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Caracterização epidemiológica, clínica, ultrassonográfica e histopatológica dos incidentalomas adrenais em cães

ISABELLA DE MOURA SANT ANNA.
Tese em Português | VETTESES | ID: vtt-216519

Resumo

Incidentaloma adrenal é uma massa adrenal identificada ao acaso durante exames de imagem que não foram realizados devido à suspeita de doença adrenal. Na maioria das vezes, os incidentalomas são representados por adenomas adrenocorticais não funcionais, sendo considerados incidentalomas verdadeiros; mas também podem incluir tumores que necessitam de intervenção terapêutica ou cirúrgica, a exemplo do carcinoma adrenocortical, feocromocitoma, adenomas funcionais ou metástases. O objetivo deste trabalho foi caracterizar os incidentalomas adrenais quanto aos aspectos epidemiológicos, clínicos, laboratoriais, hormonais, ultrassonográficos, bem como sua classificação histopatológica. Este trabalho constituiu em um estudo observacional de uma série de vinte casos obtidos a partir de prontuários clínicos de cães com incidentaloma adrenal submetidos à adrenalectomia, atendidos no serviço de endocrinologia da clínica NAYA Especialidades entre o período de 2015 a 2018. Os resultados encontrados apontaram uma maior ocorrência em fêmeas (75%), com idade média de 11 ± 1,68 anos. As raças mais acometidas foram o lhasa apso e o maltês, sendo o peso médio dos animais 12,45 ± 9,95 kg. Onze animais (55%) tiveram alterações laboratoriais, sendo a elevação da fosfatase alcalina a mais frequente. Em relação aos testes hormonais, todos os animais que foram submetidos ao teste de supressão com baixa dose de dexametasona tiveram resultados negativos e dois (10%) tiveram o teste de estimulação com ACTH positivo. As adrenais neoplásicas apresentaram comprimento entre 2,29 e 5,6 centímetros (média 3,20 ± 0,81 cm) e largura entre 1,03 e 7,3 centímetros (média 2,14 ± 1,33 cm). Em seis animais (30%) foi observada formação nodular isolada em um dos polos adrenais e nos quatorze animais restantes (70%) a formação ocupava toda a glândula. Quanto aos achados histopatológicos, os adenomas adrenocorticais tiveram características semelhantes aos dos carcinomas, como por exemplo, padrão de crescimento trabecular, citoplasma eosinofílico, pleomorfismo, hemorragia e necrose fibrinosa, além da presença de hematopoiese e vacuolização citoplasmática, que são frequentemente encontrados nos adenomas. A presença do índice mitótico foi o principal diferencial nos carcinomas. Os feocromocitomas apresentaram necrose tumoral, alta taxa mitótica e alta celularidade como marcadores de malignidade. Ao diagnóstico foram encontrados nove carcinomas adrenocorticais, sete adenomas e quatro feocromocitomas. Em conclusão, os incidentalomas acometeram principalmente fêmeas idosas de pequeno porte, e os carcinomas foram diagnosticados com maior frequência. Por este motivo, sugere-se que o tratamento cirúrgico dos tumores adrenais seja avaliado de forma criteriosa e indicado sempre que possível, visto à grande ocorrência de tumores malignos em animais aparentemente assintomáticos.
Adrenal incidentaloma is an adrenal mass identified at random during imaging tests that were not performed due to suspected adrenal disease. In most cases, incidentalomas are represented by nonfunctional adrenocortical adenomas and are considered true incidentalomas; but may also include tumors requiring therapeutic or surgery, such as adrenocortical carcinoma, pheochromocytoma, functional adenomas, or metastases. The objective of this study was to characterize the adrenal incidentalomas in epidemiological, clinical, laboratory, hormonal and ultrasonographic aspects, as well as their histopathological classification. This work constituted an observational study of a series of twenty cases obtained from clinical records of dogs with adrenal incidentaloma underwent to adrenalectomy, attended at the endocrinology service of the NAYA Specialties clinic between the period from 2015 to 2018. The results found pointed out a highest occurrence in females (75%), with a mean age of 11 ± 1.68 years. The most affected breeds were lhasa apso and maltese, with the mean weight of animals being 12.45 ± 9.95 kg. Eleven animals (55%) had laboratory abnormalities, with elevation of alkaline phosphatase being the most frequent. Regarding the hormonal tests, all the animals that were submitted to the low dose dexamethasone suppression test had negative results and two (10%) had the ACTH stimulation test positive. Neoplastic adrenals had a length between 2.29 and 5.6 centimeters (mean 3.20 ± 0.81 cm) and width between 1.03 and 7.3 centimeters (mean 2.14 ± 1.33 cm). In six animals (30%) nodular formation was observed isolated in one of the adrenal poles and in the fourteen remaining animals (70%) the formation occupied the whole gland. As for histopathological findings, adrenocortical adenomas had characteristics similar to those of carcinomas, such as trabecular growth pattern, eosinophilic cytoplasm, pleomorphism, hemorrhage and fibrinous necrosis, as well as the presence of hematopoiesis and cytoplasmic vacuolation, which are frequently found in adenomas. The presence of mitotic index was the main differential in carcinomas. Pheochromocytomas presented tumor necrosis, high mitotic rate and high cellularity as markers of malignancy. At diagnosis, nine adrenocortical carcinomas, seven adenomas and four pheochromocytomas were found. In conclusion, incidentalomas mainly affected small females, and carcinomas were diagnosed more frequently. For this reason, it is suggested that the surgical treatment of adrenal tumors be evaluated in a judicious and indicated whenever possible, given the large occurrence of malignant tumors in apparently asymptomatic animals.
Biblioteca responsável: BR68.1