio.Nutritional plans 2 and 3 resulted in higher (P <0.05) final weight, feed intake, net energy, metabolizable energy, digestible lysine, weight gain and better feed conversion in the 7 to 20 kg periods, from 7 to 25 kg and from 7 to 30 kg. The best nutritional plan to be recommended is the intermediate energy density (nutritional plan 2), as the increase in energy density of the nutritional plan from 3,400-3,350-,300-3,250 Kcal ME/kg of feed to 3,500-3,450-3,400 -3,350 Kcal ME / kg of feed did not improve the performance of the animals. Thus, increasing the energy density of the diet also resulted in an increase in the concentration of other nutrients, such as amino acids, increasing the cost of the diet, without any increase in performance.