RESISTÊNCIA ANTI-HELMÍNTICA DE NEMATOIDES GASTROINTESTINAIS EM OVINOS NA REGIÃO SEMIÁRIDA DE MINAS GERAIS

RESUMO

Objetivou-se detectar a ocorrência de resistência anti-helmíntica a ivermectina, albendazol e levamisol em nematoides gastrointestinais de ovinos em propriedades da microrregião da Serra Geral no Norte de Minas Gerais. Foram utilizados 846 ovinos de idades e raças variadas, pertencentes a 17 propriedades em que os animais não receberam anti-helmíntico num período anterior de 90 dias. Dentre as propriedades onde foram coletadas as amostras de fezes, em 12 foram identificados animais com contagens iguais ou superiores a 200 ovos por grama de fezes (OPG), totalizando 38,42% de ovinos em que foram testados os anti-helmínticos. Realizou-se o teste de redução da contagem de ovos por grama de fezes (RCOF) a partir dos resultados obtidos nas contagens de OPG. Foi calculado o limite inferior de confiança (LCL 95%) para cada propriedade. Determinou-se como ponto de corte para determinar a resistência valores do RCOF < 95%, e o limite inferior de confiança (LCL) < 90% foi utilizado como apoio para uma avaliação mais precisa dos resultados, confirmando ou não a resistência anti-helmíntica em nematoides gastrointestinais. Quando o percentual de RCOF e o LCL foram abaixo dos pontos de corte designados, confirmou-se resistência anti-helmíntica. Se o percentual de RCOF ou LCL foi abaixo do ponto de corte, foi sugerida a resistência. Quando o LCL não foi calculado, RCOF foiabaixo do ponto de corte, confirmou-se resistência. Em cinco das 17 propriedades, os produtores alegaram não realizar vermifugação dos animais. Em 41,18% das propriedades utilizavam ivermectina e 17,65% utilizavam albendazol, isso justifica os 33,3 % de propriedades em que a resistência foi apenas sugerida ao levamisol. Nas propriedades houve resistência múltipla às bases testadas. Em apenas uma propriedade não foi detectada resistência múltipla, apresentando resistência apenas ao albendazol. O gênero Haemochus contortus foi o mais prevalente antes e após a vermifugação.

ABSTRACT

This study was carried out to detect an anthelminthic resistance to ivermectin, albendazole and levamisole in gastrointestinal nematodes of sheep in the properties of the Serra Geral microregion in the North of Minas Gerais. A total of 846 sheep of different ages and breeds belonging to 17 properties where the animals were not treated with anthelmintic in the previous 90 days. Amongst the properties where were collected the feces samples, in 12 were found animals with or equal to 200 eggs per gram of feces (EPG), totaling 38.42% of sheep in which anthelmintics were tested. The fecal egg count reduction test(FECRT) was performed from results gotten in EPG counts. The lower confidence limit (LCL 95%) was calculated for each property. It was determined the FECRT cut-off <95%, and the lower confidence limit (LCL) <90% was used as a more accurate evaluation of the results, confirming or not an anthelmintic resistance in gastrointestinal nematodes. When the percentage of FECRT and LCL were lower than designated cut-off points, anthelmintic resistance was confirmed. If the percentage of FECRT or LCL was below the cut-off point, resistance was suggested. When the LCL was not calculated, the FECRT was below the cut-off point, resistance was confirmed. In five of the 17 properties, the producers claimed not to carry out the vermifugation of the animals. In 41.18% of the properties ivermectin was used and in 17.65% albendazole was used, that justified because 33.3% of the properties in which a resistance was only suggested to levamisol. There was multiple resistance to tested bases. In just one propriety there was not multiple, presenting resistance only to albendazole. The Haemochus sp. genus was the most prevalent before and after vermifugation.