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Tese em Português | VETTESES | ID: vtt-216483

Resumo

Conhecer a estrutura das populações de abelhas ajuda no entendimento da sua distribuição, bem como de suas respostas às variações ambientais. Com o objetivo de entender os efeitos dos fatores ambientais sobre a variação morfológica, avaliou-se as respostas morfométricas de Melipona mandacaia em três locais de ocorrência natural. No primeiro momento verificou-se quando a diversidade morfométrica entre os locais e sua variação ao longo de dois anos (setembro de 2014 a março de 2016). A cada 60 dias foram coletados dez indivíduos de cada uma das dez colônias em Petrolina (PE), Moreilândia (PE) e São Raimundo Nonato (PI). Em um segundo momento, avaliou-se a resposta morfométrica à mudança de ambiente. Para isto, colônias de cada meliponário (dos três locais mencionados) foram simultaneamente transferidas para o Parque Nacional de Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato-PI (colônias experimentais), enquanto outras permaneceram em seu local de origem (colônias testemunhas). Neste experimento, que durou de maio a agosto de 2016, foram coletados dez indivíduos no primeiro dia experimental e dez indivíduos 90 dias após a transferência. As análises foram feitas a partir de técnicas de morfometria geométrica em asas direitas anteriores das abelhas. Os resultados mostraram divergência dentro das populações de M. mandacaia ao longo do período estudado. A maior divergência morfológica foi observada entre as populações de São Raimundo Nonato (PI) e Moreilândia (PE), e a menor divergência ocorreu entre as populações de São Raimundo Nonato (PI) e Petrolina (PE). O teste de Mantel não mostrou correlação significativa entre as matrizes de forma, tamanho, altitude e distância geográfica (P>0.05) em todas as localidades avaliadas. No agrupamento de UPGMA foi observado o isolamento da população de Moreilândia (PE), atribuída pela variação paisagística e climática da região inerentes às características do seu entorno. Quando as populações foram avaliadas individualmente, em relação aos períodos de coleta, houve variação estatisticamente significativa entre as localidades e entre os períodos seco e chuvoso, numa mesma localidade, sugerindo que há influência do componente ambiental sobre a morfologia das asas. Em relação a resposta morfométrica à mudança de ambiente pelas três populações estudadas, houve uma divergência morfológica significativa quando se considerou as distâncias de Mahalanobis e Procrustes (P<0.0001). Isto confirmou que as abelhas deslocadas para o Parque Nacional da Serra da Capivara (PI), no fim do experimento, tiveram maior variação morfológica que aquelas que permaneceram no seu local de origem. Os resultados sugerem que a origem da colônia foi o principal responsável pela variação na forma da asa, mas sofreu influência dos fatores ambientais e climáticos.

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Knowing the structure of bees populations helps to understand its distribution as well their responses to the environmental variations. With the objective of understanding the effects of the environment factors on the morphological variation, the morphometric answers of Melipona mandacaia in three sites of natural occurrence. In the first moment, the morphological diversity between the sites was verified, as well as the variation during two years (September 2014 to March 2016). Ten individuals from each of the ten colonies in Petrolina (PE), ten in Moreilândia (PE) and ten in São Raimundo Nonato (PI) were collected every 60 days. In the second moment, the morphological response to the change of environment was evaluated. For this, colonies of each meliponary (of the three sites mentioned) were simultaneously transferred to the Serra da Capivara National Park in São Raimundo Nonato-PI (experimental colonies), while others remained in their place of origin (witnessing colonies). In this experiment, that lasted from May to August 2016, ten individuals were collected on the first experimental day and ten individuals 90 days after the transference. The analyses were made using techniques of geometric morphometry on the right anterior wings of the bees. The results suggested divergence within the populations of M. mandacaia during the studied period. The greatest morphological divergence was observed among the populations of São Raimundo Nonato (PI) and Moreilândia (PE), and the smaller divergence occurred between São Raimundo Nonato (PI) and Petrolina (PE). The Mantel test did not show significant correlation between the matrices of shape, size, altitude and geographic distance (P> 0.05) in all evaluated locations. In the grouping of UPGMA the isolation of the population of Moreilândia (PE) was observed, attributed by the landscape and climatic variation of the region inherent to the characteristics of its surroundings. When the populations were evaluated individually, concerning the collection periods, there was a statistically significant variation between the localities and between the dry and rainy periods, in the same locality, suggesting that there is an influence of the environmental component on the wings morphology. In relation to the morphometric response to the change of environment of the three populations studied, there was a significant morphological divergence when considering the distances of Mahalanobis and Procrustes (P <0.0001). This confirmed that the bees displaced to Serra da Capivara National Park (PI), at the end of the experiment, had greater morphological variation than those that remained at their place of origin. The results suggest that the origin of the colony was mainly responsible for the variation in wing shape, but it was influenced by environmental and climatic factors.

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